OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 10 de outubro de 2019

A IDEOLOGIA IMPEDE A AÇÃO

"O mundo está sempre próximo de catástrofe. Mas agora parece estar ainda mais próximo. Observando a catástrofe que se aproxima, a maioria de nós a abriga na ideia. Achamos que essa catástrofe, essa crise, pode ser resolvida por uma ideologia. A ideologia é sempre um impedimento ao relacionamento direto, o que também impede a ação. Queremos a paz apenas como ideia, mas não como realidade. Queremos a paz no nível verbal, ou seja, no nível do pensamento, que orgulhosamente chamamos de nível intelectual. Mas a palavra paz não significa paz. A paz só pode existir quando cessar a confusão que o homem criou. Estamos ligados ao mundo das ideias e não à paz. Buscamos novos padrões sociais e políticos, não a paz. Estamos preocupados com a reconciliação dos efeitos, e não em pôr de lado a causa da guerra. Essa busca trará apenas respostas condicionadas pelo passado. E esse condicionamento é o que chamamos de conhecimento, experiência; os fatos recentemente alterados são traduzidos e interpretados segundo esse conhecimento. Então, há conflito entre o que existe e a experiência que foi acumulada. O passado, que é o conhecimento, estará sempre em comflito com o fato, que sempre está no presente. Portanto, isso não resolverá o problema, mas perpetuará a condição que o criou."

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 66)


terça-feira, 8 de outubro de 2019

EMPREGO DOS TALENTOS

"Se você é dono de uma cadeia de jornais, não se esqueça de que é dono apenas durante algum tempo; o investimento que Deus lhe confiou é de liquidez absolutamente imprevisível.

A qualquer hora, tudo que supõe possuir pode ser definitivamente perdido. Ninguém é eterno, portanto, a posse, seja do que for, também não é.

Se você tem apenas uma vassoura para limpar as ruas, como empregado da limpeza urbana, não se esqueça de que o Investidor lhe confiou este tão pequenino talento para você fazer render.

Num e noutro caso, a verdade é que o Investidor vai cobrar a renda do investimento. E nisto o magnata que nada rendeu, que esperdiçou ou desviou o investimento, terá muito a lamentar, enquanto que o humilde gari, se fez render o pouquinho que lhe foi confiado. 'entrará na alegria do Senhor'.

Ajuda-me, Senhor, a gerenciar
bem o que me confiaste."

(Hermógenes - Deus Investe em Você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1985 - p. 57/58)


quinta-feira, 3 de outubro de 2019

CRESCIMENTO DA ESPIRITUALIDADE

"(...) Todas as coisas crescem em ciclos. Um dia segue outro dia, uma primavera segue outra primavera, uma vida na escola da Terra segue outra vida, até que o maior de todos os ciclos seja concluído, e o espírito volte para Deus que foi quem o deu. 'Quando aquele que o tirou da profundeza sem limite, volta mais uma vez para casa.' (Tennyson) De um estado primário de inocência, ele come o fruto da Árvore do conhecimento do bem e do mal, isto é, entre o contínuo jogo dos pares de opostos, desenvolvendo a autoconsciência e a automotivação e, chegada a hora, comendo da outra Árvore, a Árvore da imortalidade consciente.

A palavra sânscrita vritti significa aproximadamente 'comprimento da onda.' Todas as formas e os fenômenos da Natureza são 'comprimentos de onda' - o princípio da limitação - visível ou não para os olhos físicos. Talvez possamos agora compreender a definição de H.P.B. sobre espiritualidade: 'o poder de perceber essências espirituais sem forma.'

Penso que isso quer dizer também se erguer acima dos pares de opostos e, no fim, ficar imune a eles. Os pares de opostos não são reais. Eles existem para ajudar nossa autoconsciência a evoluir. No mundo do Real não há nem bem nem mal, nem sagrado nem profano, mas um poder forte, santo, glorioso e eterno, levando o homem para sua final bem-aventurança e realização.

