OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

SIGNIFICADO DA DOR E DO SOFRIMENTO (PARTE FINAL)

"(...) O sofrimento é apenas uma palavra, ou uma coisa real? Se é uma coisa real, então a palavra não tem significação alguma. Fica, então, só o sentimento de uma dor intensa. Uma dor que está em relação com quê? Em relação com uma imagem, com uma experiência, com alguma coisa que tendes ou que não tendes. Se a tendes, vós chamais o sentimento 'prazer', se não a tendes, o chamais 'dor'. Assim, pois, a dor, o sofrimento, está em relação com alguma coisa. Essa coisa é uma mera verbalização, ou uma realidade? Não sei se estais compreendendo? Isto é, quando existe o sofrimento, ele só existe em relação com alguma coisa. Ele não pode existir sozinho, tal como o medo, que não pode existir sozinho, mas, sim, em relação com alguma coisa: um indivíduo, um incidente, um sentimento. Pois bem, agora tendes plena consciência do sofrimento. Está esse sofrimento separado de vós, sendo vós, por conseguinte, apenas o observador que percebe o sofrimento? Ou esse sofrimento é uma parte de vós mesmo? Estamos procurando compreender o que é o sofrimento, o que é a dor; procurando examiná-lo profundamente e não apenas superficialmente. 

Pois bem; quando não há observador, quem é que está sofrendo? Esse sofrimento é diferente de vós? Vós sois o sofrimento, não é verdade? Não estais separado da dor, vós sois a dor. Pois bem, que acontece agora? Tende a bondade de seguir-me: não estamos mais pondo rótulos, não estamos mais dando nomes, para nos livrarmos do sofrimento: nós somos aquela dor, aquele sentimento, aquela agonia. E agora, que sois isso, que acontece? Quando não lhe dais nome, quando não há mais temor com relação a ele, está o centro em relação com ele? Se o centro está em relação com ele, então teme-o. Vê-se, por isso, na necessidade de agir e fazer alguma coisa com relação ao sofrimento. Mas, se o centro é o sofrimento, que fazeis então? Nada há que fazer, não é verdade? Compreendei, por favor, não se trata só de ouvir. Procurai compreendê-lo e vereis. Se vós sois o sofrimento, e não o estais aceitando, não o estais rotulando, não o estais afastando de vós - se vós sois o sofrimento, que acontece? Dizeis então que sofreis? Deu-se, por certo, uma transformação extraordinária. Já não se diz 'eu sofro', porque já não há um centro para sofrer; e o centro sofre, porque nunca examinamos o que é o centro. Nós só vivemos de palavra em palavra, de reação em reação. Nunca dizemos: 'Vejamos que é essa coisa que sofre'. E essa coisa não se pode ver mediante constrangimento, mediante disciplina. Precisais olhá-la com interesse, com espontânea compreensão. Vereis então que a coisa que chamávamos sofrimento, dor, a coisa que evitávamos, e também a disciplina, vereis que tudo desaparece. Quando não tenho relação com a coisa, como existindo fora de mim, não há problema algum; mas no momento em que estabeleço uma relação com ela, considerando-a fora de mim, apresenta-se o problema. Enquanto considero o sofrimento como uma coisa externa, sofro - porque perdi meu irmão, porque perdi meu dinheiro, por causa disso ou daquilo. Estabeleço uma relação com a coisa, e tal relação é fictícia. Mas, se eu sou aquela coisa, se percebo o fato, transforma-se, então, a coisa, inteiramente, assumindo um significado diferente. Há, então, atenção plena, atenção integrada. Aquilo que se considerou por maneira completa, é compreendido e se dissolve, e não há mais temor. E, por conseguinte, a palavra sofrimento se torna inexistente." 

