OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

CLAREZA DE VISÃO (2ª PARTE)

"(...) Nós decidimos nosso destino através das escolhas e de como lidamos com as coisas. Essas escolhas refletem-se como oportunidades de crescimento na infalível lei do karma. O crescimento espiritual não é algo que somos compelidos a aceitar pelas circunstâncias. Ele deve vir como um ato de escolha, e o desenvolvimento posterior da nossa natureza só pode ser alcançado pelo esforço pessoal. Quando o véu da personalidade é reduzido, a escolha é feita por um aspecto mais profundo de nós mesmos.

Lembremos que o significado de responsabilidade é 'dever'. No livro A Chave para a Teosofia (Ed. Teosófica), Blavatsky fala do dever em termos amplos e bastante duros: 'O dever é aquilo que é devido à humanidade, ao nosso próximo, nossos vizinhos, à família, e especialmente aquilo que devemos a todos aqueles que são mais pobres e mais impotentes. Esse é um débito que, se não for saldado durante a vida, deixa-nos espiritualmente insolventes e moralmente falidos na nossa próxima encarnação.'

Não se trata do tipo de dever restrito e opressivo contra o qual o eu pessoal poderia lutar. Ele é de uma cor diferente, porque se origina do aspecto de nossa natureza capaz de discernir nossas conexões universais com a vida. O dever ou responsabilidade, no seu sentido mais amplo, refere-se à nossa responsabilidade em relação à vida, um mandado sagrado para o indivíduo no caminho espiritual. Isso inclui cuidar de plantas e animais, envolver-se em assuntos éticos e assumir uma série de responsalidades para com a humanidade e a vida. 

No século XXI, quando a tecnologia torna nossas vidas tão mais fáceis, noções como esforço e dever não são muito palatáveis. Todavia, quando tivermos tocado nossa verdadeira individualidade, mesmo que uma única vez, de maneira pequenina, os esforços não parecerão tão pesados.

O autor contemporâneo Ken Wilber, que escreve sobre a Sabedoria Perene, explica como a agitação do eu relaxa durante a meditação ou a contemplação não dual. Certamente ele se refere à meditação autêntica, não a outras atividades comumente confundidas com práticas meditativas. (...)"

(Linda Oliveira - Os artistas do destino - Revista Sophia, Ano 13, nº 58 - p. 14/15)


quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

CLAREZA DE VISÃO (1ª PARTE)

"Os ensinamentos da Sabedoria Perene podem nos ajudar a ser artistas exímios. Madhava Ashish apontou a necessidade de uma visão clara de nós mesmos, ao comentar que a nossa habilidade de manter os pés na estrada depende da clareza da visão. Ele observou que, 'quanto mais entendemos aquilo que somos, e como chegamos a ser o que somos, mais entenderemos o que temos que nos tornar, e como nos tornar'. Quando realmente enxergamos, a maneira e o método tornam-se claros. Para isso é preciso fortalecer os aspectos mais elevados da nossa natureza, e, por outro lado, enfraquecer o poder compulsivo dos velhos hábitos.

Para entendermos a nós mesmos, é necessário considerar os vários hábitos e desejos da personalidade de maneira tão imparcial quanto possível: gostos e aversões, amores e temores, respostas às outras pessoas - particularmente as respostas negativas -, tendências duradouras e repetitivas, habilidades que possuímos e as que precisamos desenvolver, áreas em que nosso desenvolvimento é assimétrico e deficiente. Em suma, é preciso segurar um espelho e revelar a nós mesmos aquilo que somos.

Esse no entanto, não é um processo narcisista. É possível ser uma testemunha relativamente imparcial de nossas forças e fraquezas, que podem, então, clarear 'aquilo que temos de nos tornar'. Krishnamurti falou do autoconhecimento no sentido de 'conhecer cada pensamento, cada estado de ser, cada palavra, cada sentimento, conhecer a atividade de sua mente'. Isso não era complicado nem analítico; era simplesmente observar a mente, pois a mente com frequência colore a nossa sensibilidade, conforme esteja tingida por desejos ou pela faculdade da intuição.

Há um termo sânscrito que resume o processo de enfraquecimento dos hábitos e desejos, enquanto o ser interior começa a emergir: vairagya. Geralmente traduzido como desapego, seus significados incluem também 'mudança ou perda de cor' e 'palidez crescente'. Mas o que está perdendo a cor e se tornando pálido? Pode-se dizer que a personalidade empalidece, à medida que as compulsões retrocedem; ao mesmo tempo, as verdadeiras cores da individualidade se tornam cada vez mais pronunciadas.

Todo esse processo pode parecer assustador, porém, mais uma vez, devemos nos considerar como artistas. Não temos que realizar tudo isso em uma semana, mas podemos começar aqui e agora, com apenas um pequeno aspecto de nós mesmos. Como o pintor, precisamos ter paciência; esse pode ser um processo muito positivo e criativo. (...)"

