OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 7 de agosto de 2016

O QUE É A REALIDADE? (PARTE FINAL)

"(...) O que é o mundo real? Esta é uma pergunta que ocorre a estudantes e pensadores. O mundo natural - montanhas, rios, estrelas, árvores e pássaros - é real? Provavelmente é, sendo parte da vida una fora da qual nada existe. Por outro lado, uma vez que o mundo natural é apenas uma parte da realidade total, ele pode ser real de maneira relativa, e não de maneira absoluta. Nos textos hindus sugere-se que os rios, montanhas e toda a natureza são apenas parte do divino esplendor que o Supremo revela, pois os nossos olhos são incapazes de ver além. Apenas um fragmento da realidade é manifestado como universo, sendo o não manifesto a parte maior.

Portanto, o mundo natural não é irreal porque é parte de uma suprema existência, mas é apenas parte, não o todo. É um meio através do qual algo muito mais vasto pode ser vislumbrado. No entanto, que tipo de mente e coração consegue ver o esplendor além das formas externas? Não a consciência destituída de inocência. A criança que sofre ao ouvir uma história em que um animal morre provavelmente está muito mais próxima da verdade da vida do que o adulto que sabe tudo a respeito da sobrevivência, do conforto e de vantagens pessoais.

Os seres humanos são parte do mundo natural, são criação da natureza, mas nós nos tornamos estranhos. Ao perder a inocência, nós nos exilamos do paraíso e escolhemos viver num falso mundo de ambição, paixões e guerras. Esse mundo, produto do pensamento humano, é irreal, porque está baseado em percepções distorcidas e em falsos valores. A ilusão não está nas árvores, nos animais e na terra, mas no olho do homem que vê tudo como objeto para possuir e explorar. Aqueles que viam o rio e a montanha como presenças divinas viam a mesma água e a mesma montanha que nós vemos hoje, mas nós os reduzimos a nada mais que matéria inerte.

O endurecimento da mente deve terminar. Devemos prestar atenção à qualidade de nossas respostas ao desenvolvimento da sensibilidade - e isso não é sentimentalismo. Os grandes videntes não cediam ao emocionalismo; eles viam a realidade."

(Radha Burnier - O que é a realidade? - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p.20)

sábado, 6 de agosto de 2016

O QUE É A REALIDADE? (1ª PARTE)

"Muitas crianças choram quando suas mães choram ou quando veem alguém chorando. Talvez a consciência inocente no corpo jovem, não tendo tido ainda experiências na vida material, instintivamente sinta que a infelicidade não é algo correto. Uma criança responde com naturalidade, e portanto sente que algo está errado quando alguém está infeliz. A maioria das crianças é atraída por outros seres inocentes - outras crianças e animais, particularmente os mais jovens.

Esse estado de inocência se perde quando a criança torna-se adulta, e o modo de vida moderna não ajuda o jovem a preservá-lo. Assistir repetidamente a episódios de violência na televisão, por exemplo, ajuda a destruir o senso instintivo de unidade que as crianças possuem. Os humanos, como é bem sabido, precisam de proteção e cuidados durante um período de tempo muito mais longo do que os animais. Isso pode ser parte do plano da natureza para desenvolver nossa sensibilidade.

O animal jovem é forçado a lutar pela sobrevivência, o que inclui aprender a desconfiança, o medo e a agressividade, tendências que contribuem para o comportamento competitivo. Quando existe insegurança e medo, desenvolve-se a agressão; o medo obriga a mente a planejar maneiras de autodefesa. Assim se instala a insensibilidade, e a consciência perde sua inata delicadeza de resposta. 

A maioria de nós adota atitudes duras; se formos honestos, descobriremos como e quando elas ocorrem - como são perdidas a inocência da infância e a qualidade de estar em harmonia com as outras criaturas vivas. (...)"

(Radha Burnier - O que é a realidade? - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p.20)


sexta-feira, 5 de agosto de 2016

CORAGEM E DETERMINAÇÃO

"Nem sempre a vida do Buda correu em meio ao reconhecimento geral e tranquilidade. Ao contrário, existem dados que mostram obstáculos e calúnias que o Mestre enfrentava no meio dos ascetas e brâmanes para os quais ele, como verdadeiro guerreiro, se fortalecia e firmava o significado da sua conduta. Para os primeiros ele dizia: 'Se o homem pudesse conseguir libertar-se dos grilhões que o prendem à terra, apenas pela recusa do alimento ou condições físicas desfavoráveis, o cavalo e a vaca já teriam atingido isto há muito tempo.' Para os segundos: 'Pelo que faz o homem ele é um sudra (casta inferior), da mesma forma é um brahmana (casta superior, sacerdote). O fogo aceso pelo brâmane, ou pelo sudra, tem a mesma chama, calor e luz. Por que a separatividade?' 

Sentia-se coragem e intrepidez no fundo de suas afirmações: 'Não há verdadeira compaixão e renúncia sem coragem, sem coragem não se pode alcançar a autodisciplina; sem paciência e coragem, não se pode penetrar no fundo do real conhecimento e alcançar a sabedoria de um Arahant.'

'Vigoroso e alerta, tal é o discípulo, ó irmão. Seguindo o Caminho do Meio, suas energias são equilibradas; não é nem ardente sem medida, nem dado à intolerância. Ele está compenetrado desse pensamento: Que minha pele, meus músculos, meus nervos, meus ossos e meu sangue se dessequem, antes que eu renuncie a meus esforços, até atingir o que pode ser atingido pela perseverança e pela energia humana.' (Majjhima Nikaya

Certa ocasião, no meio de um discurso, quando a maioria dos ouvintes se retirou, Buda declarou: 'A semente se separou da polpa, a comunidade forte em convicção está estabelecida; ótimo que esses orgulhosos tenham-se afastado.'"

