OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 11 de novembro de 2016

QUAL A DIFERENÇA ENTRE OLHAR E VER? (PARTE FINAL)

"(...) Ver é simplesmente clareza – olhos abertos, mente aberta, coração aberto; não buscar algo em particular, mas simplesmente estar pronto e receptivo. O que quer que aconteça, você vai permanecer alerta, receptivo, perceptivo. Uma conclusão não está ali. A conclusão ainda está por vir: com seus olhos você verá, e então haverá uma conclusão. A conclusão está no futuro. Quando você está vendo, a conclusão ainda não está lá. Quando você está olhando, buscando, a conclusão já está lá. E vamos interpretar segundo as nossas ideias. 

Na noite passada, eu estava lendo uma piada: Uma criança pequena está lendo um livro de figuras sobre a vida selvagem e fica intrigada com as ilustrações de leões ferozes. Ela lê tudo o que está escrito ali, mas uma pergunta não é respondida e então ela a formula para sua mãe: 'Mamãe, que tipo de vida amorosa têm os leões?'. A mãe diz: 'Filho, não sei muita coisa sobre os leões porque todos os amigos do seu pai são Rotarianos'. 

Se você tem alguma ideia em mente, você corrompe. Então você não está escutando o que está sendo dito – está escutando segundo você mesmo. Então, sua mente está desempenhando um papel ativo. Quando você está olhando, buscando, sua mente está ativa. Quando você está vendo, a mente está passiva. Essa é a diferença. Quando você está olhando, a mente está tentando manipular. Quando você está vendo, a mente está silenciosa, apenas observando, disponível, aberta, sem nenhuma ideia em particular para impingir à realidade. 

Ver é estar nu. E você só pode chegar à verdade quando está absolutamente nu; quando se despojou de todas as suas roupas, de todas as filosofias, de todas as teologias, de todas as religiões; quando você descartou tudo o que lhe foi dado, quando ficou de mãos vazias, sem nenhum tipo de conhecimento. Quando você chega com conhecimento, você já chega corrompido. Quando você chega com inocência, sabendo que não sabe, então as portas estão abertas – e aí você será capaz de saber. Só aquela pessoa que não tem conhecimento é capaz de saber."

(Osho - Inocência, conhecimento e encantamento - Academia)


quinta-feira, 10 de novembro de 2016

QUAL A DIFERENÇA ENTRE OLHAR E VER? (1ª PARTE)

"Há uma grande diferença. Olhar significa que você está buscando algo; você tem alguma ideia do que buscar. Você vem aqui e diz: 'Estou olhando para ver se encontro John' – então você tem uma ideia. Aí você olha em torno para ver onde está John. A ideia já está ali: seu olhar já está preconcebido. Se você estiver olhando para ver se encontra Deus, nunca encontrará Deus, porque buscá-lo significa que você já tem uma determinada ideia de quem é Deus. E sua ideia pode ser cristã, judaica, hinduísta ou muçulmana. Sua ideia será seu conceito, e seu conceito nunca poderá ser mais elevado do que você. Seu conceito está fadado a ser seu conceito. Seu conceito está fadado a estar enraizado na ignorância, tomado emprestado. No máximo, ele é apenas crença; você foi condicionado a ele. Então, continua procurando. 

Uma pessoa que está buscando a verdade nunca vai encontrá-la, porque seus olhos já estão corrompidos; ela já tem um conceito estabelecido. Ela não está aberta. Se você chegou até mim para buscar algo, então já tem uma ideia – você vai se distanciar de mim. Assim, o que quer que eu diga você vai interpretar de acordo com sua ideia, e esse não será meu significado. Será seu significado. Você pode se ver concordando comigo, você pode se ver não concordando comigo – mas concordar ou não concordar não é a questão que importa, não significa absolutamente nada. Você se distanciou de mim. Você pode concordar, mas está concordando com sua própria ideia. Você diz, 'Sim, este homem está certo', porque este homem se ajusta à sua ideia. Sua ideia está certa, por isso este homem está certo. Ou você não concorda porque ele não se ajusta à sua ideia. Mas em ambos os casos o mais importante é sua ideia. Você vai se distanciar de mim. 

