OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

SOFRER OU CRESCER (PARTE FINAL)

"As coisas mundanas não podem nos dar esse tesouro, mas a desilusão que elas provocam, sim. Isso ocorre na medida em que, 'des-iludidos', partimos ao encontro do ser, tornando o insucesso material uma alavanca para o espírito. Por meio da inteligência evolutiva, a insaciedade do ego acaba provocando sua destruição.

Enquanto não chegamos lá, porém, o sofrimento domina. Diante dele, rebelar-se ou crescer? Rebelar-se é não aceitar o sofrimento, negá-lo, buscar culpados ou substitutos, anestesiar-se com drogas e outros recursos de fuga. Quando a aceitação não acontece, a causa do sofrimento segue desconhecida, aumentando o problema. 

Nós fortalecemos tudo aquilo a que resistimos. Aceitar não significa, porém, desistir da mudança. Ao contrário, quando olhamos a situação com receptividade, a raiz do problema - de base mental, incluindo desejos insatisfeitos - vem à tona, sugerindo uma ação harmonizadora que brota das profundezas do ser e extinguindo o problema. A razão é simples: pusemos consciência nele, expandindo a vida espiritual - às vezes até descobrindo que nunca existiu um problema. A escuridão não suporta a luz.

Eckhart Tolle nos dá uma chave ao dizer que a escuridão é passiva e a luz é ativa. Quando iluminamos um quarto escuro não é a escuridão que sai, é a luz que entra. Por isso, Blavatsky diz que o mal não tem existência própria, é apenas ausência do bem.

Somente de cada um de nós depende manter ou eliminar a realidade do sofrimento, crescendo no processo. Sofrer ou não é escolha nossa. Frequentemente, porém, dando razão a Tolle, escolhemos sofrer - como nas situações de ódio mantidas por longo tempo -, gerando o paradoxo de arruinar a vida com nosso próprio veneno."

(Walter S. Barbosa - Sofrer ou crescer - Revista Sophia, Ano 13, nº 55 - p. 06/07)


domingo, 18 de dezembro de 2016

SOFRER OU CRESCER (1ª PARTE)

"A entrada neste mundo se faz com sofrimento, seja para a mãe, seja para a criança, abrindo caminho nas entranhas maternas. Deixar o corpo, em geral, também é motivo de sofrimento. Ao longo da vida, o sofrimento nos acompanha como 'a roda do carro que segue a pata do boi que o puxa'. Esse boi pode muito bem ser representado por nossa natureza anímica, fundamentada no desejo. Conforme o Budismo, aí reside a causa do sofrimento.

O Budismo ensina também o Caminho do Meio, onde o desejo pode ser usufruído em sua face benigna, preservadora de geração e da manutenção da vida. Além de estar por trás da união do macho com a fêmea, do impulso de comer um doce, de comprar um carro, o desejo preside o nascimento do universo pela união do pai e mãe cósmicos, desdobrados de Deus (absoluto): o espírito e a matéria, tornando o desejo a base da manifestação.

Portanto, nosso problema não está exatamente no desejo, mas no excesso, que alimenta a gula, a inveja, a competitividade, a violência. Nunca paramos de desejar; nossa satisfação sempre depende de que algo aconteça. Porém, quando esse algo acontece, um vazio latente sufoca a alegria ante o objeto de desejo conquistado. Não é essa a continuidade sem fim do sofrimento, de que trata o Budismo?

Eckhart Tolle, em O Despertar de uma nova consciência, afirma que esse fato está associado ao 'corpo de dor'. Vivendo de nossas tendências para o confronto, atração pelo perigo, filmes de terror e outras paixões estranhas - considerando o instinto de preservação do ego - o prazer desse corpo é se alimentar de sofrimento. A explicação pode estar nas vidas elementais, que evoluem 'para baixo', em simbiose com a negatividade humana, enquanto esta quebra as referências de proteção e conforto do ego. Nada é desperdiçado na economia universal.

