OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

O QUE NÃO É MEDITAÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) A observação ininterrupta, sem força, julgamento ou interferência, resulta no esvaziamento natural da mente. É importante destacar que qualquer tentativa de aquietar o pensamento vem do próprio pensamento, e é o mesmo que 'pensar para não pensar' ou 'se esforçar para não fazer força'. Portanto, a observação deve ser pura, sem intenção. Essa percepção requer plena atenção e sensibilidade, jamais força ou embotamento. (...)

Patãnjali afirma que existe um intervalo entre um pensamento e outro, mas, como vivemos distraídos, percebemos apenas a continuidade do pensamento, e vivemos num estado de tagarelice mental incessante, que sobrecarrega o cérebro e nos impede de sentir a plenitude da vida.Com a prática da percepção do intervalo, a mente se renova constantemente. (...)

Portanto, a mente torna-se mais lúcida, perceptiva e inteligente. Com o desenvolvimento da prática, a percepção do intervalo torna-se mais profunda e duradoura, o que, no sutra número 11, Patãnjali denomina 'percebimento da quietude': 'Há uma transformação na qual a mente está ciente do silêncio que surge com a cessação das distrações'.

Essa transformação é conhecida como samadhi-parinama, ou percebimento da quietude. É essa quietude a condição para a experiência da comunhão espiritual, que é o sentir-se plenamente vivo e integrado no momento presente, sem a interferência do 'falatório' mental. É só nessa condição de sensibilidade que podemos perceber os 'milagres' cotidianos da Criação nesse mundo concreto, que alguns, talvez por frustração ou tédio, insistem em negar.

Como se viu nessa breve análise, o misticismo do yoga de Patãnjali não está em experiências 'estratosféricas', 'astrais', ou 'alucinantes', e sim em desenvolver sensibilidade para perceber o caráter extraordinário do mundo em que vivemos e da forma que ele é."

(Cristiane Szynwelski - O que não é meditação - Revista Sophia, Ano 7, nº 28 - p. 41)


terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

O QUE NÃO É MEDITAÇÃO (1ª PARTE)

"Rohit Mehta, em seus comentários aos Yoga-Sutras de Patãnjali, alerta para os perigos da falsa meditação. Ele explica que, por meio do uso de drogas, encantamentos, auto-hipnose, práticas indiscriminadas de mantras, hatha yoga, rituais e 'emocionalismo frenético', a mente pode ser levada a um estado de 'pseudovazio', onde o pensamento é parado à força.

Nesse pseudovazio a mente não fica silenciosa e alerta para poder experimentar a comunhão espiritual, mas sim passiva e embotada. Mehta adverte que há, atualmente, uma grande quantidade de movimentos 'neoióguicos' ou 'pseudoióguicos', difundidos por uma safra de falsos místicos, que confundiram as visões da mente pseudovazia com a percepção da realidade. Em muitos casos, após essas experiências pseudoespirituais, os falsos místicos apresentaram comportamento anormal e tendências neuróticas. Um verdadeiro místico - tomamos como exemplo um iogue muito conhecido no Ocidente, Paramahamsa Yogananda - jamais apresentaria um comportamento desequilibrado.

A explicação de Mehta para o problema do pseudovazio é a seguinte: quando o processo do pensamento é parado à força, por meio desses métodos que já citamos, o 'eu' que pensa fica apenas aguardando a primeira oportunidade para se manifestar, aí ele volta com toda a intensidade.

Parar o pensamento à força ou com métodos artificiais não é meditação. Esse é exatamente o método da repressão. Se um cavalo inquieto for trancado numa pequena cocheira, assim que a porta abrir, ele sairá correndo e dando pinotes.

Os sábios dizem que é impossível transmitir em palavras o que a meditação é. Mas podemos estudar o assunto como se fosse um mapa para uma viagem. Trazemos aqui algumas ideias da aprofundada discussão que Mehta faz em Yoga - a arte da integração (Ed. Teosófica). Explicando Patãnjali, ele diz que a meditação é a percepção do silêncio que aparece no intervalo entre um pensamento e outro, por meio da observação clara e ininterrupta do processo do pensamento. (...)" 

(Cristiane Szynwelski - O que não é meditação - Revista Sophia, Ano 7, nº 28 - p. 41)


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

OS PARADOXOS DA VERDADE

"Quem demanda a perfeição
Parece ser imperfeito.
Embora a sua oculta plenitude
Plenifique todas as vacuidades.
Quem possui verdadeira plenitude
É inesgotável,
Por mais que se esgote.
Quem anda direito,
Parece torto.
Grande habilidade
Parece inabilidade.
Arte genuína
Parece mediocridade.
Movimento supera o frio.
Quietação vence o calor.
O que é puro e reto
Sempre orienta o mundo.

