OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 2 de agosto de 2022

A ORIGEM E O PODER DA MEMÓRIA

"A memória é uma força maravilhosa. Toda memória humana provém da extraordinária memória de Deus. Por exemplo, você não consegue descrever todos os filmes que já viu desde que nasceu; entretanto, se eu lhe mostrasse um daqueles filmes outra vez, você imediatamente lembraria. A memória divina encontra-se latente dentro de você, sempre reconhecendo experiências passadas. Assim que revê a cena inicial, a história inteira volta à sua consciência. 'Oh, já vi este filme', você diz. 'Lembro-me de como terminava.' 

Como se pode reconhecer um filme - em todos os detalhes - visto há muitos anos? É que todos os acontecimentos são gravados no cérebro. Assim que você coloca a agulha da atenção no disco de determinada experiência, a memória começa a reproduzir o que foi vivido. Se pergunto onde estava sentado, quando nos reunimos aqui na quinta-feira passada, você se recorda e começa a lembrar-se de outros detalhes também. Se pergunto: 'Que foi que eu disse?' - minhas palavras começam voltar à sua memória. 

O poder interno da memória vem de Deus e é perfeito. Nunca esquece. A memória do homem comum não consegue reter a consciência de todas as experiências de uma só vez, mas a memória divina subjacente, retém tudo, simultânea e permanentemente. Portanto, memória fraca ou forte é uma questão de convicção. Você se convenceu de que tem memória fraca e, por isso, sua memória é fraca. Todavia, não é fácil saltar dessa crença para a oposta. Muito esforço será preciso até que se convença que sua memória de fato é, uma manifestação da memória de Deus, que tudo recorda. 

A memória humana mais excepcional não passa de um empréstimo da consciência ilimitada de Deus, onde estão registradas todas as aventuras de todos os seres humanos e de outras formas de vida."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 62/63)
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quinta-feira, 28 de julho de 2022

O QUE É O EU INFERIOR

"O eu inferior é o centro criador de nossas atitudes e sentimentos negativos, que se voltam contra nós mesmos e contra os outros, e que decorrem de nossa separação egocêntrica em relação à totalidade da vida. É a nossa defesa contra a dor, a nossa insensibilidade ao sentimento, o nosso desligamento de nós e dos outros. E é o negativismo que manifestamos como resultado dessa insensibilidade. 

Nós projetamos nos outros a imagem do 'inimigo', o que nos permite tratá-los tão mal, forçando-os a desempenhar um papel em nossos melodramas ocultos, em vez de respeitar a integridade que Deus lhe concedeu. O eu inferior deriva da falsa crença de que o nosso corpo/mente separado pode viver uma vida à parte do tecido constituído por todos os outros seres vivos, e do qual somos, na verdade, apenas um fio entrelaçado aos demais. A essência do eu inferior é a intenção negativa de ficar ao largo da totalidade da vida, e depois tornar grandiosa essa separação. 

O eu inferior se manifesta em diferentes níveis de consciência. No nível do ego, temos determinadas falhas crônicas de personalidade - por exemplo, competitividade, tendência à maledicência, tendência à crítica. No nível da criança interior, temos falsos conceitos e negatividade defensiva resultante das mágoas da infância. Ao sondar mais fundo, encontramos inclinações negativas da alma - para a vingança, a amargura ou o desespero, por exemplo - que se manifestam por meio de arraigados problemas da vida. Esses são aspectos do eu inferior que trazemos conosco para a encarnação atual, com a finalidade de purificá-los, Mais fundo ainda, o eu inferior se manifesta com o nosso apego coletivo ao controle e à separação. Em úlima análise, o eu inferior é tudo aquilo que em nós impede o fluxo livre e focalizado da energia divina - do amor e da verdade - através do nosso ser. 

Todo ser humano que vive na dualidade do plano terrestre resiste, em alguma medida, à entrega total a Deus. Resistimos à identificação plena com a nossa essência divina, com o fluxo de energia divina que é a nossa verdadeira natureza. A escolha da identificação com a resistência e com o ego separado cria a nossa capacidade para o mal." 

(Susan Thesenga - O Eu Sem Defesas - Ed. Pensamento-Cultrix, São Paulo, 2015 - p. 143)
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terça-feira, 26 de julho de 2022

A RAIVA DO EU INFERIOR

"A simples expressão 'Eu estou com raiva' é muito mais saudável do que as alternativas comuns expressadas verbalmente, ou com mais frequência sentidas em silêncio, tais como 'Odeio você', 'Você é isto e aquilo, veja o que fez comigo' ou 'Vou dar o troco'. Ódio, culpa, sensação de ser dono da verdade e vingança são infinitamente mais prejudiciais aos relacionamentos do que a simples admissão da raiva. 

