OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 20 de junho de 2024

LIBERTAÇÃO

"O fim da longa estrada para a libertação é o coração do próprio homem. Se ele ao menos soubesse que ele e a senda são um! Quando do animal ele se torna uma alma, o mistério da consumação final está entretecido em tudo o que ele pensa, sente e faz, mesmo em seu primitivo estágio como selvagem. Pois ser uma alma significa que cada dia ele se aproxima mais da Libertação, como resultado do seu esforço.

O esforço para a Libertação é mostrado no instinto da criação que está em todos os homens. Mesmo o selvagem deseja simbolizar algo estranho ou assustador, algo novo. O homem civilizado é sempre um criador com seus sentimentos, pensamentos e ações. Pois, à medida que a alma evolui estágio a estágio, ela se torna um cadinho mais das energias da vida; torna-se o solo para nutrir as sementes da maravilha divina. Cada faculdade que ele aperfeiçoa é o ventre onde está crescendo uma criança cujos lábios transmitirão uma mensagem de salvação. Até que o ventre expila aquilo que nutriu, a alma fica inquieta e ansiosa. A dor termina quando a criança nasce, e a imaginação pode colocar-se à parte de sua criação. Onde o maior número está empenhado na criação, aí está a melhor civilização.

Quando a alma se liberta da servidão do desejo, a libertação está próxima. Essa libertação começa quando ela dedica seus dons à criação. Algo novo deve ser acrescentado dos recessos da alma à vida comum dos homens. Uma alma criará um hino, um discurso, um poema; outros criarão com pintura e escultura, com arquitetura e música, com dança e canção. A alma anseia e suspira por criar algo grande e nobre; coração e mente são levados a ações de oferecimento. O tamanho não importa; uma pequena ação amorosa, mesmo que seja um sorriso amistoso, contém a mesma grandeza que o dom da própria vida. A piedade que o amor envia conduz então à criação, e a alma não consegue repousar até que grandes planos de regeneração social sejam realizados, e consequentemente as misérias do homem sejam diminuídas. A alegria que a vida envia conduz à criação, e a alma deve simbolizar algo belo para inspirar os homens. A paz que a sabedoria envia leva à criação, e a alma deve abrir novas sendas para homens com novas filosofias e ciências. Ninguém consegue trilhar a senda para a Libertação até que saiba como criar. Pois Libertação significa que os muitos tornam-se o Um, e somente treinando cada faculdade do espírito, para criar em cada plano de vida, consegue o homem, a unidade, entender sua misteriosa identificação com o Todo. 

Como a alma irá criar? - Você pergunta. Mas o propósito da vida, quando a alma está liberta do desejo, é ensinar a arte da criação. Cada grito de dor, quando sob a escravidão do desejo, tem em si, em algum lugar, um elemento de sabedoria ou beleza para outrem. Quando a alma é livre, ela vê a mensagem para os outros em sua própria dor. Embora o homem jamais consiga salvar a si próprio, contudo ele sempre pode salvar outros. A mensagem oculta de cada dor é que o destino do homem é ser um salvador do mundo."

C. Jinarajadasa, Libertação, Editora Teosófica, Brasília, 2022, p. 55/58.
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terça-feira, 18 de junho de 2024

A PERCEPÇÃO DA VERDADE É IMEDIATA

"O estado verbal tem sido cuidadosamente construído no correr dos séculos, na relação entre o indivíduo e a sociedade. A palavra, o estado verbal, é tanto um estado social quando individual. Para me comunicar como estamos nos comunicando, eu necessito da memória, necessito de palavras, devo conhecer a língua, assim como você precisa conhecer a sua. Isso tem sido adquirido século após século. A palavra não está sendo desenvolvida apenas nos relacionamentos entre o individual e o indivíduo. A palavra é necessária. A questão é: se tomou tanto tempo para criar o estado simbólico, verbal, será que ele pode ser removido imediatamente?... Com o passar do tempo, será que vamos nos livrar do aprisionamento da mente, que foi construído durante séculos? Ou devemos romper com ele agora?

Ora, você pode dizer: 'Isso requer tempo, não posso fazê-lo imediatamente'. Isso significa que você precisa ter muitos dias, significa uma continuidade do que passou, embora seja modificado no processo, até atingir um estágio em que não haverá mais para onde ir. Você consegue fazer isso? Por ter medo, somos preguiçosos, indolentes, dizemos: 'Por que se importar com tudo isso? É difícil demais', ou 'Não sei o que fazer'. Então você vai adiando, adiando. Mas tem de enxergar a verdade da comunicação e a modificação da palavra. A percepção da verdade de uma coisa é imediata, não ocorre com o passar do tempo. Será que a mente pode irromper instantaneamente, no próprio questionamento? Será que a mente consegue enxergar a barreira da palavra, entender a importância da palavra em um instante e ficar nesse estado quando não estiver mais capturada no tempo? Você deve ter experenciado isso, mas é uma coisa rara para a maioria de nós."

Krishnamurti, O Livro da Vida, Ed. Planeta do Brasil Ltda. São Paulo, 2016, p. 165.
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quinta-feira, 13 de junho de 2024

CAUSAS ATUAIS DAS AFLIÇÕES (1ª PARTE)

"4. As vicissitudes da vida são de duas espécies, ou se quisermos, têm duas fontes bem diferentes que importa distinguir. Uma têm sua causa na vida presente: outras fora desta vida. 

 Remontando-se à origem dos males terrestres, reconhecer-se-á que muitos são consequência natural do caráter e da conduta dos que os suportam.

Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição!

Quantos se arruínam por falta de ordem, de perseverança, pelo mau proceder ou por não terem sabido limitar seus desejos!