(Krishnamurti - A Conquista da Serenidade - p. 94/96)
Fontehttp://www.lojadharma.org.br/


terça-feira, 2 de janeiro de 2018

SIGNIFICADO DA DOR E DO SOFRIMENTO (1ª PARTE)

"P E R G U N T A : Qual é o significado da dor e do sofrimento

K R IS H N A M U R T I: Quando sofreis, quando sentis dor, qual é o significado disso? A dor física tem seu significado, mas provavelmente queremos referir-nos à dor e ao sofrimento psicológicos, que têm um significado inteiramente diverso, em níveis diversos. Qual é o significado do sofrimento? Por que desejais achar o significado do sofrimento? Não quero dizer que ele não tenha significado - mas vamos averiguá-lo. Mas, por que quereis achá-lo? Quando fazeis a vós mesmos esta pergunta 'por que sofro?' e ficais procurando a causa do sofrimento, não estais fugindo do sofrimento? Quando procuro o significado do sofrimento, não estou evitando o sofrimento, fugindo dele? O fato é que sofro; mas, no momento em que ponho a mente a indagar por que sofro, diluí a intensidade do sofrimento. Por outras palavras: queremos que o sofrimento se dilua, se alivie, seja afastado, explicado. Isso, por certo, não traz a compreensão do sofrimento. Assim sendo, se não estou livre do desejo de fugir do sofrimento, começo a compreender o sentido do sofrimento. 

Ora, que é o sofrimento? Uma perturbação, em níveis diferentes, do físico, e, em diferentes níveis, do subconsciente. É uma forma aguda de perturbação, que acho desagradável. Morreu meu filho. Eu tinha edificado todas as minhas esperanças em torno dele ou de minha filha, de meu marido, não importa de quem. Eu o havia colocado num sacrário, com todas as coisas que eu desejava que ele fosse. Era meu companheiro. E eis que, subitamente, ele se foi. Dá-se, pois, a perturbação, não é verdade? Essa perturbação eu chamo sofrimento. Tende paciência, não estou falando rudemente; nós estamos examinando, estamos procurando compreender. Se acho desagradável esse sofrimento, eu digo: 'Por que estou sofrendo?', 'Eu o amava tanto', 'Ele era isso', 'Eu tinha aquilo'. E procuro escapar-me, com palavras, com rótulos, com crenças, como o faz a maioria de nós. Tais coisas produzem o efeito de um narcótico. Mas se não faço isso, que acontece? Fico apenas consciente do sofrimento. Não o condeno, não o justifico - sofro. Posso então seguir o movimento do sofrer, não é verdade? Posso então acompanhar todo o seu sentido - digo 'acompanhar' , no sentido de procurar compreender uma coisa. 

Assim, pois, que significa o sofrimento? Que é que está sofrendo? Não queremos saber por que há sofrimento, não queremos saber qual é a causa do sofrimento, mas, sim, o que realmente se passa. Não sei se percebeis a diferença. Estou, então, apenas cônscio do sofrimento, e não separado dele, como um observador a observar o sofrimento; ele é parte de mim mesmo, todo o meu ser está sofrendo. Posso então acompanhar-lhe o movimento, ver aonde ele conduz. Certo, se assim procedo, o sofrimento se me revela, não é verdade? Percebo então que eu estava dando importância a mim próprio e não à pessoa que amava. O papel que ela tinha era só o de esconder-me de minha própria miséria, minha solidão, meu infortúnio. Como eu não sou uma determinada coisa, esperava que ele viesse a sê-lo. Mas agora, foi-se-me a esperança; fiquei ao abadono, estou perdido, estou desolado. Sem ele nada sou. Por isso choro. Não o choro porque ele partiu, mas, sim, porque eu fiquei. Estou só. É muito difícil chegarmos a esse ponto, não é verdade? É difícil reconhecermos, deveras, esse fato, em vez de dizermos, meramente: 'estou só, como poderei livrar-me dessa solidão?' - o que representa uma outra forma de fuga - é difícil reconhecê-lo, estar cônscio dele, 'permanecer com ele', observar o seu movimento. Estou apenas dando um exemplo. Assim sendo, se permito que o processo se desdobre, se descerre, começo gradualmente a perceber que sofro porque estou perdido; sou chamado a prestar atenção a algo que não quero olhar de frente; alguma coisa me está sendo imposta, uma coisa que eu reluto- em olhar e em compreender. E há inúmeras pessoas que podem ajudar-me a fugir — milhares de pessoas, dessas que são chamadas religiosas, com suas crenças e dogmas, esperanças e fantasias - é 'karma', é a vontade de Deus - todas me apresentam uma saída. Mas, se sou capaz de 'ficar' com o sofrimento, de não afastá-lo de mim, de não tentar circunscrevê-lo ou negá-lo, que acontece? Qual é o estado de minha mente, quando estou a seguir por essa maneira o movimento do sofrer? Agora, tende a bondade de acompanhar o que vou dizer, em continuação do que acabamos de expor. (...)" 

