OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

SOBRE O NATAL E O ANO NOVO - COMO SE CRIA UMA ATMOSFERA CORRETA PARA O FUTURO (1ª PARTE)

"A época do Natal e do Ano Novo possui um forte significado interno para quem tem olhos para ver. A ronda de 12 meses corresponde a todo um ciclo da nossa existência. Uma página é virada no Livro da Vida, e algumas pessoas sentem a tentação de fazer o autoexame pitagórico, cujo poder benéfico atravessa os milênios:

"O que eu fiz de bom? Em que errei? Serei capaz de renovar meus votos de fazer o melhor que posso no próximo ano, e estarei à altura do compromisso?'

O fim de qualquer ciclo e o começo do ciclo seguinte são sempre uma boa ocasião para avaliar o nosso progresso no aprendizado, e para adotar novas resoluções. Helena Blavatsky escreveu: 'E que ninguém pense que se trata apenas de uma fantasia, atribuir importância ao nascimento do ano.'  Ela acrescentou:
  
'A terra passa pelas suas próprias fases bem definidas, e o homem com ela; e assim como um dia pode ter um tom, o ano também pode. A vida astral da Terra é jovem e forte entre o Natal e o Ano Novo. Aqueles que definem a sua vontade agora [isto é, entre Dezembro e Janeiro] têm uma força extra para realizá-la de modo coerente.'²

'A nossa percepção do tempo se expande a cada final de ciclo. Parece que ficamos frente a frente com outros momentos semelhantes, do passado e do futuro. Quando você vira uma página no livro da sua vida, você tem uma visão de como foram escritas as páginas anteriores, e faz um diálogo com as sementes do futuro. A época do Natal nos leva a uma dimensão diferente do tempo. Em alguns casos uma repetição das mesmas e velhas celebrações ao nosso redor produz um estranho sentido de déjà vu que expande a nossa percepção. Ela nos traz lembranças do passado e talvez alguns sentimentos sobre os tempos que virão.

É verdade que qualquer apego a coisas passadas é perigoso, e H.P.B. fez uma advertência, ao escrever sobre o final de um ano:

'Deixe-o ir embora, com suas alegrias, triunfos, coisas ruins e amargura; basta que ele deixe conosco para nosso aprendizado a memória da nossa experiência e a lição dos nossos erros. Sábio é quem deixa que ‘o Passado morto enterre os seus mortos’ e se volta com coragem para os deveres renovados do Ano Novo; só os fracos e os tolos se lamentam pelo que é irrevogável.'³ (...)"

² H.P. Blavatsky, no artigo '1888', publicado no livreto 'Theosophical Objects, Program and Organization', The Theosophy Company, Los Angeles, USA, 37 pp., ver p. 9. O artigo '1888' está publicado também nos 'Collected Writings' de H.P. Blavatsky, TPH, EUA, volume IX, pp. 3-5 (ver p. 5).
³ 'Collected Writings', H. P. B., TPH, vol. III, 1995, p. 01.

(Carlos Cardoso Aveline - Sobre o Natal e o Ano Novo, Como Se Cria Uma Atmosfera Correta para o Futuro)

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

PARADOXOS

"Reconhecemos todos que a proposta de Cristo e de todos os grandes Mestres e Encarnações Divinas são evidentes paradoxos.

Vejamos:

É dando que enriquecemos.

É humildando-nos que realmente crescemos.

Renunciando é que conseguimos alcançar.

Morrendo é que vivemos para a vida eterna.

Quem quer salvar sua vida perdê-la-á.

Ao dar a outra face - igualzinho a Gandhi - é que vencemos a batalha.

Tornando-nos servos do Senhor é que podemos viver a mais perfeita e irrestrita liberdade.

Voltando a ser crianças, alcançamos a plena maturidade.

Quem usa a violência sempre sairá vencido.

Para a horizontalidade da lógica - a tão incensada lógica humana - tudo isto é absurdo.

É com absurdos que Eles preferem acordar os surdos.

