OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 7 de maio de 2020

O HOMEM REVESTIDO

Nós e o Mundo Espiritual"Já estamos com o homem completamente revestido de seus flamejantes corpos e disposto a colher novas experiências no mundo físico.

De per si, é o verdadeiro homem uma Inteligência imortal e espiritual a que se dá o nome de Mônada ou Trino Espírito, porque é o trino e um com o Logos ou Ishvara de quem seminalmente procede. É uma Consciência com três aspectos ou qualidades distintas, porém, inseparáveis. No Logos ou Ishvara estas três qualidades ou aspectos são: Existência, Sabedoria e Felicidade, simbolizados exotericamente em Brahmâ, Vishnu e Shiva da Trindade hinduísta. Na Mônada, inerentemente ternária, as três qualidades são: Existência, Conhecimento e Felicidade.

A eterna Mônada ou Espírito ternário, para desenvolver a sua interna semente da vida, se apropria de um átomo de matéria átmica no qual se manifesta como Poder ou Vontade; outro átomo de matéria búdica, no qual se manifesta como Sabedoria; e outro átomo de matéria mental, no qual se manifesta como Intelecto. Assim o Espírito ternário se converte na Mônada investida, ou seja em Atma-Buddhi-Manas, equivalente por suas qualidades à Vontade-Sabedoria-Inteligência. É o 'imortal Governador interno', a imortal Inteligência espiritual manifestada em sua verdadeira natureza e disposta a evolucionar a favor de experiências adquiridas nos três mundos inferiores, por meio de outros três corpos mais densos e mortais, de sorte que as ditas experiências lhe sirvam de alimento nutritivo a suas roupagens superiores. Assim diz simbolicamente Upanishad que os devas se alimentam dos homens. O átomo átimico se espraia ou se restringe à vontade da Mônada e forma uma roupagem simples e inteira. O átomo búdico atrai outros de sua mesma natureza que, interfundidos intimamente, formam uma roupagem radiante de indescritível fulgor. O átomo mental também atrai outros de sua índole e forma uma roupagem mais compacta, parecida a um tecido, que é a do Intelecto. Assim a Mônada, o homem verdadeiro, passa de uma vida para outra sem nascimentos nem mortes nos superiores mundos causal, búdico e átmico. É aquele que 'despojado de todos os sentidos brilha com as qualidade de todos eles, se move e se prende sem pés nem mãos, vê sem olhos e ouve sem ouvidos'. É o glorioso Governador.¹⁴ Também 'o consumidor de alimentos',¹⁵ do alimento da experiência.

A fim de colher experiências, imerge sua vida no mundo mental inferior e se apropria de uma molécula de cada uma das densidades de matéria mental inferior, análogas à das densidades búdica, causal, mental e física, com as quais, segundo expusemos no primeiro capítulo, se constrói, auxiliado pelo deva, um novo corpo mental apropriado para expressar as experiências de índole mental adquiridas durante a sua permanência no mundo celeste. É um corpo repleto de gérmens ou embriões de faculdades que ele tem de aduzir em sua próxima vida terrena entre as influências, já estimulantes, já deprimentes, com que tropeça nas pessoas e coisas circundantes. Por meio deste corpo, o Intelecto se esforçará em seu corpo causal em utilizar o antigo conhecimento e a adquirir outro novo. Por meio do corpo búdico o homem atua para formar o corpo astral, cujas mais puras moléculas estão em analogia com suas correspondentes no corpo mental, porque a união do amor e do conhecimento desenvolve a sabedoria em seu devido tempo. Também no corpo astral estão embrionárias as qualidades emotivas e passionais, e igualmente ver-se-ão estimuladas ou deprimidas pelas experiências que o homem encontre em seu ambiente.

Quanto ao corpo físico, já dissemos que o homem tem de aceitá-lo segundo o deva o modela, a fim de que, como órgão de atividades físicas, sirva para extinguir a porção de karma regulado e designado para a imediata vida terrena. O corpo físico pode ser um estorvo embaraçoso ou um instrumento harmonioso. As ações do homem em vidas passadas determinam seu ambiente na atual, assim como seus pensamentos determinam seu caráter, suas emoções e paixões e seu temperamento. Desta forma empreende a alma peregrina, o morador do corpo, seu caminho para percorrer a etapa terrena de sua viagem, ao retornar a este mundo pela porta do nascimento."

¹⁴. Svetashvataropanishat, III, 17-20.
¹⁵. Brhadaranyakopanishat, IV, 24. 

