OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 2 de novembro de 2017

NA ALEGRIA ESTÁ A VERDADEIRA VIDA ESPIRITUAL

"Tente, e perceba a beleza do sofrimento, quando o que o sofrimento faz é só tornar a pessoa mais apta para o trabalho. Certamente jamais devemos anelar a paz se na luta o mundo puder ser ajudado. Tente, e sinta que embora a treva pareça estar em toda sua volta, ainda assim ela não é real. Se algumas vezes Eles se ocultam em uma Maya (ilusão - NT) de indiferença aparente, é apenas para conceder Suas bênçãos com maior abundância quando a estação for propícia. As palavras não ajudam muito quando a escuridão é opressiva, ainda que o discípulo deva tentar manter inabalada sua fé na proximidade dos Grandes Seres, e sentir que embora a luz seja temporariamente retirada da consciência mental, mesmo assim ela cresce dia a dia no interior sob a Sua sábia e misericordiosa dispensação. Quando a mente se torna novamente sensível, ela reconhece com surpresa e alegria como o trabalho espiritual foi feito sem que se tivesse consciência alguma dos detalhes. Nós conhecemos a Lei. No mundo espiritual noites de maior ou menor horror seguem o dia, e aquele que é sábio, reconhecendo que a treva é o fruto de uma lei natural, deixa de se incomodar com isso. Podemos descansar certos de que a escuridão, por sua vez, se dissipará. Lembre sempre que detrás da mais espessa fumaça sempre existe a luz dos Pés de Lótus dos Grandes Senhores da Terra. Fique firme e jamais perca a fé n'Eles, e então não haverá nada a temer. Podem e devem haver provações, mas você deve estar certo de que conseguirá suportá-las. Quando a sombra que caiu como uma mortalha sobre a Alma se retira, então somos capazes de ver quão realmente evanescente e ilusória ela era. Mesmo assim esta sombra, enquanto perdura, é real o bastante para levar a ruína para muitas almas nobres que ainda não adquiriram força suficiente para suportá-la. 

A vida e o amor espirituais não se esgotam quando são dispendidos. A doação apenas acrescenta ao reservatório e o torna mais rico e intenso. Tente, e seja tão feliz e contente quanto puder, porque na alegria está a verdadeira vida espiritual, e a tristeza é apenas o resultado de nossa ignorância e falta de visão clara. Assim, você deve resistir, até onde puder, ao sentimento de tristeza: ele anuvia a atmosfera espiritual. E embora você não possa evitar inteiramente sua chegada, mesmo assim você não deve ceder completamente a ele. Pois lembre-se de que no verdadeiro coração do universo existe a Beatitude. (...)"

(Annie Besant - A Doutrina do Coração - Ed. Teosófica, Brasília - p. 5)
www.editorateosofica.com.br


quarta-feira, 1 de novembro de 2017

O VERDADEIRO OCULTISTA

"O verdadeiro Ocultista, ao mesmo que tempo que para si mesmo é o mais severo dos juizes, o mais rígido dos feitores, é para todos ao seu redor o mais compreensivo dos amigos, o mais gentil dos auxiliares. Conseguir esta gentileza e poder de simpatia deveria, assim, ser o desejo de cada um de nós, e isso só pode ser obtido pela incansável prática desta gentileza e simpatia para com tudo, sem exceção, que nos rodeia. Cada futuro Ocultista deveria ser a pessoa, em sua própria casa e círculo, para quem todos mais prontamente acorrem quando na tristeza, na ansiedade, no pecado - certos que estão da sua simpatia, e de sua ajuda. A pessoa mais desinteressante, a mais bruta, a mais estúpida, a mais repelente, deveriam ver nele pelo menos um amigo. Todo anseio em busca de uma vida melhor, cada desejo nascente em direção ao serviço altruísta, toda vontade recém-formada de viver mais nobremente, deveria encontrar nele alguém pronto a encorajar e fortalecer, de modo que todo germe de bem possa começar a crescer sob a calorosa e estimulante presença de sua natureza amorosa. 

Atingir tal poder de serviço é uma questão de autotreinamento na vida diária. Primeiro precisamos reconhecer que o EU em todos é um só, de modo que em cada pessoa com quem entramos em contato devemos ignorar tudo o que é desagradável na casca exterior, e reconhecer o EU entronizado no coração. A próxima coisa a notar - em sentimento, não só em teoria - é que o EU está tentando se expressar através dos invólucros que o obstruem, e que a natureza interna é toda adorável, e é distorcida para nós pelos envoltórios que a contêm. Então deveríamos nos identificar com aquele EU, que na verdade é nós mesmos em sua essência, e cooperar com ele em sua luta contra os elementos inferiores que sufocam sua expressão. E uma vez que temos de agir para com nosso irmão através de nossa própria natureza inferior, o único caminho de ajudar eficazmente é ver as coisas como aquele irmão as vê, com suas limitações, seus preconceitos, sua visão distorcida; e vendo-as assim, e sendo afetados por elas em nossa natureza inferior, ajudá-lo do seu modo e não do nosso, pois só assim se pode prestar um auxílio real. Aqui entra o treinamento Oculto. Nós aprendemos a nos retirar de nossa natureza inferior, a sentir seus sentimentos sem sermos afetados por eles, e deste modo, ao mesmo tempo que experimentamos emocionalmente, julgamos com o intelecto. 

