OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 14 de março de 2018

COM SABEDORIA E DISCERNIMENTO, RESGATE SUA LIBERDADE

"Resgate sua liberdade. Você consegue cumprir as decisões que toma? Se não consegue, está preso ao karma. Mas se tem conseguido fazer o que se propõe a fazer, guiado pelo discernimento - e não pelas influências do karma passado ou presente -, então isto é liberdade. Julgue tudo de acordo com o ponto de vista do discernimento e da sabedoria. Não permita que suas ações sejam governadas pelo hábitos nem pela obediência cega aos costumes sociais ou ao que as outras pessoas pensam. Seja livre.

De vez em quando você vê uma pessoa livre - alguém que não vive a vida dos outros, que é livre porque suas ações só são influenciadas pela sabedoria. Esta é a marca da grandeza de Mahatma Gandhi. Quando ele foi à Inglaterra e visitou o casal real, não se vestiu formalmente como era o costume. Foi recebido pelos reis usando uma simples tanga de pano e um xale, como se usava nas aldeias indianas. Ele desfruta de grande liberdade porque vive seus ideais e não está preso aos costumes da sociedade.

Sempre que você fizer alguma coisa, pergunte a si mesmo se é só por causa do que os outros podem pensar de você ou se é porque está seguindo a sabedoria e o discernimento. Este é o critério que uso para agir. Mesmo como americanos nascidos livres vocês não conhecem a verdadeira liberdade. Muitos acham que fazer o que querem é a liberdade - mas a verdadeira liberdade está em fazer o que se deve fazer no momento em que aquilo deve ser feito. Do contrário você é um escravo. Seja influenciado apenas pela sabedoria. Se não conseguir isso, permanecerá escravo por séculos de encarnações.

Agora, seguir a verdade não quer dizer que você precia atacar os outros com suas convicções. Compartilhe a verdade somente quando for pedida ou bem-vinda. Do contrário, aprenda a ficar em silêncio, mantenha suas opiniões para si mesmo. Mas quando achar que deve falar, fale. Enfrente o mundo inteiro, se necessário. Galileu afirmou que a Terra gira em torno do Sol e foi crucificado por isto. Posteriormente se descobriu que ele estava certo. Mas nunca faça nada só por orgulho; isto o fará cair."

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a Autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 234/235)


terça-feira, 13 de março de 2018

BEATITUDE

"(4:38) Seguramente, nada há neste mundo que santifique tanto quanto a sabedoria. No devido tempo, todo devoto bem-sucedido em suas práticas perceberá, no próprio Eu, a verdade do que acabo de dizer.
(4.39) O devoto imerso no infinito, com os sentidos sob controle, alcança a sabedoria e obtém aquilo que sabe, desde logo, ser a paz perfeita.

Os devotos que supõem um conflito entre amor religioso, autocontrole yóguico e sabedoria verdadeira (em oposição à intelectual) não logram perceber que todos esses caminhos (devoção, prática, yóguica e calmo discernimento) são meros aspectos de uma mesma verdade que resultam na mesma conquista.

A palavra para devoção neste sloka é shraddha, geralmente traduzida por 'fé'. Refere-se ao tipo de devoção que não mantém Deus a distância implorando-Lhe favores, mas que, à semelhança de uma seta, voa direto para o alvo de Seu amor divino como tendência natural do coração a buscar sua Fonte verdadeira, intuitivamente percebida.

O objetivo supremo, o alvo principal do enfoque religioso não é o amor e sim a beatitude. O amor em si é digno de elogios, mas tem de ter uma motivação pura - e essa motivação, ou objetivo, é Satchidananda. Convém, sem dúvida, buscar Deus por Seu amor; entretanto, a finalidade suprema de tudo é a Beatitude sempre consciente, sempre existente e sempre nova. Sem isso por objetivo, mesmo o amor, se alguém o busca como finalidade suprema, encerra o perigo de suscitar o desejo de afeto pessoal. Decerto, o amor perfeito é sempre impessoal, abrangente e infinito. Não tem outro alvo senão a Bem-aventurança."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 213/214)


segunda-feira, 12 de março de 2018

O CAMINHO DO MEIO (PARTE FINAL)

"(...) A yoga não diz que devemos nos tornar indiferentes aos objetos. Eles continuam a existir, os sentidos estão vivos, a mente percebe, mas não se move. Viajar sem mover-se é uma parte importante do aprendizado, porque o movimento origina-se no eu. Podemos nos colocar na posição de outro sem sairmos do lugar. Talvez precisemos meditar sobre isso e aprender a conhecer a natureza do movimento. O caminho do meio conduz a uma ordem superior que torna possível viver de maneira diferente. Também é chamado de senda do fio da navalha, porque o fio é tão afiado que precisamos aprender a andar por ele; depois fica fácil.

A escritura cristã diz 'apertado é o portão, estreito o caminho'. Esse é o caminho que devemos trilhar. Parece difícil quando visto pela personalidade, mas a austeridade chega por si mesma quando começamos a trilhar a senda. Vem naturalmente e não como algo que foi aprendido e exercitado. Muitos de nós somos autoindulgentes: vemos algo belo e logo o queremos. Podemos ter uma vida na qual não haja austeridade nem autoindulgência? Queremos comer ou ter algo que não é bom para nós. Certamente temos que cuidar do corpo, mantê-lo limpo e útil, mas não é bom dar-lhe demasiada atenção como fazem muitas pessoas.