A raiva só é uma expressão do eu inferior quando sua intenção se transforma da simples autoafirmação para o desejo de ferir, castigar ou destruir. A raiva que é expressa com violência ou que fermenta e se transforma em ódio ou desejo de vingança é sempre uma expressão do eu inferior. Se a raiva não for expressa depois de se acumularem muitas mágoas e ressentimentos, quase sempre ela é prejudicial e desperta o desejo de vingança. Esse tipo de raiva pode ser sentido proveitosamente no ambiente seguro do aconselhamento espiritual ou da terapia. Nessas condições, podemos conscientemente ir mais fundo na exploração dos sentimentos negativos, para obter pistas sobre suas mais remotas origens. 

Precisamos entender, contudo, que a metodização total da expressão da raiva é um objetivo irreal. Até a pessoa com mais consciência espiritual às vezes tem explosões de raiva que vem se acumulando há muito tempo ou que é semiconsciente. Uma explosão dessas pode nos alertar para os modos pelos quais as máscaras do amor ou da serenidade ainda podem estar ativas como defesas contra a nossa negatividade. Nossa tarefa, nesses casos, é sempre a mesma: aceitar e perdoar a nós mesmos e a nossos defeitos, e depois prosseguir na pesquisa das origens."

(Susan Thesenga - O Eu Sem Defesas - Ed. Pensamento-Cultrix, São Paulo, 2015 - p. 149/150)
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quinta-feira, 21 de julho de 2022

A RAZÃO DÁ AO HOMEM O PODER DE BUSCAR DEUS

"Deus existe. Ao ser humano, Ele conferiu independência, poder e razão. Por ser dotado de razão, o homem pode encontrar o Senhor. Passar todo o tempo apenas brincando com a vida, sem encontrar Deus, é desperdiçar o poder interior, divinamente concedido. 

Use a chave da razão. Ela não se encontra nas pedras e nos animais. Deus concedeu o raciocínio ao homem para que ele pudesse libertar-se da ilusão da mortalidade. Se permitir à sua razão ser esmagada pelo ego e pelos maus hábitos, de que lhe valerá isso? Se as pessoas se curvarem diante da sua vontade, de que lhe valerá isso? A felicidade ainda se esquivará de você. Por isso, Jesus escolheu Deus, e não Satã, quando o demônio procurava tentá-lo. Jesus compreendeu que, embora o poder mundano tenha muitos atrativos, não dura muito. Jesus encontrara algo maior do que todas as riquezas deste universo. As coisas desejadas pela maioria dos homens são perecíveis. Mas Deus nunca abandonará Jesus. Ele está, até hoje, deleitando-se com o reino divino onipresente. Todos nós deveríamos escolher a vida que conduz a Deus. 

Você está castigando a alma ao mantê-la sepultada, adormecida na matéria, vida após vida, apavorada com os pesadelos de sofrimento e morte. Perceba que você é a alma! Lembre-se de que o Senhor Infinito é o Sentimento por trás do seu sentimento, a Vontade por trás da sua vontade, o Poder por trás do seu poder, a Sabedoria por trás da sua sabedoria. Una, em perfeito equilíbrio, o sentimento do coração e a razão da mente. No castelo da calma, repetidamente se desprenda da identificação com os títulos terrenos, e mergulhe na meditação profunda, até atingir sua nobreza divina. 

Olhe para dentro de você mesmo. Lembre-se: o Infinito está em toda parte. Mergulhando nas profundezas da superconsciência,⁸ você pode acelerar sua mente pela eternidade afora; pelo poder mental, você pode ir longe, além da mais longínqua estrela. A lanterna da mente está plenamente equipada para lançar seus raios superconscientes no mais recôndito coração da Verdade. Use-a para isso.

Lembre-se: é você quem deve viajar para o reino dos céus; ele não virá por remessa especial. Cada homem tem de trilhar sozinho o seu próprio caminho. A partir de hoje, do fundo de seu coração, tome a decisão de buscar Deus. Quando muitos devotos tomarem o ruma para Ele, surgirão então os 'Estados Unidos do Mundo', ⁹ com Deus e o Seu amor como Diretor e Guia dos homens.

Quero dar mais do que a inspiração temporária das palavras; quero atirar granadas de sabedoria diretamente em sua escuridão espiritual, de modo que a explosão de luz permita a você mesmo verificar a verdade do que afirmei."

⁸ Consciência da alma, que é intuitiva e conhece tudo. A mente superconsciente é, assim, a faculdade onisciente da alma.
⁹ Como os estados da nação norte-americana mantêm, cada um, a sua independência e, todavia, estão unidos por ideais e objetivos comuns, assim também, se o reino de Deus deve descer à Terra, os diversos países do mundo devem unir-se em um vínculo de fraternidade e compreensão harmoniosa. 

