OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 26 de março de 2016

OS CAMINHOS DA SAÚDE (PARTE FINAL)

"(...) A negação da unidade da vida assume comumente o aspecto de crueldade. A desumanidade do homem para com o homem é proverbial. As prisões e os relatórios de sociedades de proteção a mulheres e crianças fornecem as provas. Os crimes praticados contra os animais vêm de longa data e abrangem o mundo inteiro. O homem é o maior inimigo dos animais. Nos abatedouros, a humanidade alcança o ápice da selvageria, pois a brutal matança é desnecessária e os animais são indefesos. 

O resultado inevitável, de acordo com as leis que acabamos de enunciar, é a miséria e a doença. Aqueles que matam animais e consomem suas carcaças não podem ser indivíduos felizes ou saudáveis. Eles estão em conflito com a unidade da vida e com o poder, o propósito e o impulso da natureza, pois toda a criação se move rumo à plenitude da liberdade de manifestação. 

A chave para a saúde e a felicidade é a clemência, definida como benevolência, compaixão e gentileza para com todos os seres sencientes. Existem quatro razões básicas para a clemência. A primeira é que somente a clemência ratifica o fato da unidade da vida. O dano a uma única criatura pode ter amplas consequências, pois a vida em todos os seres é a vida una. A crueldade traz sofrimento a todos, inclusive ao autor. A vida una é uma energia consciente e criativa. Efeitos agradáveis ou dolorosos são comunicados através de toda a existência manifestada. 

A segunda razão é que na conduta clemente, a mais elevada ratificação da unidade, está o amor universal. Deve-se ser clemente por causa do amor. Tudo o mais são trevas. A terceira razão é que a saúde e a felicidade de todos os seres dependem de seu relacionamento mútuo. Todos nós dependemos muito uns dos outros para o nosso bem-estar, progresso e realização. A quarta razão para a clemência é que, sob a lei de causa e efeito, o homem colhe aquilo que semeia. A crueldade inevitavelmente traz sofrimento, e a gentileza com toda certeza traz felicidade."

(Geoffrey Hodson - Os caminhos da saúde - Revista Sophia, Ano 12, nº 50 - p. 38/39

sexta-feira, 25 de março de 2016

OS CAMINHOS DA SAÚDE (2ª PARTE)

"(...) O homem não é apenas um corpo. Ele é um ser triplo: corpo, inteligência e espírito. Essa unidade de força torna-se cada vez mais sensível à medida que a evolução prossegue. O equilíbrio e a responsividade nervosa e psíquica da humanidade tornam-se continuamente mais delicados. Em consequência, a violação da lei básica produz uma maior perturbação, produz no homem uma dor mais aguda.

Qual é a mensagem que o eu espiritual transmite, a mente recebe e o corpo precisa ratificar? Se fosse possível - e de fato é - ascender ao estado de consciência espiritual e ver o universo com os olhos do espírito, o que se veria? Se, com os ouvidos do espírito, a canção da vida pudesse ser ouvida, qual seria o tema? A resposta para essas perguntas é: 'a vida é una'. Uma vida, uma luz, um poder, um amor - essa é a verdade espiritual fundamental.

A unidade é a mensagem que o eu espiritual transmite ininterruptamente ao homem através da mente. No egocentrismo do homem de mente material, unidade e amor ainda são negados. 'Cada um por si' é o lema. Indivíduos, grupos e até mesmo nações, quando não são ameaçados por um perigo comum, ainda se mostram como unidades egocêntricas, com pouca ou nenhuma consideração para com o próximo, sem mencionar para com a natureza. Os resultados saltam à vista: a grande maioria dos seres humanos está  propensa a doenças; o caos e a doença do mundo são os resultados diretos da negação do homem em relação à unidade da vida.

Mas essa não é uma situação incorrigível; há cura para a humanidade que teme a guerra e é oprimida pela doença. O homem está evoluindo gradualmente. A gentileza para com o próximo e o tratamento gentil dos animais estão aumentando. A caridade está se estendendo. Para um número crescente de pessoas a voz interior se torna mais forte e mais insistente, afirmando a vida una. Consequentemente, a mente responde e o corpo cumpre. O amor se aprofunda, torna-se menos egoísta e mais universal. A saúde e a felicidade aumentam de modo correspondente.