Quantas uniões infelizes, porque resultaram de um cálculo de interesse ou de vaidade, e nas quais o coração não tomou parte alguma! 

Quantas dissensões e disputas funestas se teriam evitado com mais moderação e menos suscetibilidade!

Quantas doenças e enfermidades decorrem da intemperança e dos excessos de todo gênero!

Quantos pais são infelizes com seus filhos, porque não lhes combateram as más tendências desde o princípio! Por fraqueza ou indiferença deixaram que neles se desenvolvessem os germes do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade que produzem a secura do coração; depois, mais tarde, quando colhem o que semearam, admiram-se e se afligem com a sua falta de respeito e a sua ingratidão. 

Que todos os que são feridos no coração pelas vicissitudes e decepções da vida interroguem friamente suas consciências; que remontem passo a passo à origem dos males que os afligem e verifiquem se, na maior parte das vezes, não poderão dizer: Se eu tivesse feito, ou deixado de fazer tal coisa, não estaria em semelhante situação.

A que, portanto, deve o homem responsabilizar por todas essas aflições, senão a si mesmo? O homem, pois, em grande número de casos, é o causador de seus próprios infortúnios, mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais simples, menos humilhante para a sua vaidade, acusar a sorte, a Providência, a chance desfavorável, a má estrela, quando sua má estrela está na sua própria incúria. 

Os males dessa natureza fornecem, seguramente, um notável contingente nas vicissitudes da vida. O homem as evitará quando trabalhar pelo seu aprimoramento moral, tanto quanto o faz pelo seu melhoramento intelectual."

Texto extraído do livro "O Evangelho segundo o Espiritismo", de Allan Kardec, Ed. FEB, Brasília, 2018, p. 74/75.
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terça-feira, 11 de junho de 2024

O PONTO DE VISTA

"5. A ideia clara e precisa que se faça da vida futura dá uma fé inabalável do porvir, e essa fé tem consequências enormes sobre a moralização dos homens, porque muda completamente o ponto de vista sob o qual eles encaram a vida terrena. Para quem se coloca, pelo pensamento, na vida espiritual, que é indefinida, a vida corpórea se torna simples passagem, breve estação num país ingrato. As vicissitudes e tribulações dessa vida não passam de incidentes que ele suporta com paciência, pois sabe que são de curta duração e devem ser seguidas por um estado mais feliz. A morte nada mais terá de assustador; deixa de ser a porta que se abre para o nada para ser a porta da libertação que faculta ao exilado a entrada numa morada de felicidade e de paz. Sabendo que está num lugar temporário, e não definitivo, o homem encara as preocupações da vida com mais indiferença, resultando-lhe daí uma calma de espírito que abranda as suas amarguras.

Pelo simples fato de duvidar da vida futura, o homem dirige todos os seus pensamentos para a vida terrestre. Incerto quanto ao futuro, dá tudo ao presente. Não entrevendo bens mais preciosos que os da Terra, porta-se qual criança que nada mais vê além de seus brinquedos e tudo faz para os obter. A perda do menor deles causa-lhe pungente mágoa; um engano, uma decepção, uma ambição insatisfeita, uma injustiça de que seja vítima, o orgulho ou a vaidade feridos são outros tantos tormentos que transformam sua existência numa angústia perpétua, infligindo-se a si próprio verdadeira tortura de todos os instantes. Sob o ponto de vista da vida terrena, em cujo centro se coloca, tudo assume ao seu redor vastas proporções. O mal que o atinja, como o bem que toque aos outros, adquire aos seus olhos grande importância. Dá-se o mesmo com aquele que se encontra no interior de uma cidade: tudo lhe parece grande, tanto os homens que ocupam altas posições, como os monumentos. Contudo, se ele subir uma montanha, homens e coisas lhe parecerão bem pequenos. 

É o que acontece ao que encara a vida terrestre do ponto de vista da vida futura: a Humanidade, assim como as estrelas do firmamento, perde-se na imensidade. Percebe então que grandes e pequenos estão confundidos como formigas sobre um montículo de terra; que proletários e potentados são da mesma estrutura, e lamenta que essas criaturas efêmeras que tanto se fatigam para conquistar um lugar que as elevará tão pouco e que por tão pouco tempo conservarão. A importância, pois, dada aos bens terrenos está sempre em razão inversa da fé que se tenha no futuro."

Allan Kardeck, O Evangelho segundo o Espiritismo , Editora FEB, Brasília, 2018, p. 47/48.
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quinta-feira, 6 de junho de 2024

O INIMIGO DA PAZ

"Chega de tantos megatons!

Parem de construir ogivas!

O planeta vai explodir e levar também vocês...

O inimigo da Paz e seu também não está lá do outro lado...

Está aí. Dentro de vocês. Dentro de cada pretenso dono dos outros.

Que domínio vocês poderão conquistar se os do outro lado vão todos morrer?!

Que hegemonia podem pretender se também vocês serão desintegrados megatonicamente?! ...

Se vocês desejam hegemonia, domínio, controle... então, ainda hoje, comecem a conquista de vocês mesmos; tratem de dominar - em paz, não esqueçam - o que em vocês é irretidão, tibieza, estupidez, ignorância, rancor, medo, ansiedade, arrogância, fragilidade, inquietude, desespero, vício, hipocrisia e desejo de afirmação, apego, rancor, ressentimento.

Depois disto, vocês e os do outro lado terão um problema muito grande a resolver - jogar fora tantos megatons, germes, gases, tantos engenhos apocalípticos que andaram juntando.

Jogar fora???!!!

Onde é fora deste infeliz planeta que vocês estupidamente desarrumaram???!!!"

Hermógenes, Mergulho na paz. Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2005, p. 43.
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