OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 16 de setembro de 2017

QUEM SOU EU?

"(4:27) Alguns, guiados pelo discernimento, oferecem as atividades de seus sentidos e a energia nelas contida ao fogo do autocontrole. (Perguntam a si mesmos: 'Quem está vendo? Quem está ouvindo? Que força me motiva a experimentar essas sensações?')

O método de oferecer a consciência egóica à expansão cósmica acaba por suscitar a pergunta: 'Quem sou eu?' Primeiro, a pessoa quer saber: 'Quem está comendo?', 'Quem anda quando meu corpo se desloca?', 'Quem, de fato, respira?', 'Quem pensa?', 'Quem reage com pensamentos positivos ou negativos?', Quem está fazendo estas perguntas?'

E, rematando tantas indagações, de novo: 'Quem sou eu?'

Essa é a abordagem do Gyana Yoga (o caminho do discernimento), que todos deveriam adotar em sua sadhana (prática espiritual). Examine-se enquanto come, anda, respira, conversa, pensa. Faça um esforço mental para distanciar-se de seu corpo e mente. Torne-se o observador silencioso de seu próprio eu. Aos poucos, irá se sentir interiormente desapegado e aceitará seu ser como uma outra realidade: a alma divina que apenas sonha tudo aquilo que acontece fora dela."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 199


sexta-feira, 15 de setembro de 2017

SIMPLICIDADE

"Simplicidade não significa mero ajustamento a um padrão. Requer-se muita inteligência para sermos simples, e não apenas que nos ajustemos a determinado padrão, por mais nobre que ele se nos afigure, exteriormente. A maioria de nós, infelizmente, começa a ser simples nas coisas exteriores, é bem fácil ter escassas posses e estar satisfeito com poucas coisas; contentar-se com pouco e talvez dividir este pouco com outros. Porém, uma simples manifestação exterior de simplicidade, nas coisas, nas posses, não implica, por certo, simplicidade interior. Porque, nas condições atuais do mundo, estão-nos sendo impostas cada vez mais coisas, exteriormente. A vida se está tornando cada vez mais complexa. Para fugir de tal situação, procuramos renunciar às coisas ou desapegar-nos delas — de automóveis, casas, organizações, cinemas, e das inumeráveis circunstâncias que nos assaltam do exterior. Pensamos que, pela renúncia, seremos simples. Já houve muitos santos e muitos instrutores que renunciaram ao mundo; parece-me, no entanto, que tal renúncia, por parte de qualquer de nós, não resolve o problema. A simplicidade fundamental, real, só pode vir à existência interiormente, e daí manifestar-se, exteriormente, como expressão. Como ser simples — eis o problema: porque a simplicidade nos torna mais e mais sensíveis. A mente sensível, o coração sensível, é essencial, porque capaz de rápido percebimento, rápida receptividade.

Sem dúvida, só podemos ser interiormente simples, quando compreendemos os inumeráveis empecilhos, apegos, temores, em que estamos aprisionados. Entretanto, de modo geral, gostamos de estar presos a pessoas, posses, ideias. Gostamos de ser prisioneiros. Interiormente, somos prisioneiros, embora exteriormente pareçamos muito simples. Interiormente somos prisioneiros dos nossos desejos, das nossas necessidades, de nossos ideais, de inumeráveis impulsos. A simplicidade não pode ser achada, se não somos livres interiormente. Por conseguinte, ela deve começar de dentro, e não de fora."

(Krishnamurti, A Primeira e Última Liberdade, Ed. Cultrix, São Paulo - p. 75/76)


quinta-feira, 14 de setembro de 2017

O GUIA SÁBIO (PARTE FINAL)

"(...) Tertön Sogyal, o místico tibetano, disse que não se impressionava com alguém que pudesse dar uma volta pelo teto, ou que acendesse fogo na água. Milagre de verdade, dizia ela, era alguém se libertar de uma emoção negativa.

