OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 16 de março de 2018

FORME BONS HÁBITOS

"Passo a passo, você atingirá o fim da estrada. Um bom ato seguido por outro conduz a um bom hábito. Escutando, você é estimulado a agir. Decida agir; junte-se somente com pessoas boas; leia somente livros elevados; forme o hábito de namasmarana (repetição do nome do Senhor) - e, então, a ignorância (ajnana) automaticamente desaparecerá. Anandam (Bem-aventurança), que crescerá dentro de você, pela contemplação sobre Anandaswarupa (a forma divina que personifica a bem-aventurança), afastará toda aflição e toda preocupação.

Esta proximidade é ganha pelo bhaktha (devoto), o qual não pode estar firme, exceto após a anulação do 'eu' e do 'meu'. Quando um preso é conduzido de um lugar a outro, é escoltado por dois policiais. Não é? Quando o homem que é prisioneiro nesta cadeia² se move de um lugar a outro, é também acompanhado por ahamkara (egoísmo) e mamakara (possessividade). Quando ele se movimenta sem estes dois, esteja certo, ele é um homem livre, libertado da prisão."

² ',,,nesta cadeia...' - a cadeia de nascimentos e mortes, isto é, samsara.

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 52)


quinta-feira, 15 de março de 2018

NÃO JULGUEIS

"Sempre que exprimimos uma opinião sobre algo, estamos julgando com base em nossas crenças e preconceitos. Sempre que o pensamento classifica uma coisa desta ou daquela maneira, estamos julgando com base no sistema de avaliação de nosso ego. Sempre que decidimos agir de determinada maneira, fundamentados no que achamos certo ou errado, julgamos a situação. Toda vez que reagimos com sentimentos de cólera, apreensão, repulsa ou indiferença, fazemos isso em resposta a um julgamento da situação. E mesmo quando decidimos que o dia está bonito, que realmente gostamos de salada de batata, que uma viagem à Tailândia seria uma ótima opção de férias, agimos em consonância com a função crítica da mente.
  • Quanto de seu dia é preenchido com pensamentos críticos?
  • Até que ponto seus pensamentos o distanciam de sua natureza búdica?
  • Em que grau seus pensamentos se baseiam no medo e, por isso, fazem-no sofrer?
  • Como seria sua vida se você parasse de julgar tudo e todos, aceitando-os tais quais são?
Pelos próximos dias e semanas, sugiro que você se discipline observando o fluxo de seus pensamentos tanto quanto possível, para determinar com quanta frequência se entrega ao hábito de julgar. O próprio ato de examinar os hábitos mentais que provocam sofrimento estimula um arroubo de superação desses hábitos. O exame já é uma resposta. Eis aí uma das dinâmicas primordiais do poder da meditação."

(John Selby - Sete Mestres, Um Caminho - Ed. Pensamento-Cultrix Ltda., São Paulo, 2004 - p. 97/85)


quarta-feira, 14 de março de 2018

COM SABEDORIA E DISCERNIMENTO, RESGATE SUA LIBERDADE

"Resgate sua liberdade. Você consegue cumprir as decisões que toma? Se não consegue, está preso ao karma. Mas se tem conseguido fazer o que se propõe a fazer, guiado pelo discernimento - e não pelas influências do karma passado ou presente -, então isto é liberdade. Julgue tudo de acordo com o ponto de vista do discernimento e da sabedoria. Não permita que suas ações sejam governadas pelo hábitos nem pela obediência cega aos costumes sociais ou ao que as outras pessoas pensam. Seja livre.

De vez em quando você vê uma pessoa livre - alguém que não vive a vida dos outros, que é livre porque suas ações só são influenciadas pela sabedoria. Esta é a marca da grandeza de Mahatma Gandhi. Quando ele foi à Inglaterra e visitou o casal real, não se vestiu formalmente como era o costume. Foi recebido pelos reis usando uma simples tanga de pano e um xale, como se usava nas aldeias indianas. Ele desfruta de grande liberdade porque vive seus ideais e não está preso aos costumes da sociedade.

Sempre que você fizer alguma coisa, pergunte a si mesmo se é só por causa do que os outros podem pensar de você ou se é porque está seguindo a sabedoria e o discernimento. Este é o critério que uso para agir. Mesmo como americanos nascidos livres vocês não conhecem a verdadeira liberdade. Muitos acham que fazer o que querem é a liberdade - mas a verdadeira liberdade está em fazer o que se deve fazer no momento em que aquilo deve ser feito. Do contrário você é um escravo. Seja influenciado apenas pela sabedoria. Se não conseguir isso, permanecerá escravo por séculos de encarnações.

