OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 23 de agosto de 2017

SER E ILUMINAÇÃO (1ª PARTE)

"Existe uma Vida Única, eterna e sempre presente, além das inúmeras formas de vida sujeitas ao nascimento e à morte. Muitas pessoas empregam a palavra Deus para descrevê-la, mas eu costumo chamá-la de Ser. Tanto 'Deus' quanto 'Ser' são palavras que não explicam nada. 'Ser', entretanto, tem a vantagem de sugerir um conceito aberto. Não reduz o invisívil infinito a uma entidade finita. É impossível formar uma imagem mental a esse respeito. Ninguém pode reivindicar a posse exclusiva do Ser. É a sua essência, tão acessível como sentir a sua própria presença. Portanto, a distância é muito curta entre a palavra 'Ser' e a vivência do Ser. 

O SER NÃO ESTÁ apenas além, mas também dentro de todas as formas, como a mais profunda, invisível e indestrutível essência interior. Isso significa que ele está ao seu alcance agora, sob a forma de um eu interior mais profundo, que é a verdadeira natureza dentro de você. Mas não procure apreendê-lo com a mente. Não tente entendê-lo. 

Só é possível  conhecê-lo quando a mente está serena. Se estiver alerta, com toda a sua atenção voltada para o Agora, você até poderá sentir o Ser, mas jamais conseguirá compreendê-lo mentalmente.

Recuperar a consciência do Ser e submeter-se a esse estado de 'percepção dos sentidos' é o que se chama iluminação. (...)"

(Eckhart Tolle - Praticando o Poder do Agora - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 13/14)


terça-feira, 22 de agosto de 2017

ÉTICA: A RESTAURAÇÃO DA HARMONIA (PARTE FINAL)

"(...) Perceber que a vida é una significa compreender que não há qualquer ação estritamente individual, e sim um movimento vasto e combinado. Há ação e reação imediata entre o indivíduo e todo o universo manifestado. Talvez seja difícil admitir que cada ser humano contribui para o bem-estar ou a desventura de toda a sociedade, para não mencionar o universo.

A ética não é um código moral imposto de fora, um conjunto de regras estipulando o que fazer ou não fazer: não é a obediência a uma autoridade política ou a um Deus que fica sentado a nos julgar. A harmonia não surge por meio de pressões externas. É um esforço para observar, entender e despertar interiormente.

As morais sociais e religiosas levam, via de regra, a um aumento da autoafirmação. A ética espiritual passa longe de ambas sugerindo um 'caminho do meio': não o ascetismo, mas a moderação; não as virtudes, mas o autoesquecimento. A ética é a expressão prática de valores fundamentais, sem os quais não é possível qualquer felicidade para a humanidade: a unidade da vida, a interdependência e a responsabilidade mútua.

O respeito pelos outros, os relacionamentos harmoniosos e o altruísmo expressam esses princípios na nossa vida diária, que consiste de relacionamentos. A ética nada tem a ver com exibições de heroísmo, e sim com um modo de vida simples, correto e equilibrado. Isso porá fim à inquietação da personalidade, que obstrui a manifestação das qualidades espirituais."

(Danielle Audoin - Ética: a restauração da harmonia - Revista Sophia, Ano 2, nº 6 - p.41)

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

ÉTICA: A RESTAURAÇÃO DA HARMONIA (2ª PARTE FINAL)

"(...) O senso de separação é uma ilusão primitiva, que origina todos os comportamentos errados do homem. O remédio está em compreender a unidade da vida. Se o conceito da origem comum da humanidade, não apenas em nível físico, mas especialmente nos níveis da alma e do espírito, estiver 'profundamente enraizado em nossos corações, nos levará longe da estrada da verdadeira caridade e da boa vontade fraterna'.

O princípio da unidade pode parecer muito distante das nossas preocupações diárias. É necessário juntar a ele um outro princípio derivado, o da interdependência. A aparente multiplicidade do mundo manifestado é, na realidade, uma grande rede de interdependência, destinada a funcionar em perfeita harmonia. A ilusão de separação nascida da mente humana e os caprichos de independência desequilibram dolorosamente toda a rede.

