OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 2 de janeiro de 2018

SIGNIFICADO DA DOR E DO SOFRIMENTO (1ª PARTE)

"P E R G U N T A : Qual é o significado da dor e do sofrimento

K R IS H N A M U R T I: Quando sofreis, quando sentis dor, qual é o significado disso? A dor física tem seu significado, mas provavelmente queremos referir-nos à dor e ao sofrimento psicológicos, que têm um significado inteiramente diverso, em níveis diversos. Qual é o significado do sofrimento? Por que desejais achar o significado do sofrimento? Não quero dizer que ele não tenha significado - mas vamos averiguá-lo. Mas, por que quereis achá-lo? Quando fazeis a vós mesmos esta pergunta 'por que sofro?' e ficais procurando a causa do sofrimento, não estais fugindo do sofrimento? Quando procuro o significado do sofrimento, não estou evitando o sofrimento, fugindo dele? O fato é que sofro; mas, no momento em que ponho a mente a indagar por que sofro, diluí a intensidade do sofrimento. Por outras palavras: queremos que o sofrimento se dilua, se alivie, seja afastado, explicado. Isso, por certo, não traz a compreensão do sofrimento. Assim sendo, se não estou livre do desejo de fugir do sofrimento, começo a compreender o sentido do sofrimento. 

Ora, que é o sofrimento? Uma perturbação, em níveis diferentes, do físico, e, em diferentes níveis, do subconsciente. É uma forma aguda de perturbação, que acho desagradável. Morreu meu filho. Eu tinha edificado todas as minhas esperanças em torno dele ou de minha filha, de meu marido, não importa de quem. Eu o havia colocado num sacrário, com todas as coisas que eu desejava que ele fosse. Era meu companheiro. E eis que, subitamente, ele se foi. Dá-se, pois, a perturbação, não é verdade? Essa perturbação eu chamo sofrimento. Tende paciência, não estou falando rudemente; nós estamos examinando, estamos procurando compreender. Se acho desagradável esse sofrimento, eu digo: 'Por que estou sofrendo?', 'Eu o amava tanto', 'Ele era isso', 'Eu tinha aquilo'. E procuro escapar-me, com palavras, com rótulos, com crenças, como o faz a maioria de nós. Tais coisas produzem o efeito de um narcótico. Mas se não faço isso, que acontece? Fico apenas consciente do sofrimento. Não o condeno, não o justifico - sofro. Posso então seguir o movimento do sofrer, não é verdade? Posso então acompanhar todo o seu sentido - digo 'acompanhar' , no sentido de procurar compreender uma coisa. 

Assim, pois, que significa o sofrimento? Que é que está sofrendo? Não queremos saber por que há sofrimento, não queremos saber qual é a causa do sofrimento, mas, sim, o que realmente se passa. Não sei se percebeis a diferença. Estou, então, apenas cônscio do sofrimento, e não separado dele, como um observador a observar o sofrimento; ele é parte de mim mesmo, todo o meu ser está sofrendo. Posso então acompanhar-lhe o movimento, ver aonde ele conduz. Certo, se assim procedo, o sofrimento se me revela, não é verdade? Percebo então que eu estava dando importância a mim próprio e não à pessoa que amava. O papel que ela tinha era só o de esconder-me de minha própria miséria, minha solidão, meu infortúnio. Como eu não sou uma determinada coisa, esperava que ele viesse a sê-lo. Mas agora, foi-se-me a esperança; fiquei ao abadono, estou perdido, estou desolado. Sem ele nada sou. Por isso choro. Não o choro porque ele partiu, mas, sim, porque eu fiquei. Estou só. É muito difícil chegarmos a esse ponto, não é verdade? É difícil reconhecermos, deveras, esse fato, em vez de dizermos, meramente: 'estou só, como poderei livrar-me dessa solidão?' - o que representa uma outra forma de fuga - é difícil reconhecê-lo, estar cônscio dele, 'permanecer com ele', observar o seu movimento. Estou apenas dando um exemplo. Assim sendo, se permito que o processo se desdobre, se descerre, começo gradualmente a perceber que sofro porque estou perdido; sou chamado a prestar atenção a algo que não quero olhar de frente; alguma coisa me está sendo imposta, uma coisa que eu reluto- em olhar e em compreender. E há inúmeras pessoas que podem ajudar-me a fugir — milhares de pessoas, dessas que são chamadas religiosas, com suas crenças e dogmas, esperanças e fantasias - é 'karma', é a vontade de Deus - todas me apresentam uma saída. Mas, se sou capaz de 'ficar' com o sofrimento, de não afastá-lo de mim, de não tentar circunscrevê-lo ou negá-lo, que acontece? Qual é o estado de minha mente, quando estou a seguir por essa maneira o movimento do sofrer? Agora, tende a bondade de acompanhar o que vou dizer, em continuação do que acabamos de expor. (...)" 