(Krishnamurti - A Conquista da Serenidade - p. 92/94)

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

UM FELIZ ANO NOVO PARA TODOS

"(...) 'UM FELIZ ANO NOVO PARA TODOS! Isto parece bastante fácil de dizer, e todos esperam ser saudados deste modo. No entanto, é mais difícil saber se o desejo será cumprido, mesmo que venha de um coração sincero, e ainda no caso dos poucos. De acordo com os nossos princípios teosóficos, cada homem e mulher tem uma potencialidade magnética maior ou menor, que, quando reforçada por uma vontade sincera e especialmente intensa e inquebrantável, é a mais eficaz das alavancas mágicas colocadas pela Natureza nas mãos humanas, para o bem ou para o mal. Que nós, teosofistas, usemos então esta vontade para mandar uma saudação sincera e um voto de boa sorte no Ano Novo a cada uma das criaturas sob o Sol - inclusive os inimigos e os traidores. Devemos ter um sentimento especialmente amável e inspirado pelo perdão em relação aos nossos inimigos e perseguidores, honestos ou desonestos, para evitar que alguns de nós mandem uma saudação com maus pensamentos, subconscientemente, ao invés de uma bênção.' 

Quando devemos fazer isso?

Desde o ponto de vista esotérico, o mais indicado não é necessariamente o dia primeiro de janeiro. O dia três de janeiro, por exemplo, era nos tempos antigos dedicado a Minerva-Atenas, a deusa da sabedoria.   E existe a data especial de 4 de janeiro:  

'… É o dia 4 de janeiro que deveria ser selecionado como Ano Novo pelos teosofistas - e entre eles especialmente os esoteristas. Janeiro está sob o signo de Capricórnio, o misterioso Makara dos místicos hindus. Os 'Kumaras', afirma-se, encarnaram na humanidade sob o décimo signo do Zodíaco. Durante eras, o dia quatro de janeiro tem sido sagrado para Mercúrio-Buda, ou Thot-Hermes. Assim, tudo se combina para fazer deste dia uma celebração a ser observada pelos estudantes da Sabedoria antiga.'

Seja qual for o dia exato da nossa escolha, cada Ano Novo nasce e termina sob o signo de Capricórnio, cujo regente é Saturno. Este é o planeta do Carma. É o mestre do tempo, que constrói, mantém, destrói, e reconstrói as estruturas materiais e sutis da vida. É o Senhor dos Anéis, e o corregente da era de Aquário que agora lentamente nasce."

 'Collected Writings', TPH, H.P. Blavatsky, volume XII, TPH, p. 67. Texto intitulado '1890! On the New Year’s Morrow'.
 'Collected Writings', H.P. Blavatsky, volume XII, TPH, p. 75.
 'Collected Writings', H.P. Blavatsky, volume XII, TPH, p. 76.

(Carlos Cardoso Aveline - Sobre o Natal e o Ano Novo, Como Se Cria Uma Atmosfera Correta para o Futuro)

domingo, 31 de dezembro de 2017

A MAGIA DO FINAL DE ANO

"O tempo é circular. Tudo o que ocorre ao longo dele é cíclico. Cada final traz um novo começo, e o modo como terminamos um ano das nossas vidas ajuda a definir como será, para nós, o ano seguinte. 

Um breve momento é resultado, e semente, de processos imensamente longos. Segundo a filosofia esotérica, também cada ano que passa é um resumo de toda a nossa vida. O final de cada ciclo é oportuno para refletir sobre nossas vitórias e dificuldades, fazer um balanço – e renovar a decisão de viver de maneira sábia. 

As quatro estações do ano correspondem às quatro grandes etapas de uma vida humana. A segunda metade do inverno é a infância, que prepara a primavera da juventude. Por enquanto, tudo parece ajudar o nosso desenvolvimento pessoal: somos protegidos e  educados, e as tendências da natureza conspiram a nosso favor.  Na primavera e no verão, que correspondem ao período que vai da juventude à meia-idade, ocorrem os grandes desafios e as principais realizações. Depois vem o outono, a primeira parte da velhice, quando é hora de recolher-se ao fundamental e de substituir com a sabedoria acumulada a  força que falha cada dia mais. 

