OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 5 de julho de 2016

ORAÇÕES

"P: Davi rogou ao Deus dos exércitos que lhe ajudasse a derrotar os filisteus e a matar os sírios e moabitas; e o 'Senhor protegeu a Davi em todas as orações'. Nisto nos limitamos a seguir o que diz a Bíblia. 

T: É claro. Mas já que se chamam de cristãos e não de israelitas ou judeus, por que não fazem o que disse Cristo? Ordena muito claramente para não imitar 'aos dos tempos antigos' ou da lei mosaica, e os convida a seguir o que ele ensinava, advertindo aos que quisessem usar a espada, que por ela pereceriam. O Cristo lhes deu uma oração que converteram em ostentação rotineira, pois só os lábios a pronunciam, e ninguém, exceto o verdadeiro ocultista, a compreende. Dizem nela, no sentido da letra morta: 'Perdoa-nos nossas dívidas, assim como perdoamos nossos devedores', coisa que nunca fazem. Também lhes disse: Amai a vossos inimigos e fazei o bem àqueles que vos odeiam. Seguramente não é o 'doce profeta de Nazaré' quem os ensina a rezar ao 'Pai' para matar e vencer aos inimigos! Aí está por que repelimos aquilo que vocês chamam de 'orações'."

(Blavatsky - A Chave da Teosofia - Ed. Três, Rio de Janeiro, 1973 - p. 81)
http://www.editora3.com.br/


segunda-feira, 4 de julho de 2016

O ABSTRATO E O CONCRETO

"A Sociedade é uma grande corporação de homens e mulheres, composta de elementos os mais heterogêneos. A Teosofia em sua significação abstrata é a Sabedoria Divina, ou a síntese da ciência e sabedoria que sustém o universo - a homogeneidade do eterno bem; e em seu sentido concreto, é somente a soma total do mesmo, concedida ao homem pela natureza nesta Terra. Alguns membros se esforçam sinceramente em viver verdadeiramente a Teosofia, objetivando-a; enquanto que outros desejam apenas saber, sem praticar; e há ainda os que entraram na Sociedade unicamente por curiosidade ou por interesse passageiro, ou talvez porque algum amigo fazia parte dela. Como se pode, portanto, julgar o sistema com o critério dos que querem ostentar o nome sem nenhum direito a ele? Devemos julgar a poesia apenas pelos que pretendem ser poetas mas só nos ferem os ouvidos? Somente em seus objetivos e motivos abstratos, a Sociedade pode ser julgada como representação exterior da Teosofia; jamais poderá pretender ser seu veículo concreto, enquanto todas as debilidades e imperfeições humanas se encontrem nela; de outro modo a Sociedade não faria mais do que repetir o grande erro e os sacrilégios das chamadas Igrejas de Cristo. Se nos for permitida uma comparação oriental, diremos que a Teosofia é o oceano infinito da verdade universal, do amor e sabedoria que se reflete na Terra, enquanto que a Sociedade Teosófica é tão só uma bolha visível desse reflexo. A Teosofia é a natureza divina, visível e invisível, e a Sociedade que leva seu nome, a natureza humana esforçando-se em se elevar até à primeira. A Teosofia, enfim, é o sol fixo e eterno, e a Sociedade o cometa que trata de entrar em sua órbita para converter-se em planeta, girando eternamente sob a atração do sol da verdade. Foi formada para ajudar a demonstrar aos homens que existe uma coisa chamada Teosofia, dando meios de alcançá-la, elevando-se até ela pelo estudo e assimilação de suas verdades eternas."

(Blavatsky - A Chave da Teosofia - Ed. Três, Rio de Janeiro, 1973 - p. 70/71)
http://www.editora3.com.br/


domingo, 3 de julho de 2016

RELIGIÃO HUMANÍSTICA (PARTE FINAL)

"(...) Disse Swami Vivekananda a respeito do trabalho abnegado: 'É pura tolice da parte de qualquer pessoa supor que veio ao mundo para ajudar a humanidade. Isso não passa de vaidade; isso é egoísmo insinuando-se sob a forma de virtude...

'O desejo de fazer o bem é a mais alta força de motivação que possuímos, caso entendamos que se trata de um privilégio para ajudar os outros. Não te coloques num pedestal elevado, ofertando algumas míseras moedas com as palavras: Tome lá, pobre homem! Mas fica antes agradecido por estar ali o pobre homem, de tal modo que, dando-lhe uma esmola, achas meio de ajudares a ti mesmo. Não é o que recebe o abençoado, mas o que dá. ... O que podemos fazer de melhor? Construir um hospital, abrir estradas, ou erguer asilos de caridade... Uma erupção vulcânica pode arrasar com todas as nossas estradas, hospitais, cidade e edifícios.

'Coloquemos de lado todo esse palavreado tolo de fazer o bem para o mundo. Ele não está à espera nem da minha nem da tua ajuda. No entanto, é preciso que trabalhemos e façamos constantemente o bem, porque se trata de uma bênção para nós mesmos. Esse é o único meio de podermos alcançar a perfeição... Julgamos ter ajudado alguém e esperamos que ele venha nos agradecer; e, por não fazê-lo, enchemo-nos de tristeza. Por que devemos esperar seja lá o que for em troca do que fazemos? Sejas tu agradecido a quem ajudaste, pensa nele como sendo Deus. Não será enorme privilégio poder adorar a Deus através de nosso próximo?

