OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 15 de dezembro de 2020

COMO FUNCIONA A GRATIDÃO NA PRÁTICA

"A melhor forma de compreender o conceito de gratidão é dando um exemplo prático, imaginando uma situação trivial como pedir café. 

Em uma situação normal, você pede um café, recebe o que pediu, agradece de forma automática, paga e pronto. Fim da história. Porém, se ao trazer o café o atendente for solícito, entregar a bebida em uma xícara caprichada e adiconar um pequeno chocolate como agrado sua experiência será outra. Nesse caso, você recebeu mais do que imaginava. Seu agradecimento passa de mera educação e se transforma em um momento de surpresa e alegria. Você sai da cafeteria mais feliz e satisfeito. 

Entretanto, se você viver no 'piloto automático', ao receber essa atenção a mais, você pode nem perceber o que ocorreu. E, nesse caso, você não terá a chance de desfrutar o que lhe foi proporcionado pois não tomou conhecimento desta pequena atitude. Sua expressão, ao deixar o local, provavelmente vai ser a mesma com a qual entrou.

O sentimento de gratidão não é o equivalente a agradecer. O agradecimento é político, bem visto e gentil. mas ele pode ser bastante mecânico. A gratidão exige mais. Ela necessita uma percepção apurada de tudo o que acontece a sua volta para que, naquela circunstância você possa realmente desfrutar de uma honesta sensação de contentamento.(...)"

(Rodrigo Filla - Vertical - Julho/Agosto/Setembro/Ano 7/número 28)


quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

A VIDA TE DÁ MAIS DO MESMO


"Nosso cérebro entende que as coisas que colocamos foco são mais importantes e relevantes para nós. Por exemplo, se começarmos a reclamar da falta de dinheiro nossa mente acaba focando na falta, na escassez e no problema. Inconscientemente seu cérebro passa a dar valor para isso e, sem saber, você acaba se sabotando para não sair deste ciclo. Essa sabotagem vem em forma de desculpas, falta de atitude ou simplesmente gastando seu tempo e energia reclamando ao invés de encontrar as soluções.

Reclamação é o oposto de gratidão. Etimologicamente, reclamar vem da palavra 'clamar'. Esta, tem o significado de pedir intensamente. Reclamar significa clamar duas vezes. Na prática, ao reclamar, você está pedindo que o seu problema venha em dobro. Emquanto o foco das ações e pensamentos forem os problemas e quanto mais tempo você gastar reclamando, mais problemas você terá e maior será a importância deles na sua mente e na sua vida. 

O oposto também ocorre. Sempre que acontecimentos, gestos, palavras ou pequenos detalhes de nossas vidas são dignos de atenção e agradecimento nos condicionamos a ver o lado bom da vida. Isso faz com que nosso cérebro aumente o nível de dopamina, o neurotransmissor responsável pela sensação de bem estar, humor e prazer. Por consequência, quanto mais liberação de dopamina acontecer, mais satisfeitos e felizes nos sentiremos. E, dessa forma, mais desejamos nos sentir assim.

A situação não para por aí. O contentamento costuma se externar, interferindo na forma como conduzimos nossas relações e atitudes. Desta maneira, nos tornamos mais agradáveis, extrovertidos e abertos a novas oportunidades. 

A gratidão, é uma espécie de felicidade cíclica. Ela funciona mais ou menos assim:

1. Algo de bom acontece;
2. Percebemos, reconhecemos, desfrutamos e ficamos agradecidos por isso;
3. Nosso cérebro responde com a elevação de dopamina;
4. A sensação de prazer nos alegra, nos deixa com mais disposição, mais vívidos e otimistas;
5. Quem nos encontra com esse ânimo se alimenta de nossa alegria, deixando o clima mais interessante e saudável. (...)"

(Rodrigo Filla - Vertical - Julho/Agosto/Setembro/Ano 7/número 28)


terça-feira, 8 de dezembro de 2020

GRATIDÃO

"Quando falamos em gratidão as primeiras coisas que vêm a mente é agradecer alguém que nos fez um favor e ajudou de alguma forma ou ainda agradecer através de uma reza ou oração.