Agora, seguir a verdade não quer dizer que você precia atacar os outros com suas convicções. Compartilhe a verdade somente quando for pedida ou bem-vinda. Do contrário, aprenda a ficar em silêncio, mantenha suas opiniões para si mesmo. Mas quando achar que deve falar, fale. Enfrente o mundo inteiro, se necessário. Galileu afirmou que a Terra gira em torno do Sol e foi crucificado por isto. Posteriormente se descobriu que ele estava certo. Mas nunca faça nada só por orgulho; isto o fará cair."

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a Autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 234/235)


terça-feira, 13 de março de 2018

BEATITUDE

"(4:38) Seguramente, nada há neste mundo que santifique tanto quanto a sabedoria. No devido tempo, todo devoto bem-sucedido em suas práticas perceberá, no próprio Eu, a verdade do que acabo de dizer.
(4.39) O devoto imerso no infinito, com os sentidos sob controle, alcança a sabedoria e obtém aquilo que sabe, desde logo, ser a paz perfeita.

Os devotos que supõem um conflito entre amor religioso, autocontrole yóguico e sabedoria verdadeira (em oposição à intelectual) não logram perceber que todos esses caminhos (devoção, prática, yóguica e calmo discernimento) são meros aspectos de uma mesma verdade que resultam na mesma conquista.

A palavra para devoção neste sloka é shraddha, geralmente traduzida por 'fé'. Refere-se ao tipo de devoção que não mantém Deus a distância implorando-Lhe favores, mas que, à semelhança de uma seta, voa direto para o alvo de Seu amor divino como tendência natural do coração a buscar sua Fonte verdadeira, intuitivamente percebida.

O objetivo supremo, o alvo principal do enfoque religioso não é o amor e sim a beatitude. O amor em si é digno de elogios, mas tem de ter uma motivação pura - e essa motivação, ou objetivo, é Satchidananda. Convém, sem dúvida, buscar Deus por Seu amor; entretanto, a finalidade suprema de tudo é a Beatitude sempre consciente, sempre existente e sempre nova. Sem isso por objetivo, mesmo o amor, se alguém o busca como finalidade suprema, encerra o perigo de suscitar o desejo de afeto pessoal. Decerto, o amor perfeito é sempre impessoal, abrangente e infinito. Não tem outro alvo senão a Bem-aventurança."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 213/214)


segunda-feira, 12 de março de 2018

O CAMINHO DO MEIO (PARTE FINAL)

"(...) A yoga não diz que devemos nos tornar indiferentes aos objetos. Eles continuam a existir, os sentidos estão vivos, a mente percebe, mas não se move. Viajar sem mover-se é uma parte importante do aprendizado, porque o movimento origina-se no eu. Podemos nos colocar na posição de outro sem sairmos do lugar. Talvez precisemos meditar sobre isso e aprender a conhecer a natureza do movimento. O caminho do meio conduz a uma ordem superior que torna possível viver de maneira diferente. Também é chamado de senda do fio da navalha, porque o fio é tão afiado que precisamos aprender a andar por ele; depois fica fácil.

A escritura cristã diz 'apertado é o portão, estreito o caminho'. Esse é o caminho que devemos trilhar. Parece difícil quando visto pela personalidade, mas a austeridade chega por si mesma quando começamos a trilhar a senda. Vem naturalmente e não como algo que foi aprendido e exercitado. Muitos de nós somos autoindulgentes: vemos algo belo e logo o queremos. Podemos ter uma vida na qual não haja austeridade nem autoindulgência? Queremos comer ou ter algo que não é bom para nós. Certamente temos que cuidar do corpo, mantê-lo limpo e útil, mas não é bom dar-lhe demasiada atenção como fazem muitas pessoas.

Chegamos ao equilíbrio através da vigilância. A memória pode fazer muitos males aos seres humanos. Como a mente pode ficar tranquila? Ver que a mente trabalha apenas quando necessário é tornar-se cônscio e saber. O Mestre escreveu numa carta a Sinnett: 'Lembre que as expectativas ansiosas não são apenas sérias, mas perigosas. Todo movimento e vibração do coração desperta paixões. Quem busca o conhecimento não deve ser indulgente com as afeições'.

Às vezes as pessoas dizem que desejam chegar a tal ou qual estágio na vida espiritual, mas o querer nada tem a ver com isso. É melhor não desejar com muita paixão, muito seriamente aquilo que queremos atingir. O próprio desejo pode impedir essa possibilidade. Consideremos por nós mesmos qual é o caminho do meio, não por uma visão sectária ou budista, mas claramente de acordo com nosso julgamento atual. Uma coisa que o dificulta é a pressão que sofremos da sociedade, de nossas famílias e de nossos amigos. Pensam que devemos nos comportar como eles. Será que poderemos nos livrar interiormente, não ficarmos amarrados à religião ou às circunstâncias sociais em que nos encontramos?"

(Radha Burnier - O caminho do meio - TheoSophia, Ano 99, Janeiro/Fevereiro/Março de 2010 - Pub. da Sociedade Teosófica do Brasil - p. 10)