Devemos usar este método quando ajudarmos nosso irmão, e ao mesmo tempo que sentimos como ele sente, como uma corda afinada ecoa a nota de sua vizinha, devemos usar nosso 'eu' desapegado para julgar, para aconselhar, para estimular, mas sempre usando-o de modo que nosso irmão esteja consciente de que é a sua própria natureza superior que está expressando a si mesma através de nossos lábios. Devemos desejar compartilhar o nosso melhor; a vida do Espírito não é guardar, mas dar. Frequentemente o nosso 'melhor' seria indesejável para aquele a quem tentamos ajudar, assim como a poesia refinada não é atraente para a criança pequena; então devemos dar o melhor que ele possa assimilar, guardando o restante, não porque somos ciumentos, mas porque ele ainda não o requer. (...)" 

(Annie Besant - A Doutrina do Coração - Ed. Teosófica, Brasília - p. 2/3


terça-feira, 31 de outubro de 2017

O MEDO É A NÃO ACEITAÇÃO DO QUE EXISTE

"O medo encontra várias fugas. O que mais varia é a identificação, não é? A identificação com o país, com a sociedade, com uma ideia. Você já percebeu como reage quando vê um desfile militar ou uma procissão religiosa, ou quando o país está correndo o risco de ser invadido? Você se identifica com o país, com um ser, com uma ideologia. Há outras ocasiões em que você se identifica com seu filho, com seu cônjuge, com uma forma particular de ação ou inação. A identificação é um processo de autoesquecimento. Enquanto estou consciente do 'eu', sei que há sofrimento, luta, medo constante. Mas se consigo me identificar com algo maior, com algo que valha a pena, com a beleza, com a vida, com a verdade, com a crença, com o conhecimento, ainda que temporariamente, há uma fuga do 'eu', não há? Se falo sobre o 'meu país', esqueço de mim temporariamente, não é? Se consigo dizer algo sobre Deus, esqueço de mim. Se consigo me identificar com minha família, um grupo, determinado partido, determinada ideologia, então há uma fuga temporária. 

Agora sabemos o que é o medo? Ele não é a aceitação do que existe? Precisamos entender a palavra aceitação. Ela não significa o esforço realizado para aceitar. A aceitação não ocorre quando percebo o que existe. Quando não enxergo claramente o que existe, então estabeleço o processo da aceitação. Por isso, o medo é a não aceitação do que existe."

(Krishnamjurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 107


segunda-feira, 30 de outubro de 2017

RELIGIÃO

"Dizer 'minha religião é a única que presta, e todas as outras são de Satanás' é uma das formas mais condenáveis de agressão, e uma prova de lamentável ignorância, ou, muitas vezes, é apenas um sinal de que se está fazendo o jogo maroto de um falso líder de uma seita qualquer, que vive a aumentar sua conta de banco à custa das oferendas em dinheiro, que seus ingênuos e subservientes sectários são conduzidos a fazer.

Religião, a única que realmente vale, é aquela em que, cada um, dentro de si mesmo, no altar do coração, no sublime silêncio da mente, em devotamento extremo, cultua a Luz Radiosa que lá se encontra. Chame-o de Pai, o Ser, Deus, Brahman..., é no coração da gente que Ele se encontra, e é ali que Ele nos espera. 

Religião é essencialmente a religação de cada um com o Deus Uno, resplandecendo dentro de cada um.

É somente entre você e o Pai que o fenômeno religioso acontece.

Sou uno com meu Pai, 
sou portanto perfeito."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 102)


domingo, 29 de outubro de 2017

OS ARTISTAS DO DESTINO (PARTE FINAL)

"(...) O termo 'autorresponsabilidade' implica a necessidade de entender o significado de responsabilidade, eu e ego. Responsabilidade significa dever, compromisso, capacidade de conduta racional. Na literatura teosófica, a personalidade é frequentemente chamada de 'eu', e a individualidade, de 'ego'. Podemos diver que a refinada arte de autorresponsabilidade envolve vários aspectos:
  • possuir uma visão ou intuição daquilo que podemos nos tornar;
  • ser sensível a essa visão;
  • perceber as ferramentas do 'eu' com as quais temos que trabalhar; 
  • examinar nossas várias tendências;
  • suavizar essas tendências, de modo que as cores sutis de nossa verdadeira natureza posssam assumir forma.
 Esse processo deve pavimentar o caminho para as nossas ações, que vão se tornando cada vez mais equilibradas e cuidadosas, refletindo nosso dever ou missão de vida individual, de modo que nos tornemos conscientes e plenamente responsáveis por nossas ações.

Se tivéssemos total responsabilidade por nossas ações, não deveríamos nos encolerizar com o karma, nem nos irritar com as circunstâncias com que nos defrontamos. Existe um fenômeno que pode ser descrito como 'fenda', um hiato entre entender intelectualmente ensinamentos como o karma e de fato fundi-los em nosso ser. No livro A Voz do Silêncio (Ed. Teosófica), de Helena Petrona Blavatsky, os termos contrastantes 'aprendizagem intelectual' e 'sabedoria da alma' também se referem a esse hiato, que às vez pode parecer um abismo.

Como artistas do nosso próprio desabrochar, nossa primeira tarefa é ver o que realmente está aqui, identificar as ferramentas com que temos que trabalhar. Isso requer um exame da nossa personalidade que pode ser desconfortável. Nesse processo, os aspectos do eu pessoal que não são úteis se tornam aparentes, assim como os aspectos que não precisam ser mantidos por longo tempo." 

(Linda Oliveira - Os artistas do destino - Revista Sophia, Ano 13, nº 58 - p. 13)