OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 26 de setembro de 2017

UMA PROPRIEDADE DA MENTE (1ª PARTE)

"Helena Blavatsky, assim como muitos filósofos, viu que o tempo, como sucessão de eventos, é tanto uma propriedade da nossa mente quanto uma parte da realidade. Nós percebemos de forma seriada e classificamos como passado, presente e futuro; os eventos, entretanto, simplesmente são.

O tempo é uma generalização, um conceito que formulamos a partir da experiência. Depois atribuímos a ele uma existência separada da nossa vivência dos eventos. Blavatsky, contrariando a noção de que o tempo flui e nós permanecemos parados, afirma que 'o tempo é apenas uma ilusão produzida pelos sucessivos estados da nossa consciência, à medida que atravessamos a duração eterna'.

A forte tendência de ordenar as coisas em sequência atua sobre a nossa percepção do mundo. O sentido de tempo linear fragmenta o panorama ininterrupto das mudanças interconectadas da natureza, percebido claramente pelos índios hopi.

Quando sonhamos ou mergulhamos em pensamentos o tempo pode se expandir, de modo que minutos ou segundos parecem horas, ou horas passam num relance. A sensação de passagem rápida ou lenta do tempo pode resultar de fatores físicos, como temperatura corporal, temperatura do ar ou influência de café, chá ou álcool, ou ainda fatores psicológicos como tédio ou interesse. É comum sentir que a semana de trabalho se arrasta, enquanto os fins de semana 'passam voando'.

A 'progressão ordenada, militar, do tempo medido' é muito diferente do 'tempo ilimitado da mente', segundo as expressões de Bérgson. Para alguns o tempo normalmente parece fluir mais lentamente do que para outros. Ao longo do dia, nossa percepção do passar do tempo também muda. Há momentos em que ele é uma corrente que se desloca montanha abaixo; depois, é como um rio sereno na planície. Nenhum dos padrões está 'correto'; o tempo não possui velocidade absoluta. Mas a pressa excessiva pode ser prejudicial e o ritmo lento pode ter efeitos curativos sobre nossa saúde. (...)"

(Tempo e atemporalidadeDo livro Sabedoria Antiga e Visão Moderna, Shirleu Nicholson, Ed. Teosófica - Revista Sophia, Ano 2, nº 7 - p. 16)


segunda-feira, 25 de setembro de 2017

O PERIGO DE UMA IMAGINAÇÃO INDISCIPLINADA

"Consideremos o caso de um homem que anseia por bebida. Ele conhece o sofrimento que a sua fraqueza lhe ocasiona; sabe que utiliza mal seu salário e deixa sua família à míngua; e, em seus momentos de lucidez, resolve abandonar aquele vício. Então ele passa por diante de uma taberna, vê sair e entrar gente, e talvez ainda sinta o odor de bebida. Até aquele momento, esteve livre da tentação e da consequente luta. Mas, que sucede agora? Naquela fração de segundo, se imagina bebendo - cria uma imagem mental; e por um momento vive e atua naquela forma mental como se, com efeito, usufruísse da bebida. Experimenta a possível satisfação de sua ânsia, mas em realidade não faz mais que intensificá-la, tornando a ação quase inevitável. Uma vez produzida a imagem, evoca tardiamente sua vontade dizendo: 'Não quero fazer isso'. Mas já é demasiado tarde, e a luta é praticamente em vão. Uma vez criada a imagem mental, segue-se geralmente a consumação da mesma em ação. Sem dúvida, às vezes, a imagem não é bastante vigorosa, e é possível repeli-la. Mas mesmo assim há luta, desgaste dos corpos e sofrimento como resultado. O melhor caminho é impedir que se forme a criadora imagem mental e intervir quando ainda seja eficaz a intervenção.

A imaginação indisciplinada causa sofrimento mais graves do que se supõe. As inumeráveis ocasiões em que tantos não puderam dominar suas paixões, expecialmente a luxúria, foram resultado de uma imaginação indisciplinada e não de uma vontade fraca. Pode-se sentir um forte desejo, mas é o pensamento criador que acarretará a ação.

A maioria das pessoas não dá importância a suas imaginações, devaneios ou pensamentos, e pensam que eles sejam inofensivos por não serem tangíveis ou visíveis à visão ordinária. Contudo, constituem o único perigo. A quem experimente um intenso desejo sexual, não haverá perigo em ver ou pensar no objeto de seu desejo, a menos que ao pensamento acompanhe a imagem mental de estar saciando seu apetite. O risco começa quando se imagina a si mesmo em ato de satisfação do desejo e quanto se consente que o desejo fortaleça a imagem criada. 

