OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 25 de julho de 2016

NUNCA MACHUQUE (PARTE FINAL)

"(...) Há muitas pessoas, especialmente na América, que evitam matar porque julgam que a matança e o dano que são feitos atualmente terão incontáveis sofrimentos. Isso é verdade, e quanto mais profundamente a compreendermos, melhor será se acreditarmos na não violência (ahimsa). Ahimsa é uma das marcas de um ser humano que não deseja infringir sofrimento, e devemos pertencer a esta categoria até que o mundo mude de direção. 

(...) C.W. Leadbeater escreveu sobre nosso dever com os animais...

Ninguém é obrigado a ter um gato ou um cão, mas se tiver, terá maior responsabilidade com esse animal do que o fazendeiro com qualquer integrante de seu rebanho. Seria egoísmo imperdoável de quem possuir esse animal pensar apenas no prazer que ele lhe proporciona e não na evolução do animal. O animal doméstico é como uma criança - com a diferença de que, enquanto uma criança já é um ego e deve ser auxiliada para controlar seus novos veículos, o animal ainda não é um ego separado e deve ser auxiliado para isso. O processo de individualização de um animal já foi descrito: notas sobre o assunto serão encontradas em: Introdução à Teosofia, A Vida Interna, O Homem Visível e Invisível e O Credo Cristão. Uma leitura cuidadosa do que aí foi escrito mostrará a linha de deveres que temos com os animais. Devemos nos esforçar para desenvolver sua afeição e seu intelecto, cujo principal fator é o afeto que temos por eles. Escrevi longamente em A Vida Interna sobre os erros que frequentemente o homem faz na relação com os animais domésticos. Todos esses erros devem-se a atitudes egoístas com o animal, um esforço para usá-lo para gratificar nossas paixões inferiores - por exemplo, quando um cão é treinado para caçar e assim fazer mais mal do que seus ancestrais fizeram como animais selvagens. Porque o animal selvagem mata apenas por alimento, impelido pela fome; mas o cão é treinado para matar pelo prazer de matar e por isso se degrada na escala da evolução em vez de se elevar.

C.W, Leadbeater entendia isso como algo semelhante à 'longa' jornada do homem para a perfeição, e escreveu muito a respeito disso. Concluirei com algumas de suas palavras: Quando compreendemos que o que habitualmente chamamos de nossa vida é apenas um dia na vida real, e que devemos ter só os dias que são necessários para nossa evolução, vemos que o mandado de Cristo: 'Sê perfeito como teu Pai que está no céu é perfeito' não é um hipérbole vazia, mas uma clara direção a que no tempo devido devemos obedecer."

(Radha Burnier - Maya em toda parte - Revista Theosophia, Ano 102, Julho/Agosto/Setembro 2013 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 10/11) 
www.sociedadeteosofica.org.br

domingo, 24 de julho de 2016

NUNCA MACHUQUE (1ª PARTE)

"Normalmente estamos interessados em nossas próprias imagens, que pensamos representar a verdade, as coisas como são. Podemos ver que as pessoas estão em circunstâncias variadas, e cada um considera que vê a verdade. Estamos tão acostumados com isto que não pensamos que seja estranho. Entendemos que é normal.

Os planos da natureza podem ser muito diferentes do que o homem pensa. Nós, seres humanos, vivemos num estado ilusório (maya) e pensamos que ele é a realidade, mas esta é muito diferente. Por exemplo, os animais fazem o que a natureza lhes ordena e ficam tranquilos. No entanto, quando o homem resolve moldar o mundo como um todo, ele transforma o mundo da vida animal no que não é.

Um cientista da Universidade de Oxford, escrevendo sobre a evolução, disse que a evolução é um processo em que muitas espécies estão incluídas. E todas elas realizam o crescimento que assume forma conforme vamos do vegetal ao animal e depois para a existência humana. Não consideramos que os animais que desprezamos e matamos, as criaturas que maltratamos, são todas partes de um processo que inclui nossa própria evolução. Se compreendêssemos isso, o mundo seria diferente. Veríamos que as criaturas que consideramos inferiores e desprezíveis realmente não o são. Na verdade, o tratamento que recebem faz muita diferença para o crescimento delas e do nosso.