Uma pessoa que está buscando algo sempre vai se distanciar do que está buscando. (...)"

(Osho - Inocência, conhecimento e encantamento - Academia)

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

O QUE DEVEMOS ABANDONAR

No Sutra das Quatro Nobres Verdades, Buda diz: 'Deves abandonar as origens'. Ao dizer isso, Buda nos aconselha a abandonar as origens caso tenhamos o desejo de nos libertar permanentemente dos sofrimentos das nossas incontáveis vidas futuras. O termo 'origens' significa as nossas delusões, principalmente a delusão do agarramento ao em-si. O agarramento ao em-si é chamado de 'origem' porque ele é a fonte de todo o nosso sofrimento e problemas, e também é conhecido como o 'demônio interior'. As delusões são percepções errôneas que atuam destruindo a nossa paz mental, a fonte de felicidade; elas não têm outra função que não seja a de nos prejudicar. As delusões, como o agarramento ao em-si, habitam em nosso coração e continuamente nos prejudicam dia e noite sem descanso, destruindo nossa paz mental. No samsara, o ciclo de vida impura, ninguém tem a chance de experienciar verdadeira felicidade porque sua paz mental, a fonte de felicidade, está continuamente sendo destruída pelo demônio interior do agarramento ao em-si.

A nossa ignorância do agarramento ao em-si é uma mente que acredita equivocadamente que o nosso self, o nosso corpo e todas as outras coisas que normalmente vemos existem verdadeiramente. Por causa dessa ignorância, desenvolvemos apego pelas coisas de que gostamos e raiva pelas coisas de que não gostamos. Então, fazemos diversos tipos de ações não virtuosas e, como resultado dessas ações, experienciamos diversos tipos de sofrimento e problemas nesta vida e vida após vida. 

A ignorância do agarramento ao em-si é um veneno interior que causa um prejuízo muito maior do que qualquer outro veneno. Por estar poluída por esse veneno interior, nossa mente vê tudo de modo equivocado e, como resultado, experienciamos sofrimentos e problemas parecidos com alucinações. Na realidade, o nosso self, o nosso corpo e todas as outras coisas que normalmente vemos não existem. O agarramento ao em-si pode ser comparado a uma árvore venenosa; todas as demais delusões são como seus galhos; e todo o nosso sofrimento e problemas são como seus frutos – o agarramento ao em-si é a verdadeira origem de todas as demais delusões e de todo o nosso sofrimento e problemas. Podemos entender por meio dessa explicação que, se abandonarmos permanentemente nosso agarramento ao em-si, todos os nossos sofrimentos e problemas desta vida e das incontáveis vidas futuras irão cessar permanentemente. O grande iogue Saraha disse: 'Se a tua mente for libertada permanentemente do agarramento ao em-si, não há dúvida alguma de que serás liberto permanentemente do sofrimento'. Compreendendo isso e tendo contemplado as explicações acima, devemos pensar:
Devo aplicar grande esforço em reconhecer, reduzir e finalmente abandonar minha ignorância do agarramento ao em-si completamente .
Devemos meditar nessa determinação continuamente, e colocar essa nossa determinação em prática."

(Geshe Kelsang Gyatso - Budismo Moderno, O Caminho de Compaixão e Sabedoria - Tharpa Brasil, São Paulo, 2016 - p. 59/60)


terça-feira, 8 de novembro de 2016

A NATUREZA PEDAGÓGICA DO CARMA (PARTE FINAL)

"(...) Um ego decide, às vezes, se assumirá ou não certo carma na vida presente, conquanto, muitas vezes, a mente cerebral não esteja inteirada da opção, de sorte que as próprias circunstâncias adversas, contra as quais o homem se debate, podem ser as mesmas que ele escolheu deliberadamente, a fim de favorecer a sua evolução. Quando ele se torna discípulo, e se acha, de certo modo, fora do estágio da evolução atualmente normal, amiúde domina e, em grande parte, modifica o seu carma - não que lhe seja dado escapar à parte que lhe cabe, senão que adquire muitos conhecimentos novos, e, portanto, coloca em movimento novas forças em muitas direções, as quais, naturalmente, alteram a operação das antigas. Colocando uma lei contra a outra, neutraliza forças cujos resultados poderiam atalhar-lhe o progresso.