Um homem pode estar rodeado de objetos de desejo e, contudo, não experimentar perturbação nem dificuldade alguma, contanto que não permita que sua imaginação, seu poder mental criador, reaja a tais objetos. Nunca temos suficiente percepção de que os objetos de desejo não têm por si poder algum, a menos que nos permitamos reagir a eles, a menos que busquemos saciá-los em imagens criadoras. Mas, uma vez que o tenhamos feito, a luta sobrevém certamente. Consideramos o que pensamos como nossa vontade, e tentamos escapar dos resultados de nossa própria imaginação por meio de uma resistência frenética. Poucos compreenderam que a resitência agitada e ansiosa inspirada pelo medo é algo muito diferente da Vontade."

(J. J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 29/30)


domingo, 24 de setembro de 2017

A MUDANÇA NO CORPO MENTAL

"Consideremos agora o corpo mental e sua completa mudança. Em certos aspectos, a mudança a ser buscada no corpo mental é a mais essencial de todas, porque nele estão nossas reais possibilidades de perigo, embora o desconheçamos.

Nunca agimos nem falamos sem que antes tenhamos pensado, sem antes haver concebido uma imagem, isto é, sem haver 'imaginado' o que vamos fazer. Contudo, não atentamos para isso porque as operações da mente são tão rápidas - e nossa consciência é para nós um terreno tão desconhecido - que ignoramos o que ali sucede. Porém, mesmo antes de levantar a mão, pensamos nesse movimento, produzimos uma imagem dele; e como essa imagem é criadora, concretiza-se em ação.

O pensamento humano é a manifestação do Espírito Santo, o Deus Criador, cuja suprema Energia criadora se manifesta em nossa força mental, tornando-a uma espada de dois gumes, muito mais perigosa para quem desconhece o seu poder. Ao pensar, geramos uma imagem no corpo mental, criamos uma forma e a preenchemos com a Energia divina criadora, que então se lançará em ação. Às vezes, necessita-se de certo número de repetidos pensamentos para que a carga de Energia criadora seja suficiente para trazer uma ação. Quando frequentemente repetidos, os pensamentos criam um hábito ou costume; e muitas vezes ficamos impotentes para resistir àquilo que nós mesmos criamos.

Nada disso representa perigo se nós determinamos nossas imagens mentais a partir do interior, se nós - o Ser divino - criamos as imagens com plena consciência. O perigo, o terrível perigo de toda a nossa vida, está em permitirmos a criação de imagens mentais para incitações externas, em tolerar que os estímulos do mundo exterior concebam imagens no corpo mental; em lançar a criadora matéria mental em formas de pensamentos que, carregadas de energia, terão necessariamente que ser descarregadas, concretizando-se em ação.

Nessa indisciplinada atividade do corpo mental está a causa de praticamente todas as nossas lutas internas e dificuldades espirituais. É a ignorância que permite o funcionamento desgovernado do instrumento, que deveria ser útil a nós e não se utilizar de nossa energia criadora. Quando consentimos que os estímulos do exterior motivem o corpo mental a produzir imagens, nos desnorteamos, e começa a luta."

(J. J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 28/29)
www.editorateosofica.com.br


sábado, 23 de setembro de 2017

A MUDANÇA NO CORPO EMOCIONAL (PARTE FINAL)

"(...) Em verdade, isso torna-se muito diverso quando o verdadeiro Ser determina quais sentimentos devem se manifestar e conscientemente deixa fluir essas elevadas emoções através do corpo astral. Em vez de o agitarem flutuantes e nebulosas emoções que mudam a cada momento, será um corpo radiante, que emite firmemente as emoções determinadas pelo Ego e que palpita ritmicamente sob os impulsos interiores.

Também à visão clarividente, muito diferente se torna assim o corpo emocional: em vez de turvas manchas de cor, nossas emoções se mostram claramente definidas e concentricamente ordenadas, irradiando vigorosamente do centro do corpo emocional. Dessa forma, nesse corpo se opera mudança análoga à efetuada no físico.

