OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 24 de agosto de 2016

FENOMENOLOGIA ESPÍRITA

"A fenomenologia espírita tem incontestavelmente utilidade para as naturezas materiais, objetivas, que são impressionadas pelos fatos físicos e são incapazes de compreender as intruções metafísicas. 

Ao materialista endurecido, a prova objetiva é muitas vezes necessária e ... nem sempre suficiente - multiplicam-se as provas, às vezes, sem o menor resultado.

Porém os expedientes objetivos são importantes como meio e não fim; é preciso prevenir o abuso.

A busca do ato fenomênico com prejuízo do ensinamento moral é apenas um deslocamento do materialismo.

O espírito que somente se dedique à fenomenologia, não é espiritualista, é um materialista perigoso, porque 'materializou' as coisas espirituais.

A finalidade do Espiritismo pode ser a de mostrar fenômenos a fim de abalar o materialismo e provar a existência de outra vida, mas o seu principal objetivo deve ser espalhar o Evangelho espiritualista.

A fenomelogia oferece também perigos frequentes e graves: atraído por comunicações enganadoras, o indivíduo pode desviar-se inteiramente da boa rota.

Todavia, até os mais esquisitos processos podem auxiliar a evolução individual.

Até o Mal pode permitir a evolução, porque as consequências dele transformam-se em lição inolvidável.

É como a criança que aprende a comportar-se bem com os desastres provenientes das desobediências."

(Alberto Lira - O ensino dos mahatmas - IBRASA, São Paulo, 1977 - p. 114/115


terça-feira, 23 de agosto de 2016

VIVEKA (PARTE FINAL)

"(...) Então, o mundo em que vivemos é ilusório? Vamos então cair no platonismo? Vamos negar a realidade do que vemos e sentimos, sobre que agimos e reagimos?

O mundo não é inteiramente ilusório. Não é somente maya (ilusão). A cobra não é de mentira. É real. O mundo o é na medida e extensão em que consegue gerar medo ou apego. As reações somáticas do amedrontado emprestam realidade àquilo que lhe dá causa. E, enquanto a cobra for uma apavorante realidade, a corda não é vista e, portanto, não tem realidade, embora seja Real. Dessa maneira o mundo fenomênico, aquele que vemos e sentimos, é uma realidade, na medida e extensão dos efeitos que em nós provocam ou suas delícias ou suas misérias. E, enquanto tiver o poder de nos fazer sofrer ou gozar, a Realidade Divina é apenas como devaneio de místico. Somente viveka nos desipnotiza a mente para a contemplação do Transcendente, que se esconde atrás do imanente visível. É viveka que nos pode alcançar à visão do Uno, que a multiplicidade esconde, e conduzir-nos à vivência de Deus, que o processo mundano impede. 
Viveka é a luz da Sabedoria, que, enraizada no homem destaca-o da criação subumana. Não é a mesma coisa que intelecto, mas é algo de onde o intelecto se supre de forças. O intelecto é um mecanismo da natureza, enquanto viveka é a luz supramental iluminando-o. Assim como o sol é a fonte da luz elétrica e da luz de uma vela, assim viveka é a fonte de onde imana o poder do intelecto e dos sentidos. Viveka é a luz da Verdade, cujo raio se acha no mais profundo do escrínio do coração do homem e que leva o homem peregrino à percepção de seu Ser como uma imagem de Deus. (Varma, M. M., A Saint's Call to Mankind; Vasanta Press, Madras, Índia)"
(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 146/147)

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

VIVEKA (1ª PARTE)

"Não importa que todos estejam suando de tanto calor, num dia de verão vigoroso em zona tórrida. Se o hipnotizador sugeriu ao paciente que ele está se acabando de frio, em qualquer ponto da calota polar, ele tirita de frio. Todo seu corpo está reagindo contra a morte pelo congelamento.

Em relação à Realidade estamos, naturalmente, hipnotizados, pois só lhe conhecemos as aparências sob o ângulo das sugestões particulares que em cada um predomina.

A mais aproximada tradução para viveka é discriminação, isto é, a capacidade de discernir entre o falso e o verdadeiro, o efêmero e o eterno, a meta e os meios para atingi-la... É através de viveka que nos desiludimos, que deixamos de ser engodados pelos aparentes do mundo. Somente viveka abre a porta do conhecimento da Realidade.

