OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 24 de dezembro de 2024

A PÉROLA DAS ORAÇÕES

"Continuava Jesus a passar os dias em Jerusalém, e as noites em Betânia, na doce familiaridade da casa de Lázaro, Marta e Maria, quando não amanhecia no Monte das Oliveiras, em colóquio com o Pai celeste. Também durante o dia se retirava frequentes vezes do meio da sociedade, para entrar na atmosfera benéfica da oração. A sua alma respirava então aliviada, desopressa. O mundo profano era para Jesus um exílio; o mundo espiritual era a sua pátria.

Certo dia, alguns dos discípulos se acercaram do Mestre, quando estava em oração, e tão enlevados ficaram, que lhe pediram:

- Senhor, ensina-nos a orar, assim como João ensinou a seus discípulos:

Respondeu-lhes Jesus:

- Quando orardes, dizei: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha a nós o teu reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus; o pão nosso de cada dia nos dá hoje, perdoa-nos as nossas dívidas, assim como também nós perdoamos aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal.

***

‘Orar’ quer dizer literalmente ‘abrir a boca’ (do latim os, oris, boca). A verdadeira oração é uma atitude da alma, um abrimento do espírito humano rumo ao espírito divino. Por vezes, esta permanente atitude interior pode manifestar-se em transitórios atos exteriores; mas o principal é a atitude interna. Neste sentido, diz o Mestre: ‘Orai sempre, e nunca deixeis de orar’. Neste sentido diz ele: ‘Pedi e recebereis; procurai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á’.

A oração não tem por fim pedir algo a Deus, ou lembrar a Deus que nos falta isto ou aquilo, porquanto ‘vosso Pai celeste sabe que de tudo isto haveis mister’. A finalidade da oração é crear no homem um estado de receptividade própria em face de Deus, para que lhe possa acontecer o que lhe deve acontecer.                

A natureza extra-hominal está em permanente atitude de receptividade automática e inconsciente, e por isso não lhe falta nada. O homem, dotado de consciência e livre-arbítrio, deve crear em si, livre e conscientemente, essa atitude propícia de recebimento.

Para Jesus, o ‘Pai está em nós’, e o ‘reino de Deus está no homem’.

A oração é um despertamento do Pai no homem, uma realização de Deus no homem, uma conscientização da presença de Deus no homem.”

Huberto Rohden, Jesus de Nazareno. Ed. Martin Claret Ltda., São Paulo, 2007, p. 249/250.
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quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

CRISE E OPORTUNIDADE

“Ainda estamos atrasados em nossa evolução espiritual? Seria razoável essa nossa maneira de ser? Um progresso científico extraordinário e uma ética questionável!

Nossos desejos são insaciáveis, não importa em que nível. Olhamos à nossa volta e não aceitamos a realidade. Porém agimos sem considerar as consequências, e quando elas se apresentam ficamos surpresos e reclamamos. Parece-nos estranho conviver com o Bem, o Bom e o Belo.

A vida é cheia de ilusões. Uma delas é a de que existe algo permanente.

Ninguém muda ninguém, a não ser a própria pessoa e a partir de sua vontade e consciência. Tente mudar a si mesmo, se for esse o caso. A dor é o aguilhão que nos impele à mudança. Mas mudar em quê? Como saber?

Os maiores Mestres da humanidade nos deixaram sugestões há séculos e até milénios. Até agora, em vão. Olhar para fora é fácil. Difícil e oportuno é olhar para dentro de nós, para ver quem somos, o que sentimos e como pensamos. Autoconhecimento, sem julgamento.

Valorizamos excessivamente o dinheiro e bens materiais em geral. Nossa sociedade só pensa nisso. Quanta pobreza!

Crise e oportunidade estão ligadas. Que esse momento seja útil para descobrirmos quem realmente somos e qual o principal motivo de termos nascido agora, neste país e nesta família. Será que nascemos para fazer só isso que temos feito até aqui? “

Escrita Divina, A comunicação da alegria, de Fernando Mansur, Edição do Autor, 2017, p. 131.
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terça-feira, 17 de dezembro de 2024

FÉ E CORAGEM

“Proclamar as próprias convicções, notadamente diante das criaturas que se nos façam adversas, é coragem da fé, no entanto, semelhante afirmação de valor não se restringe a isso.

O assunto apresenta outra face não menos importante: o desassombro da tolerância pelo qual venhamos a aceitar os outros como os outros são, sem recusar-lhes auxílio.

Cunhar pontos de vista e veiculá-los claramente é sinal de espontaneidade e franqueza, marcando alma nobre.