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 41/43)

terça-feira, 5 de maio de 2020

O CORPO FÍSICO

TRANSFORMANDO O SEU CORPO FÍSICO EM UM SAGRADO CORPO DE LUZ ..."O homem não intervém na construção deste corpo. Os devas vivificam o átomo físico permanente, assimilando nele substância terrestre mineral, vegetal ou animal e o misturam entre os alimentos do pai escolhido para o próximo nasciturno. Do pai passa para o átomo permanente à mãe eleita, e no momento da concepção, começa o deva encarregado do serviço a construir o corpo físico, regulando-se pela planta ou esboço que os Senhores do Karma lhes confiaram para modelar a matéria física em forma adequada ao esgotamento do karma de forma regulada durante a vida física. Desta matéria elaboram-se os órgãos sensorias relacionados com os centros do corpo astral, e o cérebro ou órgão da mente relacionados com o corpo mental. O corpo físico é o que vive menos, pois fica abandonado e inutilizado com a morte física. Assemelha-se a um abrigo, manta, capa ou gibão de contínuo de repartição, porque todas as noites nos desprendemos dele durante o sono, muito embora mantendo com ele um magnético laço de relação; e enquanto o corpo físico dorme, podemos atuar revestidos dos corpos astral e mental no mundo astral, donde vemos os nossos amigos, auxiliamos os desvalidos, consolamos aos tristes e praticamos o amor e a misericórida, ou também, o ódio e a crueldade se estivermos sob o domínio de paixões.

O homem pode aprender a viver livremente no mundo astral e aumentar a receptividade do cérebro às vibrações superfísicas, porque o corpo de carne não constitui forçosamente um cárcere, e sim pode ser uma habitação cuja chave o homem possua. O corpo físico é o único que a maioria das pessoas está constantemente tomando e desejando, muito embora não se apercebam dele em sua rotineira vida terrena."

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 37/38)

quinta-feira, 30 de abril de 2020

O CORPO DOS DESEJOS

Arquivo para corpo de desejos - Gnosis Online"Emprego aqui a palavra desejo em seu significado geral, muito embora se possa aplicar à atração ou repulsão de múltiplos objetos. A consciência procura desfrutar o prazer e evitar a dor, motivo por que propende para os objetos de prazer, recusando os dolorosos. O prazer pode elevar o homem a um supremo êxtase de amor, devoção e sacrifício, ou atirá-lo ao mais profundo plano de luxúria bestial, ou dizendo melhor, infrabestial, pois raramente se constata dor ou prazer no reino animal. Do mesmo modo como o homem pode se elevar acima do bruto, também pode se depravar até muito abaixo dele. Sempre que o desejo de prazer busque um objeto prazeroso, a consciência tem de dispor de um centro sensorial para a tentação e de um órgão também sensorial para a atividade.

Os centros sensoriais estão no corpo dos desejos ou corpo astral, e os órgãos sensoriais no corpo de ação ou corpo físico. Os sutilíssimos desejos em que intervém poderosamente o pensamento se chamam emoções, e a matéria de que estão formados os centros sensoriais é do grau mais sutil do mundo astral, muito embora também se encontre nele matéria mental interfundida com o astral, da mesma sorte que o éter interpenetre os sólidos, líquidos e gasosos do nosso corpo físico. A matéria astral de grau mais denso e grosseiro serve para expressão dos desejos ignóbeis e maus.

Quando o homem, ajudado pelo seu deva ou anjo custódio, chega a certo ponto na construção do seu corpo mental, vivifica o núcleo de matéria astral que consigo reteve latente e inativo durante sua larga permanência no mundo celeste.¹³ As Escrituras hinduístas dizem que este núcleo de matéria astral se oferece a Parjanya, o deva da chuva ou da água. Em todas as religiões a matéria astral está simbolizada pela água, e portanto na citada frase se usa a água como símbolo do corpo astral ou segunda roupagem do homem. É o corpo instrumental da consciência Svapna ou superfísica que atua durante o sono comum do corpo físico, e o homem o conserva até sua passagem do mundo astral para o mundo mental depois da morte física. Está o novo corpo astral construído em congruência com o mental já parcialmente formado, pois deve ser formado logo em seguida, da mesma forma que se ajustam em um mesmo tom os bordões e primas de um violino. Se existe discordância embora passageira, dela resultará muitas aflições. 

Também esta segunda roupagem intercepta ou eclipsa algumas faculdades da consciência, que não encontram na matéria astral a plasticidade suficiente para todas as suas manifestações mentais. Os apetites, concupiscências, desejos, paixões, vícios e emoções têm no corpo astral seu campo de manifestação, e suas violentas vibrações afetam o corpo físico até o ponto de ocasionar fenômenos de que trataremos mais adiante."

