OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 7 de janeiro de 2025

A PIEDADE

“17. A piedade é a virtude que mais vos aproxima dos anjos; é a irmã da caridade, que vos conduz a Deus. Ah! deixai que o vosso coração se enterneça ante o espetáculo das misérias e dos sofrimentos dos vossos semelhantes. Vossas lágrimas são um bálsamo que derramais em suas feridas, e quando, por uma doce simpatia, chegais a lhes proporcionar esperança e resignação, que encanto não experimentais! É verdade que esse encanto tem um certo amargor, porque nasce ao lado da desgraça, mas, não tendo o sabor amargo dos gozos mundanos, também não traz as pungentes decepções do vazio que estes últimos deixam após si; tem uma suavidade penetrante que enche a alma de júbilo. A piedade, a piedade bem sentida é amor, amor é devotamento; devotamento é o esquecimento de si mesmo e esse esquecimento, essa abnegação em favor dos infelizes, é a virtude por excelência, aquela que o divino Messias praticou em toda a sua vida e ensinou na sua doutrina tão santa e tão sublime. Quando esta doutrina for restabelecida na sua pureza primitiva, quando for admitida por todos os povos, ela tornará feliz a Terra, fazendo que reinem aí a concórdia, a paz e o amor.

O sentimento mais apropriado para vos fazer progredir, domando em vós o egoísmo e o orgulho, aquele que predispõe vossa alma à humildade, à beneficência e ao amor do próximo, é a piedade! piedade que vos comove até as entranhas à vista dos sofrimentos de vossos irmãos, que vos impele a lhes estender a mão para socorrê-los e vos arranca lágrimas de simpatia. Nunca, portanto, abafeis nos vossos corações essas emoções celestes, nem procedais como esses egoístas endurecidos que se afastam dos aflitos, porque o espetáculo de suas misérias lhes perturbaria por alguns instantes a alegre existência. Temei conservar-vos indiferentes, quando puderdes ser úteis. A tranquilidade comprada a custo de uma indiferença culposa é a tranquilidade do Mar Morto, que oculta no fundo de suas águas a lama fétida e a corrupção.

Quão longe, no entanto, se acha a piedade de causar a perturbação e o aborrecimento de que se apavora o egoísta! É certo que a alma experimenta, ao contato da desgraça alheia, um constrangimento natural e profundo que faz vibrar todo o ser e o abala penosamente, fazendo que se volte para si mesma. Grande, porém, é a compensação, quando conseguis dar coragem e esperança a um irmão infeliz que se enternece ao aperto da mão amiga e cujo olhar, úmido, por vezes, de emoção e de reconhecimento, se dirige para vós docemente, antes de se fixar no céu em agradecimento por lhe ter enviado um consolador, um amparo. A piedade é o melancólico, mas celeste precursor da caridade, primeira das virtudes que a tem por irmã e cujos benefícios ela prepara e enobrece. - Miguel. (Bordeaux, 1862.)”

Texto extraído do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Allan Kardec, FEB, 2018, p. 186/187.
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quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

RESGATE E RENOVAÇÃO

"A reencarnação não seria caminhada redentora se já houvesses atendido a todas as exigências do aprimoramento espiritual.

Enquanto na escola, somos chamados ao exercício das lições.

Ante a Lei do Renascimento, surpreenderás no mundo dificuldades e lutas, espinhos e tentações.

Reencontrarás afetos que a união de milênios tornou inesquecíveis, mas igualmente rentearão contigo velhos adversários, não mais armados pelos instrumentos do ódio aberto, e, sim, trajados noutra roupagem física, devidamente acolhidos à tua convivência dificultando-te os passos, através da aversão oculta.

Saberás o que seja tranquilidade por fora e angústia por dentro. Desfrutarás a amenidade do clima social que te envolve com os mais elevados testemunhos de apreço e respirarás, muitas vezes, no ambiente convulsionado de provações entre as paredes fechadas do reduto doméstico. Entenderás, porém, que somos trazidos a viver, uns à frente dos outros, para aprendermos a nos amar reciprocamente como filhos de Deus.

