OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 21 de março de 2016

VIDA ESPIRITUAL

"Para saber o que é espiritual, deve existir o espiritual dentro de si mesmo. A vida espiritual, portanto, não consiste em fazer várias coisas, mas em provocar uma transformação interior, um determinado estado interior. A pessoa vem a saber o que é tal estado por entender a si mesma o que significa observar o que está passando em seu interior. Através da observação, ela precisa purificar sua própria natureza de tudo aquilo que pertence à vida material ou mundana, vê-la como realmente é e rejeitá-la.

A vida mundana não consiste de contato físico ou mental com coisas materiais. A matéria está em toda parte e não é possível escapar dela. Essencialmente, portanto, a vida mundana não é meramente contato com a matéria, mas uma atitude de posse. Há uma grande diferença entre o relacionamento que temos com os objetos, as pessoas, as idéias, quando há uma ânsia de posse e quando não há. De fato, um relacionamento possessivo não é um relacionamento verdadeiro porque, visto que a mente possessiva é incapaz de perceber o verdadeiro significado, o valor intrínseco de uma coisa se perde de vista quando o que conta é a utilidade para si mesmo. Portanto, a ganância por adquirir e possuir deve ser inteiramente erradicada, se nós estivermos dispostos a fazer a jornada desde o mundano para o espiritual. A mente precisa aprender a não se apegar que a objetos concretos, quer a objetos mentais ou espirituais, e a renúncia à posse deve ser total – interna e externa.

A vida material ou mundana também assume a forma de uma imposição ou vontade de uma pessoa sobre os outros. Envolve o sentimento de que as próprias idéias e interesses devem prevalecer se que as circunstâncias, as pessoas e as coisas devem ser tanto submetidas quanto feitas em conformidade com elas. (...)"

(Radha Burnier - Não há outro caminho a seguir - Ed. Teosófica, Brasília - p. 16/17)


domingo, 20 de março de 2016

SOMOS AQUILO EM QUE ACREDITAMOS

"(17:2) ) Senhor Abençoado disse: (O problema envolve) a qualidade da fé exercida - se ela é de fato sáttwica, rajásica ou tamásica. Ouve Minhas palavras a respeito.
(17:3) A fé depende da natureza de cada um. O que o homem é, sua fé é também. A fé é o homem.

Em outras palavras, somos aquilo em que acreditamos. Os seguidores de uma religião podem proclamar um artigo de fé e empregar exatamente as mesmas palavras dia após dia, semana após semana, ano após ano; mas haverá tantas crenças quanto crentes. A compreensão da pessoa é modelada pelo que a pessoa é - sua experiência de vida, seu tirocínio, suas preferências e preconceitos, seus gostos e aversões. Não poderia ser de outra forma porque todo o nosso entendimento baseia-se menos na realidade objetiva do que em nossa natureza. Assim, um vocábulo simples como 'lar' terá significação diferente para aquele que foi criado numa família feliz e aquele que cresceu num orfanato. Palavras como 'pai' e 'mãe' também significam coisas diferentes para diferentes pessoas, dependendo da felicidade ou infelicidade de sua vida doméstica. Diga-se o mesmo de sucesso, trabalho, gentileza, viagens, esportes - em verdade, de qualquer palavra em qualquer idioma.

Podemos declarar: 'Acredito em Deus', mas essa simples declaração suscitará imagens diversas na mente das pessoas. Algumas que se dizem ateias apenas rejeitam esta ou aquela concepção formal que outras têm de Deus. Nenhuma, porém, haveria de rejeitar conceitos como amor ou felicidade.

Aos olhos de pessoas boas, Deus parece bom. Pessoas egoístas e ambiciosas verão Nele uma espécie de 'cornucópia da riqueza' ou - se não tanto - pelo menos um juiz flexível ou uma espécie de 'patrão' mais ou menos indiferente às necessidades humanas. Gente má, quando acredita em Deus, acha-O tomado de inveja, cólera e espírito de vingança - como ela própria. Quem é licencioso O considera, como os deuses da mitologia greco-romana, dado aos prazeres da carne. Para pessoas gentis, Ele parecerá gentil. Para pessoas da mente estreita ou cheias de preconceitos, será como elas mesmas: sectário e pronto a julgar os homens por seus pecados."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 456/457)
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sábado, 19 de março de 2016

DISCERNIMENTO ESPIRITUAL

"A luz do corpo é o olho. Se, pois, o teu olho for bom, todo o teu corpo estará cheio de luz.
Se, porém, o teu olho estiver doente, todo o teu corpo será cheio de trevas. Se, portanto, a luz que há em ti são trevas, quão grandes serão essas trevas!

Para que fixemos nossos corações no eterno e renunciemos aos objetos efêmeros do mundo, nossos olhos têm de ser 'singulares'. Não precisamos correr atrás deste ou daquele objeto, mas devemos nos concentrar com devoção unidirecionada em Deus. Para a obtenção da iluminação, diz o Gita:

'A vontade volta-se sozinha para o único ideal. Quando falta ao homem este discernimento, sua vontade vaga em todas as direções, atrás de inúmeros objetivos.'

Quando faltar ao homem o discernimento espiritual, 'todo o seu corpo ficará nas trevas'. Ele continua a viver na ignorância, e o Eu verdadeiro, a luz divina dentro dele, permanece escondido. A concentração da mente no ideal escolhido de Deus é a chave para revelar essa luz divina.