Por fim, a mensagem da unidade da vida é reconhecida como uma instrução divina e se torna uma ordem irresistível. A mente concorda, o cérebro responde e a conduta se adapta à consciência. A clemência torna-se o evangelho da vida. A caridade arde como uma chama no coração. O autointeresse se perde no altruísmo. Esse é o segredo da saúde perfeita, da vitalidade radiante e da felicidade interior, pois o reconhecimento da unidade é a panaceia individual e universal. (...)"

(Geoffrey Hodson - Os caminhos da saúde - Revista Sophia, Ano 12, nº 50 - p. 37/38
www.revistasophia.com.br


quinta-feira, 24 de março de 2016

OS CAMINHOS DA SAÚDE (1ª PARTE)

"A saúde é a maior necessidade física do ser humano. Contudo, apesar do progresso da ciência, a incidência de doenças como câncer, diabetes, hipertensão e problemas cardíacos tende a aumentar. Mais e maiores hospitais estão sempre sendo construídos. Quais são as leis fundamentais da saúde e do bem-estar, e de que maneira elas são violadas, a ponto de um indivíduo perfeitamente saudável ser uma raridade?

Saúde é uma condição de harmonia e unidade de pensamento, sentimento e conduta. Quando essa unidade é atingida e mantida, duas leis básicas são obedecidas. Uma é a lei de equilíbrio sobre a qual todo o universo está estabelecido; a outro é a lei de compensação pela qual todo o universo é governado. Quando nenhuma lei natural é violada, não há dor pessoal; quando é, o sofrimento é inevitável. A natureza e a extensão da dor são sempre proporcionais ao grau de violação.

A aplicação desse conhecimento à nossa conduta na vida e a obediência a essas leis constituem a única fundação sobre a qual a saúde perfeita pode ser assegurada, a felicidade perfeita pode ser mantida e ambas, quando perdidas, podem ser totalmente restauradas. A cura do doente depende do retorno à harmonia e da obediência à lei natural.

Também podemos definir a saúde como o resultado da interação harmoniosa entre as forças do espírito e da mente, por um lado, e as do corpo e da emoção, por outro. A partir do interior, as forças e os impulsos espirituais e mentais vibram. Do exterior, os impulsos físicos e emocionais respondem e modificam os primeiros. Essa interação harmoniosa é essencial para a saúde.

A saúde, portanto, é quase inteiramente uma questão de ética e de conduta harmônica. O eu espiritual interior continuamente transmite impulsos. A mente os recebe e os retransmite. O corpo físico recebe-os e os manifesta e ratifica em vários graus. O grau de ratificação decide a extensão da felicidade e da saúde. Similarmente, o grau em que esses impulsos são ignorados determina a extensão da infelicidade e da doença. Quando a harmonia é preservada, a saúde está assegurada. Quando não é, a doença é inevitável. Com o tempo, a discórdia interior produz doença exterior. (...)"

(Geoffrey Hodson - Os caminhos da saúde - Revista Sophia, Ano 12, nº 50 - p. 37)


quarta-feira, 23 de março de 2016

DOAÇÃO ILIMITADA

"Talvez o aspecto mais importante do misticismo prático seja a compaixão. A noção que temos de 'minha vida' pode estar baseada numa suposição terrivelmente errada. Quando se olha cuidadosamente para a vida existe muitíssimo pouco que se pode chamar de 'meu'. Vida é interação e relacionamento em todos os níveis. O que acontece quando você vê alguém com a tristeza estampado no rosto? Aquela tristeza não se transforma, pelo menos momentaneamente, numa parte de sua vida? Você pode ignorar e dizer que não é problema seu. Mas a verdade da experiência é que durante um momento fugaz a vida de outro ser humano penetrou a sua. Provavelmente responderemos a esses momentos com insensibilidade ou indiferença, e geralmente tentamos nos explicar na esperança de afastar essa verdade. no entanto, nem todos respondem dessa maneira.