Nesse caso cabe ainda comparar a mudança operada à que se observa numa massa de limalha de ferro quando submetida à influência de um campo magnético. No corpo emocional modificado há uma vontade central, dominante e diretora, e consequentemente ele agora é vitalizado e definido pela Vontade interior. Já é nosso servo, e nenhuma agitação, emoção ou incitação vindas  do exterior poderão despertar-lhe sentimentos ou desejos que já não consentimos. Já não é mais parte integrante do mundo astral circundante, mas apartou-se dele para se harmonizar com o Ser interno. Mudou a polaridade; é agora energizado a partir do interior, e irradia incessantemente emoções superiores em auxílio ao mundo. 

Ao efetuar essa mudança no corpo emocional, teremos cumprido outra etapa na superação daquela dualidade entre o Eu superior e o eu inferior, a qual tanto nos atribulou no passado e que provinha de nossa ignorância em consentir que uma parte de nossa consciência fosse dominada pelos corpos. Retiramos o centro de consciência do corpo astral ao submetê-lo ao Ser interno; desembaraçamos, por assim dizer, a consciência do corpo em que estava enredada, e a conduzimos um passo mais próximo ao mundo a que pertence, ao mantermos assim o corpo astral vitalizado a partir do interior, mantendo-o nosso servo."

(J. J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 27/28)


sexta-feira, 22 de setembro de 2017

A MUDANÇA NO CORPO EMOCIONAL (1ª PARTE)

"Quando mudamos nossa atitude a respeito do corpo físico, lhe retiramos o centro da consciência. É claro que não a retiramos inteiramente, porque senão ficaríamos adormecidos ou em estado de transe. Mas já não a temos no corpo físico; mantemos nossa consciência a um nível superior e atuamos por meio do corpo físico, o que é muito diferente.

Depois de assim proceder, temos que promover a mesma mudança realizada, com relação ao corpo físico, em nosso corpo astral ou emocional⁷. Novamente encontramos a mesma dificuldade. Geralmente consentimos que nosso corpo emocional pertença ao mundo emocional; permitimos que esse mundo defina nosso corpo emocional, e deixamos que desejos e emoções sejam formados em nosso corpo emocional por influências externas. Por certo, nem sempre somos conscientes disso, pois ainda não fazemos distinção entre o 'eu' e o 'não eu', com referência ao que chamamos mundos 'interiores' - o mundo das emoções e o mundo dos pensamentos - e, em consequência, nos parece que as emoções e pensamentos 'surgem de nosso interior', quando, em realidade, provêm de fora, ou pelo menos os excita o mundo exterior.

Visto pela clarividência, o resultado é que o corpo emocional oferece diversas manchas de cor irregularmente distribuídas, que se alteram facilmente por ação de influências externas. Devemos perceber nosso corpo emocional e considerá-lo como nosso veículo no mundo astral. Temos de submetê-lo firmemente ao domínio do Ego e efetuar nele a mesma mudança que levamos a cabo no corpo físico. Temos de vitalizar o corpo emocional a partir do interior, e enviar através dele as emoções que nos determinamos a ter.

Procuremos experimentar essa mudança em nós mesmos. Tentemos perceber nosso corpo astral livre do todos aqueles desejos mesquinhos e daquelas emoções que são tão perturbadoras, e determinemos quais as emoções que nós próprios - o Ser divino - havemos de consentir nesse corpo. Sintamos essas emoções e as irradiemos consientemente. Inicialmente, sintamos amor; não o amor que deseja possuir, mas o amor que se expande livremente a todos os seres e a todas as coisas. Depois, sintamos devoção - devoção pelo Mestre, pela magna Obra, pelo mais elevado que possamos conceber - e enchamos nosso corpo emocional dessa devoção. Ainda, compadeçamo-nos dos que sofrem; sintamos que nosso coração transborda de piedade por quantos sofrem no vasto mundo. E, finalmente, busquemos aspiração espiritual; sintamos-nos intensamente inspirados pelo superior, e percebamos a verdadeira espiritualidade irradiando de nosso corpo emocional. (...)"

Corpo emocional ou astral é o veículo de nossos bons ou maus sentimentos, como o corpo físico o é de nossas boas ou más ações, e o corpo mental, de nossos bons ou maus pensamentos. Assim como podemos e devemos disciplinar o corpo físico para a prática exclusiva de boas ações e aquisição de bons hábitos e costumes, também podemos e devemos disciplinar nossos corpos emocional e mental para que só alimentem e exteriorizem elevados sentimentos e pensamentos. (N. T.)

(J. J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 25/27)