OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 28 de julho de 2016

SOFREDORES PROFANOS E INICIADOS (PARTE FINAL)

"(...) A amargura máxima do sofrimento não está no fenômeno externo dele, mas na atitude interna do sofredor. E essa correta atitude interna supõe autoconhecimento. Quando o sofredor sabe que não é o seu Eu divino, mas apenas o seu ego humano que sofre, então pode ele sofrer serenamente, e mesmo sabiamente - talvez até jubilosamente, por saber que ele está construindo a 'única coisa necessária que nunca lhe será tirada'.

A maior acerbidade do sofrimento, como dizíamos, está na sua absurdidade, no seu aspecto paradoxal, no seu caráter antivital e antiexistencial - mas esse aspecto não vem do sofrimento em si, mas unicamente da falsa perspectiva do sofredor. O sofrimento do sofredor profano é necessariamente absurdo, paradoxal, antivital, antiexistencial, e é capaz de levar o sofredor à revolta, à frustração, ao suicídio, ou ao inferno em plena vida.

É pois de suprema sabedoria que o homem mude de perspectiva e atitude - e isto, não quando vítima de uma tragédia, mas em tempos de paz e bonança. Dificilmente, o sofredor alcançará essa serenidade durante o sofrimento, se, antes dele, não a tiver alcançado. O remédio contra as dores não deve ser tomado apenas na presença delas, mas antecipadamente, em tempo de saúde e tranquilidade. O remédio é, sobretudo, uma profilaxia, e não somente um corretivo. O homem deve vacinar, imunizar todo o seu ser com o soro da verdade sobre si mesmo, para que, na hora da tragédia, não sucumba ao impacto das bactérias mortíferas da revolta e do desespero.

Tenho assistido a cenas de desespero ao pé de um caixão mortuário ou de um túmulo aberto - e é inútil tentar aliviar o sofrimento dos sobreviventes, quando lhes falta uma base de longos anos, uma vivência na verdade do seu próprio ser. O remédio para a hora da tragédia tem de ser dado meio século antes da eclosão da tragédia, durante os meses e anos da sua incubação.

Quem enxerga o porquê da sua existência terrestre apenas nos gozos, já está em véspera de frustração. Quem confunde os objetivos da vida - fortuna, prazeres, divertimentos - com a razão-de-ser de sua existência - autoconhecimento e autorrealização - é um profano, um exotérico, e não pode encontrar conforto na hora do sofrimento. É suprema sabedoria iniciar-se na verdade do ser humano desde o princípio. Todos os objetivos da vida têm de ser integrados totalmente na razão-de-ser da existência."

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 33/34


quarta-feira, 27 de julho de 2016

SOFREDORES PROFANOS E INICIADOS (1ª PARTE)

"O problema não é sofrer ou não sofrer - o problema está em saber sofrer, ou não saber sofrer.

Nenhum homem profano sabe sofrer decentemente - mas todo o iniciado pode sofrer serenamente, e até jubilosamente.

Que se entende por profano e iniciado?

Profano é todo aquele que está pró (diante) do fanum (santuário); é todo o exotérico que contempla o santuário do homem pelo lado de fora, e nunca entrou no seu interior. Que sabe esse profano, esse exotérico da realidade central de si mesmo? Ele, que passa sua vida inteira a se interessar somente pelas periferias externas da sua vida?

Iniciado é aquele que realizou o seu inire, o seu ir para dentro, a sua entrada no santuário de si mesmo; esse é um esotérico, um iniciado.

O profano é ignorante - o iniciado é sapiente da sua própria realidade.

O profano, o ignorante, o analfabeto de si mesmo, não pode sofrer resignado; revolta-se necessariamente contra o sofrimento, que atinge todo o seu ego humano, única coisa que ele conhece. Para todo o profano, o sofrimento é um terremoto, um cataclisma, uma tragédia arrasadora. Este caráter negativo do sofrimento não vem do próprio sofrimento, mas vem da ignorância e ilusão do sofredor.

