OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 2 de abril de 2017

FALAR MENOS E FALAR COM DOÇURA

"Seja cuidadoso para que o sucesso que obteve na promoção da virtude, na vitória sobre hábitos banais, na tomada regular da disciplina não seja desperdiçado pela companhia de pessoas medíocres, por palavras perdidas em críticas cínicas e em esforços sem objetivo.

Quando o pé resvala, a ferida resultante pode ser curada, mas se é a língua que escorrega, a ferida provocada no coração dos outros pode durar vidas. A língua é passível de praticar quatro graves erros - pronunciar falsidade, escandalizar, comentar os erros alheios e falar em demasia. Tudo isso deve ser evitado, se pretendemos paz individual e bem-estar para a sociedade.

O vínculo da fraternidade será estreitado se as pessoas falarem menos e falarem com doçura. Daí por que o silêncio (maunam) é recomendado, pelas escrituras, aos discípulos em estágios vários da estrada. Esta disciplina é valiosa para todos vocês."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 171/172)


sábado, 1 de abril de 2017

COMPREENDER, COMPARTILHAR E AMAR (PARTE FINAL)

"(...) Uma mente sossegada e calma pode nos tornar mais sensíveis, já que não somos perturbados pelos pensamentos. Então pode haver compreensão, compartilhamento e amor. Profundamente dentro de nós estão as raízes do amor e da compreensão. Não é tão fácil despertá-las. Precisamos experienciar profundamente, estar abertos e ser sensíveis, para dar preferência à outra pessoa. Isso não é fácil, já que esperamos tanto dos outros.

Amor é sabedoria, e sabedoria é amor. Mas a sabedoria e a compaixão verdadeiras não são possíveis a não ser que compreendamos toda a situação, os problemas, o sofrimento da pessoa e assim por diante. Só podemos amar quando esquecemos de nós mesmos e nos situamos além do eu.

'A caridade não busca a si própria', disse o apóstolo Paulo. Amor e compaixão são sentimentos ativos, não passivos. Amor e compaixão significam assumir e suportar o sofrimento dos outros, ajudando a suportar suas dores. Frequentemente buscamos o que é vantajoso para nós, o que pensamos poder nos trazer felicidade. Enquanto estivermos procurando vantagem pessoal, não encontraremos o amor. Agarrar-nos ao eu não nos permite experienciar o amor.

O eu deve morrer para o passado e viver no presente para que nossos corações se encham de amor. Existe amor quando não existe necessidade, quando não buscamos satisfação. Só a mente que está livre do passado, dos preconceitos e dos desejos consegue amar - compreender e compartilhar a vida com os outros. Sem amor e compaixão não conseguimos realizar plenamente nossos deveres mais importantes - não conseguimos ser uma pessoa completa."

(Pertti Spets - Compreender, compartilhar e amar - Revista Sophia, Ano 8, nº 29 - p. 19)
www.revistasophia.com.br


sexta-feira, 31 de março de 2017

COMPREENDER, COMPARTILHAR E AMAR (2ª PARTE)

"(...) O que é compartilhar? Será doar coisas de que não mais precisamos, a sobra da nossa fartura? Kahlil Gibran diz, no livro O Profeta: 'Você doa apenas um pouco quando doa de suas posses. Quando doa de si mesmo é que você verdadeiramente doa. Pois o que são suas posses senão coisas que você mantém e guarda com medo de que possa precisar delas amanhã? E o que é o medo da necessidade senão a própria necessidade?'

Não podemos dar e partilhar nossa compreensão, e não podemos compreender os outros sem primeiramente compreendermos a nós mesmos. Podemos dar conhecimento aos outros, mas não sabedoria; o autoconhecimento é algo que devemos aprender de nós mesmos. 

As revistas dão conselhos sobre como se tornar um amante melhor. É uma questão de amor ou de alguma outra coisa? Eu te amo enquanto você puder satisfazer minhas necessidades e puder me dar o que eu quero. Quando eu cansar de você procurarei um novo amor. Popularmente se pensa que ciúme é sinal de amor. Se amássemos mais o nosso parceiro, não exigiríamos direitos exclusivos, não encontraríamos dificuldades em conceder liberdade de pensamento e de ação. Usamos a palavra amor também em outras conexões, quando não é questão de amor, mas de algo mais. Esperamos que a outra pessoa satisfaça nossos desejos, e quando ela não o faz, ficamos cansados e dizemos que não mais a amamos. Pensamos também que é amor quando somos dependente um do outro.

Somos todos iguais. Todo mundo busca o amor. Queremos ser felizes e evitar o sofrimento. Mas se olho para a outra pessoa como sendo eu, então é mais fácil compreendê-la e amá-la. Quando eu me vejo no outro, então posso começar a sentir amor e compaixão. (...)'

(Pertti Spets - Compreender, compartilhar e amar - Revista Sophia, Ano 8, nº 29 - p. 19)


quinta-feira, 30 de março de 2017

COMPREENDER, COMPARTILHAR E AMAR (1ª PARTE)

"Quando dizemos que compreendemos outra pessoa, o que realmente estamos dizendo? Talvez que compreendemos como ela pensa e o que diz. Mas quão profundamente compreendemos? A maioria de nossos problemas surge através do relacionamento com o próximo - quando não o entendemos. Podemos saber o que o outro está dizendo, mas não quais são seus motivos. Podemos entender intelectualmente, mas isso é realmente compreender?