(Krishnamurti - A Conquista da Serenidade - p. 92/94)

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

UM FELIZ ANO NOVO PARA TODOS

"(...) 'UM FELIZ ANO NOVO PARA TODOS! Isto parece bastante fácil de dizer, e todos esperam ser saudados deste modo. No entanto, é mais difícil saber se o desejo será cumprido, mesmo que venha de um coração sincero, e ainda no caso dos poucos. De acordo com os nossos princípios teosóficos, cada homem e mulher tem uma potencialidade magnética maior ou menor, que, quando reforçada por uma vontade sincera e especialmente intensa e inquebrantável, é a mais eficaz das alavancas mágicas colocadas pela Natureza nas mãos humanas, para o bem ou para o mal. Que nós, teosofistas, usemos então esta vontade para mandar uma saudação sincera e um voto de boa sorte no Ano Novo a cada uma das criaturas sob o Sol - inclusive os inimigos e os traidores. Devemos ter um sentimento especialmente amável e inspirado pelo perdão em relação aos nossos inimigos e perseguidores, honestos ou desonestos, para evitar que alguns de nós mandem uma saudação com maus pensamentos, subconscientemente, ao invés de uma bênção.' 

Quando devemos fazer isso?

Desde o ponto de vista esotérico, o mais indicado não é necessariamente o dia primeiro de janeiro. O dia três de janeiro, por exemplo, era nos tempos antigos dedicado a Minerva-Atenas, a deusa da sabedoria.   E existe a data especial de 4 de janeiro:  

'… É o dia 4 de janeiro que deveria ser selecionado como Ano Novo pelos teosofistas - e entre eles especialmente os esoteristas. Janeiro está sob o signo de Capricórnio, o misterioso Makara dos místicos hindus. Os 'Kumaras', afirma-se, encarnaram na humanidade sob o décimo signo do Zodíaco. Durante eras, o dia quatro de janeiro tem sido sagrado para Mercúrio-Buda, ou Thot-Hermes. Assim, tudo se combina para fazer deste dia uma celebração a ser observada pelos estudantes da Sabedoria antiga.'

Seja qual for o dia exato da nossa escolha, cada Ano Novo nasce e termina sob o signo de Capricórnio, cujo regente é Saturno. Este é o planeta do Carma. É o mestre do tempo, que constrói, mantém, destrói, e reconstrói as estruturas materiais e sutis da vida. É o Senhor dos Anéis, e o corregente da era de Aquário que agora lentamente nasce."

 'Collected Writings', TPH, H.P. Blavatsky, volume XII, TPH, p. 67. Texto intitulado '1890! On the New Year’s Morrow'.
 'Collected Writings', H.P. Blavatsky, volume XII, TPH, p. 75.
 'Collected Writings', H.P. Blavatsky, volume XII, TPH, p. 76.

(Carlos Cardoso Aveline - Sobre o Natal e o Ano Novo, Como Se Cria Uma Atmosfera Correta para o Futuro)

domingo, 31 de dezembro de 2017

A MAGIA DO FINAL DE ANO

"O tempo é circular. Tudo o que ocorre ao longo dele é cíclico. Cada final traz um novo começo, e o modo como terminamos um ano das nossas vidas ajuda a definir como será, para nós, o ano seguinte. 