(Linda Oliveira - Os artistas do destino - Revista Sophia, Ano 13, nº 58 - p. 14)


terça-feira, 12 de dezembro de 2017

NUTRIÇÃO SÁTVICA

"Moderação no alimento, na palavra, nos desejos e anelos, mas também o contentamento com o pouco que, com trabalho honesto, se pode obter, e mais, o empenho por servir aos outros e a todos dar alegria - tais são os mais poderosos de todos os tônicos e defensores da saúde que o Sanathana Ayurveda (a eterna ciência da saúde) conhece. 

Você não deve cuidar de comer muito e assim prejudicar a saúde. Quando o corpo está doente, a mente também fraqueja, e o cérebro não funciona adequadamente.

Nutrição sátvica não significa tão somente o alimento que ingerimos pela boca, mas também o ar puro que respiramos pelo nariz, a visão pura que vemos pelos olhos, os sons puros que escutamos pelos ouvidos e os objetos puros que tocamos com mãos e pés. Tudo de puro que nos invade pelos órgãos dos sentidos pode ser descrito como dieta sátvica (pura, inteligente). Escutar sons maus, contemplar visões más, tocar coisas ruins não contituem a dieta inteligente (sátvica).

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 192)


segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

A FUGA GERA CONFLITOS

"Por que somos ambiciosos? Por que queremos ter sucesso, ser alguém? Por que lutamos para ser superiores? Por que todo esse esforço para nos afirmarmos, diretamente ou por meio de uma ideologia ou Estado? Essa autoafirmação não é a principal causa do nosso conflito e da nossa confusão? Sem ambição, nós pereceríamos? Não podemos sobreviver fisicamente sem sermos ambiciosos?

Por que somos espertos e ambiciosos? A ambição não é um desejo de evitar o que existe? Essa esperteza não é realmente estúpida, que é o que somos? Por que temos tanto medo do que existe? Qual é o benefício de fugir, se, independentemente do que somos, seremos sempre assim? Podemos ter sucesso na fuga, mas o que somos continua ali, gerando conflito e infelicidade. Por que temos tanto medo da nossa solidão, do nosso vazio? Qualquer atividade fora do que existe está propensa a gerar tristeza e antagonismo. O conflito é a negação ou a fuga do que existe, não há outro conflito além desse. Nosso conflito se torna cada vez mais complexo e insolúvel porque não enfrentamos o que existe. Não há complexidade no que existe, apenas nas muitas fugas que buscamos."

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 271)


domingo, 10 de dezembro de 2017

PRECES PELOS MORTOS

"P 191: As preces pelos mortos têm algum valor? Se o têm, como devem ser oferecidas?  

R: As preces sempre têm valor, tanto para os vivos como para os mortos, quando são ditadas pelo amor. Uma prece será eficaz na proporção da intensidade do pensamento expressado por ela, da pureza e força de vontade com as quais for dirigida à pessoa em questão, e do conhecimento que possua o solicitante. Uma oração, assim como um pensamento, cria uma forma, um elemental artificial, 'um poder benéfico ativo' que vai até a pessoa para cujo benefício foi criado e que a ajuda quando a oportunidade se apresentar. Essa energia posta em jogo no plano astral pode afetar qualquer pessoa em seu corpo astral; portanto, é possível auxiliar e proteger um morto com tais formas mentais enquanto ele permanecer no mundo astral.   

Um homem que compreenda a constituição do corpo astral e o poder do pensamento pode aumentar enormemente sua ajuda pelo envio deliberado de um elemental artificial, que auxilie na desintegração dos cascões astrais que aprisionam a alma, e que impulsione seu passo para o Devachan. Alguns dos Mantrans dos Shraddhas hindus (cerimônias para os mortos) têm esse objetivo em perspectiva, e são muito eficazes quando empregados por um homem sábio e santo.  

Entretanto, o homem comum conhece tão pouco sobre a condição de seus entes queridos, já mortos, que fará muito bem em abster-se de colocar em movimento uma força que possa ser mal dirigida, por falta de conhecimento mais exato acerca do que eles necessitam. Tal pessoa procederia melhor se usasse aquela famosa antífona que tão frequentemente se ouve nos serviços para os defuntos, na Igreja Católica: 'Concede-lhe, oh Senhor, descanso eterno e que a luz perpétua brilhe para ele'. Pois essas duas cláusulas expressam exatamente as condições de que o defunto mais necessita: primeiro, perfeito descanso de todo cuidado e pensamento terrestres, a fim de que não seja perturbado seu progresso na direção do mundo celeste; e segundo, a luz perpétua do amor divino, brilhando claramente sobre ele através da parte superior e mais espiritual de sua própria natureza, atraindo-o sempre até essa elevada luz para que seu progresso possa ser rápido. Em verdade, muito pouca ajuda posterior pode a Terra oferecer a um homem para quem essa prece for repetida constante e fervorosamente. Dessa maneira, qualquer um pode ajudar seus amigos ou seres queridos, ao elevar-se a um nível superior, esquecendo-se de si e do engano da perda aparente, enviando pensamentos de 'luz perpétua e paz eterna', e substituindo a tristeza Egoísta e inútil por bons desejos, sinceros e amorosos, para que o progresso daqueles seja rápido desde o mundo astral até o celestial." 

(Pestanji Temulji Pavri - Teosofia explicada em perguntas e respostas - fl. 175/176)
Fontehttp://www.lojadharma.org.br