"Antes que a criação existisse, havia a Consciência Cósmica: o Espírito ou Deus, como Absoluto, a Bem-aventurança sempre existente, sempre consciente, sempre nova, além da forma e da manifestação. Quando a criação surgiu, a Consciência Cósmica 'desceu' para o universo físico, onde Se manifesta como Consciência Crística:¹ o reflexo puro e onipresente da inteligência e da consciência de Deus, inerente a toda a criação e nela oculto. Quando a Consciência Crística desce para o corpo físico do homem, torna-se alma ou superconsciência: a bem-aventurança sempre existente, sempre consciente e sempre nova de Deus, individualizada por encerrar-se no corpo. Identificando-se com o corpo, a alma se manifesta como ego ou consciência mortal. A Ioga ensina que a alma deve tornar a subir, pela escada da consciência, de volta ao Espírito.²"
¹ As escrituras hindus referem-se à Consciência Crística como Kutastha Chaitanya, consciência universal ou inteligência onipresente.
² A Ioga ensina que a morada da alma - da vida e da consciência divina do homem - situa-se nos centros espirituais sutis do cérebro: Sahasrara, o lótus de mil pétalas, no topo do cérebro, sede da consciência cósmica; Kutastha, no ponto entre as sobrancelhas, sede da consciência crística; e o centro que se localiza no bulbo raquidiano (ligado por polaridade ao Kutastha), sede da superconsciência. Descendo para o corpo (e para a consciência física), a partir dos centros de mais alta percepção espiritual, a vida e a consciência fluem para baixo, ao longo da coluna vertebral, passam pelos cincos centros espinhais astrais (...) e se distribuem exteriormente pelos órgãos físicos vitais, pelos órgãos de percepção sensorial e pelos órgãos de ação.
Para reconquistar a percepção beatífica de sua unidade com Deus, a alma humana deve inverter o curso descencional, subindo pela rota sagrada da coluna até seu lar, nos centros mais elevados de percepção divina, no cérebro.
(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 17/18)