No entanto, gradidão é muito mais que isso. A gratidão é uma ferramenta poderosa para realizar transformações em nossas vidas. Estudos apontam que ao praticar a gratidão você terá melhorias no seu humor, nos relacionamentos interpessoais e até nas finanças. A gratidão também ajuda a ter uma saúde melhor, combatendo a depressão e evitando picos de ansiedade e nervosismo.

Gratidão tem a ver com crenças ou religião. Tem a ver com psicologia. Ela é uma mudança de postura e pensamentos. E isso que serve para qualquer um, basta praticar. 

Durante nossas vida, recebemos uma cota de problemas e bênçãos. Ao analisarmos friamente, os números de coisas boas ou ruins que enfrentamos durante toda nossa existência são parecidos entre todos nós. Eu, você, seu amigo que tem uma vida perfeita nas redes sociais: todos enfrentamos problemas diariamente e todos recebem coisas boas com a mesma frequência. Ou seja, não existem pessoas que atraem problemas. Não existe aquela pessoa que tem 'dedo podre' e tudo de ruim acontece apenas com ela. O que nos diferencia é a forma de lidarmos com essas situações. 

Pensando nessa cota de problemas e bênçãos, reflita: você gasta mais tempo com as coisas ruins ou desfruta mais as coisas boas? Fazendo uma analogia com uma metáfora famosa: para você o copo está meio cheio ou meio vazio? Isso pode parecer bobo, mas esse pensamento pode mudar completamente a sua vida.

Stephen Covey, escritor do best-seller Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes tem uma teoria bem simples chamada de princípio dos 90/10. De todas as coisas que acontecem em nossas vidas, apenas 10% não estão sob nosso controle. Não temos como controlar se está chovendo ou fazendo sol, se o trânsito está bom ou ruim ou se o cachorro do vizinho uivou durante a madrugada. No entanto, nossa reação sobre essas coisas define, nosso modo de viver, junto com os outros 90% de coisas que podemos controlar. (...)"

(Rodrigo Filla - Vertical - Julho/Agosto/Setembro/Ano 7/número 28)


quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

AS DISTRAÇÕES DA SOCIEDADE MODERNA QUE NOS AFASTAM DA VERDADEIRA FELICIDADE

"O termo tibetano para designar corpo é , que significa 'algo que você deixa para trás', como bagagem. Cada vez que dizemos 'lü', isto nos lembra que somos apenas viajantes, temporariamente abrigados nesta vida e neste corpo. Assim, no Tibete as pessoas não se distraíam muito gastando o tempo que tinham em tentar tornar mais confortáveis suas circunstâncias externas. Elas estavam satisfeitas se tivessem o bastante para comer, roupas sobre o corpo e um teto sobre suas cabeças. Continuar pensando obsessivamente em melhorar as próprias condições, como fazemos no Ocidente, pode tornar-se um fim em si mesmo e uma distração sem sentido. (...)

Às vezes penso que a maior aquisição da cultura moderna é sua brilhante promoção do samsara e suas estéreis distrações. A sociedade moderna me parece uma celebração de todas as coisas que nos afastam da verdade, fazendo difícil viver para ela e desencorajando as pessoas até mesmo de acreditar que ela existe. E pensar que tudo isso brota de uma civilização que alega adorar a vida, mas de fato a priva de qualquer significado real; que fala sem parar sobre fazer as pessoas 'felizes', mas de fato impede seu caminho para a fonte da verdadeira felicidade.

Esse samsara moderno alimenta-se de ansiedade e depressão que ele próprio fomenta, e para as quais nos treina e cuidadosamente nutre com um mecanismo de consumo que precisa manter-nos ávidos para continuar funcionando. O samsara é altamente organizado, versátil e sofisticado. Investe sobre nós de todos os lados com sua propaganda, criando à nossa volta uma cultura de dependência quase inexpugnável. Quanto mais tentamos escapar, mais nos sentimos enredar nas armadilhas que ele tão engenhosamente nos prepara. Como dizia no século XVIII o mestre tibetano Jikmé Lingpa: 'Hipnotizados pela mera variedades de percepções, os seres vagam infinitamente perdidos no círculo vicioso do samsara'.