Mas não podemos destruir nosso egocentrismo combatendo-o. O que apenas o acentuaria. É melhor 'transcendê-lo.' Desistamos de pensar tanto sobre nós mesmos, ou de nos preocuparmos com o que acontece a esse pequeno eu e em seu lugar pensemos mais sobre 'o grande, o sublime, o belo, que são a sombra de Deus na Terra' (Mazzini). A meditação clássica do Senhor Buda diz-nos: Antes de tudo ajustemos nossos corações, de modo que ambicionemos a felicidade e o bem-estar de todos os seres, incluindo mesmo a felicidade de nossos inimigos. Depois representemos vividamente para nós mesmos todos os desgostos e as incapacidades dos outros, até que uma profunda compaixão comova nossa alma. Outra vez pensemos sobre a alegria e prosperidade dos outros, regozijando-nos por sua boa fortuna. Por último, nos ergamos em pensamento acima do amor e do ódio, da fortuna e da necessidade, do sucesso e do fracasso etc, encorajando nosso próprio destino com calma e imparcial e tranquilidade perfeita.

Essa estrutura da mente, se nos for possível verdadeiramente alcançá-la, irá livrar-nos de muitos desgostos. Não cogitaremos quem é importante ou quem não é importante, ou se somos importantes, ou se não somos importantes. O Mestre diz que o crescimento da espiritualidade nos fará 'indiferentes ao fato de sermos fortes ou fracos, instruídos ou não instruídos.' Aos olhos do espírito não há pequeno em grande. Tudo é amado, tudo é importante. (...)"

(Clara Codd - As Escolas de Mistérios - Ed. Teosófica, Brasília, 1998 - p. 142/143)
www.editorateosofica.com.br


terça-feira, 1 de outubro de 2019

COMPAIXÃO: A BASE PARA A PAZ (PARTE FINAL)

"(...) Quando há compaixão no coração a Terra parece um lugar de mais beleza e riqueza. Há uma mudança externa, e as qualidades da paz e da compreensão começam a se disseminar. Sem o crescimento da compaixão  no coração e na mente de uma pessoa, o impacto não será sentido pelas outras pessoas que entram em contato com sua fonte. Elas veem apenas o ser humano comum, talvez mostrando algumas diferenças no nível externo. Quando a compaixão chega ao ponto onde seu impacto transparece no exterior, é sinal de que existe uma riqueza interior que cresce e se torna manifesta em forma de paz e compreensão.

A compreensão é resultado de uma atitude compassiva: refere-se à resposta normal de uma pessoa em que a paz é predominante. Pode haver paz mesmo quando uma outra pessoa incide em erro. Aquele que possui compreensão responde pacificamente a tudo, mesmo às afirmações ou às ações de alguém que não tenha as qualidades que geraram a paz. Isso porque ela sabe que, em longo prazo, mesmo aqueles que não sabem o que fazem no presente um dia aprenderão.

A histório de Buda, ao se defrontar com a violência de Angulimala, é um exemplo que serve para mostrar isso. Angulimala era um homem que costumava roubar as pessoas e matá-las sempre que tinha vontade. Ele se aproximou de Buda com essa atitude, fazendo com que todos à sua volta fugissem. Buda era tão digno e compassivo que a violência em Angulimala arrefeceu e as tendências criminosas converteram-se em atitudes de devoção, em vontade de aprender com o mestre. Essa história, como tantas outras, não deve ser considerada literalmente, mas simbolicamente.

Com o tempo, até mesmo o terror, a incerteza e as más inteções desaparecem quando defrontadas com a compaixão e as qualidades gentis de uma pessoa espiritualizada. O bem é eterno, enquanto o mal é efêmero. O bem triunfará sempre, e as pessoas que são verdadeiramente compassivas sabem disto. Esse é um dos importantes ensinamentos transmitidos por Buda de várias maneiras.

Tanto a compreensão quanto o sentimento de paz se tornarão parte de qualquer civilização onde as pessoas se empenhem no processo de assimilar os ensinamentos da compaixão como uma virtude fundamental. Ela deve ser considerada como uma base sólida para todas as coisas que precisam ser feitas durante nossa trajetória no mundo físico. A compaixão não é tema apenas para pessoas religiosas, nem para ser praticada quando alguém está se sentindo mais compreensivo com relação a uma outra pessoa. É uma qualidade a ser praticada o tempo inteiro, com a plena certeza de que o resultado será o progresso na direção da perfeição de todos os homens e mulheres."