Um breve momento é resultado, e semente, de processos imensamente longos. Segundo a filosofia esotérica, também cada ano que passa é um resumo de toda a nossa vida. O final de cada ciclo é oportuno para refletir sobre nossas vitórias e dificuldades, fazer um balanço – e renovar a decisão de viver de maneira sábia. 

As quatro estações do ano correspondem às quatro grandes etapas de uma vida humana. A segunda metade do inverno é a infância, que prepara a primavera da juventude. Por enquanto, tudo parece ajudar o nosso desenvolvimento pessoal: somos protegidos e  educados, e as tendências da natureza conspiram a nosso favor.  Na primavera e no verão, que correspondem ao período que vai da juventude à meia-idade, ocorrem os grandes desafios e as principais realizações. Depois vem o outono, a primeira parte da velhice, quando é hora de recolher-se ao fundamental e de substituir com a sabedoria acumulada a  força que falha cada dia mais. 

O ciclo termina com a primeira metade do inverno, a  parte final da velhice. Esta é a época da grande renúncia, da travessia de volta para o todo universal de onde um dia viemos, e de onde no futuro poderemos emergir novamente  para  outra forma de existência, sem nada lembrar  da encarnação anterior.

O que permite distinguir cada uma das quatro estações é o ciclo anual da distribuição da energia solar. O sol é a grande fonte de vida material e espiritual em nosso planeta. O futuro de cada força vital depende diretamente da sua relação com ele. Muito mais que uma estrela física, o sol é na verdade o logos solar, a fonte espiritual de tudo o que ocorre em cada um dos seus planetas. Assim, o ciclo da luz solar em nosso planeta constitui um mapa da longa jornada de cada alma humana, com seus períodos de expansão e retração, crescimento e decadência, morte e ressurreição."

(Carlos Cardoso Aveline - A Magia do Final de Ano)


sábado, 30 de dezembro de 2017

SOBRE O NATAL E O ANO NOVO - COMO SE CRIA UMA ATMOSFERA CORRETA PARA O FUTURO (PARTE FINAL)

"(...) Um exame atento do passado nos dá lições e ideias valiosas sobre os padrões futuros de vibração em um nível muito mais amplo de tempo, e talvez um vislumbre da própria eternidade.

As origens pagãs das comemorações do Natal estão claramente documentadas, e isso não é razão para rejeitá-las. Ao contrário. As comemorações atuais também estão externamente revestidas de uma grossa camada de materialismo e superficialidade. Mas o Natal possui um lado interno e verdadeiramente espiritual, na sua mistura de diferentes tradições religiosas. É uma celebração da fraternidade, uma comemoração do sol, uma homenagem à luz espiritual dentro e fora dos nossos corações.

Pensando no Ano Novo, Helena Blavatsky cita um pensador norte-americano:

'Thoreau assinalou que há artistas da vida, pessoas que podem mudar a cor de um dia e torná-lo bonito para aqueles com quem entram em contato. Nós afirmamos que há adeptos, mestres da vida que tornam o dia divino, assim como ocorre em todas as outras formas de arte.  E a maior de todas as artes não será esta que diz respeito à própria atmosfera em que vivemos? Percebemos em seguida que isso é da maior importância, quando lembramos que cada pessoa ao respirar o ar da vida afeta a atmosfera mental e moral do mundo, e ajuda a colorir o mundo daqueles que a rodeiam.'⁵

No mesmo texto, H.P. Blavatsky afirma que o estoico Epicteto tornou-se sublime porque 'reconheceu sua própria absoluta responsabilidade e não tentou fugir dela.' E acrescenta: 'O ocultista reconhece completamente a sua responsabilidade e reivindica para si este título porque tentou e adquiriu conhecimento das suas próprias possibilidades.' Para Blavatsky, a vida do ser humano está em suas próprias mãos. O seu destino é decidido por ele próprio, e não há motivo para um novo ciclo de doze meses não trazer um desenvolvimento espiritual 'maior que o de qualquer ano que já tenhamos vivido'. Depende apenas de nós de fazer com que isso ocorra:

'Este é um fato concreto, e não um sentimento religioso. Num jardim de girassóis, cada flor se volta para a luz. Por que não poderíamos fazer o mesmo?'