Na história da cobra e da corda, narrada nos Upanishads, o que era real: a cobra ou a corda?

A mente destituída de viveka viu uma cobra e caiu presa do medo, com todas as consequências desagradáveis dessa emoção-choque. Na mente iluminada pela discriminação, a candeia de viveka afastou a ilusão. E, desiludido, o homem percebeu que não era uma cobra mas uma corda. Isso restaurou-lhe a calma e a segurança. Viveka, salvando-nos da ilusão do mundo, propicia-nos a paz. Cada vez que nos capacitamos de que o mundo, com suas ameaças, desventuras, misérias, decepções e vicissitudes não é mais do que uma corda, que não é uma cobra, começa a instalar-se em nós a imperturbalidade divina. À medida que o mundo, diante da luz de viveka, já não nos hipnotiza e ilude com suas fantasias, com seus prazeres ou dissabores, com seus atrativos ou ameaças, vamos caminhando para a libertação final, até atingirmos o Real. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 145/146)


domingo, 21 de agosto de 2016

RETA AÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) Conhecimento sem ação é não somente absurdo, mas é puramente mental e apenas pseudoconhecimento. Ação sem verdadeiro conhecimento só pode ser a reação de uma natureza composta, não clara, da qual as várias partes carecem tanto de coesão quanto de equilíbrio.

A senda da ação para cada indivíduo está entreleçada por seu próprio karma e as complexidades desse nó complicado, no qual sua mentalidade divide-se e se enlaça. Ele tem de simultaneamente desatar esse nó - por meio do amor e do conhecimento verdadeiro - e trilhar seu caminho no mundo externo pela força de uma vontade e decisão espirituais. O verdadeiro conhecimento é o do filósofo que vê a verdade com o olho aberto da intuição. 

Existe decisão instantânea quando não há dilema ou escolha, quando a direção precisa de um ato é uma determinação espontânea que se origina no interior, quando o estudo e a avaliação apropriados de uma situação produzem no interior da pessoa um movimento harmônico, que resulta na ação particular. Existe uma força de propósito que se mantém, quando os revezes causados por objetos ou obstáculos externos não tocam absolutamente a vontade. A vontade que é pura move-se numa vereda própria, autoisolada. Os obstáculos podem retardar a ação, porque estão no mesmo plano. Mas não conseguem deter a vontade fundamental. A força jaz na resistência, na concentração de energias e direção, não na violência; no equilíbrio do perfeito autocontrole em qualquer ação que controle ou toque os outros."

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 74/75)


sábado, 20 de agosto de 2016

RETA AÇÃO (2ª PARTE)

"(...) Qual deve ser a natureza do mérito da ação, as qualidades que devem marcar o seu mérito? Os termos em que a resposta a esta pergunta pode ser dada parecem diferentes, segundo o ponto de vista. Listarei algumas qualidades nas quais geralmente não se pensa com relação à ação potente e eficaz, e depois acrescentarei algumas outras.

Primeiramente, deve haver inocência - a ausência de qualquer motivo, intenção, desejo ou pensamento de ferir ou lançar a mais leve sombra sobre a felicidade de outra pessoa, muito menos coisas grosseiras tais como má vontade e malícia.

Segundo, deve haver gentileza, tornando a ação tão útil quanto possível à pessoa que é objeto da ação; mesmo que seja uma operação cirúrgica deve-se evitar toda dor desnecessária. Deve haver um temperamento que seja uma perfeita adaptação à necessidade da pessoa a ser auxiliada. 

Terceiro, lisura, de modo que na adaptação não haja a mancha do engano ou da fraqueza.

Quarto, inteligência e discrição, sem as quais qualquer ação carecerá de claras linhas de definição e movimento, e não se moverá dentro de suas próprias fronteiras.

Quinto, precisamos de perseverança e diligência, pois como trabalhamos no tempo, toda ação tem de ser sutentada durante um período que testa o requisito força de propósito, e muitas vezes a meta só é alcançada após certas pausas e reflexões ou desvios de movimento.

Por fim, deve haver as qualidades de justiça e responsabilidade; sem a primeira toda ação é errada, e a segunda dá um reconhecimento das obrigações a nós imbuídas por cada situação, e a relação do ato particular maior com o esquema que, do ponto de vista mais elevado, é trabalho em apoio ao plano divino. (...)

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 74)