Perceberás, pouco a pouco, segundo os princípios de causa e efeito, que as mãos que te apedrejam são aquelas mesmas que ensinaste a ferir o próximo, em outras eras, quando o clarão da verdade não te havia iluminado o discernimento e reconhecerás nos lábios que te envenenam com apontamentos caluniosos aqueles mesmos que adestraste na injustiça, entre as sendas do passado, a fim de te auxiliarem no louvor à condenação.

Ergues-te hoje sobre a estima dos corações com os quais te harmonizaste pelo dever nobremente cumprido, entretanto, sofres o retorno das crueldades que te caracterizavam em outras épocas por intermédio das ciladas e injúrias que te espezinham o coração.

Considera, porém, o apelo do amor a que somos convocados dia por dia e dissolve na fonte viva da compaixão o fel da revolta e a nuvem do mal. Aceita no educandário da reencarnação a trilha de acesso ao teu próprio ajustamento com a vida, amando, entendendo e servindo sempre.

Se alguém te compreende, ama e abençoa. Se alguém te injuria, abençoa e ama ainda.

Seja qual seja o problema, nunca lhe conferiras solução justa, se não te dispuseres a amar e abençoar.

Onde estiveres, ama e abençoa sem restrições ante a consciência tranquila e conquistarás, sem delongas, o domínio do bem que vence todo mal.”

Mãos Unidas, Reflexões à luz dos ensinamentos do Cristo, Chico Xavier/Emmanuel, IDE,2009, p. 39/41.
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terça-feira, 31 de dezembro de 2024

TEU LIVRO

“A existência na Terra é um livro que estás escrevendo...

Cada dia é uma página...

Cada hora é uma afirmação de tua personalidade, através das pessoas e das situações que te buscam.

Não menosprezes o ensejo de criar uma epopeia de amor em torno de teu nome.

As boas obras são frases de luz que endereças à Humanidade inteira.

Em cada resposta aos outros, em cada gesto para com os semelhantes, em cada manifestação dos teus pontos de vista e em cada demonstração de tua alma, grafas, com tinta perene, a história de tua passagem.

Nas impressões que produzes, ergue-se o livro dos teus testemunhos.

A morte é a grande colecionadora que recolherá as folhas esparsas de tua biografia, gravada por ti mesmo, nas vidas que te rodeiam.

Não desprezes a companhia da indulgência, através da senda que o Senhor te deu a trilhar.

Faze uma área de amor ao redor do próprio coração, porque só o amor é suficientemente forte e sábio para orientar-te a escritura individual, convertendo-a em compêndio de auxílio e esperança para quantos te seguem os passos.

Vive com Jesus, na intimidade do coração, não te afastes d'Ele em tuas ações de cada dia e o livro de tua vida converter-se-á num poema de felicidade e num tesouro de bênçãos.”

Mãos Unidas, Reflexões à luz dos ensinamentos do Cristo, Chico Xavier/Emmanuel, IDE,2009, p. 11/12. 
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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

O SEGREDO DA FORÇA

“Força para avançar é a principal necessidade daquele que escolheu esta senda. Onde encontrá-la? Olhando em volta, não é difícil ver onde outro ser humano encontra sua força. Sua origem está em sua profunda convicção. Através desse grande poder moral, aquilo que o capacita a prosseguir, e que ele conquista, por mais frágil que seja, é trazido à luz em sua vida natural. Conquistar o quê? Nem continentes nem os mundos, mas a si mesmo. Por meio dessa vitória suprema obtém-se a entrada no Todo, onde tudo o que pode ser conquistado e obtido por esforço se converte ao mesmo tempo, não em algo, mas em si mesmo.

Colocar armaduras e sair para a guerra, tendo as chances de morte, na pressa de lutar, é uma coisa fácil; permanecer quieto em meio ao balanço do mundo, para preservar a quietude do tumulto do corpo, para manter silêncio em meio aos milhares de gritos dos sentidos e desejos, pegar a serpente mortal do self e matá-lo, estando despojado de toda a armadura e sem pressa ou excitação, não é uma coisa fácil. No entanto, é isso que deve ser feito; e isso apenas pode ser realiza- do no momento de equilíbrio, quando o inimigo está desconcertado com o silêncio.

