OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 21 de novembro de 2016

A GRANDE ILUSÃO (1ª PARTE)

"'Conhece-te a ti mesmo'. Pelo fato de o eu ser um fator condicionante de nosso conhecimento, nossas reações às coisas ocorrem segundo sua natureza. Do ponto de vista materialista da ciência do século XIX, o eu ou mente - os dois sendo considerados por ela a mesma coisa - era um produto da matéria ou do ambiente, relativo ao corpo físico perecível. O ponto de vista oculto era diametralmente oposto a isso, e desde então tem sido cada vez mais que justificado. O livro Human Personality and its Survival, de Meyers, registrou um ponto crítico na perspectiva do moderno pensamento científico sobre a construção e a natureza do homem. Contudo, a sobrevivência do corpo não prova a permanência do princípio sobrevivente, que é o eu humano ou a personalidade. A ciência moderna não nos levou muito longe na estrada até sua natureza efetiva. Por outro lado, os antigos filósofos, notadamente na Índia, dirigiam suas investigações mais minuciosas para este princípio, cuja constituição foi dissecada e investigada por eles com cuidado exaustivo. A dissecção e a análise que fazem - nem sempre meras especulações, como alguns Orientalistas ocidentais tão prontamente as apelidaram - têm levado às mais surpreendentes descobertas. Essas descobertas não são menos espantosas e revolucionárias à prespectiva humana do que os resultados das pesquisas feitas pela moderna ciência, uma vez que tomaram o desvio que Copérnico, Newton e Einstein lhe deram em sucessão.

A mudança fundamental de nossa compreensão produzida por um estudo, como por outro, é a total destruição daquela base de egocentricidade sobre a qual o homem, na aurora de sua inteligência, tem buscado construir as teorias de sua própria existência. Ele é um infinitésimo num ilimitado continuum de tempo e espaço (ilimitado embora não infinito, segundo Einstein) e a consciência na qual sua individualidade repousa é tão efêmera quanto a Natureza externa, segundo as pesquisas da ciência subjetiva. Não será uma maravilha das maravilhas que a certeza no mundo da cognição humana - aquele fator primevo que penetra toda experiência de seu próprio eu - deva evidenciar-se como a maior de todas as ilusões? Isso é apenas um senso artificial criado por seus encontros com o externo, do qual as marcas são suas memórias. (...)"

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 44/45)


domingo, 20 de novembro de 2016

A SABEDORIA DA NÃO VIOLÊNCIA

"A Vida verdadeira é como a água:
Em silêncio se adapta, ao nível inferior,
Que os homens desprezam.
Não se opõe a nada,
Serve a tudo.
Não exige nada,
Porque sua origem é da Fonte Imortal.
O homem realizado não tem desejos de dentro,
Nem tem exigências de fora.
Ele é prestativo em se dar
E sincero em falar,
Suave no conduzir,
Poderoso no agir,
Age com serenidade.
Por isto é incontaminável.

EXPLICAÇÃO: Haverá coisa mais frágil do que a água? Ela, que em pedra dura tanto dá até que fura? Onde não há água não há Vida, a Vida nasce e vive na água, até as células do nosso corpo. A água é o símbolo da fraqueza poderosa, assim como a Vida é a onipotência da impotência.

Tao é eternamente silenciosos, por isto realiza todas as coisas poderosas. É um silêncio dinâmico, como é o homem sábio, silenciosamente realizador.

Age pelo não agir."

(Lao-Tse - Tao Te King, O Livro Que Revela Deus - Tradução e Notas de Huberto Rohden - Fundação Alvorada para o Livro Educacional, Terceira Edição Ilustrada - p. 40/41)


sábado, 19 de novembro de 2016

AMOR

"À medida que vamos conseguindo amar os outros, tanto quanto já nos amamos, vamos deixando de sentir dificuldade em sermos bondosos e, simultaneamente, vamos também sentindo ser mais difícil prejudicar e ferir os demais.

Aprender a amar o semelhante é a única solução para esta tão trágica humanidade às vésperas da hecatombe.

Se continuarmos a pensar o bem somente de nós e dos 'nossos', a querer e fazer o bem somente para nós e para os 'nossos', com exclusão dos outros e até em detrimento dos outros, continuaremos nos condenando à destruição geral, aquela que não queremos para nós e para os 'nossos'.

Para todos, a solução que resta é amar e servir aos demais como amamos e servimos a nós e aos 'nossos'.