Que nos ajude, Senhor, a ter 'ouvidos de ouvir'."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 196/197)


quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

O RIO DA VIDA (PARTE FINAL)

"(...) Temos nosso interesse na família, no trabalho, no dinheiro. Há pessoas que querem que suas famílias herdem não apenas seus bens, mas também seus interesses; um comerciante, por exemplo, quer que seu negócio seja interessante para seus sucessores. É a isso que chamamos de vida, mas essa vida, como assinala nossa metáfora, é apenas uma pequena poça ao lado do grande rio. Todos nós temos os mesmos tipos de interesses e os mesmos objetivos, mas poucas pessoas compreendem que suas vidas têm muita pouca importância. Mesmo que uma pessoa seja realmente importante durante seu período de vida, logo vai deixar de sê-lo. Perdemos esse senso de importância quando vemos que há coisas maiores, que são universais. 

Esse sentimento só surge quando, vida após vida, o sendo de 'egoidade' perde significado. Este é todo o propósito de nossas vidas - perder o senso de limitação. Então a pessoa atinge o estado de negar tudo que esteja no nível da divisibilidade. Na filosofia hindu há um caminho que leva à negação das coisas às quais somos apegados. Há uma questão de abstinência, mas não no nível físico, e sim do que acontece na mente. Isso é o que verdadeiramente significa samnyasa, porque internamente, mentalmente, a pessoa não está apegada a nada. É uma questão de existir sem apego. Isso é muito difícil, pois em relação à família, por exemplo, ou onde quer que haja afeição, a pessoa sente que deve haver apego. Mas não pode ser afetuoso apegando-se a alguém; ter afeição é deixar a pessoa livre.

Além da negação, também é importante a contemplação. Se a pessoa não contempla, não vai a lugar algum. A contemplação é necessária para perceber a vastidão do universo, sua profundidade e sacralidade. Não é o pensamento que leva à compreensão de que existe algo além de nós, algo pelo qual devemos desistir de tudo que desfrutamos.

Existe um caminho real que leva às profundezas da vida sobre a qual não sabemos muito. Através da negação e da contemplação, é possível alcançar algo que está além. Primeiro temos que negar todas as coisas que penetram em nosso cérebro. Quando todo esse tipo de pensamento termina, existe uma pura contemplação do que está além. Então, há uma nova vida."

(Radha Burnier - O rio da vida - Revista Sophia, Ano 15, nº 66 - p. 20/21)


terça-feira, 26 de dezembro de 2017

O RIO DA VIDA (1ª PARTE)

"Vários instrutores espirituais afirmaram que a vida segue na direção do sagrado, do vasto, do belo, assim como um rio segue infalivelmente até o mar. Desenvolvendo essa metáfora, Krishnamurti disse que a água pode formar um rio e também uma poça estagnada. Nós gostamos dessa estagnação, porque temos medo do rio. O rio pode levar a muitos lugares, pois segue seu caminho, enquanto a poça está protegida. A pessoa que está cercada por coisas que conhece, diretamente ou por ouvir dizer, pensa que está em terreno seguro, e assim a poça torna-se uma realidade da qual ela gosta.

Infelizmente os seres humanos se aferram a uma poça - ou a uma ilha - e, até onde podem, permanecem distantes do rio que flui. O homen não gosta de saber em que direção o rio segue. Ele olha para o universo, para os amplos céus, para as estrelas, e sabe cada vez mais a respeito deles, mas sua vida pessoal não muda. A maior parte das coisas passa pelo ser humano médio como se não existisse, ou causa apenas um tipo de interesse que tem a ver com sua própria personalidade e bem-estar.

Nossos pensamentos estão concentrados no eu. Em volta há a vastidão do rio, fluindo, movendo-se, penetrando recessos e cantos, mas não tomamos conhecimento, pois nossos pensamentos estão concentrados em um pequeno ponto - em nós mesmos. Estamos preocupados apenas com uma pequena porção da vastidão do universo que se desenrola perante nós. Nós não vemos a vida nas estrelas.

Hoje temos uma família; depois encarnamos novamente e a família pode ser formada por pessoas inteiramente diferentes. Talvez isso tenha um propósito. Talvez nos faça ter um tipo de relacionamento com pessoas que de outro modo sequer perceberíamos. Somos levados a percebê-las através do apego ou do seu oposto - o desejo de nos afastarmos delas. Assim, temos relacionamentos de certo tipo em cada vida, e à medida que giramos de vida em vida, entramos em contato com mais pessoas.(...)"