'Não importa o que faças de bom, algum mal haverá de estar-lhe inerente; todavia, não vises a resultados pessoais em tudo quanto fizeres. Abandona todos os resultados a Deus, e então não serás afetado nem pelo bem nem pelo mal.'

A religião não deve ser egoísta nem altruísta e, sim, teocêntrica. Importa que centralizemos nossa mente toda em Deus, e, depois, abrindo nossos braços a todos, abracemos cada um no amor de Deus."

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 130/131)


sábado, 2 de julho de 2016

RELIGIÃO HUMANÍSTICA (1ª PARTE)

Nem todo aquele que me diz 'Senhor, Senhor' entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade do meu Pai que está nos céus.
Muitos me dirão naquele dia: 'Senhor, Senhor, não foi em teu nome que profetizamos? e em teu nome que expulsamos demônios? e em teu nome que fizemos muitas maravilhas?'
Então, eu lhes direi abertamente: 'Nunca vos conheci: apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.'

Estes versículos têm sido usados frequentemente para justificar certo tipo de religião humanística. Os humanistas interpretam a frase relativa a 'fazer a vontade do Pai' como uma ordem para que se façam boas obras no mundo exterior. Dizem eles 'Senhor, Senhor' para dar um toque de emoção ao trabalho, e vão em frente com seu serviço social. Servem-se de Deus como se fora um varredor para limpar o esgoto da sociedade humana.

Existe apenas um modo de cumprir a vontade de Deus, e este é, em primeiro lugar, conhecê-Lo. Até que alcancemos isso, jamais haveremos de saber qual a Sua vontade. Isso não quer dizer que devamos desistir dos trabalhos humanísticos. Se alguém estiver faminto, alimenta-o; se estiver doente, dá-lhe tratamento. Entretanto, é preciso que façamos isso, não como filantropia ou ajuda à humanidade, mas como serviço prestado a Deus e por amor a Deus.

Existe uma diferença fundamental entre a atitude de filantropia e a de servir a Deus. Descobrimos frequentemente entre os que se põem a servir a humanidade o surgimento do egoísmo. Contemplam o próprio trabalho e não demoram a exclamar: 'Sem mim, as coisas desandariam. Nada deve atravessar o caminho desta obra. O mundo precisa de mim.' O próximo passo é dizerem: 'Deus precisa de mim.' Quando estive pela primeira vez nos Estados Unidos, visitei uma escola dominical cujo professor escrevera no quadro negro: 'Deus precisa da tua ajuda.' Mais tarde, ouvi um ministro dizer: 'Sabemos todos que Deus não é onipotente. Precisamos ajudá-lo a aumentar o seu poder.' Trata-se exatamente do oposto ao que ensinou Jesus, o qual afirmou que Deus não precisa de nós: nós precisamos dele. Ensinou ele que os milagres feitos em nome dele não nos credenciarão a entrar no reino dos céus; obraremos 'iniquidades', a menos que submetamos nossos egos a Deus e deixemos que nossas vontades dissolvam na vontade dele. (...)"

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 129/130)


sexta-feira, 1 de julho de 2016

AS DIFERENTES FACES DO SABER (PARTE FINAL)

"(...) A fonte interna de conhecimento deve ser descoberta pelo homem em sua própria consciência, ao se aliar à vasta mente da natureza. Os aborígines australianos indicaram aos primeiros exploradores sedentos onde cavar no deserto para achar água. Eles tinham essa habilidade porque não eram alienados da natureza como os aventureiros ocidentais.

Krishnamurti escreveu, em uma nota para si mesmo: 'Se pudéssemos estabelecer uma profunda relação duradoura com a natureza, nunca causaríamos dano, não utilizaríamos a prática da vivissecção em macacos, cachorros ou cobaias em pesquisas. Acharíamos outras maneiras de curar nossas feridas e nossos corpos.

Dizem que um verdadeiro Mestre da Sabedoria vive na fonte da verdade. Um deles escreveu: 'Para obter mais conhecimento [o sábio] tem apenas que efetuar um minuciosos e vagaroso processo de investigação e comparação de vários objetos, e lhe é concedido um insight em cada verdade fundamental.' Ele explica que significados latentes e propósitos profundos formam a base de todos os fenômenos do universo; somente a sabedoria supersensível fornece a chave para revelá-los ao intelecto.

O homem moderno realizou feitos brilhantes com o uso da razão, mas é incapaz de atingir o nível da sabedoria supersensível, em parte porque está deslumbrado por suas conquistas. Mas há outras maneiras de saber que não envolvem esse lento processo de investigação e comparação, e que são mais seguros.

Quando a natureza psíquica do homem se combina à grande mente do universo, o conhecimento se manifesta como inspiração que abre as portas da mente. Para que isso aconteça, os homens sensíveis devem limpar a mente da vaidade, ambição e impulsos egoístas. O conhecimento infinito não pode chegar à mente finita; é preciso que a mente não pense em si mesma."

(Radha Burnier - As diferentes faces do saber - Revista Sophia, Ano 10, nº 38 - p. 28/29)