'Pois eu estava faminto, e me destes alimento; estava sedento, e me destes o que beber; era um estranho, e me acolhestes; estava nu e me vestistes; estava doente, e me visitastes; estava na prisão, e viestes a mim. Então o justo responde-lhe, dizendo: 'Senhor, quando Vos vi faminto, e Vos alimentei? Ou sedento, e Vos dei de beber? Quando Vos vi como um estranho, e Vos acolhi? Ou nu, e Vos vesti? Ou quando Vos vi doente, ou na prisão, e fui até Vós? E o rei responde: Verdadeiramente vos digo, o que fizestes ao menor destes meus irmãos, a mim o fizestes.' Marcos, 25:35-40.

Qual é a natureza de uma consciência que é una com aqueles que sofrem, que estão passando por necessidades, que estão doentes, ou na prisão, ou que nada têm? A mesma pergunta poderia ser feita a respeito daqueles que estão experimentando opressão, tortura, solidão, o que pode incluir milhares de animais trancafiados em laboratórios ao redor do mundo. Existe alguma diferença entre uma consciência assim e a compaixão? Pode ser fácil falar de compaixão, mas experimentá-la verdadeiramente é uma realidade completamente diferente. O ensinamento dado por Jesus a seus discípulos, mencionado acima, mostra enfaticamente a identidade fundamental entre unidade e compaixão. São uma só coisa.

Os ensinamentos dos místicos são essencialmente práticos e de grande relevância para a transformação da consciência humana. Talvez seu ensinamento prático mais direto seja que aquilo que consideramos ser nossa individualidade na verdade é apenas uma aparência, 'um convidado passageiro', uma miragem no deserto. Eles afirmam que viver dentro dessa prisão não é vida verdadeira, e que, quando o coração e a mente estão purgados de todo egoísmo e autoimportância, o terreno fica pronto para o divino ali habitar. Eles dizem que sem nada buscar tudo obtiveram, e que o divino deu de si sem reservas na profundidade de suas experiências místicas. Alguns deles disseram que o divino é apenas doação ilimitada, e que a vida, e cada uma de suas formas, é essa doação." 

(Pedro Oliveira - Misticismo como experiência prática - Revista Sophia, Ano 10, nº 37 - p. 17)


terça-feira, 22 de março de 2016

OS RELACIONAMENTOS

"A maioria dos relacionamentos humanos se restringe à troca de palavras - o reino do pensamento. É fundamental trazer um pouco de silêncio e calma, sobretudo aos seus relacionamentos íntimos.

Nenhum relacionamento pode existir sem a sensação de espaço que vem com o silêncio e a calma. Meditar ou passar um tempo juntos, em silêncio, na natureza, por exemplo. Se as duas pessoas forem caminhar, ou mesmo se ficarem sentadas uma ao lado da outra no carro ou em casa, elas irão se sentir bem por estarem juntas, em silêncio e na calma. Nem o silêncio nem a calma precisam ser criados. Eles já estão presentes, embora perturbados e obscurecidos pelo barulho da mente. Basta abrir-se para eles.

Se falta um espaço de silêncio e calma, o relacionamento será dominado pela mente e correrá o risco de ser invadido por problemas e conflitos. Se há silêncio e calma, eles se tornam capazes de dominar qualquer coisa.

Ouvir com verdadeira atenção é outra forma de trazer calma ao relacionamento. Quando você realmente ouve o que o outro tem a dizer, a calma surge e se torna parte essencial do relacionamento. Mas ouvir com atenção é uma habilidade rara. Em geral, as pessoas concentram a maior parte de sua atenção no que estão pensando. Na melhor das hipóteses ficam avaliando as palavras do outro ou apenas usam o que o outro diz para falar de suas próprias experiências. ou então não ouvem nada, pois estão perdidas nos próprios pensamentos.

Ouvir com atenção é muito mais do que escutar. ouvir com atenção é estar alerta, é abrir um espaço em que as palavras são acolhidas. as palavras se tornam então secundárias, podendo ou não fazer sentido. Bem mais importando do que aquilo que você está ouvindo é o ato em si de ouvir, o espaço de presença consciente que surge à medida que você ouve. Esse espaço é um campo unificador feito de atenção em que você encontra a outra pessoa sem as barreiras separadoras criadas pelos conceitos do pensamento. A outra pessoa deixa de ser o 'outro'. Nesse espaço, você e ela se tornam uma só consciência."

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed, Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 59/60)