OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 24 de junho de 2016

O SOFRIMENTO EVOLUTIVO DA NATUREZA E NA HUMANIDADE (PARTE FINAL)

"(...) O destino do homem, aqui na terra, é iniciar a relação de uma natureza, que é sua felicidade. Esta felicidade é compatível tanto com o gozo como com o sofrimento, porque gozo e sofrimento são atributos do ego periférico, ao passo que felicidade (ou infelicidade) estão no Eu central.

O que mais deve preocupar o homem não é gozo ou sofrimento, mas felicidade ou infelicidade. Feliz é todo o homem cuja consciência está em harmonia com a Consciência Cósmica, com a alma do Universo, com Deus. Gozo e sofrimento, como já dissemos, vêm das circunstâncias externas, que não obedecem ao homem - felicidade ou infelicidade vêm da sua substância interna, que obedecem ao homem.

Melhor um sofredor feliz do que um gozador infeliz. (...)

Há entre os sofredores três classes: 1. os revoltados, 2. os resignados, 3. os regenerados.

Os revoltados assumem atitude negativa em face do sofrimento, que, por isto, os leva à frustração.

Os resignados assumem atitude de estoicismo passivo, toleram em silêncio o inevitável - estes não se realizam nem se frustram pelo sofrimento, mas ficam num status quo, numa estagnação neutra.

Os regenerados assumem uma atitude positiva em face do sofrimento, servindo-se dele para sua purificação e maturação espiritual. Para estes, o sofrimento, embora doloroso, conduz à felicidade.

O sofrimento em si não pode perder nem redimir o homem - o homem é que se perde ou que se redime pela atitude que assumir em face do sofrimento.

Disse o Mestre aos discípulos de Emaús: 'Não devia o Cristo sofrer tudo isso para entrar em sua glória?'

O sofredor sensato compreende estas palavras e pode dizer: não devia eu então sofrer tudo isso para assim entrar na minha realização existencial?

É sabedoria evitar o que é evitável - e tolerar calmamente o que é inevitável."

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 20/21)

quinta-feira, 23 de junho de 2016

O SOFRIMENTO EVOLUTIVO DA NATUREZA E NA HUMANIDADE (1ª PARTE)

"Toda a vida da natureza em evolução está baseada numa espécie de sorriso sadio.

Não há evolução sem resistência ou sofrimento.

O sofrimento sadio está a serviço da integridade e evolução do corpo. Se um ferimento não causasse dor, nenhum organismo existiria sem lesões corporais.

Na humanidade, porém, aparece um novo motivo de sofrência, que não visa apenas o corpo, mas a realização do homem integral.

Sem sofrimento não há evolução superior, mas perpétua estagnação.

O homem é um homem realizável, mas não realizado. Pode estar terminada a sua evolução corporal - falta, porém, a sua realização hominal.

Diz um pensador moderno: 'Deus creou o homem o menos possível, para que o homem se possa crear o mais possível'.

Essa transição ascensional do menos para o mais implica em sofrência, num sofrimento sadio e evolutivo.

Se não houvesse sofrimento na humanidade, haveria eterna estagnação, ou até involução.

Mas as leis cósmicas do Universo exigem imperiosamente evolução.

O centro de todo homem é o seu Eu espiritual, a sua alma, o seu Deus interno. Mas esse Deus interno no homem se acha, de início, em estado embrionário, meramente potencial. Para desenvolver esse embrião divino, deve o homem atualizar o que é apenas potencial - e isto requer esforço, luta, sofrimento. 

Uma semente não pode brotar em planta, se não se romper o invólucro duro da semente - e isto lembra um sofrimento. (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 19/20)

quarta-feira, 22 de junho de 2016

APEGO

"Imagine um homem transportando uma enorme carga sobre suas costas. Tudo que ele tem de rico, de valioso, está ali (objetos, títulos, diplomas, honrarias...) pesando, fazendo-o arquejar e arquear...

