OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 19 de agosto de 2016

RETA AÇÃO (1ª PARTE)

"O mais elevado tipo de ação é a ação que é direta e instantânea. Mas, antes de podermos atingir um tal grau de poder, devemos purificar-nos como instrumentos. Devemos começar com ação pura, sem qualquer desejo de benefício pessoal, ou qualquer tipo de autossatisfação que sua realização possa trazer. Uma reação assim é geralmente insconsciente, invisível como a sombra que segue a pessoa quando ela se defronta com a luz. Muitas vezes é sutil e difícil de analisar. Não deve haver qualquer elemento de apego ao prazer proporcionado pela realização de um ato. Quando é ação sem reação, então nada há que prenda.

Libertar-se do karma é libertar-se da reação, no sentido do retorno das forças que enviamos. Uma força que é enviada retorna porque atinge um meio de resistência, 'um anel não passarás', que não consegue romper. Podemos considerar essa resistência como a vontade de Deus. Sempre há uma correspondência entre uma verdade subjetiva e um fato objetivo, porque o subjetivo e o objetivo derivam da única e mesma substância ou Realidade; são os dois lados de um plano indivisível, intangível.

Se você considerar cada ato como o envio de uma força, essa força deve ter origem na base da qual procede. A base e o alvo da ação serão correlatos. Se o alvo da ação estiver errado, o motivo originador deve estar errado, pois o alvo ou fim é uma projeção da origem. Assim, o alvo está no pano de fundo originador.

A ação prossegue com muita beleza e eficácia quando surge de um movimento interno, espontâneo, do fundo de nossa natureza, isto é, daqueles elementos que estão ativos na constituição do indivíduo. Este movimento ocorre num plano que é, por assim dizer, perpendicular ao movimento da flecha que aponta para o alvo. (...)"

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 73/74)


quinta-feira, 18 de agosto de 2016

CUMPRA O PRÓPRIO DEVER

"(3:35) Cumprir o próprio dever, mesmo sem sucesso, é melhor que cumprir com êxito o dever alheio. Mais vale morrer tentando realizar o que nos compete do que assumir as obrigações dos outros (sejam elas embora mais fáceis e seguras), pois esse caminho está semeado de perigos e incertezas.

O dever supremo de todo homem consiste, é claro, em encontrar o Eu único: Deus. Mas o caminho de uma pessoa para Deus pode ser muito diferente do caminho das outras e de quaisquer caminhos que as outras lhe imponham. Se ela não tiver um guru autêntico para lhe apontar a melhor direção, deverá seguir a voz interior que lhe sussurra: 'É por ali que deves ir a fim de conquistar a verdadeira liberdade.' O repúdio a qualquer envolvimento posterior com maya é o critério sumpremo da virtude. Podemos exclamar, por equívoco: 'Mas sinto mais alegria quando caminho rumo à satisfação dos sentidos!' Se não vivenciamos ainda a alegria divina, podemos com a maior facilidade ser ludibriados pela mera excitação dos prazeres sensuais. Há também quem diga, erroneamente: 'Todavia, quando contemplo esta mulher (ou este homem), sinto um amor profundo. Ora, um sentimento assim deve ser legítimo!' O resultado, na sequência das várias peripécias entre um nascimento e outro, muitas vezes leva esses entusiastas para bem longe de seus primeiros arroubos de paixão! A liberdade interior é, pois, o guia moral mais confortável. Pergunte a si mesmo: 'Encontrarei a liberdade no deleite desta contemplação? Sentir-me-ei livre nos anseios deste amor?'

A pergunta seguinte será, é claro: 'De que me sentirei livre?' Libertação do acicate do desejo não é libertação; é apenas alívio passageiro! A sensação de liberdade deve ser calma e garantir a plenitude interior. Ainda assim, como desabafou certa vez Yogananda, 'As pessoas são tão hábeis em sua ignorância!' Nem sempre convém à gente comum confiar demais em seu próprio tirocínio. A necessidade suprema de todo aquele que busca com sinceridade é a orientação de um guru autêntico.

Como fará para reconhecer seu dever principal quem não conta com essa bênção nem, talvez, anseia tanto por Deus? O único recurso é perguntar a si mesmo: 'Dar-me-á ele maior liberdade interior e a sensação de ter feito o que era certo para mim?'"

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 176/177


quarta-feira, 17 de agosto de 2016

MANTER A CONSCIÊNCIA DO EGO

"Por termos passado por eras de evolução, durante as quais estivemos satisfeitos em sofrer exílio nas trevas do mundo exterior, resulta que, mesmo que tenhamos nos reconhecido como Egos por um curto tempo, haverá sempre a tendência para escorregarmos de volta aos antigos hábitos de identificação com os corpos.