Quando encontramos pessoas que conhecemos, geralmente já temos um quadro sobre elas na cabeça. Reagimos de acordo com nossas experiências prévias e com o quadro que formamos. Carregamos o passado conosco e compreendemos essas pessoas através do passado. Nossas opiniões influenciam nosso relacionamento e nossa compreensão. Mas quando vivemos no presente, e o passado não é parte da nossa visão, podemos realmente entender uns aos outros. A mente deve ser atenta e sem preconceitos.

A abordagem intelectual privou-nos de uma compreensiva visão da vida e também de um entendimento mais profundo das outras pessoas. Compreender os outros verdadeiramente significa compreender toda a pessoa, não apenas o que ela está dizendo, mas também seus pensamentos, valores, motivos, desejos e caráter. A verdadeira compreensão exige que amemos uns aos outros. Quando ouvimos com nossos corações, compreendemos melhor do que quando ouvimos com o intelecto.

Os preconceitos e o medo não nos permitem ver com clareza. Estamos sempre com medo dos fatos e da realidade. É necessário coragem para ver a pessoa sob uma nova luz, sem concepções prévias. Esperamos que nossos amigos ajam de uma certa maneira. Não queremos que eles mudem. Não os reconhecemos se mudarem muito. Isso nos faz ficar incertos. Os pensamentos e as concepções prévias obstruem nossa visão. Confiamos demasiadamente em nossa própria compreensão do que a outra pessoa está dizendo. Essa é a fundação da nossa educação e da nossa cultura, que não enfatiza outras formas de compreensão. (...)"

(Pertti Spets - Compreender, compartilhar e amar - Revista Sophia, Ano 8, nº 29 - p. 19)


quarta-feira, 29 de março de 2017

A PRECIOSIDADE DA NOSSA VIDA HUMANA (PARTE FINAL)

"(...) Com a nossa vida humana podemos, ao colocar o Dharma em prática, obter a suprema paz mental permanente, conhecida como 'nirvana', e a iluminação. Uma vez que essas aquisições são não enganosas e são estados últimos de felicidade, elas são o verdadeiro sentido da vida humana. No entanto, porque o nosso desejo por prazer mundano é tão forte, temos pouco ou nenhum interesse pela prática de Dharma. Do ponto de vista espiritual, essa ausência de interesse pela prática de Dharma é um tipo de preguiça denominado 'preguiça do apego'. A porta da libertação permanecerá fechada para nós enquanto tivermos essa preguiça e, consequentemente, continuaremos a vivenciar infortúnio e sofrimento nesta vida e em incontáveis vidas futuras. A maneira de superar essa preguiça, o principal obstáculo para a nossa prática de Dharma, é meditar sobre a morte. 

Precisamos contemplar a nossa morte e meditar sobre ela repetidamente, até obtermos uma profunda realização sobre a morte. Embora, num nível intelectual, todos nós saibamos que definitivamente iremos morrer, nossa percepção sobre a morte permanece superficial. Na medida em que a nossa compreensão intelectual da morte não toca o nosso coração, continuamos a pensar todos os dias 'eu não vou morrer hoje, eu não vou morrer hoje'. Mesmo no dia da nossa morte, ainda estaremos pensando sobre o que faremos no dia ou na semana seguintes. Essa mente que pensa todo dia 'eu não vou morrer hoje' é enganosa – ela nos conduz na direção errada e faz com que a nossa vida humana se torne vazia. Por outro lado, meditando sobre a morte, substituiremos gradativamente o pensamento enganoso 'eu não vou morrer hoje' pelo pensamento não enganoso 'pode ser que eu morra hoje'. A mente que espontaneamente pensa todos os dias 'pode ser que eu morra hoje' é a realização sobre a morte. É essa realização que elimina diretamente a nossa preguiça do apego e abre a porta para o caminho espiritual. 

Em geral, podemos ou não morrer hoje – não sabemos. No entanto, se pensarmos todos os dias 'talvez eu não morra hoje', esse pensamento irá nos enganar porque vem da nossa ignorância; porém, se em vez disso pensarmos todos os dias 'pode ser que eu morra hoje', esse pensamento não irá nos enganar porque vem da nossa sabedoria. Esse pensamento benéfico impedirá a nossa preguiça do apego e irá nos encorajar a preparar o bem-estar das nossas incontáveis vidas futuras ou a aplicar grande esforço para ingressarmos no caminho da libertação e da iluminação. Desse modo, tornaremos significativa nossa vida humana atual. Até agora desperdiçamos, sem sentido algum, nossas incontáveis vidas anteriores: não trouxemos nada conosco das nossas vidas passadas, exceto delusões e sofrimento."

(Geshe Kelsang Gyatso - Budismo Moderno, O Caminho de Compaixão e Sabedoria - Tharpa Brasil, São Paulo, 2016 - p. 30/31)