Que teu Poder e Teu Amor possam se manifestar em benefício do próximo."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 118/119)


sexta-feira, 18 de novembro de 2016

CONCEITO DE OPOSTOS (PARTE FINAL)

"(...) O filósofo grego Heráclito, contemporâneo de Buda, insinuou que a verdadeira sabedoria consiste em conhecer a ideia que, por si mesma, irá provar tudo em todas as ocasiões. Ele almejava encontrar o Um por detrás dos muitos, a ordem, e a unidade que dá fixidez à mente, em meio ao fluxo caótico e à multiplicidade do mundo. Ele sentia que subjacente a tudo existe uma Realidade que, embora absoluta, não é estática, mas uma transformação contínua de uma em outra. 'Nada é; tudo vem a ser'. O âmago de tudo é a interação harmoniosa dos dois opostos, que perpetuamente fluem um para o outro. Heráclito acreditava que a harmonia não é simplesmente o fim dos conflitos, e sim uma tensão dos opostos na qual nenhum dos dois elementos ganha ascendência, embora ambos sejam indispensáveis à sua realização.

O Taoísmo enfatiza a naturalidade e a espontaneidade como o primeiro princípio da ação iluminada. A melhor maneira de agir é compreender que o processo de iluminação consiste simplesmente em nos tornarmos aquilo que já somos desde o início. No Taoísmo, a interação contínua entre os dois extremos não é a consequência de alguma força externa, mas uma tendência inata, natural, em todas as coisas e em todos os seres. Uma vez que a conduta humana é baseada nesse princípio, ela deve ser essencialmente espontânea e estar em harmonia com a natureza. Deve estar baseada na sabedoria inata da pessoa, que é uma manifestação da realidade onipenetrante.

Já que os opostos incluem todas as qualidades morais, o sábio não faz esforço para atingir o que é bom, mas tenta seguir o Caminho do Meio, mantendo um equilíbrio dinâmico entre 'bom' e 'mau', elevando-se acima deles. Mas uma palavra de cautela deve ser aqui interposta: o Caminho do Meio não é algo equivalente a um meio aritmético entre dois termos, nem é o princípio indiscriminadamente aplicável a todo evento ou ação. Pelo contrário, deve ser exercitado de maneira razoável e harmoniosa no nosso modo total de vida, não apenas em um ato individual. Pois a meta básica da religião e da filosofia é fornecer-nos uma visão coerente da vida, abrangendo todos os fenômenos da natureza e assim nos tornando capazes de ter consistência e clareza em nossos pensamentos e ações."

(Ajaya Upadyay - A senda do equilíbrio - TheoSophia - Outubro/Novembro/Dezembro de 2009 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 24)

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

CONCEITO DE OPOSTOS (1ª PARTE)

"O Budismo e o Taoísmo também sustentam a supremacia do Caminho do Meio. Entendem que o mundo de aparências é impermanente. A Realidade Última consiste na interação cíclica da mudança entre os dois opostos de bem e mal, prazer e dor, certo e errado. Aplicam o conceito dos opostos (Yang e Ying) e macho e fêmea, céu e terra, e a todas as coisas concretas, assim como às ideias abstratas. Acreditam que os opostos estão dinamicamente entrelaçados no fluxo cósmico, que os combina na harmoniosa unidade da criação. Assim, a vida ideal é a mistura harmoniosa dos dois opostos. A realização dessa verdade última da criação é a meta final.

De acordo com Chuang Tzu: 'Os homens plenamente realizados, por suas ações, tornam-se reis, e por sua tranquilidade, sábios'.

Como a vida humana é um microcosmo, o fluxo de suas ações deve fundir-se com o fluxo cósmico e mover-se rumo ao ritmo do macrocosmo. Desse modo, a melhor ação harmoniza os opostos extremos e age em equilíbrio. De acordo com Lao-Tzé, o sábio evita o excesso, a extravagância e a indulgência. Quando um homem vive segundo esse padrão, os assim chamados opostos tornam-se complementares.

A Quarta Nobre Verdade do Budismo trata do fim do sofrimento e inclui a Oitava Senda do autodesenvolvimento, que leva ao Budado. As duas primeiras sendas são a Visão Correta e o Conhecimento Correto, que levam a uma mente iluminada. Ver não é a mesma coisa que olhar para as aparências externas; de modo semelhante, conhecer é diferente de simplesmente acumular informação ou coletar dados, pois consiste na compreensão e realização da verdadeira natureza das coisas. E assim a mente é despertada, e, quando aprecia a natureza última da Criação, age em conformidade com a verdade cósmica. (...)"

(Ajaya Upadyay - A senda do equilíbrio - TheoSophia - Outubro/Novembro/Dezembro de 2009 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 23/24)