OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

AÇÃO DO BEM (2ª PARTE)

"(...). Não basta, portanto, deixar de fazer o mal. É necessário empreender esforços para fazer todo o bem possível imaginável, dentro das próprias forças, sem exageros. Porém, sendo necessário, deve-se fazer o bem mesmo com sacrifício, o que o torna mais significativo perante Deus.

Quando não se o pratica, sendo possível, medra o mal que arrasta corações e vidas no rumo do despenhadeiro, ceifando existências que poderiam ser conduzidas na direção da felicidade.

Se alguém se encontra necessitado de determinado socorro que outrem lhe pode dispensar, e esse não o faz, os danos que aí se originam tornam-se responsabilidade daquele que agiu de maneira indiferente ou se negou a contribuir para erradicá-los.

Misérias incontáveis poderiam ser extirpadas do planeta, se alguns indivíduos que dispõem do poder, seja social, econômico, político, religioso, artístico ou administrativo, se empenhassem por alterar-lhe a marcha devoradora. Preocupados, no entanto, em mais amealhar, acumulando fortunas de que jamais se utilizarão para qualquer fim nobre, ou dominados pela presunção e vaidade que os inflam de orgulho, são responsáveis pela desdita que decorre dessa atitude infeliz.

Não obstante, todos os indivíduos possuem o impulso para a ação fraternal e humanitária que dignifica. Mesmo quando destituído de meios grandiosos para atender as multidões, pode, entretanto, socorrer aquele que se lhe encontre mais próximo, contribuindo com pequenas dádivas de carinho e de compaixão, transformadas em pão e medicamento, em agasalho e orientação, em trabalho e em reconforto moral.

Não apenas por meio dos valores amoedados se pode e se deve praticar o bem, senão, também, utilizando dos sentimentos fraternais, que são bênçãos da vida em favor de outras vidas.

Uma côdea de pão alimenta quando se tem fome, e um pouco de água evita a morte por desidratação imediata, abrindo espaços para futuros socorros que impedirão o sofrimento ou a morte.

Não é imprescindível que o benefício que se faça tenha expressivo volume ou grande significado. Tudo é valioso quando está dentro dos limites daquele que ajuda, portanto, das suas forças.

Desse modo, ninguém se pode eximir da prática do bem nem do dever da solidariedade, que constituem maneiras eficazes para tornar o grupo social digno de melhor qualidade de vida.

Uma baga de luz rompe qualquer treva densa.

Uma moeda de amor torna-se início de uma realização operante.

Pessoa alguma, portanto, que se afirme destituída de recursos para o ministério da caridade, para a prática do bem.

Quem não possa apagar um incêndio, ofereça às chamas um pouco de água enquanto não chegarem as forças especializadas em combatê-las.

Na ardência do Sol uma pequena proteção evita que se esvaiam as energias debilitadas. (...).”

Extraído do livro "Lições para a Felicidade", de Divaldo Franco/Joanna de Ângelis, Espírito, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador/BA, 2003, p. 102/104.
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terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

AÇÃO DO BEM (1ª PARTE)

642. Para agradar a Deus e assegurar a sua posição futura, bastará que o homem não pratique o mal?          "Não; cumpre-lhe fazer o bem no limite das suas forças, porquanto responderá por todo mal que haja resultado de não haver praticado o bem."


O ser humano é portador de uma destinação sublime: alcançar a plenitude que lhe está destinada desde o momento da sua criação.

Para consegui-la deverá empenhar todos os esforços, no que diz respeito à conquista do conhecimento e ao desenvolvimento dos valores morais que se lhe encontram em latência.

As vicissitudes que vivencia ao largo da experiência iluminativa, fazem parte dos procedimentos de purificação da ganga exterior que carrega, de modo que o Espírito reflita toda a grandeza de que se faz possuidor. O mesmo fenômeno ocorre com as gemas e metais preciosos, que necessitam de instrumentos que lhes arranquem a beleza interna, esfacelando a forma externa grotesca encarregada de protegê-la, guardando-a para o momento esplendoroso.

À medida que adquire o discernimento dos objetivos existenciais, desapega-se das paixões que o jungem ao eito da escravidão dos vícios primitivos que lhe remanescem no comportamento, despertando-lhe o interesse superior para outros valores existenciais que o exornam de sabedoria e de felicidade.

Concomitantemente, desenvolve emoções que lhe devem constituir fundamentos para o amor, o grande guia no labirinto das atividades que deve exercer.

À semelhança do fio de Ariadne, que o pode retirar do recinto confuso e complexo por onde peregrina, o amor é-lhe sempre a luz guiando-o na obscuridade.

No início, confunde-o com os impulsos dos instintos que o desgovernam, sem saber exatamente como vivenciar o seu poder libertário, energia que tem origem na Fonte Geradora da vida.

Logo que passa a experimentar o seu vigor, alteram-se-lhe as áreas de manifestação, que se desenvolvem até o momento de predominar em todos os seus campos de vibração.