Devido à Lei do Carma - outro importante princípio dos ensinamentos teosóficos -, todo desequilíbrio deve ser compensado para restaurar o equilíbrio, o que também pode ser doloroso. Assim, surgem e se perpetuam os problemas que afetam a humanidade e todo o universo.

A ética é um meio para restaurar o equilíbrio da natureza, colocando em prática os princípios fundamentais dos ensinamentos teosóficos: a unidade universal, a solidariedade humana, o carma e a reencarnação, que são, de acordo com H. P. Blavatsky, 'os quatro elos da corrente de ouro que deve unir toda a humanidade numa única família, uma fraternidade universal'.(...)"

(Danielle Audoin - Ética: a restauração da harmonia - Revista Sophia, Ano 2, nº 6 - p.41)

domingo, 20 de agosto de 2017

ÉTICA: A RESTAURAÇÃO DA HARMONIA (1ª PARTE)

"Embora haja atualmente uma tendência hesitante de retornar à noção de cidadania, a maioria das pessoas ainda considera qualquer conversa sobre ética e moral como algo ultrapassado.

Considerando os problemas que confrontam a humanidade, instrutores espirituais, através dos séculos, têm enfatizado a necessidade de uma transformação fundamental no indivíduo por meio da ética, assegurando que, de outro modo, qualquer reforma política ou social está condenada ao fracasso.

Realmente, os problemas do mundo moderno não são diferentes, em sua natureza, daqueles que caracterizaram os séculos passados. Guerra, violência, barbarismo, corrupção, exploração dos fracos, o abismo entre ricos e pobres - essas coisas sempre existiram. A natureza dos problemas da humanidade e a causa de todos os conflitos e sofrimentos permaneceram fundamentalmente inalterados. A solução está no próprio homem e não nas suas condições de vida; nas suas respostas às situações, não nas situações em si. A única solução válida e duradoura deve ser buscada na autotransformação, não em mudanças na sociedade.

As raízes da violência, da corrupção e da irresponsabilidade social estão dentro de cada um de nós. A ética nada tem a ver com considerações exteriores. É independente de tempo e espaço, situa-se além dos modismos e das civilizações. Ela deriva da sabedoria antiga e da natureza essencial do homem. De acordo com os ensinamentos teosóficos, a vida é una; todo o universo manifestado é a expressão diferenciada da vida una, e não a justaposição de uma multidão de vidas separadas. (...)"

(Danielle Audoin - Ética: a restauração da harmonia - Revista Sophia, Ano 2, nº 6 - p.41)

sábado, 19 de agosto de 2017

O MUNDO DO EGO (PARTE FINAL)

"(...) Se tivermos sucesso em desprender a consciência dos corpos, não haverá dificuldade em trazê-la de volta ao Ego, porque ela é realmente a consciência do Ego; e o mundo do Ego é nosso verdadeiro Lar.

Quando voltamos assim ao mundo do qual tanto tempo havíamos estado exilados, nossa primeira impressão é um predominante sentimento de júbilo e liberdade. Como quem estivesse preso por longos anos em um local onde os raios do Sol não pudessem penetrar e, ao sair livre, fosse ofuscado pela luz do exterior, assim nós, ao entrarmos em nosso próprio mundo após o longo exílio no cárcere da matéria, nos sentimos repletos da luz que nos rodeia e da libertação às limitações que nos restringiam. Aqui, nesse mundo, tudo é verdadeiramente luz e júbilo. O Ego em seu próprio mundo tem uma vida de tão incomparável bem-aventurança e graça que, mesmo que só vejamos aquele mundo uma única vez, já não voltaremos a cair vítimas do mundo de ilusão. Agora sabemos quem somos; vimos a nós mesmos em nossa divina beatitude no mundo que é nossa morada, e nenhum poder terreno será capaz de nos incitar a crer que somos os corpos. Quebrou-se o feitiço que nos fascinava, e pela primeira vez compreendemos a paz sem nenhuma luta.

É admirável quão simples se torna tudo subitamente quando entramos no mundo do Ego; e quão natural é, então, agir retamente. Nossa vida anterior se nos mostrava cheia de complicações, quase incompreensível em seus problemas. Uma vez que tenhamos nos atrevido a reconhecer o que verdadeiramente somos, cessa toda a luta, todo esforço é desnecessário; a vida se torna simples e natural, fluindo harmonicamente."

(J. J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 36)