OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 3 de outubro de 2016

O INDIVÍDUO E A SOCIEDADE (PARTE FINAL)

"(...) Como descobrir a verdade, a este respeito? Agiremos partindo deste ponto. Para se achar a verdade relativa à questão, é preciso estarmos livres de tudo quanto é propaganda, o que significa estarmos habilitados a estudar o problema independentemente da opinião. A tarefa da educação se cifra, toda ela, no despertar o indivíduo. Para perceberdes tal verdade, precisais estar perfeitamente lúcidos, isto é, não deveis depender de guia algum. Quando escolheis um guia, o fazeis porque estais em confusão, e portanto, vossos guias acham-se também confusos, como estamos vendo acontecer, no mundo. Consequentemente não podeis esperar orientação ou ajuda do vosso guia. 

A mente que deseja compreender um problema deve, não só compreendê-lo de maneira completa e integral, mas também ser capaz de segui-lo velozmente, visto que o problema nunca é estático. O problema é sempre novo, seja o suscitado pela penúria, seja psicológico, ou outro qualquer. Toda crise é sempre nova; por conseguinte, para compreendê-la, deve a mente ser nova, lúcida, e ser muito veloz no acompanhá-la. Creio que quase todos nós reconhecemos a urgência de uma revolução interior, pois só ela pode operar uma transformação radical do exterior, da sociedade. Este é o problema com que eu próprio e todas as pessoas seriamente intencionadas estamos ocupados. Como produzir uma transformação fundamental, básica, na sociedade — este é o nosso problema; e esta transformação do exterior não pode efetuar-se sem a revolução interior. Uma vez que a sociedade é sempre estática, toda ação, toda reforma que se efetue sem esta revolução interior se torna igualmente estática. Nessas condições, não há esperanças, a menos que haja esta constante revolução interior, porquanto, sem ela, a ação exterior se torna maquinal, torna-se um hábito. A ação resultante das relações entre vós e outrem, entre vós e mim, é a sociedade, e essa sociedade se tornará estática, não terá qualidade vivificante alguma, enquanto não se verificar esta constante revolução interior, uma transformação psicológica criadora. Uma vez que esta constante revolução interior não existe, a sociedade se está tornando sempre estática, cristalizada e, em consequência, tem que se desagregar constantemente." 

(Krishnamurti - A Primeira e Última Liberdade - Ed. Cultrix, São Paulo - p. 32/33)

domingo, 2 de outubro de 2016

O INDIVÍDUO E A SOCIEDADE (1ª PARTE)

"Um problema se oferece à maioria de nós: se o indivíduo é simples instrumento ou fim da sociedade. Vós e eu, como indivíduos, existiremos para sermos utilizados, dirigidos, educados, controlados, ajustados a um certo padrão pela sociedade e pelo governo, ou a sociedade, o Estado, existirão para o indivíduo? O indivíduo é o fim da sociedade; ou apenas um títere, que existe para ser ensinado, explorado, massacrado como instrumento de guerra? Eis o problema que está nos desafiando. É o problema do mundo: se o indivíduo é mero instrumento da sociedade, um brinquedo à mercê de influências, pelas quais é moldado, ou se a sociedade existe para o indivíduo. 

Como esclarecer-nos a tal respeito? é um problema sério, não é? Se o indivíduo é mero instrumento da sociedade, a sociedade, nesse caso, é muito mais importante que o indivíduo. A ser verdadeira tal afirmação, o que devemos fazer, então, é abandonar a individualidade e trabalhar para a sociedade; todo nosso sistema educativo terá de ser revolucionado de alto a baixo e o indivíduo convertido num instrumento para ser usado e destruído, liquidado, eliminado. Mas se a sociedade existe para o indivíduo, a função da sociedade não é então a de obrigá-lo a ajustar-se a algum padrão e sim de dar-lhe o senso da liberdade, o impulso para a liberdade. Cumpre-nos, pois, averiguar qual das duas coisas é falsa. 

Como poderiamos investigar este problema? É um problema vital, não é? Este problema não depende de nenhuma ideologia, seja da esquerda, seja da direita; e se é dependente de qualquer ideologia, passará a ser apenas matéria de opinião. As idéias geram sempre inimizade, confusão, conflito. Se dependeis de livros da esquerda ou da direita, ou de livros sagrados, dependeis, nesse caso, da mera opinião — de Buda, de Cristo, do capitalismo, do comunismo, ou do que quer que seja. São ideias, e não a verdade. Um fato nunca pode ser negado. Uma opinião a respeito do fato pode ser negada. Se pudermos descobrir a verdade concernente a este problema, estaremos aptos a agir independentemente da opinião. Não é necessário, por conseguinte, que nos desembaracemos do que tem sido dito por outros? A opinião do esquerdista ou de outros líderes é produto do seu condicionamento, e, por conseguinte, se dependerdes, para o descobrimento de vós mesmos, daquilo que se encontra nos livros, ficareis, simplesmente, na dependência de uma opinião. Não é uma questão de conhecimento, de saber. (...)" 