O ciclo termina com a primeira metade do inverno, a  parte final da velhice. Esta é a época da grande renúncia, da travessia de volta para o todo universal de onde um dia viemos, e de onde no futuro poderemos emergir novamente  para  outra forma de existência, sem nada lembrar  da encarnação anterior.

O que permite distinguir cada uma das quatro estações é o ciclo anual da distribuição da energia solar. O sol é a grande fonte de vida material e espiritual em nosso planeta. O futuro de cada força vital depende diretamente da sua relação com ele. Muito mais que uma estrela física, o sol é na verdade o logos solar, a fonte espiritual de tudo o que ocorre em cada um dos seus planetas. Assim, o ciclo da luz solar em nosso planeta constitui um mapa da longa jornada de cada alma humana, com seus períodos de expansão e retração, crescimento e decadência, morte e ressurreição."

(Carlos Cardoso Aveline - A Magia do Final de Ano)


sábado, 30 de dezembro de 2017

SOBRE O NATAL E O ANO NOVO - COMO SE CRIA UMA ATMOSFERA CORRETA PARA O FUTURO (PARTE FINAL)

"(...) Um exame atento do passado nos dá lições e ideias valiosas sobre os padrões futuros de vibração em um nível muito mais amplo de tempo, e talvez um vislumbre da própria eternidade.

As origens pagãs das comemorações do Natal estão claramente documentadas, e isso não é razão para rejeitá-las. Ao contrário. As comemorações atuais também estão externamente revestidas de uma grossa camada de materialismo e superficialidade. Mas o Natal possui um lado interno e verdadeiramente espiritual, na sua mistura de diferentes tradições religiosas. É uma celebração da fraternidade, uma comemoração do sol, uma homenagem à luz espiritual dentro e fora dos nossos corações.

Pensando no Ano Novo, Helena Blavatsky cita um pensador norte-americano:

'Thoreau assinalou que há artistas da vida, pessoas que podem mudar a cor de um dia e torná-lo bonito para aqueles com quem entram em contato. Nós afirmamos que há adeptos, mestres da vida que tornam o dia divino, assim como ocorre em todas as outras formas de arte.  E a maior de todas as artes não será esta que diz respeito à própria atmosfera em que vivemos? Percebemos em seguida que isso é da maior importância, quando lembramos que cada pessoa ao respirar o ar da vida afeta a atmosfera mental e moral do mundo, e ajuda a colorir o mundo daqueles que a rodeiam.'⁵

No mesmo texto, H.P. Blavatsky afirma que o estoico Epicteto tornou-se sublime porque 'reconheceu sua própria absoluta responsabilidade e não tentou fugir dela.' E acrescenta: 'O ocultista reconhece completamente a sua responsabilidade e reivindica para si este título porque tentou e adquiriu conhecimento das suas próprias possibilidades.' Para Blavatsky, a vida do ser humano está em suas próprias mãos. O seu destino é decidido por ele próprio, e não há motivo para um novo ciclo de doze meses não trazer um desenvolvimento espiritual 'maior que o de qualquer ano que já tenhamos vivido'. Depende apenas de nós de fazer com que isso ocorra:

'Este é um fato concreto, e não um sentimento religioso. Num jardim de girassóis, cada flor se volta para a luz. Por que não poderíamos fazer o mesmo?'

Possuímos um centro de paz e amor eternos em nossos corações. Como estudantes de filosofia esotérica, algumas responsabilidades são inevitáveis. É sempre correto mandar nossos bons votos a todos os seres (...)"

⁴ Veja por exemplo o texto 'O Natal de Ontem e o Natal de Hoje', de Helena Blavatsky. O artigo está disponível em nossos websites associados. 
⁵ H.P. Blavatsky, no artigo '1888'. Ver 'Collected Writings', volume IX, p. 3.
 'Collected Writings', H.P. Blavatsky, volume IX, pp. 4-5. 

(Carlos Cardoso Aveline - Sobre o Natal e o Ano Novo, Como Se Cria Uma Atmosfera Correta para o Futuro)