Ele está muito fatigado, e sabe que além da porta diante da qual se encontra há um paraíso de bem-estar, de frescor, de doçuras, de amenidade, de paz, de júbilo...

Por várias vezes o homem tenta inutilmente atravessar a promissora porta que está toda aberta. A porta é acanhada... Só ele, e não sua carga, pode atravessar. Para isto, terá que largar a carga de suas 'preciosidades', que através da vida de luta acumulou... A porta não deixa passar tantas 'preciosidades'...

'Por que te apegas tanto ao que tens a ponto de te condenares a ficar aí fora, no sofrimento?' - foi o que ele escutou de uma voz amorosa de Alguém que não se deixava ver.

Que o meu ter não me frustre SER."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 175/176)


terça-feira, 21 de junho de 2016

A ILUSÃO DA SEPARAÇÃO

"Dentre os motivos de sofrimento moral mais conhecidos, encontram-se algumas situações de 'separação'. No entanto, elas são apenas aparentes. Na verdade, não é possível dois seres estarem realmente separados - dado que cada Espírito individual é um pequeno prolongamento do Espírito Único, dentro do qual todos estão essencialmente unidos. Apenas nas dimensões físico-etérica, emocional e mental temos a ilusão da ausência do outro, quando este deixa de ser percebido pelos nossos sentidos corporais.

A experiência da 'separação', que tem inclusive importante função na formação do caráter, leva por fim o homem a reconhecer-se unido indissoluvelmente com tudo e com todos, e a saber que nada nem ninguém está dele ausente na realidade. Tal percepção é atingida através da correta compreensão e aceitação da dor trazida pela separação aparente.

As pessoas que têm a própria mente trabalhada transformam esse sentimento em motivo de reflexão. Através do raciocínio e do estudo sobre os vários aspectos de uma separação, sua capacidade de ponderação cresce e seu discernimento se depura, até que elas cheguem a um estado de consciência mais elevada, onde o amor desinteressado e altruísta é possível. O amor incondicional não seria nelas desenvolvido se o sentido de posse continuasse a ser confirmado. Tendo desenvolvido a ponderação e aperfeiçoado o discernimento, o homem verá sob um outro ângulo os impulsos, desejos e sentimentos, bem como os vários distúrbios que o afligem, e assim será levado a curar-se em diversos níveis."

(Trigueirinho - Caminhos para a cura interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1995 - p. 81)


segunda-feira, 20 de junho de 2016

AÇÕES E NÃO PALAVRAS

"De nada serve ler algo, reconhecer que é verdade, e estimar sua exatidão a distância. Para que a leitura nos seja proveitosa, terá que ser mais que um ensino teórico; terá que ser uma prática. E assim, nas páginas seguintes, trataremos de fazer o experimento não só de reconhecer que nossa verdadeira consciência é o Ego, mas de realmente desembaraçar essa consciência das limitações que a aprisionam e transportá-la, depois de livre, para o mundo do divino contentamento e liberdade a quem pertence. 

Já é quase uma banalidade dizer que aquilo que necessitamos em nossos tempos são obras e não palavras; no entanto, é uma profunda verdade que se tem de divulgar em livros e conferências, nos quais o escritor ou o orador não se limitem a escrever ou dizer o que possa ou não ser apreciado por seu público, mas que empreendam juntamente com seus leitores ou ouvintes uma expedição aos reinos do desconhecido, em que um conduza e os demais acompanhem, porém que todos caminhem por seu próprio impulso.

Assim, nossas palestras deveriam ser conferências de ação; e nossos livros, livros de ação; e os ouvintes e leitores deveriam experimentar em sua própria consciência o que ouvirem e lerem.

Procedamos dessa forma em nosso intento de nos conhecermos tal como verdadeiramente somos. Não devemos ler essas páginas objetivamente, como quem contempla um espetáculo externo, mas procurando nos identificar com o que é tratado e incorporando à nossa consciência aquilo que é lido."

(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 22)