(Krishnamurti - A Primeira e Última Liberdade - Ed. Cultrix, São Paulo - p. 31/32)

sábado, 1 de outubro de 2016

CIÚME

"Outra doença terrível, destruidora e trágica é o ciúme.

Há quem confunda ciúme com amor.

Mas não é MESMO!

Ciúme é outro sintoma do ego.

O ciumento é um egoísta que está inclusive incapacitado para amar.

Ciúme é insegurança, incerteza, e mesmo ausência de amor.

Quem ama mesmo se dá todo, sem cobrar do outro; sem pretender tornar o outro uma coisa possuída.

O ciumento diz, dentro de si: 'Você é propriedade minha e não merece um pingo de minha confiança e respeito; você é uma coisa exclusivamente para meu uso.'

Ciúme - assassino do amor.
Ciúme - criação do eu."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 149)


sexta-feira, 30 de setembro de 2016

O MANTRA OM

"'O que quer que um homem não tenha enfrentado durante a vida por certo enfrentará com a morte. Assim, cada um deve estar treinado para, naquela hora, ter uma atitude e um pensamento que lhe sejam os mais benéficos. Se assim não for, a vida terá sido falha, um desperdício. A pessoa despreparada para este findar tem de sofrer o destino que sobre ela se abater. Ninguém entra num campo de batalha a fim de sofrer derrota. Assim, também, ninguém voluntariamente aceita uma queda. Somente se busca progresso. Não seria sábio, portanto, lutar em prol de um objetivo que representa o melhor de seu próprio interesse. Todo homem deve, portanto, dar os mais austeros passos, tanto que se assegure de vir a manter o pensamento sobre o Pranava, quando no último alento da vida. Quem quer que, ao morrer, mantenha tal pensamento (pranava) vem a Mim', assegurou Krishna¹.

Repita o pranava (OM) no último instante. Esta é a razão pela qual a permanente lembrança do Senhor - é sabido - tem o poder de encarregar-se de seu yogaksehama, isto é, de sua felicidade aqui e no além. Naturalmente, esta repetição deve ser feita. O sadhana tudo conquista, desde que seja firme e forte."

¹ 'Aquele que, ao abandonar o corpo, pronunciando OM, pensar sobre Mim, irá alcançar o Supremo' (Gita 18:13) Para o sábio Platão, a vida nos é emprestada para que aprendamos a arte de morrer. Eutanásia, etimologicamente, significa o bom morrer. 

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 89)


quinta-feira, 29 de setembro de 2016

MATA A AMBIÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) Nenhum ambicioso jamais é feliz porque o que ele quer está no futuro, e assim existe sempre um senso de que algo está faltando no presente. E, quando finalmente alcança sua meta, ela não o satisfaz, e ele fica desapontado, frustrado. 'A distância empresta encantamento à visão', e, quando verdadeiramente chegamos à cena, descobrimos que a grama não é tão verde quanto pensávamos ser. A satisfação cessa e então queremos algo mais. Finalmente, todas as nossas ambições azedam, por 'trabalhar para o eu é trabalhar para o desapontamento'. É muito importante que compreendamos isso, pois nas muitas coisas que fazemos existe a autobusca por adulação, elogio e adiantamento. 

Assim, o comentário diz: 'Mas, embora esta primeira regra pareça tão simples e fácil, não a ultrapasse muito rapidamente'. Podemos pensar que estamos livres da ambição, mas é muito difícil que assim seja. Esse trabalhar para o eu é realmente o produto de nossos apegos, que podem ser as coisas em diferente níveis - físico, astral, mental. Assim, podemos estar apegados a uma pessoa, a nossas posses, ou a nossas ideias. Qualquer que seja a natureza do apego, seu centro é o eu, e trabalhar para o eu é estar descontente porque sua própria natureza é buscar mais. 

O artista puro que ama sua arte, simplesmente gosta de praticá-la, e ele o faz. Mas muito raramente encontramos alguém assim. Muitos artistas são muito autoenvolvidos, intolerantes e têm ciúmes de outros que atingiram a mesma eminência. Certamente, existem artistas que pintam ou compõem desinteressadamente e não para a glória do eu e seus componentes. Mas podemos enganar-nos ao acreditar que estamos fazendo tudo para a glória de Deus com a implicação de que o que quer que façamos tenha sua aprovação; ou podemos pensar que o fazemos em nome do Mestre, carimbando assim nossas ações com seu nome. A mente pode enganar-se extraordinariamente. Devemos estar cônscios de todas essas sutilezas, dos vários processos de autodecepção, antes que possamos dizer que somos verdadeiramente sinceros."

(N. Sri Ram - Mata a ambição - Revista Theosophia, Ano 100, Outubro/Novembro/Dezembro de 2011 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 16)