Pagamos o preço. Jamais desistimos. Por quê? O motivo é o tesouro oculto na essência dessa busca, à espera talvez de nosso último desejo como seres humanos. Trata-se da paz que intuitivamente sabemos existir, como algo inerente à autossuficiência do espírito (somente por já existir é que pode ser real). Às vezes percebemos a paz no sentimento de 'estar em tudo' ou 'conter tudo' que a meditação provoca. Abre-se então um espaço de silêncio dentro de nós, uma ausência de pensamento. Tudo acontece nesse silêncio, levando afinal ao samadhi, a realização de nossa natureza divina. (...)"

(Walter S. Barbosa - Sofrer ou crescer - Revista Sophia, Ano 13, nº 55 - p. 05/06)


sábado, 17 de dezembro de 2016

UMA NECESSÁRIA MUDANÇA DE ATITUDE


"(...) nossa consciência de sermos uma dualidade, um Eu superior interno e um eu inferior externo, está baseada na ignorância. Não somos duas entidades, senão uma só. Somos o Ser divino e nenhum outro. Seu mundo é nosso mundo, e sua vida é nossa vida. O que sucede é que, quando infundimos nossa consciência divina nos corpos através dos quais temos de adquirir certas experiências, nos identificamos com esse corpos e nos esquecemos do que realmente somos. Então, à consciência aprisionada, escravizada pelos três corpos, obediente a seus caprichos, chamamos de eu inferior ou personalidade.

Sentimos nossa voz interna, nossa verdadeira voz, como o chamamento do Eu superior. E trava-se a penosa luta, nossa verdadeira crucificação, entre os dois, Ego e personalidade. Contudo, a maior parte desse sofrimento provém de nossa ignorância, e cessa quando compreendemos nossa genuína natureza, de que resulta uma completa mudança de atitude.

Para começar, nossa concepção acerca da dualidade de nossa natureza é errônea. Sempre consideramos a Alma, o Espírito, o Eu Superior, o Ego, ou a forma com que designamos nossa natureza superior, como algo ou alguém acima de nós; ao passo que nós próprios - a natureza inferior ou personalidade - existiríamos abaixo dela. E assim nos esforçamos por chegar até o alto, com o intento de conseguir algo essencialmente estranho a nós e, portanto, de difícil alcance. Costumamos, então, falar dos 'tremendos esforços' para alcançar o Eu Superior; e noutras vezes falamos de inspiração ou conhecimento, de energia espiritual ou amor, como se recebêssemos daquele Ser tão superior a nós aqui embaixo. Em ambos os casos cometemos o erro fundamental de nos identificar com o que não somos, e nessa atitude nos aproximamos de todo o problema.

A primeira condição para a realização espiritual é a certeza, sem sombra de dúvida, de que somos o Espírito ou Eu Superior. A segunda condição, tão essencial e relevante como a primeira, é a confiança em nossos próprios poderes como Ego e a coragem de empregá-los livremente. Em vez de considerar nosso estado habitual de consciência como natural e normal, e de olhar o Ego como se fosse um ser altíssimo e alcançar por esforços contínuos e extraordinários, devemos começar a ver nosso estado comum de consciência como anormal e não natural, e ver a vida do Espírito como nossa verdadeira vida, da qual nos mantemos continuamente afastados."

(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 19/20)


sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

A PRÁTICA DO AMOR (PARTE FINAL)

"(...) Em vez de perder o controle e reagir com ira e medo, podemos fazer um esforço consciente para manter o amor em nossos corações, incluindo nesse amor todos os seres humanos, individualmente ou em grupos. Isso não implica aprovar o que eles fazem ou concordar com eles. Podemos praticar a compaixão mesmo com aqueles cujos atos condenamos, particularmente se compreendermos que a violência, a agressão, o ódio e a ganância surgem, afinal, da ignorância e da limitação, assim como acontece em nossa própria vida. Afinal, por que agimos de maneira egoísta, magoamos os outros, criticamos, dominamos, manipulamos? Somos maus, merecemos o ódio e a condenação dos outros ou de nós mesmos?

