OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 11 de maio de 2017

A META

"Visando a defender seu maior patrimônio, a saúde, descubra um motivo muito elevado, muito nobre para nele empenhar sua existência; encontre um grandioso ideal a perseguir; ache uma tarefa importante e mesmo essencial a cumprir; defina um papel sublime a desempenhar no imenso palco da vida; isto lhe aumentará a vitalidade e o poder imunológico. Quem tem algo muito significativo a fazer não se entrega à doença e à morte.

Vive doente e fraco quem não tem o motivo para viver e não se sente atraído para as alturas maiores quem não sente o apelo do mundo transcendente. Não tem resistência nem euforia vital o entediado pela carência de motivação.

Se você ainda não descobriu um objetivo, uma finalidade, uma grandiosa meta para sua existência, deixe-me lembrar mais uma vez - você é um precioso investimento de Deus.

Sou forte, sadio e feliz porque tenho algo a fazer ao qual dedico minha vida - fazer render o investimento que eu sou."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 127)


quarta-feira, 10 de maio de 2017

RELAÇÕES DE AMOR E ÓDIO (PARTE FINAL)

"(...) Todo vício surge de uma recusa inconsciente de encararmos nossos próprios sofrimentos. Todo vício começa no sofrimento e termina nele. Qualquer que seja o vício - álcool, comida, drogas legais ou ilegais, ou mesmo uma pessoa -, ele é um meio que usamos para encobrir o sofrimento.

É por isso que, passada a euforia inicial, existe tanta infelicidade, tanto sofrimento nos relacionamentos íntimos. Estes não causam o sofrimento e a infelicidade. Eles trazem à superfície o sofrimento e a infelicidade que já estão dentro de nós. Todo vício faz isso. Todo vício chega a um ponto em que já não funciona mais para nós, e, então, sentimos o sofrimento mais forte do que nunca.

Essa é a razão pela qual muitas pessoas estão sempre tentando escapar do momento presente e buscando algum tipo de salvação no futuro. A primeira coisa que devem encontrar, caso focalizem a atenção no Agora, é o próprio sofrimento que carregam, e é isso o que mais temem. Se ao menos soubessem como, no Agora, é fácil acessar o poder da presença que dissolve o passado e o sofrimento. Se aos menos soubessem como estão perto da próprio realidade, como estão perto de Deus.

Evitar se relacionar como uma tentativa de evitar o sofrimento também não é a resposta. O sofrimento está lá, de qualquer jeito. Três relacionamentos infelizes em alguns anos têm mais probabilidade de forçar você a acordar do que três anos em uma ilha deserta ou trancafiado em seu quarto. Mas, se você pudesse colocar uma presença intensa em sua solidão, isso também funcionaria para você."

(Eckhart Tolle - Praticando o Poder do Agora - GMT Editores Ltda., São Paulo - p.84/85


terça-feira, 9 de maio de 2017

RELAÇÕES DE AMOR E ÓDIO (1ª PARTE)

"A menos que você acesse a frequência consciente da presença, todos os seus relacionamentos, principalmente os mais íntimos, vão apresentar defeitos profundos. Durante um tempo, eles podem dar a impressão de ser perfeitos, como quando estamos apaixonados, mas, invariavelmente, essa perfeição aparente acaba destruída por discussões, conflitos, insatisfações, e até mesmo por violência física e emocional, que passa a acontecer com uma frequência cada vez maior.

Parece que a maioria dos 'relacionamentos amorosos' não leva muito tempo para se tornar uma relação de amor e ódio. O amor pode se transformar em agressões furiosas, em sentimentos de hostilidade ou, num piscar de olhos, em um completo recuo da afeição. Isso é visto como normal.

Se em seus relacionamentos você vivenciou tanto o 'amor' quanto o seu oposto - a agressão, a violência emocional, etc. -, então é provável que você esteja confundindo o apego do ego e a dependência com amor. Não se pode amar alguém em um momento e atacar essa pessoa no momento seguinte. O verdadeiro amor não tem oposto. Se o seu 'amor' tem oposto, então não é amor, mas uma grande necessidade do ego de obter um sentido mais profundo e mais completo do eu interior, uma necessidade que a outra pessoa preenche temporariamente. É uma forma de substituição que o ego encontrou, e, por um curto período, ela parece ser mesmo a salvação. 

Chega então um momento em que o outro passa a se comportar de um modo que deixa de preencher as nossas necessidades, ou melhor, as necessidades do nosso ego. As sensações de medo, sofrimento e falta, que estavam encobertas pelo 'relacionamento amoroso', voltam a aparecer. Como acontece com qualquer vício, ficamos muito bem enquanto a droga está disponível, mas chega um momento em que a droga não funciona mais.

Quando essas dolorosas sensações de medo reaparecem, nós as sentimos mais fortes do que antes e passamos a ver o outro como a causa de todas essas sensações, por isso nós o agredimos com toda a violência que é parte do nosso sofrimento. Essa agressão pode despertar o sofrimento do outro, que é induzido a contra-atacar. Nesse ponto, o ego ainda está, inconscientemente, esperando que a agressão ou a tentativa de manipulação seja suficiente para levar o outro a mudar o comportamento, de forma que possa usá-lo, de novo, para encobrir seu sofrimento. (...)"

