OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 4 de abril de 2024

A DÚVIDA CONSTRUTIVA NOS MOVE EM DIREÇÃO À VERDADE

"A dúvida é uma energia dinâmica que deve ser adequadamente canalizada para nos levar a ações progressivas. Se com a dúvida construtiva destruirmos algumas de nossas mais estimadas teorias, até isso é melhor do que seguir os outros de modo cego e estúpido - 'o cego guiando cego'. A dúvida construtiva sobre assuntos divinos nos conduz à verdade muito mais rapidamente do que a crença dogmática. Esta última faz com que nos falte a clareza mental necessária para perceber corretamente a verdade que já nos foi dada por Deus. O dogmatismo confunde nossa habilidade de analisar com profundidade as verdades pregadas pelos grandes seres como Jesus no Novo Testamento e o Senhor Krishna no Bhagavad Gita. Como uma ciência, a religião deve ser testada de modo adequado. Foi assim que os rishis das eras antigas, que conheciam Deus, alcançaram a realização: investigaram, descobriram e provaram para si mesmos os invariáveis princípios que demosntram e manifestam a Realidade Eterna. 

Os grandes mestres pedem que acreditemos, mas não dizem que não devemos usar a dúvida construtiva para questionar. Suponhamos que ocorra um erro de impressão em uma escritura. Por exemplo: em vez de 'não roubarás', a palavra não é omitida e lemos 'roubarás'. Aceitar isso cegamente é o mesmo que aceitar outros erros ardilosos - o engano na hora de redigir, o erro de impressão. 

Aplique o teste da razão. Se puder analisar ideias com respeito e discernimento, livre de preconceitos, você apreenderá a verdade muito mais rapidamente e conseguirá discernir o que é falso. Deus lhe concedeu o poder de compreender: você só precisa usar o instrumento da inteligência de acordo com as leis por Ele estabelecidas. Trate a religião com o mesmo espírito que aplica à ciência. Sem dúvidas e investigações, muitos não alcançam a verdade. O questionamento razoável destrói os frágeis alicerces do fanatismo dogmático e ajudam a construir em seu lugar uma sólida fundação de crenças, capaz de sustentar a superestrutura da fé."... (continua).

Paramahansa Yogananda, Jornada Para A Autorrealização, Self-Realization Fellowship, p.  304/305.
Imagem: Pinterest.

terça-feira, 2 de abril de 2024

SE O SER HUMANO NÃO DUVIDASSE, NÃO PROGREDIRIA

"A predominância da matéria perante nossos olhos, na forma de objetos e seres, impede que percebamos completamente a verdade. Mas é quando duvidamos da primazia da matéria que a existência de Deus se estabelece. Se a matéria, que é um conglomerado de átomos, é tudo o que existe, então como essas partículas invisíveis formaram um parlamento que criou e governa um universo organizado? É impossível que átomos inanimados viessem a se reunir para produzir seres inteligentes. Então a aceitação de Deus, uma Consciência Inteligente como criadora do mundo, foi estabelecida a partir do materialismo aplicando-se o elemento construtivo e progressivo da dúvida. Este elemento construtivo é a corrente científica do pensamento usada no questionamento para descobrir a verdade. Sem isso, se meramente aceitássemos as coisas como parecem ser, os seres humanos seriam como animais. Algumas civilizações antigas acreditavam que o Sol, a Lua e as estrelas eram divindades que governavam a vida. Pelo processo da dúvida o ser humano ultrapassou esse conceito. Por meio do questionamento construtivo, esse tipo de crença foi considerado falho. Se o ser humano não pudesse duvidar, não poderia progredir; o mundo estaria atolado na ignorância. Se não questionassemos, não conseguiríamos diferenciar da verdade a teoria ou os argumentos falaciosos. É pois correto aplicar as leis da razão. 

A dúvida decide uma hipótese. Os cientistas pegam um teorema e o investigam juntamente com a Sra. Dúvida, a examinadora sempre presente. Nada é tido como certo. A proposta é levada a uma conclusão, para ver se funciona ou não. Se não funcionar, é posta de lado ou reestruturada. Se os cientistas ficassem satisfeitos com o status quo do conhecimento, não haveria adiantamento na civilização. Há uma grande lição aqui.