Mais e mais, então, em lugar da tagarelice estridente e fragmentada que o ego tem murmurado junto a você ao longo da sua vida, você se verá ouvindo em sua mente a clara orientação dos ensinamentos, que inspiram, advertem, guiam e dirigem você a cada instante. Quanto mais ouvir, mais orientação receberá. Se seguir a voz do seu guia sábio, a voz da sua sabedoria discriminativa, e deixar o ego em silêncio, você experimentará a presença da sabedoria, da alegria e da felicidade que você realmente tem. Começa em você uma vida nova, profundamente diferente daquela em que se mascarava com seu ego. E quando a morte vier, já terá aprendido em vida como controlar aquelas emoções e pensamentos que nos estados da morte, os bardos, tornar-se-iam uma realidade esmagadora.

Quando sua amnésia sobre sua identidade começar a ser curada, entenderá afinal que o dak dzin - apego ao eu - é a causa-raiz de todo seu sofrimento. Você entenderá, finalmente, quanto mal ela fez a você a os outros e perceberá que a coisa mais nobre e mais sábia a fazer é proteger e acarinhar os demais, em vez de a si próprio. Isso trará cura ao seu coração, cura para sua mente e cura para seu espírito.

É importante lembrar sempre que o princípio da ausência de ego não quer dizer que havia um ego no começo e os budistas o afugentaram. Ao contrário, isso de fato significa que não havia ego algum desde o começo. Compreender isso é o que se chama 'ausência de ego'."

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 164

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

O GUIA SÁBIO (1ª PARTE)

"Duas pessoas conviveram dentro de você durante toda sua vida. Uma é o ego, tagarela, exigente, histérico, calculista; a outra é o ser espiritual oculto, cuja voz sábia e serena você raramente ouviu e, se o fez, não a atendeu. À medida que ouve mais e mais os ensinamentos, que os contempla e integra em sua vida, essa voz interior, sua sabedoria inata do discernimento, chamada no budismo de 'sabedoria discriminativa', é despertada e fortalecida, e você começa a distinguir sua orientação das diferentes vozes clamorosas e sedutoras do ego. A lembrança da sua real natureza, com todo seu esplendor e confiança, começa a retornar para você.

Você descobrirá, de fato, que revelou em si mesmo o seu guia sábio. Já que ele ou ela o conhece por dentro e por fora, uma vez que é você mesmo, seu guia pode ajudá-lo, com clareza e disposição de espírito cada vez maiores, a vencer todas as dificuldades dos seus pensamentos e emoções. Seu guia pode também ser uma presença contínua, jovial, terna, às vezes provocante e brincalhona, que sabe sempre o que é melhor para você e o auxiliará e encontrar mais e mais caminhos para sair da sua obsessão com as reações habituais e emoções confusas. À medida que a voz da sua sabedoria discriminativa se torna mais forte e clara, você começará a distinguir entre a verdade que ela traz e as várias imposturas do ego, e será capaz de ouvi-la com discernimento e confiança.

Quanto mais ouvir esse guia sábio, mais facilmente você mesmo estará preparado para mudar seus maus-humores, ver através deles e até rir-se deles pelos absurdos dramas e ridículas ilusões que criam. Gradualmente se descobrirá capaz de libertar-se mais depressa das emoções negativas que governaram sua vida, e essa habilidade é o maior de todos os milagres. (...)"

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 163/164


terça-feira, 12 de setembro de 2017

INOFENDIBILIDADE

"A melhor forma de se evitar a ira é ser não ofendível.

Ofendível é a pessoa que se esquenta com frequência, e por motivos sem grande importância.

Nossa ofendibilidade é do tamanho do amor ou adoração que temos por nós mesmos como pessoas.

'Ninguém é bastante homem para ofender-me, para me desrespeitar, para me humilhar...' - diz o egoísta orgulhoso.

Ora, o mundo não se sente na obrigação de sempre respeitar e acariciar a gente.

Assim, a cada hora, estamos precisando brigar para defender e homenagear nosso ego.

Isto é vida, que valha a pena viver?

Que grande estupidez é a suscetibilidade aguçada!"

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 79)