(Radha Burnier - Compaixão: a base para a paz - Revista Sophia, Ano 12, nº 48 - p. 22/23)


quinta-feira, 26 de setembro de 2019

COMPAIXÃO: A BASE PARA A PAZ (1ª PARTE)

"A compaixão é a base para se viver como um verdadeiro ser humano. O que geralmente consideramos viver é apenas uma parte mecânica da vida, que deve ser entendida como um terreno onde a compaixão nasça, é nutrida e floresce, levando o ser humano à plenitude de seu potencial.

A palavra compaixão sugere um sentimento apaixonado por aquilo com que se entra em contato. Mas o que quer dizer um sentimento apaixonado? Ele sugere a unidade de que falamos ao contemplar a Teosofia. Essa unidade não é apenas mental, nem apenas sentimental, por mais profunda que possa parecer. É, na verdade, uma percepção que inclui tudo, que faz a pessoa compreender as necessidades do outro, mesmo que o outro não compreenda a sua própria vida. É uma paixão, não simplesmente um sentimento. Os sentimentos podem ser superficiais e mudar de tempos em tempos: essa é a sua natureza. Mas a paixão que trabalha por todas as pessoas e coisas, e através delas, é algo que nunca muda. Ela busca o progresso e a perfeição de todos os seres.

Progresso e perfeição têm a ver não apenas com o lado físico e mecânico de um indivíduo, mas com o senso de unidade que surge das profundezas e exige que todos desfrutem de felicidade e beatitude. Portanto, a compaixão busca não apenas a satisfação das necessidades físicas, emocionais e intelectuais, mas exige uma visão ampla e clara do crescimento de cada pessoa. Em conformidade com essa visão, cada indivíduo crescerá e florescerá segundo sua própria natureza, mas em unidade com a natureza dos outros. Certamente isso torna o todo muito maior do que suas partes. O todo é imaginavelmente belo, mostrando diferentes facetas em diferentes momentos. O atingimento dessa unidade é parte do destino humano. Quando ela é alcançada, do ponto de vista da evolução, o homem verdadeiramente se torna o que deve ser.

Antes de chegar a esse ponto, temos que aprender muito. O processo ocorre lentamente. São necessárias muitas encarnações antes que cada pessoa passe por experiências suficientes e finalmente chegue ao conhecimento interior que começa a lançar luz sobre as experiências. Esse processo, visto por olhos ignorantes, parece não existir, ou essa experiência não parece ocorrer como imaginada, e cada encarnação parece não ter sentido. Mas mesmo então, a alma - um termo que usamos por falta de outro melhor - reconhece alguns aspectos da verdade, sem conhecê-la no nível externo.

O valor de uma encarnação após uma longa jornada é que a pessoa chega ao ponto onde começa a compreender o que tem que aprender. Ela então aprende muitas coisas a respeito da vida do plano físico. Entende que tem que aprender, mesmo quando não sabe o que é realmente importante no aprendizado.

Uma das coisas que ela começa a aprender é a compaixão, através de sofrimentos de vários tipos. Ela compreende que, quando a atitude da pessoa não tem a qualidade compassiva, é provável que venha o sofrimento. Quando está presente, a compaixão planta as sementes da paz e da compreensão, e permite que elas cresçam. Esse processo leva muito tempo. As sementes ficam sob o solo e não são vistas. Elas podem ter que passar um período sob a terra inculta antes de germinar, brotando do solo do desconhecido. Da mesma forma, o resultado de se praticar a compaixão pode permanecer oculto, para um dia emergir do desconhecido e se tornar visível. A pessoa compreende que esse é o único caminho para a verdadeira paz entre as pessoas de características diferentes. Podem dizer que esse é o início de um novo padrão. (...)"

(Radha Burnier - Compaixão: a base para a paz - Revista Sophia, Ano 12, nº 48 - p. 21/22)