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 10/11)
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terça-feira, 19 de julho de 2022

A ACEITAÇÃO DA NOSSA NATUREZA HUMANA IMPERFEITA

"Ser humano é ter defeitos e imperfeições. Todos nós cometemos erros, às vezes magoamos as pessoas que nos são mais próximas, e às vezes nos comportamos muito mal. No entanto, essa simples verdade parece-nos muito difícil de aceitar. 

Quando me conscientizo de que magoei minha filha por causa de um diálogo descuidado, eu me encolho por dentro, como que tentando me defender da dor que é parte inevitável da consciência de meus atos. Temos uma relutância ainda maior em aceitar as mensagens sobre os nossos defeitos vindas de outras pessoas. Imediatamente erguemos defesas, como se estivéssemos sendo fisicamente atacados. Na verdade, a reação fisiológica de defesa lutar/fugir, adequada a situções nas quais existe uma ameaça imediata de dano corporal direto, é usada para proteger a autoimagem idealizada, que precisa ter a aparênciade certa e boa, e não de errada e má. Esquivamo-nos de encarar nossos erros e defeitos porque eles são uma parte dolorosa, embora inevitável, de quem somos. Somente quando contenho o perfeccionismo é que consigo sentir a simples tristeza de ter magoado minha filha. Respiro profundamente afrouxo as defesas automáticas e sinto a simples dor. Somente assim consigo perdoar. Atinjo um nível mais profundo de autoaceitação.

Quando negamos nossos defeitos, nosso egoísmo, ficamos enredados na tentativa de parecer melhores do que somos e afastar a culpa pelas nossas dificuldades. 'Não foi culpa minha' é a primeira coisa que a criança em nós grita sempre que confrontamos com nossos erros. Quando acontece alguma coisa desagradável, respondemos internamente como a criancinha que ouve a voz da mãe chamando por ela depois que um terremoto abalou a casa. Sua primeira resposta é: 'Não fui eu, mamãe.' A criança dentro de nós tem medo de reconhecer que possuir qualidades más ou imperfeitas signifiquem que ela é unicamente má, ou que, sendo tremendamente má, ela será julgada ou rejeitada pelos 'outros' pais que, imaginamos, são responsáveis pelo nosso bem-estar. 

Por medo do eu imperfeito, criamos um eu máscara, um eu idealizado, o eu que pensamos que deveríamos ser, em vez de admitir que somos seres humanos imperfeitos. Todos nós respondemos prontamente 'vou bem' quando nos cumprimentam, por maior que seja a nossa depressão, por causa da crítica que o chefe acabou de nos fazer, ou a alegria por um recente sucesso profissional. Asseguramos prontamente a nós mesmos e aos outros que 'eu estou bem, sou competente, posso dar um jeito', por maiores que sejam a carência ou a infelicidade verdadeiras. Fui uma criança de desempenho acima do normal, ansiosa por parecer sempre inteligente e competente, conquistar o amor e garantir a aprovação de meu pai. Essa máscara continua aparecendo na adulta que sou sempre que me vejo 'agindo corretamente' e, portando, sendo melhor que os outros; por exemplo, quando cato o lixo que os outros jogam na estrada. 

Seja qual for a máscara criada - o bom menino, a boa menina, a mulher ou o homem poderoso, o aluno aplicado ou o professor confiante, a criança carente ou o adulto competente, o pesquisador ingênuo ou o cético experiente - ela é uma tentativa de nos colocarmos num plano acima dos defeitos e da dor, de negar nossa mediocridade e pequenez. Criamos uma máscara sempre que tentamos nos apresentar como pessoa mais amorosa ou poderosa, mais competentes ou carentes, mais compassivas ou céticas do que realmente somos naquele momento.

A fuga à experiência verdadeira do momento representa um enorme desperdício de energia que pode ser recuperada pelo simples ato de decidir aceitar-nos como realmente somos, em cada momento. Essa autoaceitação implica a compreensão da necessidade da máscara, criada para que a criança dentro de nós pudesse formar uma persona aceitável quando a autoestima parecia estar frágil ou ameaçada. 

À medida que aprofundamos o compromisso de ser honestos com nós mesmos e com os outros, criamos uma base mais sólida para a autoestima. Fazer um bom conceito de si mesmo passa a não depender mais de atender às exigências irrealistas de uma máscara perfeccionista; ao contrário, seu fundamento é a coragem de encarar a realidade humana imperfeita atual. O imenso potencial humano que temos só pode ser realmente nosso depois que ousamos ser exatamente e exclusivamente quem somos em cada momento, por mais mesquinha ou assustadora, grandiosa ou sagrada que seja a realidade temporária.

'Se você não aspirar a ser mais do que é, jamais ousará ser tudo o que você é.' Essas palavras, que me foram ditas há anos pelo Guia do Pathwork, continuam a me orientar."

(Susan Thesenga - O Eu Sem Defesas - Ed. Pensamento-Cultrix, São Paulo, 2015 - p. 25/26)
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