No que diz respeito à religião, os cientistas deveriam empregar, no elemento construtivo da dúvida, a mesma abertura como que realizam as pesquisas científicas. Por um tempo longo demais a ciência se fechou no elemento destrutivo da dúvida, desprezando a religião como dogma supersticioso. Se o objetivo dos operários da construção civil fosse apenas demolir todos os prédios defeituosos, e não reconstruí-los nem substituí-los com estrutura aperfeiçoada, seria um desastre. O mesmo ocorre com os que querem dispensar a moralidade e a religião, não deixando nenhuma estrutura para abrigar os princípios divinos que podem se provar essenciais ao bem-estar e à felicidade da existência humana. É claro que até o elemento destrutivo da dúvida pode ser necessário para nos livrar de erros há muito sustentados; mas o processo será prejudicial para a humanidade se também obliterar a verdade."... (continua)

Paramahansa Yogananda, Jornada para a Autorrealização, Self-Realization Fellowship, p. 303/304.
Imagem: Perintest.

quinta-feira, 28 de março de 2024

DÚVIDA, CRENÇA E FÉ

"Na criação do Senhor, tudo tem uma utilidade específica. Toda matéria, por mais insignificante que seja, tem determinado propósito e efeito. Isto também se aplica a pensamentos ou sentimentos que se apresentam à nossa consciência e depois passam. Pouco sabemos sobre o efeito que essas noções produzem ou a utilidade de terem sido criadas em nós. Quando você pensa num pedaço de cobre, conhece a utilidade dele. Mas se você considerar um único pensamento, para que ele serve? Analise essa questão. Assim como o mundo é composto de átomos e moléculas, também o ser interior, a natureza ou caráter de uma pessoa, compõem-se de 'átomos e moléculas' de pensamentos. Se você deseja compreender a qualidade de sua luz interior, rastreie o crescimento de cada pensamento seu e pese sua utilidade relativa na balança do seu julgamento. 

Hoje vamos colocar na balança os sentimentos de dúvida, crença e fé, que são o ponto crucial de controvérsia em termos de religião. Grandes instrutores exortam as pessoas a crer e ter fé em Deus e nas escrituras; e nos alertam contra o potencial devastador da dúvida. Mas sem discernimento a utilidade desse conselho talvez não seja entendida.

Uma vez que nada foi criado sem ter alguma utilidade, não posso concordar com os moralistas das escrituras que à simples menção de dúvida levantam o nariz num ângulo de 120 graus. Em vez disso, analisemos por que o espírito da dúvida foi introduzido no mundo. Em que pondo a dúvida é ruim - ou boa! - para os seres humanos? A não ser que analisemos a psicologia da dúvida, da crença e da fé, não podemos adotar nem rejeitar sensatamente tais sentimentos como benéficos ou destrutivos.

Pela análise, encontramos no conceito de dúvida um elemento construtivo ou destrutivo segundo sua aplicação. Não preciso falar extensivamente do elemento destrutivo, pois seus efeitos adversos são do conhecimento comum. Em razão dos seus danos em potencial, alguns fanáticos, em especial os que se apegam ferrenhamente a crenças dogmáticas, advogam a rejeição de toda dúvida em favor de uma aceitação inquestionável. No entanto, evitar a dúvida é escolher não pensar. 

A dúvida destrutiva é paralisante. Inibe o pensamento construtivo e o poder da vontade. Bloqueia a receptividade ao trabalho benéfico das forças e leis mais elevados do universo e à graça divina, sempre pronta a ajudar. Produz inquietude interna e desesperança. Resiste ao progresso e rejeita ideias ao bel-prazer da ignorância, do preconceito ou da emoção. 

Consideremos agora o elemento construtivo da dúvida. (continua)"

Paramahansa Yogananda, Jornada para a Autorrealização, Self-Realizatiohn Fellowship, p. 302/303.
Imagem: Pinterest. 




 

terça-feira, 26 de março de 2024

CERTO E ERRADO

"A. B. - Se considerar honestamente, você descobrirá que a vida comum é uma série de compromissos. Os homens estão constantemente fazendo um pouco menos do que sabem que é o certo para responder àquela mais mortífera das perguntas: 'O que as pessoas irão dizer?' Num determinado caso, sabendo muito bem o que é o melhor a ser feito, eles o mudam um pouco, adulteram-no, e fazem aquém do necessário, para tornar o caminho mais suave para eles mesmos. Este medo das opiniões alheias deve-se em parte a uma fraqueza que é amável em suas raízes - o desejo de agradar. Este desejo é muito comujm na Índia, mas se você quer trilhar a senda oculta de maneira apropriada, jamais deve permitir-se ser envolvido por ela em compromissos onde estejam em causa princípios ou questões de importância, tais como as questões religiosas e sociais. 

