OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 23 de março de 2017

O BOM CORAÇÃO (1ª PARTE)

"O tipo de nascimento que teremos na próxima vida é determinado então pela natureza das nossas ações nesta vida. E é importante não esquecer nunca que o efeito das nossas ações depende inteiramente da intenção ou motivação que está por trás delas, e não da sua magnitude.

No tempo do Buda vivia uma velha mendiga chamada 'Confiando na Alegria'. Ela observava os reis, príncipes e povo em geral fazendo oferendas ao Buda e a seus discípulos, e não havia nada que quisesse mais do que poder fazer o mesmo. Saiu então pedindo esmolas, mas ao fim do dia não havia conseguido mais do que uma moedinha. Levou-a ao mercador para tentar trocá-la por algum óleo, mas ele lhe disse que aquilo não dava para comprar nada. Quando soube que ela queria fazer uma oferenda ao Buda, encheu-se de pena e deu-lhe o óleo que queria. A mendiga foi para o mosteiro e acendeu uma lâmpada. Colocou-a diante do Buda e fez o seguinte pedido: 'Nada tenho a oferecer senão esta pequena lâmpada. Mas com esta oferenda, possa eu no futuro ser abençoada com a lâmpada da sabedoria. Possa eu libertar todos os seres das suas trevas, purificar todos os seus obscurecimentos e levá-los à iluminação'.

Durante a noite, o óleo de todas as outras lâmpadas se acabou. Mas a lâmpada da mendiga ainda queimava na alvorada, quando Maudgalyayana, o discípulo do Buda, chegou para recolher as lâmpadas. Ao ver aquele única ainda brilhando, cheia de óleo e com pavio novo, pensou: 'Não há razão para que essa lâmpada continue ainda queimando durante o dia', e tentou apagá-la. Mas ela continuou queimando. Tentou apagar a chama com os dedos, mas foi inútil. Tentou abafá-la com suas vestes, mas ela ainda ardia. O Buda o observava há algum tempo, e disse: 'Maudgalyayana, você quer apagar essa lâmpada? Não vai conseguir. Não conseguiria nem movê-la daí, que dirá apagá-la. Se jogasse nela toda a água dos oceanos, ainda assim não adiantaria. A água de todos os rios e lagos do mundo não poderia extinguir essa chama. Por que não? Porque ela foi oferecida com devoção e com pureza de coração e mente. E nessa motivação produziu um enorme benefício'. Quando o Buda terminou de falar, a mendiga se aproximou e ele profetizou que no futuro ela se tornaria um perfeito buda, conhecido como 'Luz da Lâmpada'.

É a nossa motivação, portanto, seja ela boa ou má, que determina os frutos da nossa ação. (...)"

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 130/131)


quarta-feira, 22 de março de 2017

A VERDADEIRA RELIGIÃO

"Se uma religião não insistir em fazer de você um eficiente praticante da compreensão, da concórdia, da misericórdia, da pureza, da renúncia, da beleza, do amor, da compaixão, da verdade... não é religião coisa nenhuma.

A verdadeira Religião não tem um nome específico, nem um Deus com um nome especial e exclusivo.

Sua essência consiste em: amar universalmente; perdoar sempre; sempre servir e amparar; renunciar ao e vencer o fascínio dos sentidos; minimizar a ignorância e o egoísmo; superar o apego; a aversão e o medo; silenciar a mente para que Deus fale; ter Deus como objetivo supremo; orar e vigiar; cumprir de forma perfeita o papel ou tarefa que a Vida reserva a cada um; compadecer-se dos que sofrem; servir sem ideia de recompensa ou mérito; ... Que é isto senão o que devemos fazer como investimentos de Deus?

Só o Amor a Deus e ao próximo nos liberta."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p.127/128)


terça-feira, 21 de março de 2017

AJA COM ALEGRIA

"É sintoma de tolice refletir sobre contratempos e erros, uma vez cometidos, e punir-se por eles, recusando-se a comer. É uma forma bem infantil de correção. Que benefício resulta de tratar mal o corpo visando a, com isto, retificar a mente?

Rechace a ilusão de que ficou velho e doente, fraco e debilitado. Algumas pessoas começam a contar os anos, e se afligem com o avançar da idade, e, como covardes, tremem com medo da morte. Lembre-se você, porém, de que alegria é céu, e tristeza, inferno. Tenha sempre algum trabalho a realizar, e o faça tão bem que lhe dê alegria. Vyaamoham é a poeira que cobre a manga do lampião e esconde a luz. O apego aos objetos sensuais e o prazer que eles dão são a fuligem que gruda dentro da chaminé, e que também bloqueiam a luz. Com namasmarana (repetição do Nome de Deus), limpe a chaminé a cada dia, e a luz brilhará para você e para os outros. Além disso, mantenha boas atividades e boas companhias. Isso ajudará muito ao asceta (sadaka). A atmosfera apropriada é essencial ao aspirante. Esta é a razão por que os sadhakas comumente iam para os ashrams, que os sábios do passado mantinham, e lá passavam a morar. Lá, eles tinham a oportunidade única de ficar imersos em bons pensamentos e santas atividades e desfrutavam de boas companhias."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p.  170/172)


segunda-feira, 20 de março de 2017

SEXO E AMOR (PARTE FINAL)

