OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 19 de agosto de 2017

O MUNDO DO EGO (PARTE FINAL)

"(...) Se tivermos sucesso em desprender a consciência dos corpos, não haverá dificuldade em trazê-la de volta ao Ego, porque ela é realmente a consciência do Ego; e o mundo do Ego é nosso verdadeiro Lar.

Quando voltamos assim ao mundo do qual tanto tempo havíamos estado exilados, nossa primeira impressão é um predominante sentimento de júbilo e liberdade. Como quem estivesse preso por longos anos em um local onde os raios do Sol não pudessem penetrar e, ao sair livre, fosse ofuscado pela luz do exterior, assim nós, ao entrarmos em nosso próprio mundo após o longo exílio no cárcere da matéria, nos sentimos repletos da luz que nos rodeia e da libertação às limitações que nos restringiam. Aqui, nesse mundo, tudo é verdadeiramente luz e júbilo. O Ego em seu próprio mundo tem uma vida de tão incomparável bem-aventurança e graça que, mesmo que só vejamos aquele mundo uma única vez, já não voltaremos a cair vítimas do mundo de ilusão. Agora sabemos quem somos; vimos a nós mesmos em nossa divina beatitude no mundo que é nossa morada, e nenhum poder terreno será capaz de nos incitar a crer que somos os corpos. Quebrou-se o feitiço que nos fascinava, e pela primeira vez compreendemos a paz sem nenhuma luta.

É admirável quão simples se torna tudo subitamente quando entramos no mundo do Ego; e quão natural é, então, agir retamente. Nossa vida anterior se nos mostrava cheia de complicações, quase incompreensível em seus problemas. Uma vez que tenhamos nos atrevido a reconhecer o que verdadeiramente somos, cessa toda a luta, todo esforço é desnecessário; a vida se torna simples e natural, fluindo harmonicamente."

(J. J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 36)


sexta-feira, 18 de agosto de 2017

O MUNDO DO EGO (1ª PARTE)

"Quando a consciência se liberta dos três corpos em que estava aprisionada, reintegra-se naturalmente ao Ser que realmente é. 

Assim é que temos de restituir ao Ego a consciência; mais ainda, tratar de reconhecer sem sombra de dúvida que somos o Ego, uma Alma divina que estava em exílio. Temos de transferir a consciência para o mundo a que pertence, entrar no mundo que é realmente nosso; então nos reconheceremos como sendo o divino Ser interno, em unidade com o divino de todas as coisas. Daí em diante, já não poderemos mais questionar se somos o Eu Superior ou o eu inferior, nem haverá a exaustiva luta entre os dois polos opostos de nossa natureza, pois já não haverá dois - a consciência aprisionada e exilada se restituiu à consciência original de que se desviou, e novamente o homem é uno; é o divino Ser interno que se vale conscientemente dos três corpos como de seus instrumentos, sem estar subordinado a eles.

Não busquemos reintegrar a consciência ao Ego tão somente em pensamento; não concordemos por mera intelectualidade que somos o Ego. Temos de fazê-lo em realidade: ser o Ego e viver em seu próprio mundo. (...)"

(J. J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 35)


quinta-feira, 17 de agosto de 2017

CULTIVE A EQUANIMIDADE EM SUA MENTE

"'A mente do adepto de Yoga deve ser como a chama firme, vertical e imperturbável de uma lamparina protegida pelo vento, dentro de um recinto sem janelas.' Quando quer que o mínimo sinal de instabilidade ocorra, você deve esforçar-se para segurar a mente, e não lhe permitir vagar. Desenvolva a consciência de que você está em tudo e cultive o sentimento de unicidade; sinta que tudo está em você. Conseguindo isso poderá assumir todos os Yogas e ser bem-sucedido em todos. Depois disso, está liberto de todas as distinções como 'eu' e 'os outros' ou Atma⁶⁷ e Paramatam⁶⁸. As alegrias e tristezas que cheguem aos outros tornam-se suas também. 

Se você não tem paciência, sua fúria é inútil. E chega mesmo a lhe ser danosa. Esta sua zanga, que nasce da falta de paciência, faz-lhe crescer a infelicidade. a habilidade de controlar esta espécie da zanga somente virá quando você puder cultivar equanimidade em sua mente.

A corda da mente deve ser fortemente puxada e nunca deixada frouxa. É neste contexto que nos é dito que o caminho direto para atingir a Divindade (Madhava) é controlar a mente. Por dar muita importância a ela e ao nosso corpo - sendo a mente como uma bolha d'água -, nossa vida inteira é tornada infrutífera."

⁶⁷ Atma - a Divina Centelha, o Cristo Cósmico, em nós. 
⁶⁸ Paramatma - o Ser Supremo, o Pai de Cristo.