Dificilmente, poderá o sofredor modificar as circunstâncias externas da sua vida; que estão além do seu alcance, e por isto não pode abolir ou suavizar a sua dor.

O que o sofredor pode modificar é somente a substância interna de si mesmo, a atitude do seu Eu central, a sua consciência - e com esta nova perspectiva de dentro, o fenômeno externo do sofrimento adquire um aspecto totalmente diferente. Se o sofrimento não pode ser amável, pode ser pelo menos tolerável.

Todo o sofrimento, repetimos, é tolerável, quando o homem pode tolerar a si mesmo. (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 32/33


terça-feira, 26 de julho de 2016

TRABALHAR É SERVIR A DEUS

"O mundo é passageiro. Vocês só poderão encontrar estabilidade através do comportamento altruísta: ele leva o homem a Deus e concede-lhe a libertação. A lei do carma é de tamanha profundidade, que as palavras não são suficientes para descrevê-la. No dia em que o carma deixar de existir, terá chegado o fim do mundo. Eu já lhes disse muitas vezes que vocês só encontrarão salvação através do carma-ioga. Além disso, é através dele que todos os desejos materiais podem ser realizados. Carma-ioga é o caminho supremo que leva à unificação com Deus. Tanto Rama como Krishna ensinaram-no igualmente. E, eles não só o ensinavam, como também o praticavam, obtendo grande sucesso através dele.

Todas as nações ergueram-se como serpentes com bocas escancaradas e só esperam devorar-se umas às outras. Este momento crítico precisa de pessoas corajosas: enquanto vocês trabalham, independente do que vocês estejam fazendo, vocês devem incessantemente invocar com os lábios o nome de Deus.

Agora é o momento da ação desprendida. É o caminho da realização nesta época. Agora quero ver ação. O trabalho é vida. Trabalhar é servir a Deus. Uma pessoa que desperdiça seu tempo está morta. (...)

Vocês vieram ao mundo pelo trabalho. Portanto, estejam sempre prontos e empenhados em trabalhar. Uma pessoa preguiçosa é semelhante a um defunto. Mas vocês devem viver neste mundo e não morrer nele. Não tenham medo de queimar no fogo ou de se afogar nas torrentes. Se vocês forem corajosos, nada poderá acontecer-lhes (...) Vocês precisam ser destemidos por si próprios e por toda a humanidade. Existe só uma humanidade. (...)"

(Maria-Gabriele Wosien - Eu Sou Você, Mensagem de Babaji, o Mestre do Himalaia - TRIOM Centro de Estudos Mariana e Martin Harvey, Editorial e Comercial, 1ª edição, São Paulo, 2002, p. 48/49)
www.triom.com.br


segunda-feira, 25 de julho de 2016

NUNCA MACHUQUE (PARTE FINAL)

"(...) Há muitas pessoas, especialmente na América, que evitam matar porque julgam que a matança e o dano que são feitos atualmente terão incontáveis sofrimentos. Isso é verdade, e quanto mais profundamente a compreendermos, melhor será se acreditarmos na não violência (ahimsa). Ahimsa é uma das marcas de um ser humano que não deseja infringir sofrimento, e devemos pertencer a esta categoria até que o mundo mude de direção. 

(...) C.W. Leadbeater escreveu sobre nosso dever com os animais...