Essa concentração, pois, purifica o que entra na consciência através dos sentidos. 'A luz do corpo é o olho', diz o Cristo, comparando o olho a uma janela pela qual penetra o mundo exterior. Através dos cinco sentidos captamos impressões, e a soma total dessas impressões compõe o nosso caráter. Se vemos o bem, absorvemos o bem; se vemos o mal, absorvemos o mal. Como reza uma prece védica: 'Possamos, com nossos ouvidos, ouvir o que é bom. Possamos, com nossos olhos, enxergar a tua justiça.' Ao olharmos, é necessário que aprendamos a enxergar Deus, o Espírito que envolve tudo - e não a aparência e a forma das coisas. Desse modo, em vez de nos desviar do nosso ideal, cada objeto do universo torna-se uma ajuda na percepção de Deus.

E assim a luz de Deus cai sobre nós até que, finalmente, nosso 'corpo todo fique cheio de luz'. (...)"

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo, - p. 110/111)


sexta-feira, 18 de março de 2016

DOMINAR SEM VIOLÊNCIA

"Para diminuir alguém, 
Deve-se primeiro engrandecê-lo. 
Para enfraquecer alguém, 
Deve-se primeiro fortalecê-lo.
Para fazer cair alguém,
Deve-se primeiro exaltá-lo.

Para receber algo,
Deve-se primeiro dá-lo.
Esse deixar amadurecer
É um profundo mistério.
O fraco e flexível
É mais forte que o forte e rígido.
Assim como o peixe
Só pode viver em suas águas,
Assim só pode o chefe de Estado
Dominar sem violência

EXPLICAÇÃO: As grandes verdades aparecem sempre em forma paradoxal. Já o Cristo afirmava: 'Quem quiser ganhar a sua vida perdê-la-á - mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, ganhá-la-á'.

E Paulo de Tarso dizia: 'Eu morro todos os dias - e é por isto que eu vivo'.

Nos primórdios do cristianismo escreveu Tertuliano: 'Eu creio no mundo espiritual - porque é absurdo'.

Estas alternativas paradoxais se referem sempre, uma à dimensão quantitativa ilusória do ego - a outra à dimensão qualitativa e verdadeiro do Eu. A vacuidade daquela é a plenitude desta. A ausência daquela é a presença desta. O Universo inteiro funciona sobre a base desta bipolaridade positivo-negativa, sem excetuar o próprio homem. Conhecer e viver isto é sabedoria."

(Lao-Tse - Tao Te King, O Livro Que Revela Deus - Tradução e Notas de Huberto Rohden - Fundação Alvorada para o Livro Educacional, Terceira Edição Ilustrada - p. 101/102)


quinta-feira, 17 de março de 2016

BUSQUE O PAI

"Uma sugestão, pouco valorizada pela sua simplicidade e que pode ser valiosa, se devidamente compreendida, diz o seguinte: 'Quando quiseres orar, entra em teu quarto, fecha a porta e fala a teu Pai em segredo.' Tudo se resume, pois, nisso. 'Entra em teu quarto' significa ficar recolhido dentro do próprio ser e 'fecha a porta' implica fechar os sentidos às influências externas que os distraem. Neste momento de busca do alinhamento, procura-se não escutar o que os ouvidos estão captando, não enxergar o que os olhos físicos estão vendo, não sentir os aromas que o olfato está percebendo, e assim por diante. Ao se 'entrar no quarto', fecha-se a porta dos sentidos a toda influência externa.

E o que quer dizer 'e fala ao teu Pai em segredo'? Recolhendo-se e fechando-se a porta dos sentidos por uns momentos, procura-se sintonizar com aquilo que em nosso centro é completamente desconhecido, ou seja, que constitui um segrego total que nenhum de nós sabe desvendar e que ninguém nos pode revelar, a não ser quando 'entrarmos no quarto' e ficarmos em silêncio.

O Pai é exatamente o símbolo do que temos na essência do nosso ser. Assim, quando entro em mim mesmo, fechando-me para o que está fora e para o que é supérfluo, alinhando-me com o mais profundo do ser, não preciso falar ou pedir nada, e nada de externo pode me alcançar, porque busco o Pai. Aquilo que está na origem primordial de todas as coisas e de mim. Se quero, realmente, contatar a energia da Vontade-Poder, ou seja, identificar-me com a força que 'segura as rédeas e conduz a carruagem', sabendo onde chegar, o ensinamento básico é 'entrar no quarto, fechar a porta e orar ao Pai em segredo'. Isso faz com que se desenvolva, ao máximo, em mim, a própria capacidade de ter vontade, porque nada pedi, apenas me decidi a abrir-me ao mistério. Fazer isso é um ato de decisão. Pedindo alguma coisa, ao voltar-me para o Pai, estarei desviando-me daquela proposta original da energia, que era decidir fazer, simplesmente. Ao ficarmos em silêncio e sem nada pedir, conectados com o nosso íntimo, ou Pai, acontece o melhor, o inédito, desvendando-se o misterioso e desconhecido segredo que está dentro de nós, vivo e atuante. É necessário, porém, que tomemos a decisão de nos abrir ao mistério."

(Trigueirinho - A energia dos raios em nossa vida - Ed. Pensamento, São Paulo, 1995 - p. 24/25)
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