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 178)


quarta-feira, 16 de agosto de 2017

A ORIGEM DO MEDO (PARTE FINAL)

"(...) Uma vez que não estejamos mais identificados com a mente, não faz a menor diferença para o nosso eu interior estarmos certos ou errados. Assim, a necessidade compulsiva e profundamente inconsciente de termos sempre razão - o que é uma forma de violência - vai desaparecer. Você poderá declarar de modo calmo e firme como se sente ou o que pensa a respeito de algum assunto, mas sem agressividade ou qualquer sentido de defesa. O sentido do eu interior passa a se originar de um lugar profundo e verdadeiro dentro de você, não mais de sua mente.

TENHA CUIDADO COM qualquer tipo de defesa dentro de você. Está se defendendo de quê? De uma identidade ilusória, de uma imagem em sua mente, de uma entidade fictícia. Ao trazer esse padrão à consciência, ao testemunhá-lo, você deixa de se identificar com ele à luz de sua consciência, o padrão de inconsciência irá se desenvolver rapidamente. Esse é o fim de todos os argumentos e jogos de poder, tão prejudiciais aos relacionamentos. O poder sobre os outros é a fraqueza disfarçada de força. O verdadeiro poder é interior e está à sua disposição agora.

A mente procura sempre negar e escapar do Agora. Em outras palavras, quanto mais nos identificamos com as nossas mentes, mais sofremos. Ou ainda, quanto mais respeitamos e aceitamos o Agora, mais nos libertamos da dor, do sofrimento e da mente.

Se não quer gerar mais sofrimento para você e para os outros, se não quer acrescentar mais nada ao resíduo do sofrimento do passado que ainda vive em você, não crie mais tempo, ou, pelo menos, não mais do que o necessário para lidar com os aspectos práticos da sua vida. Como deixar de criar tempo?

TENDO UMA PROFUNDA consciência de que o momento presente é tudo o que você tem. Faça do Agora o foco principal da sua vida. Se antes você se fixava no tempo e fazia rápidas visitas ao Agora, inverta essa lógica, fixando-se no Agora e fazendo visitas rápidas ao passado e ao futuro quando precisar lidar com os aspectos práticos da sua vida. Diga sempre 'sim' ao momento atual."

(Eckhart Tolle - Praticando o Poder do Agora - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 26/28)

terça-feira, 15 de agosto de 2017

A ORIGEM DO MEDO (1ª PARTE)

"A doença psicológica do medo não está presa a qualquer perigo imediato concreto e verdadeiro. Manifesta-se de várias formas, tais como agitação, preocupação, ansiedade, nervosismo, tensão, pavor, fobia, etc. Esse tipo de medo psicológico é sempre de alguma coisa que poderá acontecer, não de alguma coisa que está acontecendo neste momento. Você está aqui e agora, ao passo que a sua mente está no futuro. Essa situação cria um espaço de angústia. E, caso estejamos identificados com as nossas mentes e tenhamos perdido o contato com o poder e a simplicidade do Agora, essa angústia será nossa companhia constante. Podemos sempre lidar com uma situação no momento em que ela se apresenta, mas não podemos lidar com algo que é apenas uma projeção mental. Não podemos lidar com o futuro. 

Além do mais, enquanto estivermos identificados com a mente, o ego regerá as nossas vidas. Por conta da sua natureza ilusória e apesar dos elaborados mecanismos de defesa, o ego é muito vulnerável e inseguro e vê a si mesmo sob constante ameaça. Esse é o caso aqui, mesmo que o ego seja muito confiante, em sua forma externa. Agora, lembre-se de que uma emoção é a reação do corpo à mente. Que mensagem o corpo está recebendo permanentemente do ego, o falso eu interior construído pela mente? Perigo, estou sob ameaça. E qual é a emoção gerada por essa mensagem permanente? Medo, é claro.

O medo parece ter várias causas. Tememos perder, falhar, nos machucar, mas em última análise todos os medos se resumem a um só: o medo que o ego tem da morte e da destruição. Para o ego, a morte está bem ali na esquina. No estado de identificação com a mente, o medo da morte afeta cada aspecto da nossa vida.

Por exemplo, mesmo uma coisa aparentemente trivial ou 'normal', como a necessidade compulsiva de estar certo em um argumento e demonstrar à outra pessoa que ela está errada, acontece por causa do medo da morte. Se estivermos identificados com uma atitude mental e descobrirmos que estamos errados, nosso sentido de eu interior baseado na mente correrá um sério risco de destruição. Portanto, assim como o ego, você não pode errar. Errar é morrer. Muitas guerras foram disputadas por causa disso, e inúmeros relacionamentos foram destruídos. (...)"

(Eckhart Tolle - Praticando o Poder do Agora - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 25/26)