Eis por que o bem é-lhe manifestação inconfundível, ao mesmo tempo estímulo para a sua exteriorização e campo de expressão dos conteúdos que o constituem, tais a fraternidade, a ternura, a solidariedade, o perdão, a caridade...

Acionar os mecanismos que o tornam realidade no mundo da forma, deve sempre constituir motivação de vida para todos aqueles que o sentem medrar e expandir-se como hálito divino. (...)"

Extraído do livro "Lições para a Felicidade", de Divaldo Franco/Joanna de Ângelis, Espírito, Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador/BA, 2003, p. 101/102.
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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

DEPENDÊNCIA

"A capacidade de amar está presente na alma humana, mas, para que floresça, exige maturação da consciência, isto é, 'aprimoramento dos sentimentos'.

A maioria das criaturas foi educada ouvindo fábulas e mitos do amor romântico. Os tabus sexuais, as velhas estruturas familiares, as normas tradicionais do matrimônio, consideradas 'virtudes femininas', estabeleceram, na formação educacional das mulheres, todo um comportamento de dependência em relação aos homens. Elas centraram suas vidas em outros indivíduos, preocupadas em receber proteção e cuidados, e destruíram, com o tempo, suas vocações e aptidões mais íntimas.

'São iguais perante Deus o homem e a mulher (...) outorgou Deus a ambos a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir.'

Muitos acreditaram que o amor seria somente despertado por uma 'varinha de condão' ou por uma 'flecha do cupido' que, ao tocá-los, acordasse das profundezas de seu inconsciente um sentimento há muito tempo adormecido. Existem aqueles que, ingênuos, passam uma encarnação inteira esperando que essa 'dádiva mágica' desabroche de repente, entre a procura e a espera do ser amado, pagando desesperadamente qualquer preço.

Na atualidade, muitos educadores, psicólogos, antropólogos e psiquiatras afirmam que a forma como usamos nossos sentimentos é uma 'resposta aprendida'. A capacidade de amar está presente na alma humana, mas, para que floresça, exige maturação da consciência, isto é, 'aprimoramento de sentimentos. 

Paralelamente, sabemos que as diversas vivências reencarnatórias sedimentam na alma humana certas predisposições singulares no entendimento do amor. Os costumes, as tradições e os hábitos que envolvem o namoro, o casamento, o sexo e a família, completamente diferentes de nação para nação, de continente para continente, estabelecem noções diversificadas sobre a afetividade nos espíritos em sua longa marcha evolutiva.

Existem aqueles que colocaram o amor dentro de uma estrutura romântica, ou seja, fazem prevalecer um sentimentalismo exagerado e uma imaginação irreal, desprezando o significado dos sentimentos autênticos. Eles acreditam que o casamento extingue por completo todas as adversidades e infortúnios existenciais e que as ansiedades do cotidiano acabariam, terminantemente, quando a cerimônia sacramentasse num abraço de ternura o 'felizes para toda a eternidade'.

A necessidade recíproca de controle, as promessas de que renunciariam à própria individualidade e teriam os mesmos objetivos para todo o sempre são os primeiros indícios de uma enorme desilusão na vida a dois. Compromissos de amor são válidos, desde que aprendamos que nossa vida está em constante renovação. Assim como as pessoas passam por diversas transformações, também o amor que sentem pelos outros se transforma.

Quanto mais observarmos os ciclos da vida fora de nós, mais entenderemos as transformações que ocorrem em nossa intimidade, porque nós também somos Vida. Apenas desse modo, ficaremos mais seguros e estáveis em relação ao nosso desenvolvimento e amadurecimento afetivos.

A diferença fundamental entre amor e dependência é observada com clareza nas ações e comportamentos das criaturas. A dependência prende, possessivamente, uma pessoa à outra, enquanto o amor de fato incentiva a liberdade, a sinceridade e a naturalidade. O dependente é caracterizado por demonstrar necessidade constante e por reclamar sistematicamente a atenção do outro.

O indivíduo dependente padece dos recursos psíquicos de alguém para viver. Ele dirá 'eu o amo', mas, em realidade, quer dizer 'eu preciso de você', ou mesmo, 'eu não vivo sem você'. O amor real baseia-se no sentimento compartilhado entre duas pessoas maduras, ao passo que o amor dependente implora consideração e carinho, infantilmente.

Os legítimos sentimentos da alma nunca se sujeitam a ordenações e imposições, mas sim a uma completa espontaneidade de atitudes e emoções. Dependência gera dores na alma; já a liberdade para amar é um direito natural de todos os filhos de Deus."

Extraído do livro "As dores da alma", de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed, Boa Nova editora e distribuidora de livros espíritas, Catanduvas, SP, p. 199/201.
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terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

PACIÊNCIA E RESILIÊNCIA

"A primeira dor que angustia o ser humano é a dor da expectativa frustrada, o que foi planejado não se cumpriu de acordo com o desejado, pois isso nos fere profundamente. O indivíduo traça um plano e subitamente as circunstâncias, a conjuntura, mudam tudo.