Tal é o nosso erro frequente. Quando, durante a meditação ou o transcurso de alguma cerimônia, experimentamos um instante de grande elevação espiritual, dizemos depois para nós mesmos: 'Quão agradável foi isso! Sinto que haja terminado.' Não cometamos esse engano. Quando experimentamos algo sublime, quando nos reconhecemos como o divino Ser, digamos: 'Isto é muito aprazível e há de subsistir em mim.' Essa é a grande diferença. Nossa fraqueza está em, ao experimentarmos esses sublimes sentimentos, nós os deixarmos desvanecerem-se. Não devemos tolerar isso, mas nos rebelar dizendo: 'Não permito que esse sentimento se desvaneça. Vou manter essa divina realização; Eu, o divino Ser, vou preservá-la.' E isso é possível porque já foi realizado; e deve sê-lo. Todos realizaremos algum dia nossos poderes divinos, e aprenderemos a manter como uma permanente realidade a consciência que comumente só temos durante uns poucos minutos. Por que não começarmos desde já?

Se nos reconhecemos como Egos participantes da vida de divino contentamento e inefável felicidade, decidamos permanecer em tal estado. Não voltemos às trevas do exílio. Por que retornar àquela existência limitada em uma masmorra sombria, que é a vida da personalidade, quando podemos viver no fulgor da Vida divina? Por que não permanecer ali, atuar a partir dali, viver ali?"

(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 40/41)


terça-feira, 16 de agosto de 2016

O EGO E A PERSONALIDADE


"A Individualidade, ou Ego individual, paira acima da Personalidade ou Ego pessoal ou eu inferior.

O Ego está para a Personalidade como o cocheiro de um carro para os cavalos. 


É aquele que guia, porém estes têm sua ação e vida próprias.

Assim, o corpo físico tem a consciência física ou elemental físico; o corpo astral tem a consciência astral ou elemental astral; o corpo mental tem a consciência mental ou elemental mental. 

A necessidade de dormir, de comer, não é derivada do EGO, da Individualidade superior ou imortal e sim função do elemental físico. 

O conjunto de funções do corpo físico lhe dá certa 'consciência' que atrai a atenção do Ego superior ou individual.


As diferentes funçõs corporais efetuam-se pela simples consciência física ou elemental físico.

Os movimentos reflexos (retirar o pé quando alguém o coça, estando a pessoa dormindo; dar um salto de susto etc.) são também efeito da consciência do corpo físico.

Da mesma forma, o elemental astral leva o corpo astral às mais fortes e variadas emoções, às paixões avassaladoras, porque aquele necessita de impressões fortes.

O elemental mental impele o corpo mental à variedade de pensamentos, à instabilidade mental.

Acima de tudo, está o Ego, com sua vontade e o seu idealismo superior, procurando tudo controlar, porém vencido muitas vezes.

O fio, que liga à personalidade, pode alargar-se se esta, purificando-se e compreendendo a vida superior, procura elevar-se e unir-se ao EGO.

Comer, beber, dormir, ter vida sexual são necessidades normais e inerentes ao corpo físico, da mesma forma que as sensações ao corpo astral e o exercício do pensamento ao corpo mental.

Mas estes corpos, em virtude de sua consciência própria ou individual, procuram por si as maiores impressões possíveis, entrando em conflito com o EGO superior e prejudicando a evolução.

De modo que o dano começa quando esses corpos são solicitados além do normal.

O homem que controla suas paixões fá-lo pela superioridade de seu EGO, da sua verdadeira individualidade, processando-se assim a evolução individual.

Compreendemos assim a lei dos membros que combatem contra a lei do espírito, de que nos fala São Paulo.

Não devemos perder de vista o fato de que esses corpos formam, normalmente, um todo harmonioso."

(Alberto Lyra – O ensino dos mahatmas – IBRASA, São Paulo, 1977 – p. 137/138)

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

CONDENAÇÃO ETERNA

"(...) não há condenação eterna.

Suponhamos que um indivíduo que em vidas sucessivas vá criando cada vez pior carma.

Chegará ao ponto de sua dívida não poder ser saldada nesta onda evolutiva.

Deixará de seguir para a frente com a presente humanidade e ficará longo período de tempo em inação.

Quando a seguinte onda evolutiva criar nova humanidade, mais jovem que a presente (veremos que à custa do reino animal atual), então esse indivíduo recomeçará em outras condições o seu ciclo de vidas.

Ele atrasou-se por uma corrente de vida.

Isto é a condenação eônica.

'EON' é traduzido erradamente por eterno."

(Alberto Lyra – O ensino dos mahatmas – IBRASA, São Paulo, 1977 – p. 68)