Uma educação realmente completa deve fornecer à criança os fundamentos de todos os ramos importantes do conhecimento, mas isso deve ser feito sem sobrecarregar sua mente com detalhes. Nós entulhamos nosso cérebro com muitas coisas desnecessárias. Se eliminássemos tudo isso e descobríssimos o que é realmente útil para o indivíduo, o que é essencial saber e o que representa um bom conhecimento do mundo, estaríamos oferecendo uma educação de real valor para a criança.
A tudo isso eu juntaria o ensino de certas verdades fundamentais, como a noção de vida una; o fato de que o homem não é apenas um corpo, mas que usa o corpo; a ideia de que nós criamos nosso próprio destino; e até mesmo a reencarnação e o carma. Tudo isso deve ser apresentado não como um dogma, mas como uma visão de vida, de maneira plausível e razoável. (...)
Muitas crianças têm em si grandes possibilidades que algumas vezes não desabrocham; elas possuem talentos ocultos para os quais não há escopo em suas vidas. Por isso, quando alguém recebe a tarefa de educar uma criança, não deve pensar que é uma tarefa insignificante. Essa visão é completamente equivocada, porque se ajudarmos a criança a se desenvolver da melhor maneira possível, ela crescerá e fará muitas coisas boas. Com o auxílio que damos aos outros podemos ajudar o mundo de maneira ampla, muito mais do que podemos entender.
Apenas os melhores homens e mulheres deveriam ser escolhidos como educadores. Não necessariamente os melhores do ponto de vista acadêmico. Muito frequentemente aqueles que obtêm uma graduação o fazem através da superconcentração em um determinado assunto, o que, em muitos casos, resulta numa perspectiva estreita e algo desequilibrada. Nem sempre os eruditos são os melhores para desempenhar certas tarefas, como lidar com pessoas."
(N. Sri Ram - O verdadeiro sentido da educação - TheoSophia, publicação da Sociedade Teosófica no Brasil, Ano 99, Janeiro/Fevereiro/Março de 2010 - p. 34/35)