Pondo de lado por enquanto as grandes questões das quais depende em grande parte o futuro de uma nação, voltemos às pequenas questões da vida diária. Aqui também não deve haver compromissos. Você devwe decidir-se quanto ao que é certo, e então manter-se firme. Sei que você não pode levar a cabo os seus mais elevados ideiais imediatamente, mais do que pode ir da base de uma montanha ao topo com um único passo. Mas se você quer escalar a montanha, cada passo deve ser dado com vistas a alcançar o topo, cada passo deve aproximá-lo do topo. Nunca rebaixe o seu ideal; isto é fatal. Como diz o Upanishad: 'Uma coisa é o certo, o agradável é outra; o sábio prefere o certo ao agradável'., 

Tente nas pequenas coisas fazer o que a sua consciência considera certo. Você não é responsável pelo que pensa a consciência de uma outra pessoa nem se ela segue sua própria consciência; mas é responsável por seguir a sua própria, qualquer que seja ao custo aparente. É custo apenas aparente, acredite; você nada tem a perder fazendo o que considera certo. Certamente, deve tomar cuidado para não identificar seus caprichos, preconcentos e fantasias com o que é certo; quanto a isso o Mestre faz aqui uma advertência, quando diz: 'Estuda profundamente as leis ocultas da Natureza'. Primeiramente descubra o que é certo, e então viva segundo seu conhecimento.

O Mestre acrescenta a importante sugestão nas últimas poucas palavras  deste trecho: 'Utilizando sempre a razão e o bom senso'. Leve sempre em consideração os sentimentos dos outros, e jamais permita que interfiram entre você o que você sabe ser certo. Se você tiver de escolherentre ferir os sentimentos de alguém e se comprometer com sua própria consciência, então escolha a primeira opção. O ocultista sempre irá descernir, ao lidar com as pessoas, entre a pessoa real e os preconceitos de seus vários corpos. Ele jamais irã ferir alguém, mas preferirá ferir seus preconceitos em vez de fazer o que é errado. Ainda assim, ele não ferirá seus preconceitos mesmo desnecessariamente; mas se tiver de fazê-lo, ele irá ao mesmo tempo saber que a pessoa está realmente sendo ajudada, e não ferida, e que ele mesmo está sendo usado como um instrumento para demolir uma limitação que está emperrando o homem interno. Mesmo neste caso, sua ação será levada a cabo de maneira gentil e atenciosa. Muitas pessoas acham isso difícil. É muito mais difícil fazer uma coisa com um motivo tranquilo; uma onda de emoção torna as coisas mais fázeis. A emoção, seja boa ou má, suspre um impulso que transporta o homem sem esforço ulterior de sua parte. Se quiser ser um ocultista, voce não deve agir por impulso, como fazem os homens comuns; deve desenvolver a razão, o poder de discernimento, e nesse esforço você começará inconscientemente a desabrochar buddhi."

Annie Besant e C.W. Leadbeater, A Senda do Ocultismo - Comentários aos Pés do Mestre, Ed. Teosófica, Brasília, 2022, p. 105/107.
Imagem: Pinterest.


quinta-feira, 21 de março de 2024

ANCESTRALIDADE

"De onde viemos? Quem nos gerou pela primeira vez? Qual a nossa linhagem espiritual? Desde quando cresce nossa árvore genealógica? Reverência - gratidão - perdão.

Nossos antepassados vivem através de nós, de algum modo. O que fazemos afeta todos eles, como também recebemos deles uma herança. Quando uma luz se acende, ela ilumina não só àquele que a acendeu, mas a todos que estão à volta. Um bem que fazemos a nós repercute em toda nossa ascendência e descendência. Nossas vidas formam um fio; o que um faz reverbera nos demais. A unidade é nossa força. Quando alguém rouba outro alguém, está roubando de si mesmo, no longo prazo. A vida é una. Que nos lembremos sempre disso. 

Nossos erros decorrem do fato de que vivemos numa ilusão e não sabemos. Não temos consciência. Somos ingênuos, fomos iludidos, a propaganda para o erro é grande e bem feita. A maioria de nós não luta mais para sobreviver, mas para sobressair, para aparecer, para competir. Somos induzidos. Exemplo: os colonizadores viciaram os índios com certas crenças e bebida alcoólica e grande parte se perdeu. Poucos conseguiram resistir e manter sua individualidade. Conosco é a mesma coisa. Preste atenção, busque ajuda, confie na luz interior e no profundo amor que habita em você.

Os alimentos estão perdendo seu valor nutritivo e suas substâncias vitais devido à excessiva industrialização. Estamos ficando estéreis e perdendo a conexão com o simples e essencial. A propaganda é implacável. E as crianças são as que mais sofrem. 

Como nos proteger? Recolhendo-nos por alguns minutos por dia, sintonizando-nos com a espiritualidade, aumentando nosso contato com a natureza, pisando no chão, pensando com o coração.

Podemos.

Vamos!"

Fernando Mansur, Escrita Divina, Edição do Autor, 2017, p. 167.
Imagem: Pinterest.