OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 3 de janeiro de 2015

AQUIETANDO-SE NATURALMENTE (1ª PARTE)

"'Como posso controlar a minha mente?' Os interessados na vida espiritual em algum momento fazem essa pergunta. A constante atividade mental é cansativa, obstrui a reflexão e não dá espaço para que, nos momentos de calma, surjam percepções profundas. Somente uma mente pacífica parece refletir a essência da vida, assim como as águas de um lago devem estar calmas e claras para refletir o céu.

Muitos buscadores tentam, durante muito tempo, meditar de maneira eficaz. Eles se esforçam ardentemente para retirar a mente de suas andanças, mas ela é rebelde e é repetidamente bem-sucedida em fugir. Isso é desanimador, e então surge o sentimento de que a única opção é desistir. Embora vários instrutores tenham aconselhado que a pessoa deve continuar o esforço para subordinar a mente recalcitrante, há um ponto além do qual a pessoa sente que não consegue continuar com a batalha.

Portanto, vale a pena uma séria consideração para verificar se, com uma abordagem diferente, a mente se tornará menos excitável e mais tranquila. Krishinamurti disse: ‘Permita que a mente tenha liberdade para morrer.’ Mas a experiência mostra que, quando se dá liberdade à mente, ela não morre; continua com sua energia frenética. Será porque estamos incessantemente alimentando-a para mantê-la viva? Nesse caso, devemos descobrir qual é o combustível que a inflama e a mantém em atividade. (...)"

(Radha Burnier - Aquietando-se naturalmente -  Revista Sophia, Ano 9, nº 33, p.41)


sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

DESPERTE EM DEUS PARA SE LIVRAR DA ILUSÃO (PARTE FINAL)

"(...) O corpo que antes eral tão real para mim, já não significa mais nada. Às vezes vejo meu corpo deitado, imóvel e sem vida; é um sonho dentro de outro - o sonho deste corpo morto dentro do sonho do mundo. Contudo, assim que olho para dentro de mim e vejo o Espírito, o sonho desaparece. Estas experiências são reais. 

Você pode continuar exercitando seu poder mental para conseguir um pouco de cura, mas logo descobrirá que outro problema surgiu. Não é melhor fazer o supremo esforço espiritual de ficar no regaço de Deus e ver que o corpo é um sonho e que você não é tocado pela experiência de saúde e doença, de vida e morte? Quando a alma está curada da ilusão e você realmente percebe a natureza onírica do corpo, também descobre que Deus o curou. Você não sofrerá mais, a não ser que, como São Francisco, queira ajudar os outros.

Talvez isso seja profundo demais para sua compreensão neste momento. Mas é possível entender esta analogia: duas pessoas sonham, separadamente, que estão no hospital. Uma fica boa, a outra continua doente. A primeira pensa: 'Que felicidade! Como me sinto bem!', enquanto a outra reflete: 'Eu me sinto tão mal, como estou sofrendo!' Mas quando despertam do sonho, ambas percebem que não estavam doentes nem foram curadas. Na verdade, não existe nenhuma doença nem má saúde. A ilusão é que causa essas experiências. Assim que você percebe que tudo é pensamento, sonho condensado de Deus, não se incomoda mais com o sonho. Você despertou do sonho da dualidade, do sonho de saúde e doença."

(Paramahansa Yoganada - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 173/174)


quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

UNIDADE COM DEUS, UNIDADE COM O PODER DIVINO

"O Senhor é Espírito; o Impessoal é invisível. Mas ao criar o mundo físico Ele se tornou Deus, o Pai. Assim que assumiu o papel de Criador, Ele se tornou pessoal. Ele se tornou visível: este universo inteiro é o corpo de Deus.

Na forma da terra, Ele tem um lado positivo e um negativo, o polo norte e o polo sul. As estrelas são os Seus olhos; a grama e as árvores são os Seus cabelos; os rios são as correntes sanguíneas. O rugir do oceano, o canto dos pássaros, o choro do recém-nascido e todos os outros sons da criação são a Sua voz. Este é o Deus pessoal. As batidas de todos os corações indicam o pulsar de Sua energia cósmica. Ele está caminhando nos três bilhões de pés da humanidade. Trabalhando em todas as mãos. Ele é a Divina Consciência Única que se manifesta em todos os cérebros.

Por causa das leis Divinas de atração e repulsão, as células do corpo humano são mantidas harmoniosamente juntas, da mesma forma que as estrelas se mantém equilibradas em suas órbitas. O Senhor onipresente está sempre ativo; não existe lugar onde não haja alguma espécie de vida. Com uma prodigalidade ilimitada, Deus está incessantemente projetando novas formas, inexauríveis manifestações de Sua energia cósmica.