Para esse momento supremo é necessária uma força tal, como a que nenhum herói do campo de batalha necessita. Um grande soldado deve ser preenchido com as profundas convicções da justiça de sua causa e da correção de seu método. O indivíduo que combate contra si mesmo e vence a batalha, somente age dessa forma quando sabe que é algo que vale a pena ser feito e que assim agindo, ele ganhará o céu e o inferno como seus servos. Sim, ele permanece em ambos. Ele não precisa de um céu onde o prazer vem como uma recompensa há muito prometida; ele não teme o inferno onde a dor espera para puni-lo por seus pecados. Pois ele conquistou, em si mesmo, uma vez por todas, aquela serpente que se move de um lado para o outro em seu constante desejo de contato, em sua busca perpétua por prazer e dor. Nunca mais (uma vez que a vitória foi alcançada) tremerá, ou crescerá exultante com qualquer pensamento acerca do que o futuro lhe reserva. Aquelas ardentes sensações, que pareciam ser as únicas provas de sua existência, não mais lhe pertencem. Como, então, saber que vive? Sabe apenas por argumentos. E, com o tempo, não cuida sequer de arguir acerca do mesmo. Para ele, então, há paz; e nela encontrará o poder cobiçado. Então conhecerá essa fé que remove montanhas.” 

Mabel Collins, Através dos Portais de Ouro, Ed. Teosófica, Brasília, 2019, p. 107/109.
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terça-feira, 24 de dezembro de 2024

A PÉROLA DAS ORAÇÕES

"Continuava Jesus a passar os dias em Jerusalém, e as noites em Betânia, na doce familiaridade da casa de Lázaro, Marta e Maria, quando não amanhecia no Monte das Oliveiras, em colóquio com o Pai celeste. Também durante o dia se retirava frequentes vezes do meio da sociedade, para entrar na atmosfera benéfica da oração. A sua alma respirava então aliviada, desopressa. O mundo profano era para Jesus um exílio; o mundo espiritual era a sua pátria.

Certo dia, alguns dos discípulos se acercaram do Mestre, quando estava em oração, e tão enlevados ficaram, que lhe pediram:

- Senhor, ensina-nos a orar, assim como João ensinou a seus discípulos:

Respondeu-lhes Jesus:

- Quando orardes, dizei: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha a nós o teu reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus; o pão nosso de cada dia nos dá hoje, perdoa-nos as nossas dívidas, assim como também nós perdoamos aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal.

***

‘Orar’ quer dizer literalmente ‘abrir a boca’ (do latim os, oris, boca). A verdadeira oração é uma atitude da alma, um abrimento do espírito humano rumo ao espírito divino. Por vezes, esta permanente atitude interior pode manifestar-se em transitórios atos exteriores; mas o principal é a atitude interna. Neste sentido, diz o Mestre: ‘Orai sempre, e nunca deixeis de orar’. Neste sentido diz ele: ‘Pedi e recebereis; procurai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á’.

A oração não tem por fim pedir algo a Deus, ou lembrar a Deus que nos falta isto ou aquilo, porquanto ‘vosso Pai celeste sabe que de tudo isto haveis mister’. A finalidade da oração é crear no homem um estado de receptividade própria em face de Deus, para que lhe possa acontecer o que lhe deve acontecer.                

A natureza extra-hominal está em permanente atitude de receptividade automática e inconsciente, e por isso não lhe falta nada. O homem, dotado de consciência e livre-arbítrio, deve crear em si, livre e conscientemente, essa atitude propícia de recebimento.

Para Jesus, o ‘Pai está em nós’, e o ‘reino de Deus está no homem’.

A oração é um despertamento do Pai no homem, uma realização de Deus no homem, uma conscientização da presença de Deus no homem.”

Huberto Rohden, Jesus de Nazareno. Ed. Martin Claret Ltda., São Paulo, 2007, p. 249/250.
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