Tem-se dito muitas vezes que o discípulo que toma providências para apressar o próprio progresso chama, por esse modo, o sofrimento sobre si. Essa talvez não seja a melhor maneira de dizê-lo. Tudo o que o discípulo faz é tomar a própria evolução nas mãos e tentar, tão rapidamente quanto possível, erradicar o mal e desenvolver o bem dentro de si mesmo, a fim de poder tornar-se, cada vez mais, um perfeito canal vivo do amor divino. É verdade que tal ação atrairá seguramente a atenção dos Grandes Senhores do Carma e, conquanto a resposta d'Eles seja dar-lhe uma oportunidade maior, pode envolver (e não raro envolve) um aumento considerável de sofrimento de várias maneiras.

Mas, se pensarmos com cuidado, veremos que é precisamente isso que se pode esperar. Todos temos, mais ou menos, um mau carma atrás de nós, e, enquanto não dermos cabo dele, ele será um perpétuo estorvo para nós em nosso trabalho superior. Um dos primeiros passos que podemos dar na direção do progresso sério é, portanto, solucionar o que quer que ainda permaneça em nós desse mal, e, assim, a primeira resposta dos Grandes à nossa luta para subir será, não raro, dar-nos a oportunidade de pagar um pouco mais dessa dívida (visto que nos tornamos agora tão fortes que podemos fazê-lo) a fim de que ela seja retirada do caminho do nosso trabalho futuro. O modo com que a dívida será paga é uma questão que está inteiramente nas mãos deles e não nas nossas; e podemos fiar-nos de que eles lidarão com isso de modo que não infligirão novos sofrimentos a outros - a menos, é claro, que esses outros ainda tenham alguma dívida cármica pendente, que pode ser descarregada dessa maneira. Seja como for, as grandes divindades cármicas procedem com inteira justiça em relação a cada pessoa interessada, quer direta, quer remotamente."

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 283/284)


segunda-feira, 7 de novembro de 2016

A NATUREZA PEDAGÓGICA DO CARMA (1ª PARTE)

"Nenhum homem receberá jamais o que não tiver merecido, e tudo nos vem em resultado de causas que nós mesmos pusemos em movimento. Se tivermos causado alguma coisa, teremos causado igualmente o respectivo resultado, pois a causa e o efeito são como as duas faces da mesma moeda - não podemos ter uma sem a outra; na verdade, o resultado nos advém como parte da nossa ação original, da qual se pode dizer, neste caso, que ainda continua. Tudo o que nos chega é obra nossa, seja bom, seja mau; mas também está sendo empregado positivamente para o nosso bem. Utiliza-se o pagamento da dívida para desenvolver o devedor, o qual, ao pagá-la, pode mostrar paciência, coragem e resitência em face de circunstâncias adversas.

As pessoas vivem resmungando contra as circunstâncias de sua vida. Um homem dirá: 'Não posso fazer nada, na situação em que estou, com tantos cuidados, tantos negócios, uma família tão grande. Se eu tivesse, ao menos, a liberdade que tem Fulano de Tal!'

O homem não compreende que esses mesmos empreendimentos constituem parte  do seu adestramento, colocados no seu caminho com a finalidade única de ensiná-lo a lidar com eles. Ele gostaria, sem dúvida, de alardear os poderes que já desenvolveu, mas é preciso que desenvolva os que ainda não possui, e isso significa trabalho pesado e sofrimento, mas também progresso rápido. Não existe, seguramente, uma coisa como castigo e recompensa, mas existe o resultado de nossos atos, que podem ser agradáveis ou desagradáveis. Se perturbarmos o equilíbrio da natureza, seja lá como for, ela se reajustará inevitavelmente à nossa custa. (...)'

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 283)
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