O Espírito Divino tinha, ao criar, uma ideia específica, ou seja, um plano mental. Ele primeiro manifestou o universo depois criou o homem. Ao formar para si mesmo um corpo físico constituído de sistemas planetários, Deus manifestou três aspectos: consciência cósmica, energia cósmica e massa cósmica ou matéria. Esses três aspectos correspondem respectivamente no plano humano, ao corpo ideativo ou causal, corpo energético ou astral e corpo físico. E a alma, ou Vida, por trás deles é o Espírito.

O Espírito manifesta-se macrocosmicamente como consciência cósmica, energia cósmica e os universos materiais; e microcosmicamente como consciência humana, energia humana e corpo humano. Vemos novamente que, na verdade, o homem foi feito à imagem de Deus."

(Paramanha Yogananda - Como Falar com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 24/26)


DESPERTE EM DEUS PARA SE LIVRAR DA ILUSÃO (1ª PARTE)

"Este é o melhor caminho: depender mais do Senhor. O poder de Deus é supremo. A melhor chave para a cura divina é acreditar nesse poder ilimitado, percebendo, ao mesmo tempo, que o corpo é um sonho, sem lhe dar muita atenção. Para que exagerar? Cuide do corpo de maneira razoável, e depois esqueça. É isso que Cristo quis dizer quando falou: 'Não estejais apreensivos pelo corpo...' E observe sempre o Senhor - mantenha a mente em Deus - para que ele possa lhe mostrar que este mundo é Seu sonho. Seja razoável e sadio, não negando o corpo mas vivendo de tal maneira no pensamento do Senhor que, de repente, Ele cortará as cordas da ilusão e você verá que o frágil corpo que receia machucar é um concento mental de Deus, e você nada tem a temer. Este é o estado de perfeição. É por isso que Jesus disse: 'Derrubai este templo [o corpo], e em três dias o levantarei'. Cristo percebeu o que estou dizendo: que tudo é mente.

Para a maioria das pessoas, a sugestão do karma é tão forte que não conseguem entender este princípio divino. Mas pense em quantas vezes você já nasceu na Terra com um corpo físico, criando e superando maus hábitos; vivendo alegrias e sofrimentos, prazer e dor, velhice e morte. Por quanto tempo mais você continuará a passar por esta auto-hipnose? Acabe com ela. Krishna ensinou: 'Sai deste mar de sofrimento, ó Arjuna!'¹ Una-se ao Senhor Supremo. Desperte em Deus. Assim que estiver desperto no Senhor, não temerá mais nada. (...)"

¹ 'Para esses cuja consciência está fixa em Mim, Eu logo Me torno seu Redentor, para tirá-los do mar dos nascimentos mortais (Bhagavad Gita XII:7)

(Paramahansa Yoganada - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 172/173)


quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

RESGATE DA IDENTIDADE

"Contou Buddha que um príncipe, ainda bebê, foi sequestrado por malfeitores que o levaram para uma distante floresta e lá o abandonaram. Um casal de camponeses pobres o encontrou e criou como filho. Quando rapaz, ignorando sua condição de herdeiro do trono, conhecia-se apenas como um humilde e rude lavrador. Por algum modo, o rei foi informado de que o filho estava vivo, mas vítima da pobreza e ignorante de sua nobreza. Imaginou então um projeto para, sem que o rapaz desconfiasse, atraí-lo à corte, devendo passar necessariamente por estágios intermediários, como o de jardineiro, lacaio, camareiro etc., até conseguir levá-lo a dar-se conta de sua condição de príncipe herdeiro, para, por fim, entregar-lhe todo o poder. E o resgate veio a consumar-se.

Fui encontrar em Sai Baba um outro gradiente que assinala as etapas deste evoluir da indigência de inculto caipira até o trono de rei, como que explicitando a tão inteligente parábola acima, narrada pelo bem-aventurado Buddha.

Há quatro estágios na disciplina espiritual: (a) o primeiro é salokya, quando você está no Reino de Deus, respeitando Seu desejo iluminado, servindo-O sinceramente, e submetendo-se a Ele sem qualquer reserva; (b) o próximo estágio é samipya, quando está no palácio como um cortesão, camareiro ou servo, isto é, mais perto dEle; (c) o estágio seguinte é sarupya, quando o praticante da disciplina assimila a forma do Divino, isto é, como na condição de irmão ou guerreiro mais aproximado do rei, tendo o privilégio de usar a parafernália e as vestes reais; (d) por fim, sayuja, estágio no qual o praticante, como o Príncipe Coroado, sucede ao trono e se torna o próprio monarca. (in Sadhana - O Caminho Interior)

Quinhentos anos depois de Buddha, Jesus Cristo deu uma outra versão à parábola do Príncipe que resgatou a identidade. Jesus narrou a igualmente bela e eloquente história do 'Filho Pródigo'. O enredo é esquematicamente o mesmo: (a) afastamento; (b) uma fase de grande sofrimento e penúria gerada pela ignorância; (c) a reaproximação ou religação ou ainda reintegração gloriosa. Yoga ou união é precisamente esta terceira fase, que, para maior eficácia, não dispensa a compreensão das etapas anteriores."

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1994 - p. 21/22)
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