"(...) As religiões se preocupam muito com a moralidade sexual, mas muitas vezes não censuram crueldades cometidas em nome do patriotismo, da busca de poder e de sucesso. Mas as religiões organizadas fazem parte do ambiente que criamos, semeado por esperanças, inveja e separatividade. No terreno religioso, como em outro qualquer, a mente está aprisionada às projeções dos seus próprios desejos. 

Enquanto não houver compreensão profunda de todo o processo do desejo, a instituição do matrimônio, como existe hoje quer no Oriente, quer no Ocidente, não poderá solucionar o problema sexual. O amor não nasce com a assinatura de um contrato; não depende de uma permuta de prazeres ou de conforto. Essas coisas pertencem à mente; é por isso que o amor ocupa um lugar tão insignificante em nossas vidas. O amor não é da mente, é independente do pensamento, de seus cálculos sutis e desejos de autoproteção. Havendo amor, o sexo nunca será problema. 

Os obstáculos e as fugas da mente é que constituem o problema, tanto no sexo como em qualquer outra questão. Por isso, é fundamental compreender os processos da mente, suas atrações e repulsas, suas reações à beleza e à feiúra. Devemos nos observar e nos conscientizar de maneira como olhamos para homens e mulheres. Cumpre perceber que a família está se tornando um centro de separatividade de atividade antissocial, quando serve como meio de autoperpetuação e como defesa de nossa importância pessoal. A família e a propriedade, uma vez centralizada em torno do 'eu', com seus limitantes desejos e lutas, se transformam em instrumentos de poder e de dominação, uma fonte de conflito entre o indivíduo e a sociedade.

A dificuldade de todas essas questões é que nós mesmos, pais e educadores, estamos exaustos e desesperançados, inteiramente confusos e sem paz. A vida nos pesa; desejamos ser confortados e amados. Interiormente pobres, como podemos dar ao jovem uma educação adequada?

Portanto, o problema principal não é o aluno, mas o educador. Nossos corações e mentes precisam se purificar para sermos capazes de educar os jovens. Se o próprio educador se acha confuso, perdido no labirinto dos seus próprios desejos, de que maneira pode ajudar os outros?"

(J. Krishnamurti - Sexo e amor - Revista Sophia, Ano 7, nº 26 - p. 24/25)


domingo, 19 de março de 2017

SEXO E AMOR (2ª PARTE)

"(...) Um dos empecilhos ao viver criativo é o medo e a responsabilidade, que é uma manifestação desse medo. Os indivíduos 'respeitáveis', moralmente agrilhoados, não conhecem o integral e verdadeiro significado da vida. Estão presos entre os muros de sua virtude, nada podendo exergar além deles. Sua 'moralidade de vidraças coloridas', com base em ideias e crenças religiosas, nada tem em comum com a realidade; quando se abrigam por trás dela, estão vivendo no mundo de suas próprias ilusões.

O medo resultante do desejo de estar em segurança nos leva a um ajuste ao domínio externo, impedindo o viver criativo. Viver de forma criativa é viver em liberdade e sem medo. Só pode haver estado de criação se a mente não se achar presa às redes do desejo e da satisfação do desejo. Só ao observarmos o coração e a mente com atenção poderemos descobrir os movimentos ocultos do desejo. Quanto mais atenciosos e afetuosos somos, menos o desejo domina a mente.

Só quando não há amor as sensações se tornam um problema obsessivo. As sensações se tornaram tão significativas porque valorizamos demais os sentidos. Por meio de livros, anúncios, TV, cinema e de muitas outras maneiras, estamos sempre exaltando as sensações. As pompas religiosas e políticas, a diversão, tudo nos convida a buscar estímulos em diferentes níveis do nosso ser. Ao mesmo tempo em que estimulamos a sensualidade, nós pregamos a castidade. O estranho é que essa contradição é estimulante. 

A busca de sensações é uma das principais atividades da mente. É apenas quando a compreendemos que o prazer, a excitação e a violência deixam de ser uma preocupação dominante. Porque não amamos, o sexo e a busca de sensações transformam-se num problema absorvente. Havendo amor, há castidade; quem se esforça para ser casto não consegue ser. A virtude vem com a liberdade e com a compreensão. 

Na juventude, temos fortes impulsos sexuais; em geral, procuramos submeter esses desejos a um certo controle e disciplina, pensando que, se não conseguirmos refreá-los, nos tornaremos irreprimivelmente lascivos. (...)"

(J. Krishnamurti - Sexo e amor - Revista Sophia, Ano 7, nº 26 - p. 24)