(Eckhart Tolle - Praticando o Poder do Agora - GMT Editores Ltda., São Paulo - p.83/84


segunda-feira, 8 de maio de 2017

IMPERMANÊNCIA (PARTE FINAL)

"(...) Talvez a razão mais profunda de termos medo da morte é que não sabemos quem somos. Acreditamos numa identidade pessoal única e separada, mas se ousarmos examiná-la, descobriremos que essa identidade depende inteiramente de uma série infindável de coisas que a sustentam: nosso nome, nossa 'biografia', nossos companheiros, família, lar, emprego, amigos, cartões de crédito... É nesse suporte provisório e frágil de apoiamos nossa segurança. Assim quando isso tudo nos é retirado, será que sabemos de fato quem somos?

Sem esses sustentáculos familiares, ficamos frente a frente conosco, alguém que não conhecemos, um estranho amedrontador com o qual estivemos convivendo todo o tempo mas com quem nunca desejamos realmente nos encontrar. Não é por isso que sempre tentamos preencher cada instante de tempo com barulho e atividade, ainda que sem graça e superficial, para nos assegurarmos de nunca ficar em silêncio frente àquele estranho que há em nós mesmos?

E isso não aponta para algo fundamentalmente trágico em nossa maneira de viver? Vivemos sob uma identidade presumida, um conto de fadas neurótico menos real que a Tartaruga Zombeteira de Alice no País das Maravilhas. Hipnotizados pela emoção de construir, de areia erguemos os castelos da nossa vida. Esse mundo pode parecer maravilhosamente convincente até que a morte destrói a ilusão e nos expulsa do nosso abrigo seguro. Que nos acontecerá então, se não temos nenhuma pista de uma realidade mais profunda?

Quando morremos deixamos tudo para trás, especialmente este corpo que sempre tratamos com tanto carinho, em que confiamos tão cegamente, e que com tanto empenho tentamos conservar vivo. Mas nossa mente não é mais confiável do que nosso corpo. Olhe só para sua mente por alguns minutos. Você verá que ela é como uma pulga, saltando sem cessar de um lugar para o outro. Verá que os pensamentos surgem sem razão nenhuma, desconexos. Levados de roldão pelo caos de cada instante, somos vítimas da incostância da nossa mente. Se esse é o único estado de consciência com que temos familiaridade, então confiar em nossa mente no instante da morte é uma aposta absurda."

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 35/36)


domingo, 7 de maio de 2017

IMPERMANÊNCIA (1ª PARTE)

"Não há lugar na Terra onde a morte não nos possa alcançar - mesmo que voltemos a cabeça uma e outra vez perscrutando em todas as direções, como numa terra estranha e suspeita. Se houvesse algum modo de conseguir abrigo contra os golpes da morte - não sou homem de recuar diante dela... Mas é loucura pensar que se pode vencê-la... Os homem vão, vêm, trotam e dançam, e nem um pio sobre a morte. Tudo parece bem com eles. Mas aí quando ela lhes chega e às suas mulheres, filhos e amigos, pegando-os de surpresa e despreparados, que tormentas de paixão os esmagam, que gritos, que fúria, que desespero!... Para começar a tirar da morte seu grande trunfo sobre nós, adotemos o caminho contrário ao usual; vamos privar a morte da sua estranheza, vamos frequentá-la, acostumarmo-nos a ela; não tenhamos nada senão ela em mente... Não sabemos onde a morte nos espera: então vamos por ela esperar em toda parte. Praticar a morte é praticar a liberdade. Um homem que aprendeu como morrer desaprendeu a ser escravo. (Montgaigne)
Por que é tão difícil praticar a morte e praticar a liberdade? E por que temos tanto medo da morte que evitamos por completo olhar para ela? De algum modo, no fundo, sabemos que é impossível evitar encará-la para sempre. Sabemos que, nas palavras de Milarepa, 'essa coisa chamada 'cadáver' que tanto nos apavora, vive conosco aqui e agora'. Quanto mais adiamos esse encontro, quanto mais o ignoramos, maior é o medo e a insegurança que surgem para nos perseguir.

A morte é um vasto mistério, mas há duas coisas que é possível dizer a seu respeito: é absolutamente certo que morreremos um dia, e é incerto quando e onde essa hora vai chegar. Então, a única certeza que temos é essa incerteza sobre o instante da nossa morte, a que nos agarramos para adiar encará-la diretamente. Somos como crianças que fecham os olhos no jogo do esconde-esconde e pensam que assim ninguém pode vê-las. 

Por que vivemos em tal pavor da morte? Porque nosso desejo instintivo é viver e seguir vivendo, e a morte é um selvagem fim de tudo que nos é familiar. Sentimos que quanto ela vem somos lançados em alguma coisa realmente desconhecida, ou nos tornamos algo totalmente diferente. Imaginamos que estaremos perdidos e confusos, em algum lugar terrivelmente estranho. Imaginamos que será como acordar sozinhos, numa tormenta de ansiedade, num país estrangeiro, sem conhecimento da terra ou da língua, sem dinheiro, contatos, passaporte, amigos... (...)"

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 34/35)
www.palasathena.org