Em nossa tradição (indiana), as melhores pessoas sabem que é assim; por isso, o tratamento que dão a todos considerados inferiores tem um papel muito belo e muito precioso a desempenhar. Isto é indicado em algumas de nossas tradições. Quando visitei a Índia Central, contaram-me que havia um ermitão vivendo em lugares solitários nas florestas. Algumas pessoas que o conheciam sabiam que sua atitude produzia grande respeito. Ele passava por selvas de sua área sem medo ou temor de que criaturas selvagens pudessem atacá-lo. Dormia em cavernas, às vezes muito perto de animais perigosos e nada lhe acontecia. Ele sabia, e os animais ao redor também sabiam, que ele era um deles. Não pensavam em feri-lo porque ele era um homem santo. (...)"


(Radha Burnier - Maya em toda parte - Revista Theosophia, Ano 102, Julho/Agosto/Setembro 2013 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 9/10) 
www.sociedadeteosofica.org.br


sábado, 23 de julho de 2016

MAYA EM TODA PARTE

"A teia de aranha tem um modelo para sua construção, mas não de uma forma determinada. Ela atrai muitas criaturas porque não está fixada. Vemos que a beleza não é uma qualidade que pertença a algum determinado material, projeto, função e outros mais. Se olharmos cuidadosamente, sem que ideias prévias interfiram, a beleza está em toda parte, em todas as coisas. O homem interfere e torna algo belo a seus próprios olhos. Mas isso, na realidade, não é o belo milagre da beleza que vemos se a visão for pura. Cada inseto, mineral, planta, o céu e as águas são milagres de beleza. Isso fica claro na teia de aranha que foi usada para demonstrar tudo na natureza, inclusive os seres humanos. Eles fazem parte do grande milagre. A beleza em formas, em cores, em sons e em tudo mais que é visto ou conhecido pelos sentidos fazem parte da Beleza. A beleza também existe nos relacionamentos mútuos. Ela chega com o crescimento, nascimento e morte. Como costume, J. Krishnamurti tinha uma maneira especial de falar sobre isto: Você viu uma folha morta, amarela e vermelha brilhante, uma folha de outono. Como era bela a folha, tão simples em sua intensidade, tão vívida, cheia de beleza e vitalidade de toda a árvore e do verão. 

Mais do que tudo, a beleza tem um significado oculto, uma coisa misteriosa da natureza que ornamenta. Diz Tomas à Kempis: 'Não há criatura tão pequena e desprezível que não represente a bondade de Deus', porque a beleza é verdadeira natureza da vida; ela é inerente à origem da vida. É assim, quer uma pessoa queira ou não.

Os seres humanos fazem parte deste mundo. Mas a maioria não acredita nisso; para eles o mundo inclui apenas o que eles descobrem, o que criam - a feiura que vemos em toda parte naquilo que o homem cria. A urbanização do mundo não ajuda a chegar mais perto para conhecer a realidade. Certamente a natureza está sempre muito longe da atmosfera da cidade. A população humana mundial, com sua pobreza, ignorância, condicionamentos e autocentralização, é a 'realidade' que mantém os ambiciosos e gananciosos na luta, juntamente com a crueldade, ansiedade a assim por diante, que alimentam as regras artificiais dessa disputa.

Quanto mais intenso for o jogo, menos a pessoa vê a feiura da sociedade e a beleza da criação. A beleza das florestas e dos lagos, insetos e pássaros não é percebida por tais pessoas em virtude de suas próprias metas e ocupações. Suas ocupações e ideias confundem suas mentes assim como as nuvens pesadas escondem e bloqueiam a luz do sol. Como vamos penetrar e nos elevar acima do mundo de maya?

