OBJETIVOS DO BLOGUE
Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.
Osmar Lima de Amorim
terça-feira, 25 de fevereiro de 2020
A TENACIDADE DOS HÁBITOS
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020
ENTENDENDO O SOFRIMENTO
terça-feira, 18 de fevereiro de 2020
O DESPERTAR ESPIRITUAL
O condicionamento pode ocorrer sob quaisquer circunstâncias quando o medo da liberdade está à espreita. É engano acreditar que o condicionamento é causado por circunstâncias ou coisas particulares - organizações, cerimônias, ambientes ou ensinamentos. Esses são fatores relativamente menores; o verdadeiro problema é o medo e a dúvida sobre a liberdade interior ser plenamente desejável. Qualquer coisa pode condiconar a mente quando lhe falta percepção, e nada consegue condicioná-la se está alerta e aberta ao que está acontecendo. Os textos antigos, particularmente, mencionam um condicionamento corporal, ambiental, societário, escritural e verbal. Com a percepção, o impacto de todas essas influências será visto, e portanto a ação se tornará inteligente.
O livro Luz no Caminho declara que a inteligência é imparcial. Todo tipo de condicionamento, seja sutil ou grosseiro, é um empurrão numa determinada direção, e portanto não é imparcial. Experiências passadas incrustadas na memória fazem nascer reações mecânicas que afetam a mente tanto quanto as influências que exercem pressão 'de fora'. Imparcialidade é estar liberto de empurrões e pressões; é o estreito e direto caminho do meio entre todos os opostos.
No Dhammapada, que acreditamos conter as palavras de Buda, há uma seção sobre o estado de percepção que protege a pessoa de cair no erro. As reações e o comportamento desatento muitas vezes embaralham os relacionamentos. Palavras são ditas involuntariamente por causa de pressões internas. Um surto de mau humor ou de emoções exageradas leva a pessoa a um ponto onde ela realmente não quer estar. Depois pode haver arrependimento ou a consciência de ter perdido o controle, mas então já terá surgido uma trilha de maus sentimentos, incompreensões e desconfiança. O remédio é a atenção, que reduz e depois põe fim a essas reações.
A mente deve ser estabilizada pela atenção. Um verso do Dhammapada diz que as pessoas imaturas, infantis e pouco inteligentes se descuidam disso, enquanto as inteligentes consideram a percepção a maior riqueza. Quando há um estado de mente atento e vigilante, que é um sinal de inteligência, o resultado é um modo de viver correto, ordenado e disciplinado. Essa pessoa inteligente é comparada a uma ilha que nenhuma enchente consegue submergir, a uma chama que não tremula ao vento.
A percepção é a base da felicidade e da paz. Como assinalou Krishnamurti, as mágoas não são causadas pelas pessoas, mas pela autoimagem que é perturbada. Nenhum comentário indelicado nem lisonjeiro muda o que a pessoa verdadeiramente é. Ninguém se torna mais sábio porque alguém diz que ele é sábio, nem mais tolo porque alguém diz que ele é tolo. É o quadro de si mesmo projetado pelo pensamento que é afetado, causando ofensa ou satisfação. Uma mente firme e inteligente é aquela que compreende que esses problemas são autocriados, e por isso é livre de agitação, capaz de se transformar. Transformação e crescimento da compreensão só nascem da percepção, jamais através do condicionamento, pois condicionamento significa não percepção."
(Radha Burnier - O medo da liberdade - Revista Sophia, Ano 16, nº 76 - p. 12/14)