¹³. Em termilogia teosófica chamam-se átomos permanentes os núcleos de matéria mental, astral e física que o verdadeiro homem retém consigo de uma a outra vida.

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 35/37)

terça-feira, 28 de abril de 2020

INTERCEPTAÇÃO DE POTÊNCIAS

CHAVES PARA A SABEDORIA: PURIFICAÇÃO DO CORPO MENTAL¹"O corpo mental intercepta algumas potências ou faculdades da consciência atuante no corpo causal, o que quer dizer que esta consciência se enfraqauece e eclipsa em certa graduação. Não pode ver atrás de si o caminho que percorreu, pois o intercepta o novo corpo mental. É o mesmo que se tivéssemos em torno da cabeça vários olhos para ver ao mesmo tempo em frente, atrás e dos lados, e ao nos investirmos do corpo mental, se nos tapassem todos os olhos menos os da frente. Também pode ser comparado à descida, por um escada de caracol, de uma torre com muitas janelas em suas paredes, pelas quais a cada volta da espiral não veríamos o panorama que tivéssemos apreciado das anteriores. As faculdades da consciência necessitam de órgãos elaborados com a matéria do mesmo mundo em que há de funcionar. Cada corpo que se sucede é uma nova limitação ou decréscimo de nossa vista espiritual."

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 35)

quinta-feira, 23 de abril de 2020

A ROUPAGEM DOS CORPOS

O perispírito e suas modelações – Espiritismo e Conhecimento"Explicando o motivo de troca do usual ponto de partida, consideremos o homem no final de um ciclo de vida, quando já assimilou todas as experiências que levou consigo para o mundo celeste, experiências estas colhidas na sua última estada na terra. Seu corpo mental está desgastado e já não lhe serve. O Espírito imortal, o homem verdadeiro, reconcentra em si as capacidades dimanantes das experiências mentais, emocionais e físicas adquiridas nos mundos inferiores, armazena-as potencialmente e as assimila atuando sobre elas durante um período mais ou menos longo, segundo o maior ou menor desenvolvimento de sua consciência. Em seguida dirige a atenção para fora de si, e mediante um núcleo de matéria mental que reteve como laço remanescente, atrai da massa de matéria do mundo mental, uma porção de qualidade adequada ao prosseguimento e desenvolvimento de suas potências. Com esta porção atraída, de radiante e refulgente matéria, elabora um corpo mental muito melhor do que o abandonado por imprestável, e mais apropriado para atualizar as superiores potências extraídas durante sua longa vida celeste. De outra forma, dispõe os órgãos do novo corpo para o desempenho das funções mentais durante toda vida que começa, porque de dia para dia, de ano para ano, no completo ciclo da nova existência em que entra, o dito corpo mental deverá lhe servir de instrumento de manifestação nos mundos inferiores.

Apesar de tudo isto, limita-se consideravelmente a autoexpressão do verdadeiro homem. Seu novo corpo mental está plasmado com matéria das diversas densidades: sólida, líquida, gasosa e etérea da matéria do mundo mental; e como não as tenha levado ao realizar as experiências de sua vida anterior, delas não se recorda. É o novo corpo mental uma criação de suas artísticas faculdades como Espírito imortal, e caso esteja bastante evolucionado, será capaz de infundir no referido corpo mental algumas de suas inerentes recordações e algo de suas peculiares faculdades divinas que relampaguearam no cérebro físico com os fulgores do gênio. O verdadeiro homem é a supraconsciência na mais ampla acepção desta palavra, conforme veremos mais adiante. Entretanto, consideremo-lo como elaborador dos corpos que lhe hão de servir de roupagem ou instrumento de manifestação nos mundos inferiores. Convém acrescentar que até aí não está o homem muito evolucionado, guiam-no na elaboração do seus corpos os anjos ou devas do sétimo céu. Diz uma escritura hinduísta; 'Os devas oferecem fé a este fogo. Desta oferenda surge o rei Soma.'¹² A fé significa o núcleo de matéria mental retido pelo homem de uma à outra vida. O rei Soma simboliza o novo corpo mental. A ulterior descida está também indicada nos Upanishadas, conforme veremos.

O corpo mental é a primeira roupagem do homem ao descer do ciclo para a terra. Não obstante, a palavra descida somente pode ser empregada no sentido figurado, porquanto os mundos se interpenetraram mutuamente e o ciclo está sempre ao redor de nós, muito embora a roupagem física nos separe dele e nossa consciência não o perceba através da densa matéria dos corpos físico e astral. É como se andássemos às cegas em pleno sol com uma espessa venda sobre os olhos."

¹². Brhadaranyakopanishat, VI, II, 9.

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 33/35)