Obcecados, então, por falsas esperanças, sonhos e ambições que nos prometem a felicidade mas conduzem somente à miséria, somos como forasteiros rastejando num deserto sem fim, morrendo de sede. E tudo que essa samsara nos oferece para beber é um copo d'água salgada, com o propósito de deixar-nos ainda mais sedentos."

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Palas Athena, São Paulo, 2000 - p. 40/41)


terça-feira, 1 de dezembro de 2020

UNIDADE NA DIVERSIDADE

"Somos todos seres humanos, mas alguns são homens e outros, mulheres. Aqui um negro, ali um branco, mas todos pertencemos à espécie humana. Nossas faces diferem, não vejo duas iguais, mas somos todos seres humanos. Onde está essa humanidade da qual nós fazemos parte? Vejo um homem ou uma mulher, de pele clara ou escura. Entre todas essas faces, sei que há uma humanidade abstrata, comum a todos. Posso não encontrá-la quando a procuro perceber, sentir e realizar, mas estou certo de que existe. Se há alguma coisa de que tenho certeza é esta natureza humana que temos em comum. Mediante a extensão desse conceito eu os vejo como homem ou mulher. 

Assim acontece com essa religião universal, que passa através de todas as diversas religiões sob a forma de Deus, que existe e perdura por toda a eternidade. 'Sou o fio que atravessa todas as pérolas', sendo cada pérola uma religião ou seita que dela derivou. Assim apresentam-se as diferentes pérolas, e o Senhor é o fio que as une, embora a maioria dos homens esteja inteiramente inconsciente disso.

Unidade na diversidade é o plano do universo. Como homem, você está separado do animal; como seres vivos, homem, mulher, animal e vegetal, são todos um; e como existência, vocês são uno com o universo. Esta existência universal é Deus, a Unidade suprema do cosmos. Nele somos todos um. Ao mesmo tempo, no plano da manifestação, as diferenças devem sempre permanecer.

O que nos faz criaturas com uma determinada aparência? A diferenciação. O equilíbrio perfeito seria nossa destruição. Suponha que a quantidade de calor nesta sala, cuja tendência é manter-se em difusão igual e perfeita, atinja esse poeliginto; o calor praticamente deixaria de existir. O que torna possível o movimento no universo? O equilíbrio perdido. A unificação da igualdade só poderá produzir-se por meio da destruição do universo, caso contrário é impossível. Além do mais, seria também perigoso. Não devemos desejar que todos pensem do mesmo modo; não haveria mais pensamentos para pensarmos. É justamente esta diferença, esta desigualdade, este desequilíbrio entre nós que constitui a verdadeira alma do nosso progresso e pensamentos. É preciso que seja sempre assim. 

Então, qual é, a meu ver, o ideal de uma religião universal? Não há de ser uma filosofia universal, nem uma mitologia única, nem um mesmo ritual ecumênico, comum a todas as religiões porque sei que este mundo, esta massa intrincada de mecanismos excessivamente complexos e espantoso, deve prosseguir funcionando com todas as engrenagens. Que podemos nós fazer?

Podemos fazer com que funcionem suavemente, diminuindo a fricção, lubrificando as engrenagens, por assim dizer. Como? Reconhecendo a necessidade natural de diferenciação. Assim como por nossa própria natureza reconhecemos a unidade, também devemos aceitar a diversidade. Precisamos aprender que a verdade pode ser expressa de milhares de modos igualmente legítimos. A mesma coisa pode ser vista de cem diferentes perspectivas e ainda continuar a ser ela mesma. (...)"

(Swami Vivekananda - O Que é Religião - Lótus do Saber Editora, Rio de Janeiro, 2004 - p. 28/30)