(Radha Burnier - O rio da vida - Revista Sophia, Ano 15, nº 66 - p. 20)


segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

CELEBRA O TEU NATAL - DE DENTRO!

"Quantas vezes, meu amigo, celebrastes o Natal de fora? O Natal litúrgico, de 25 de dezembro de cada ano? 20, 30, 50 vezes em tua vida?

Foi um verdadeiro Natal - ou foi apenas um pseudonatal?

Foi um Natal - ou foi o teu Natal?

Foi como um fogo pintado na tela - ou foi um fogo real, cheio de força, luz e calor?

Natal sem natalidade não passa de ilusão e mentira...

Que quer dizer um Natal onde não haja nascimento do Cristo?

Nasceu ele, é verdade, há quase 2000 anos, na gruta de Belém - mas não nasceu na gruta de teu coração.

Foi reclinado na singela manjedoura de palha - mas podes tu dizer em verdade: Já não sou eu que vivo, o Cristo é que vive em mim?

Ainda que mil vezes nasça Jesus em Belém - se não nascer em ti, perdido estás...

A árvore de Natal que costumas armar em tua casa é bem o símbolo inconsciente do teu pseudonatal interior: árvore sem raízes, morta ou moribunda, ostentando lindos enfeites de papel sem vida, frutinhas ocas de celulóide inerte - não é isto que é a tua vida espiritual?

Quanto tempo pretendes ainda 'brincar de Natal' - sem celebrar um verdadeiro Natal, um dia natalício do Cristo em ti?

Por que toda essa camuflagem e insinceridade diante de ti mesmo?

Por que não retificas, enfim, todas as tortuosidades da tua vida?

Por que não pões ponto final a toda essa política e diplomacia curvelínea do teu egoísmo e inicias, finalmente, uma vida retilínea de absoluta verdade, honestidade e amor universal?

Quando permitirarás que nasça em ti o Redentor - ele, o Caminho, a Verdade e a Vida?

Não imaginas, meu amigo, o que viria a ser para ti esse Natal externo do ano litúrgico, se, de fato, celebrasses o Natal interno de tua alma.

Não imaginas o que te diriam a gruta, a manjedoura, os anjos do céu e os pastores da terra se em ti acontecesse o glorioso simbolizado de que esses fatos históricos são o símbolo longínquo e vago.

Não imaginas em que nova luz de compreensão te apareceria o Cristo do Evangelho se dentro de ti nascesse o Cristo da tua experiência íntima, do teu encontro pessoal com Deus.

Se o Cristo fosse para ti, não apenas um artigo de fé aridamente crido - mas uma estupenda realidade intensamente vivida.

Se o Cristo vivesse em ti e tu vivesses no Cristo, ou antes, se fosses vivido pelo Cristo - que vida abundante seria a tua...

Não caberias em ti de tão feliz - e tua exuberante felicidade em Cristo transbordaria em amor e benevolência para com todos os irmãos de Cristo em derredor...

A própria Natureza inconsciente receberia um reflexo desse transbordamento de amor e felicidade - e, como Francisco de Assis, ébrio de Deus, contarias e cantarias as glórias divinas às pedras e às plantas, às aves e aos peixes, ao sol, à lua e às estrelas...

Convidarias a própria 'irmã Morte' para entoar louvores ao Pai celeste.

Se tivesses celebrado o teu Natal de dentro, se o Cristo tivesse nascido em ti e em ti vivesse, seria a tua vida uma gloriosa ressurreição - e os anjos da Páscoa confundiriam as suas vozes com os anjos de Belém, cantando hosanas e aleluias, glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens, em todos os caminhos da sua existência - mesmo por entre as sombras da morte.

Celebra o teu verdadeiro Natal, meu amigo - e saberás o que o Cristo significa em ti e para todos os que o recebem e vivem nele...

'Renascidos pelo espírito'...

'Feitos novas creaturas em Cristo'..."

(Huberto Rohden - Imperativos da vida - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 1983 - p. 19/21)