Ninguém é obrigado a ter um gato ou um cão, mas se tiver, terá maior responsabilidade com esse animal do que o fazendeiro com qualquer integrante de seu rebanho. Seria egoísmo imperdoável de quem possuir esse animal pensar apenas no prazer que ele lhe proporciona e não na evolução do animal. O animal doméstico é como uma criança - com a diferença de que, enquanto uma criança já é um ego e deve ser auxiliada para controlar seus novos veículos, o animal ainda não é um ego separado e deve ser auxiliado para isso. O processo de individualização de um animal já foi descrito: notas sobre o assunto serão encontradas em: Introdução à Teosofia, A Vida Interna, O Homem Visível e Invisível e O Credo Cristão. Uma leitura cuidadosa do que aí foi escrito mostrará a linha de deveres que temos com os animais. Devemos nos esforçar para desenvolver sua afeição e seu intelecto, cujo principal fator é o afeto que temos por eles. Escrevi longamente em A Vida Interna sobre os erros que frequentemente o homem faz na relação com os animais domésticos. Todos esses erros devem-se a atitudes egoístas com o animal, um esforço para usá-lo para gratificar nossas paixões inferiores - por exemplo, quando um cão é treinado para caçar e assim fazer mais mal do que seus ancestrais fizeram como animais selvagens. Porque o animal selvagem mata apenas por alimento, impelido pela fome; mas o cão é treinado para matar pelo prazer de matar e por isso se degrada na escala da evolução em vez de se elevar.

C.W, Leadbeater entendia isso como algo semelhante à 'longa' jornada do homem para a perfeição, e escreveu muito a respeito disso. Concluirei com algumas de suas palavras: Quando compreendemos que o que habitualmente chamamos de nossa vida é apenas um dia na vida real, e que devemos ter só os dias que são necessários para nossa evolução, vemos que o mandado de Cristo: 'Sê perfeito como teu Pai que está no céu é perfeito' não é um hipérbole vazia, mas uma clara direção a que no tempo devido devemos obedecer."

(Radha Burnier - Maya em toda parte - Revista Theosophia, Ano 102, Julho/Agosto/Setembro 2013 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 10/11) 
www.sociedadeteosofica.org.br

domingo, 24 de julho de 2016

NUNCA MACHUQUE (1ª PARTE)

"Normalmente estamos interessados em nossas próprias imagens, que pensamos representar a verdade, as coisas como são. Podemos ver que as pessoas estão em circunstâncias variadas, e cada um considera que vê a verdade. Estamos tão acostumados com isto que não pensamos que seja estranho. Entendemos que é normal.

Os planos da natureza podem ser muito diferentes do que o homem pensa. Nós, seres humanos, vivemos num estado ilusório (maya) e pensamos que ele é a realidade, mas esta é muito diferente. Por exemplo, os animais fazem o que a natureza lhes ordena e ficam tranquilos. No entanto, quando o homem resolve moldar o mundo como um todo, ele transforma o mundo da vida animal no que não é.

Um cientista da Universidade de Oxford, escrevendo sobre a evolução, disse que a evolução é um processo em que muitas espécies estão incluídas. E todas elas realizam o crescimento que assume forma conforme vamos do vegetal ao animal e depois para a existência humana. Não consideramos que os animais que desprezamos e matamos, as criaturas que maltratamos, são todas partes de um processo que inclui nossa própria evolução. Se compreendêssemos isso, o mundo seria diferente. Veríamos que as criaturas que consideramos inferiores e desprezíveis realmente não o são. Na verdade, o tratamento que recebem faz muita diferença para o crescimento delas e do nosso.

Em nossa tradição (indiana), as melhores pessoas sabem que é assim; por isso, o tratamento que dão a todos considerados inferiores tem um papel muito belo e muito precioso a desempenhar. Isto é indicado em algumas de nossas tradições. Quando visitei a Índia Central, contaram-me que havia um ermitão vivendo em lugares solitários nas florestas. Algumas pessoas que o conheciam sabiam que sua atitude produzia grande respeito. Ele passava por selvas de sua área sem medo ou temor de que criaturas selvagens pudessem atacá-lo. Dormia em cavernas, às vezes muito perto de animais perigosos e nada lhe acontecia. Ele sabia, e os animais ao redor também sabiam, que ele era um deles. Não pensavam em feri-lo porque ele era um homem santo. (...)"


(Radha Burnier - Maya em toda parte - Revista Theosophia, Ano 102, Julho/Agosto/Setembro 2013 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 9/10) 
www.sociedadeteosofica.org.br