Chegamos ao equilíbrio através da vigilância. A memória pode fazer muitos males aos seres humanos. Como a mente pode ficar tranquila? Ver que a mente trabalha apenas quando necessário é tornar-se cônscio e saber. O Mestre escreveu numa carta a Sinnett: 'Lembre que as expectativas ansiosas não são apenas sérias, mas perigosas. Todo movimento e vibração do coração desperta paixões. Quem busca o conhecimento não deve ser indulgente com as afeições'.

Às vezes as pessoas dizem que desejam chegar a tal ou qual estágio na vida espiritual, mas o querer nada tem a ver com isso. É melhor não desejar com muita paixão, muito seriamente aquilo que queremos atingir. O próprio desejo pode impedir essa possibilidade. Consideremos por nós mesmos qual é o caminho do meio, não por uma visão sectária ou budista, mas claramente de acordo com nosso julgamento atual. Uma coisa que o dificulta é a pressão que sofremos da sociedade, de nossas famílias e de nossos amigos. Pensam que devemos nos comportar como eles. Será que poderemos nos livrar interiormente, não ficarmos amarrados à religião ou às circunstâncias sociais em que nos encontramos?"

(Radha Burnier - O caminho do meio - TheoSophia, Ano 99, Janeiro/Fevereiro/Março de 2010 - Pub. da Sociedade Teosófica do Brasil - p. 10)


domingo, 11 de março de 2018

O CAMINHO DO MEIO (1ª PARTE)

"Na manifestação não há harmonia. Tal é a situação em quase todo o tempo entre as pessoas e entre a pessoa e as circunstâncias em que se encontra e assim por diante. Mas harmonia é uma das coisas que devemos aprender para viver corretamente. Isso significa que não devemos fazer qualquer julgamento injusto e apressado, mas sim que devemos praticar para compreender. Normalmente fazemos julgamento a respeito de várias coisas, mas devemos aprender a não julgar. Podemos ter certo ponto de vista e ao mesmo tempo compreender que tal visão pode não estar certa, ou em muitos casos ser muito limitada e de valor apenas temporário. Todo mundo pode descobrir por si se seu julgamento é certo ou não, se deve ser mais flexível ou não. 

Diz A voz do silêncio: 'Tendo se tornado indiferente a objetos de percepção, o discípulo deve buscar o Raja dos sentidos, o produtor de pensamentos: aquele que desperta a ilusão'. O que nos acontece neste nível mais baixo da manifestação, o nível físico, é que não compreendemos que nossa visão das coisas pode estar certa só até certo ponto; podemos dizer 'não' ou parcialmente 'não' a algo, e 'sim' a outra coisa, mas essa opinião pode estar errada. Poderemos manter a mente num estado em que a mesma opinião não seja definitiva? As experiências por que passamos tornam-se difíceis se nos aferramos a tais opiniões achando que estão certas. É difícil agir sem aferrar-se muito ao modo certo ou ao que parece certo no momento.

Examinemos isso um pouco mais. É muito difícil agir sem um motivo devido ao sentimento de 'eu'. Mas, se não houver o 'eu', ou se este não for forte, o motivo torna-se muito forte. Assim fazemos o que pensamos ser certo, mas não pensamos que seja a resposta final. É o mesmo que perguntar: estamos livres da atração e repulsão, de gostos e rechaços? Há pessoas cujas ações parecem erradas e por isso não gostamos delas; pensamos que não são bem intencionadas, mas quem somos nós para julgar? Não devemos ligar as ações à pessoa e encará-las de maneira diferente. Essa é uma das lições que temos no Novo Testamento. Jesus Cristo aceitava como amigos até as pessoas mais depravadas, os que não sabiam o que faziam. Tal atitude é a que devemos cultivar. 

Podemos ter essa atitude de benevolência em relação a quem quer que dela necessite? O sentimento de piedade, de cuidar, de querer ajudar uma pessoa - isso marca a pessoa que não tem atração nem repulsão. Ela sabe que há um elemento divino em todos. Existem os objetos, os sentidos estão vivos, a mente percebe, mas é estática, sem movimento, sem ir ou se mover para qualquer lugar; tudo isso é parta da yoga. (...)"

(Radha Burnier - O caminho do meio - TheoSophia, Ano 99, Janeiro/Fevereiro/Março de 2010 - Pub. da Sociedade Teosófica do Brasil - p. 9/10)


sábado, 10 de março de 2018

VIAGEM PARA O CONHECIMENTO

"Um barco navegava por um mar encapelado e negro, sob violenta tempestade, em busca de um Porto desconhecido de um País Oculto, que apenas se sabe chamar-se CONHECIMENTO.

Seu casco é construído de Coragem, seu combustível chama-se Perseverança, sua bússola chama-se Decisão, seu leme chama-se Entusiasmo e seu mastro chama-se Esperança.

Seus passageiros são inúmeros, mas poucos os que permanecem firmes e enfrentam a dureza da viagem.

A corajosa tripulação, - desfalcada, faminta e arrasada -, com o barco avariado, prossegue, contudo, até que o primeiro clarão da Terra desconhecida e buscada brilhe, por fim, no horizonte.

Os que permaneceram - andrajosos, tendo perdido toda a bagagem -, exultam de alegria.
Acendem o Fogo do Reconhecimento e erguem a Prece da Gratidão. Encontraram, finalmente, o seu País.
Os que desistiram e abandonaram a luta pelo medo, incerteza, desconfiança, dúvida e preocupação de salvar a bagagem, continuam perambulando pelas orlas das praias desertas, chorando suas mágoas e lamentando que aqueles maus companheiros os tivessem deixado entregues ao abandono e ao desespero, clamando justiça aos céus."

(Maria de Lourdes Raphael - O Teosofista - Ano 69, nº 1, Janeiro-Março de 1980 - p. 33)