Outra dor que incomoda profundamente o ser humano é lidar com a incerteza da vida, da morte; lidar com a incerteza no relacionamento, na questão econômica também desagradam. Sem embargo, a vida é feita de incertezas, e muitas vezes sofremos com isso.

Para lidar com a dor da decepção e com a incerteza nós precisamos de paciência e resiliência.

Inicialmente, é importante distinguir preocupação de ocupação. O primeiro aspecto a ser destacado é quanto à preocupação, que não precisa necessariamente ser ruim, pois algumas são produtivas. Por exemplo, diante de um mal-estar é prudente consultar um médico. Por outro lado, devemos ter em mente que somente o desassossego não resolve problema.

A inquietação é um alarme que soa para nos lembrar de que precisamos agir, pois nada vai acontecer se estagnarmos apenas na preocupação. Porque é preciso se ocupar, converter preocupação em ação. Para exemplificar: diante da preocupação em perder o emprego, não basta se limitar à inquietação, mas se qualificar dentro da respectiva área de atuação visando à recolocação, caso venha a perder o emprego. Ter ações concretas é essencial.

O objetivo da preocupação é levar à ocupação. Ambas são importantes, mas uma não vive sem a outra. É necessário corrigir, refazer, aperfeiçoar, melhorar. Por conseguinte, devemos riscar o vocábulo 'culpa' do nosso dicionário e substitui-lo por 'responsabilidade'.

Para nos preparar diante das mudanças da vida dois aspectos são fundamentais: paciência e resiliência. Devemos aprender a lidar com os perigos, riscos e os impasses da vida. Para isso a resiliência, dado que a vida não vai mudar por nossa causa, ela flui do jeito que deve ser. Controlar a vida não é possível, mas colocar em prática ações para torná-la melhor deve ser a nossa meta.

Assim, resiliência para aprender a lidar com as adversidades, também paciência que toma assento quando se esgotam todas as possibilidades. Em função disso, a importância de planejar, preparar e agir.

Ao planejar eu devo considerar os riscos, o que precisa ser feito, quais são as dificuldades, em todas as áreas da minha vida. Todavia, o que vai de fato resolver é a ação que foi planejada e o quanto eu me preparei para fazer.

Dessa forma, planejar, preparar e agir são iniciativas que devem ser abraçadas após o momento da preocupação, com paciência e resiliência, convictos de que não controlamos todas as situações, porém somos totalmente capazes de administrar nossa preparação, nosso planejamento.

Nessa lógica, ainda uma vez, que O Sermão do Monte vem ensinar que Jesus veio à Terra não para dividir-nos, mas para nos guiar na condição de modelo do ser humano, um farol a nos apontar o caminho reto e seguro. O Messias veio mostrar que Deus está dentro de cada um de nós, olhando nossas vidas através dos nossos olhos, mas Ele jamais irá ferir o nosso livre-arbítrio, então é preciso ser manso e deixá-Lo agir."

Haroldo Dutra Dias, O Sermão do Monte, Intelítera Editora, São Paulo/SP, 2024, p. 43/45.
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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

A LUZ INTERNA

"Encontrei entre os meus guardados esta bela oração:

Esclarecendo alguns termos, Mahaguru é uma palavra indiana que significa Grande Guru, o Supremo Instrutor. Osíris representava no Egito a Primeira Pessoa da Santíssima Trindade e Amon Ra é outro nome para Deus;. A oração diz assim: 

A Luz Interna - Oração ensinada pelo Mahaguru

Sou aquela Luz. Aquela Luz sou Eu. Aquela Luz é o verdadeiro homem, ainda que os homens não a reconheçam e a menosprezem. Osíris é a Luz. Procede da Luz. Mora na Luz. É a Luz. A Luz está oculta em toda parte, nas rochas e nas pedras.

Quando um homem se identifica com Osíris, que é a Luz, identifica-se também com tudo de que era parte, e então vê a Luz em todos os seres, por mais densamente velada, oprimida e oculta que esteja.

A Luz é e o demais não é. A Luz é a vida dos homens. Ainda que os sacerdotes celebrem gloriosas cerimônias e tenham muitos deveres para cumprir, e possam auxiliar por muitos meios aos homens, aquela Luz está mais próxima do coração de todo homem do que qualquer outra coisa. Porque a Realidade está mais próxima de todo homem do que qualquer cerimônia, pois basta ele olhar o seu interior para ver a Luz.

Tal é o objetivo de toda cerimônia, e as cerimônias não têm de ser suprimidas, porque não vim destruir e sim completar.

O sábio transcende a cerimônia e vai a Osíris, vai à Luz, à Luz Amon Ra, de quem tudo procede e a quem tudo há de voltar..." 

Fernando Mansur, Escrita Divina, Edição do Autor, 2017, p. 36.
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