Possuímos um centro de paz e amor eternos em nossos corações. Como estudantes de filosofia esotérica, algumas responsabilidades são inevitáveis. É sempre correto mandar nossos bons votos a todos os seres (...)"

⁴ Veja por exemplo o texto 'O Natal de Ontem e o Natal de Hoje', de Helena Blavatsky. O artigo está disponível em nossos websites associados. 
⁵ H.P. Blavatsky, no artigo '1888'. Ver 'Collected Writings', volume IX, p. 3.
 'Collected Writings', H.P. Blavatsky, volume IX, pp. 4-5. 

(Carlos Cardoso Aveline - Sobre o Natal e o Ano Novo, Como Se Cria Uma Atmosfera Correta para o Futuro)

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

SOBRE O NATAL E O ANO NOVO - COMO SE CRIA UMA ATMOSFERA CORRETA PARA O FUTURO (1ª PARTE)

"A época do Natal e do Ano Novo possui um forte significado interno para quem tem olhos para ver. A ronda de 12 meses corresponde a todo um ciclo da nossa existência. Uma página é virada no Livro da Vida, e algumas pessoas sentem a tentação de fazer o autoexame pitagórico, cujo poder benéfico atravessa os milênios:

"O que eu fiz de bom? Em que errei? Serei capaz de renovar meus votos de fazer o melhor que posso no próximo ano, e estarei à altura do compromisso?'

O fim de qualquer ciclo e o começo do ciclo seguinte são sempre uma boa ocasião para avaliar o nosso progresso no aprendizado, e para adotar novas resoluções. Helena Blavatsky escreveu: 'E que ninguém pense que se trata apenas de uma fantasia, atribuir importância ao nascimento do ano.'  Ela acrescentou:
  
'A terra passa pelas suas próprias fases bem definidas, e o homem com ela; e assim como um dia pode ter um tom, o ano também pode. A vida astral da Terra é jovem e forte entre o Natal e o Ano Novo. Aqueles que definem a sua vontade agora [isto é, entre Dezembro e Janeiro] têm uma força extra para realizá-la de modo coerente.'²

'A nossa percepção do tempo se expande a cada final de ciclo. Parece que ficamos frente a frente com outros momentos semelhantes, do passado e do futuro. Quando você vira uma página no livro da sua vida, você tem uma visão de como foram escritas as páginas anteriores, e faz um diálogo com as sementes do futuro. A época do Natal nos leva a uma dimensão diferente do tempo. Em alguns casos uma repetição das mesmas e velhas celebrações ao nosso redor produz um estranho sentido de déjà vu que expande a nossa percepção. Ela nos traz lembranças do passado e talvez alguns sentimentos sobre os tempos que virão.

É verdade que qualquer apego a coisas passadas é perigoso, e H.P.B. fez uma advertência, ao escrever sobre o final de um ano:

'Deixe-o ir embora, com suas alegrias, triunfos, coisas ruins e amargura; basta que ele deixe conosco para nosso aprendizado a memória da nossa experiência e a lição dos nossos erros. Sábio é quem deixa que ‘o Passado morto enterre os seus mortos’ e se volta com coragem para os deveres renovados do Ano Novo; só os fracos e os tolos se lamentam pelo que é irrevogável.'³ (...)"

² H.P. Blavatsky, no artigo '1888', publicado no livreto 'Theosophical Objects, Program and Organization', The Theosophy Company, Los Angeles, USA, 37 pp., ver p. 9. O artigo '1888' está publicado também nos 'Collected Writings' de H.P. Blavatsky, TPH, EUA, volume IX, pp. 3-5 (ver p. 5).
³ 'Collected Writings', H. P. B., TPH, vol. III, 1995, p. 01.

(Carlos Cardoso Aveline - Sobre o Natal e o Ano Novo, Como Se Cria Uma Atmosfera Correta para o Futuro)