(Georges da Silva e Rita Homenko - Budismo - Psicologia do Autoconhecimento - Ed. Pensamento, São Paulo, p. 16/17)

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

OS RÓTULOS NÃO DEVEM CONDICIONAR A MENTE

"As diferentes denominações, Judaísmo, Bramanismo, Budismo (Theravada, Mahayana em suas diferentes formas: Tibetano, Zen etc.), Cristianismo (Catolicismo, Ortodoxo, Protestantismo etc.) como rótulos não são fundamentais. 

-"Que importância tem um nome? O que chamamos uma rosa, se tivesse outro nome continuaria com o mesmo perfume." (W. Shakespeare.) 

A Verdade não tem rótulos. Ela não é budista, judaica, cristã, hindu ou muçulmana. Não é monopólio de quem quer que seja. Estes e outros rótulos sectários são obstáculos à Compreensão da Verdade, porque germinam no homem o individualismo, que é o espírito da separatividade e condicionamentos, como os preconceitos e outros, prejudiciais a sua mente. Isto é valido tanto em assuntos intelectuais, como em espirituais, e também nas relações humanas. Quando encontramos alguém, não o consideramos simplesmente um ser humano. Logo o identificamos com um rótulo: inglês, francês, alemão, japonês, judeu, branco ou preto, católico, protestante, budista etc. Imediatamente o julgamos com todos os preconceitos e atributos associados ao rótulo condicionado em nossa mente. E, não raro, acontece, na maioria das vezes, que o referido indivíduo está inteiramente isento dos atributos que lhe conferimos. 

Apaixonamo-nos de tal modo pelos rótulos discriminativos, que chegamos ao ponto de aplicá-los às qualidades e sentimentos humanos comuns a todos. Falamos de diferentes "tipos" de caridade como, por exemplo, a caridade budista, ou a caridade cristã e desprezamos os outros tipos de caridade. No entanto, a caridade não pode ser sectária, pois se o for, já não é mais caridade. A caridade é a caridade e nada mais; não é nem budista, nem cristã, hindu ou muçulmana. o amor de uma mãe para com seu filho é simplesmente o amor maternal, e este não é budista ou cristão, nem pode ter outras classificações. 

As qualidades, os defeitos e os sentimentos humanos como o amor, a caridade, a compaixão, a tolerância, a paciência, a amizade, o desejo, o ódio, a má vontade, o orgulho, a vaidade etc. não são rótulos sectários e não pertencem a uma religião em particular. O mérito ou demérito de uma qualidade, ou de uma falta, não se engrandece nem diminui pelo fato de ser encontrada num homem de uma determinada religião, ou mesmo sem nenhuma. 

Para quem procura a Verdade, não é importante saber de onde vem uma determinada idéia, ou qual a sua origem, nem é necessário saber se o ensinamento provém deste ou daquele mestre; o essencial é vê-la e compreendê-la. No Budismo não há dogmas; a dúvida cética é um dos impedimentos à clara compreensão da Verdade, do progresso espiritual, ou de qualquer outra forma de progresso. As raízes do mal estão na ignorância, causa das idéias errôneas. (...) Para progredir, precisamos libertarmo-nos da dúvida e para isso é necessário ver claramente, o que sé é possível quando a Verdade vem através da visão interior, adquirida pelo autoconhecimento." 

(Georges da Silva e Rita Homenko - Budismo - Psicologia do Autoconhecimento - Ed. Pensamento, São Paulo, p. 13/14)

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

EGO ESPIRITUAL

"P: Se o Ego Espiritual é onisciente, onde fica então essa decantada onisciência durante sua vida devakhânica?

T: Durante esse tempo está em estado latente e potencial, porque, em primeiro lugar, O Ego Espiritual não é o Eu Supremo, que sendo uno com a Alma Universal ou Inteligência, só ele é onisciente; e segundo, porque o Devakhan é a continuação idealizada da vida terrestre que se acaba de abandonar, período de ajustamento retributivo e recompensa pelos danos e sofrimentos imerecidamente experimentados naquela vida especial. O Ego Espiritual só é potencialmente onisciente, em Devakhan, e de fato, exclusivamente em Nirvana, quando o Ego funde-se na alma-Mente Universal. Volta a ser quase onisciente durante aqueleas horas na terra em que certas condições anormais e mudanças fisiológicas do corpo, libertam o físico dos entraves e impedimentos da matéria. Exemplos disso são os casos de sonambulismo já citados, de uma pobre criada falando hebraico e outra tocando violino. Isto não quer dizer que as explicações dadas pela medicina a esses dois casos não tenham em si alguma verdade, pois uma das moças ouviu, anos antes, seu professor, um pastor protestante, ler obras hebraicas em voz alta, e a outra ouviu um artista tocar violino na casa de cômodos onde morava. Mas nenhuma das duas poderia fazer nada disso com a perfeição com que o fizeram, se não tivessem sido animadas por Aquele que - em virtude da identidade de sua natureza com a Mente Universal - é onisciente. No primeiro caso, o princípio superior agiu sobre os skandhas, colocando-os em movimento; e, no último, estando a personalidade paralisada, manifestou-se a própria individualidade. Solicito que não se confundam as duas coisas."

(Blavatsky - A Chave da Teosofia - Ed. Três, Rio de Janeiro, 1973 - p. 134/135)