A própria palavra maya, muitas vezes traduzida por 'ilusão', faz-nos pensar no que é sensato e verdadeiro. Talvez seja por isso que o homem questione tudo o que vê. Mas o que é verdade? Significa que temos que ver o que é lógico, razoável. A verdade é o que realmente existe, e não o que um milhão ou até dez milhões de pessoas pensam que não existe. Temos, assim, que descobrir o que é sensato, embora tudo que façamos seja parte do mundo que existe. Mas tudo isto é maya, transitoriamente parte de um mundo fugaz."

(Radha Burnier - Maya em toda parte - Revista Theosophia, Ano 102, Julho/Agosto/Setembro 2013 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 8/9) 

sexta-feira, 22 de julho de 2016

FANATISMO

"Qualquer que seja o movimento ou instituição a que você se filiou, seja político, econômico, filosófico, artístico ou religioso, só merecerá sua permanência e lealdade enquanto não pretender transformá-lo num sectário fanático nos moldes dos que dizem 'somente nós temos razão; somente nós prestamos; os outros estão errados e merecem desaparecer'.

Não aceite tornar-se um robô cheio de ódio e disposto à violência.

Se um movimento ou ideologia apela para a violência, a menor que seja, desde a violência apenas em pensamentos até a física, ela não lhe serve, se é que você se reconhece um investimento de Deus.

Nenhuma ideologia é aceitável, nesta hora da humanidade, se, para triunfar, recorre à violência como um meio. Um meio impuro não pode conduzir a um fim grandioso.

O mundo só precisa é de muito amor.

O mundo precisa de homens lúcidos e livres, e não de fanáticos robotizados.

Só quando totalmente livre de seitas e fanatismos posso Te encontrar."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 129/130)


quinta-feira, 21 de julho de 2016

CULTIVE A PROSPERIDADE PARA PODER AJUDAR O PRÓXIMO

"A lei da prosperidade não pode ser manipulada pelo homem para obter vantagens egoístas. O funcionamento desta lei é controlado por Deus e Ele não permite que Suas leis sejam torcidas ou quebradas arbitrariamente. Se o homem trabalha em harmonia com a lei divina do sucesso, ele recebe abundância; mas se, agindo erradamente, quebra o fluxo generoso da abundância divina em sua vida, está punindo a si mesmo.

É como trabalhar em harmonia com os princípios da lei divina. Antes de tudo, como eu já disse, deixe para trás desejos e apegos por luxos; desenvolva poder mental para se satisfazer com coisas simples. Depois diga: 'Bem, minhas necessidades são apenas parte da minha responsabilidade. tenho dependentes e também preciso cumprir as obrigações que tenho para com eles.' Cuide de sua família, mas nunca estrague seus filhos dando-lhes dinheiro demais.

A menos que inclua o bem-estar do próximo em sua prosperidade, você jamais será idealmente próspero. Não estou falando só de dar dinheiro desinteressadamente a pessoas carentes, mas do sincero interesse em ajudar os outros a ajudarem a si mesmos. Então você verá uma tremenda lei de oferta operando em sua vida. Independentemente da situação em que se encontre, a lei da colheita dos frutos que semeou estará sempre com você, ajudando-o.

A maioria das pessoas pensa em si mesma em primeiro lugar e depois de tudo, e em como ganhar dinheiro para satisfazer os próprios desejos. Se você é assim, cedo ou tarde será desapontado. Em vez disso, comece com este pensamento: 'Meu dever na vida é trazer felicidade aos outros'. Motive-se pensando em como suas ações e planos poderiam beneficiar o próximo. Depois idealize um meio de alcançar seus objetivos. Para servir, você precisa dos recursos necessários. Se quer ordenhar uma vaca, precisa alimentá-la. A ambição de ser próspero e viver bem se torna espiritualizada quando o objetivo é servir melhor ao próximo e lhe dar a possibilidade de ser incluído na sua prosperidade. Ao prestar bons serviços, você está fadado a um bom retorno, e quando tem um bom retorno consegue melhorar o seu próprio padrão de vida e fazer ainda mais pelo próximo. É assim que funciona a lei divina."

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a Autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 68/69)