EXPLICAÇÃO: Tudo o que é do mundo da qualidade é ignorado pelo mundo das quantidades. A qualidade não está sujeita a tempo e espaço, porque é do eterno e do infinito. E, por isso mesmo, o que não pertence ao mundo da qualidade é tachado pelos cultores das quantidades como irreal e ilusório.

O cego acha normal a escuridão - e anormal a luz.

O surdo acha normal o mundo sem som - e anormal o mundo do som.

O doente que nunca conheceu saúde pode achar normal a doença - e anormal a saúde.

Por isto disse alguém: 'A loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria dos homens - e a fraqueza de Deus é mais forte que a força dos homens';

As grandes verdades quase sempre aparecem em forma de paradoxos - que não devem ser explicados - mas aplicados."


(Lao-Tse - Tao Te King, O Livro Que Revela Deus - Tradução e Notas de Huberto Rohden - Fundação Alvorada para o Livro Educacional, Terceira Edição Ilustrada - p. 122/123)


domingo, 12 de fevereiro de 2017

ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO

"O tempo é um dos mais importantes talentos.

A eficiência ou rentabilidade de todos os demais depende do judicioso empego do tempo. Se o desperdiçamos ou o pervertemos, estamos agindo contra as esperanças do Senhor.

Quem chega a perder, digamos, a saúde, parte do patrimônio material, prestígio, status, poder, credibilidade..., se diligente e inteligentemente empenhar-se, poderá vir a recuperar tudo e ainda, às vezes, ganhar mais.

Podemos dizer que tudo pode ser recuperado, mas o tempo não.

O tempo a nós concedido para viver, isto é, a determinação da liquidez do investimento, só o podemos manter ou reduzir. Nunca expandir. Não podemos prolongar nossa existência, mas quase todos nós, maus administradores, a encurtamos com os erros que cometemos.

Na data do resgate - não sabemos qual seja - é bom que tenhamos a certeza de que fomos judiciosos no emprego do tempo a nós concedido.

Que em tempo algum desperdice eu o tempo que Deus me deu."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 34)


sábado, 11 de fevereiro de 2017

A IMPORTÂNCIA DA INVESTIGAÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) É possível que não nos tenhamos devotado a esse autoconhecimento. Temos de fazer dele uma paixão. Não é uma questão de analisar e pensar, porque o pensamento vem da memória, e todo condicionamento está armazenado na memória. Portanto, o pensamento não é um instrumento livre. Ele tem o valor de comunicação, de criar a pergunta, mas não pode responder à pergunta, a não ser como uma conclusão intelectual.

Haverá outro instrumento em nós que não seja corrompido pelo condicionamento? A resposta é sim. É a percepção, sem a qual jamais teríamos capacidade de escapar ao condicionamento. É por isso que Krishnamurti falava a respeito da 'percepção sem escolha'. Observe sem escolha; não argumente; aceite o argumento apenas como questionamento. A resposta surge da observação, não da conclusão. A verdade não é uma conclusão lógica. Conclusões lógicas funcionam na ciência, não na busca espiritual.

Para observar sem escolha, a pessoa tem que surpreender a mente inquiridora. Krishnamurti costumava dizer: 'Você deve arar o campo com o pensamento, a análise, o questionamento; então, deixá-lo alqueivar.' Deixá-lo alqueivar é importante, porque nesse silêncio ele se regenera. O pensamento não é um instrumento da regeneração, mas tem o valor de criar o questionamento. Entretanto, devemos explorar esse questionamento em nossa própria vida, em nossa própria consciência, para dele receber a sabedoria que nos pode dar.

Cada um de nós precisa crescer em sabedoria. Isso significa que a investigação, a mente que aprende - que está investigando o que é verdadeiro e o que é falso - precisa estar ancorada em cada criança, em cada estudante. É mais importante, primeiramente, criar esse espírito de investigação na mente, para depois fomentar a investigação científica. Precisamos dar igual ênfase ao conhecimento e ao autoconhecimento, criando, dessa maneira, uma mente que seja tanto científica como religiosa."

(P. Krishna - Novas maneiras de ver o mundo - Revista Sophia, Ano 7, nº 25 - p. 11)