Cada um de nós pode verdadeiramente dizer que 'nenhum ser humano é estranho a mim', porque os homens são um em origem, essência, potencial e destino. Somos também um com os átomos, os minerais, as plantas, os animais, as estrelas e as galáxias - com tudo que conhecemos ou podemos imaginar. Vendo a nós mesmos como essencialmente cósmicos, podemos adotar uma visão mais ampla e restringir a irrefletida ascendência do nosso ego. Se tivermos fé em nossos recursos internos, não precisaremos nos sentir ameaçados pelos outros ou por eventos, nem permitir que nosso ego fique inflamado, torne-se crítico e farisaico - respostas que são dolorosas à vida em toda parte. Em vez disso, podemos reconhecer o ódio, os impulsos destrutivos e os sentimentos violentos pelo que são, e buscar reagir com autocontrole, gentileza e compreensão compassiva não apenas em nossos atos, mas em nossas atitudes e pensamentos.

Julgar asperamente, afrontar ou odiar aqueles de quem discordamos ou que achamos perniciosos somente contribui para o fardo de influências negativas que aflige a humanidade. Agir assim dá continuidade e expande as condições e os pensamentos a que desejamos pôr fim. A proposta de Jesus de pagar o mal com o bem é de fato a mais prática que podemos adotar, pois o ódio jamais cessa pelo ódio, somente pelo amor."

(Sarah Belle Dougherthy - A prática do amor - Sophia, Ano 12, nº 49 - p. 12)


quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

A PRÁTICA DO AMOR (2ª PARTE)

"(...) Tudo isso se baseia no reconhecimento de que podemos ser como nosso Pai celeste, quer o chamemos de Deus ou de nosso eu superior. Isso porque, no mais recôndito de nós, já somos um com a fonte divina do nosso ser. Apesar da mensagem de nossos sentidos e das afirmações do nosso ego, não estamos isolados. Como seres humanos, somos um com todos os outros seres humanos: compartilhamos os mesmos pensamentos e sentimentos, as mesmas tendências e características, necessidades, desejos e impulsos. E verdadeiramente compartilhamos, como um rádio receptor e transmissor captando pensamentos e sentimentos transmitidos para a atmosfera mental geral pelos outros, amplificando-os pela nossa atenção e pelo uso que delas fazemos, e depois enviando-os de volta com força aumentada. Nossa resposta hostil aos outros ignora essa interdependência psicológica.

No entanto, embora saibamos que todos somos unos, sabemos ao mesmo tempo que somos únicos e plenamente responsáveis por nossas próprias escolhas. É importante reconhecer que somente nós podemos controlar a nós mesmos - nossas atitudes, pensamentos e ações. Não podemos forçar os outros a fazer o que achamos melhor, mesmo entre nossos familiares e amigos, e muito menos em relação às pessoas que conhecemos superficialmente. Geralmente aprendemos essa lição somente após muita dor e frustração.

Como, então, podemos ajudar a retificar o sofrimento, a injustiça e a violência que vemos no mundo? Alguns de nós somos capazes de oferecer assistência direta. É mais provável que possamos prover auxílio financeiro ou de algum outro tipo àqueles que estão fazendo o trabalho que gostaríamos de poder fazer. Todavia, em nossas próprias vidas, e em nossos relacionamentos com aqueles à nossa volta, em nosso próprio ato de existência, todos nós podemos fazer um contribuição positiva para o bem-estar da humanidade e do planeta, tentando, dia a dia, dar algo de positivo e construtivo de nós mesmos. (...)'

(Sarah Belle Dougherthy - A prática do amor - Sophia, Ano 12, nº 49 - p.11/12)
www.revistasophia.com.br