Compreender amigos e adversários, simpatizantes ou indiferentes do caminho, estendendo-lhes paz e fraternidade, é característico de paciência e bondade, indicando alma heroica.

Demonstra a própria fé, perante todos aqueles que te compartilham a estrada, mas não deixes de amá-los e servi-los quando se patenteiam distantes dos princípios que te norteiam.

Reportamo-nos a isso, porquanto, junto dos companheiros leais, surgirão sempre os companheiros difíceis.

Esse, de quem esperavas testemunhos de amor e bravura nas horas graves, foi o primeiro que te deixou a sós nos momentos de crise; aquele, em cujo coração plantaste sinceridade e confiança, largou-te ao ridículo, quando a maioria mudou, transitoriamente, de opinião; aquele outro, a quem deste máximo apreço te retribuiu com sarcasmo; e aquele outro ainda é o que te criou problemas e inquietações, depois de lhe haveres dado apoio e vida.

Todos eles, porém, se nos erguem na escola do mundo por testes de persistência no bem.

A coragem da fé começará sempre através da veemência com que exponhamos as próprias ideias diante da verdade, entretanto, só se realizará em nós e por nós, quando tivermos a necessária coragem para compreender todos os homens - ainda mesmo os nossos mais ferrenhos perseguidores - como nossos verdadeiros irmãos e filhos de Deus.”

Mão Unidas, Reflexões à luz dos ensinamentos do Crista, Chico Xavier/Emmanuel, IDE, 2013, p. 31/33.
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quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

A GÊNESE DA FÉ

"O que se precisa é de uma crença investigativa com sinceridade e reverência, seguida da persistência em crenças verdadeiras, ou pelo menos naquelas que constantemente manifestem resultados convincentes. Através da fenda da paciência, gota a gota, a substância química da verdade entra e cristaliza tal crença em sólida fé. Mas se a crença não for fundamentada na verdade, ela não sustentará a convicção que produz o progresso rumo à fé.

A fé pode se manifestar em muitas áreas da crença se houver verdade inerente nas convicções sinceras da pessoa:

  • Crença firme ou confiança (numa pessoa, coisa, doutrina ou ideia), tal como fé em Deus, fé na medicina.
  • Reconhecimento da supremacia das realidades espirituais e dos princípios morais.    
  • Fé histórica, como fé na verdade e na autoridade das narrativas e dos ensinamentos das escrituras. Ou fé prática - por aceitação intelectual, afeição e vontade nas dádivas que Deus concede ao ser humano através de emissários divinos.
  • O conjunto daquilo em que se acredita: um sistema de crenças religiosas, como a fé cristã ou a autoridade védica.

O resultado da fé é o estado ou a qualidade estável de fé plena, fidelidade, lealdade."

Paramahansa Yogananda, Jornada para a Autorrealização, Self-Realization Fellowship, p. 308/309.
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terça-feira, 10 de dezembro de 2024

A AFABILIDADE E A DOÇURA

“6. A benevolência para com os seus semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que são as suas formas de manifestar-se. Entretanto, nem sempre se deve confiar nas aparências. A educação e as relações mundanas podem dar ao homem o verniz dessas qualidades. Quantos existem cuja fingida bonomia não passa de máscara para o exterior, de uma roupagem cujo talhe primoroso dissimula deformidades interiores! O mundo está cheio dessas criaturas que têm sorriso nos lábios e o veneno no coração; que são brandas, desde que nada as aborreça, mas que mordem à menor contrariedade; cuja língua, de ouro quando falam pela frente, transforma-se em dardo peçonhento, quando estão por detrás.

 A essa classe também pertencem esses homens, de exterior benigno que, tiranos domésticos, fazem que suas famílias e seus subordinados lhes sofram o peso do orgulho e do despotismo, como se quisessem compensar o constrangimento que, fora de casa, se impõem a si mesmos.  Não se atrevendo a usar de autoridade para com os estranhos, que chamariam à ordem, querem pelo menos fazer-se temidos daqueles não lhes podem resistir. Envaidecem-se de poderem dizer: "Aqui mando e sou obedecido", sem se darem conta de que poderiam acrescentar: sou detestado".

Não basta que dos lábios manem leite e mel. Se o coração de modo algum lhes está associado, só há hipocrisia. Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas nunca se desmente; é o mesmo tanto em sociedade, como na intimidade. Esse, além disso, sabe que, se consegue enganar os homens pelas aparências, a Deus ninguém engana. – Lázaro. (Paris, 1861.)” 

Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, FEB, 2018, p. 130/131.
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