OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

QUANDO A VONTADE ATUA

"Outro símbolo, que também expressa a energia da Vontade-Poder do primeiro raio, é o de um homem ao leme de um navio. Podemos visualizar esse homem ao leme, e, portanto, no controle da personalidade, como se fosse guiado pela energia da vontade.

Vontade espiritual é algo misterioso. O homem ao leme não se esforça para fazer o navio prosseguir; ele apenas mantém suas mãos firmes, deixando que a energia da vontade provoque os acontecimentos.

Muitas vezes a vontade é confundida com esforço, que é característico da personalidade. Nesse símbolo, fica patente que os corpos já estão perfeitamente integrados entre si, uma vez que são representados por um único objeto: o navio. É o navio que vai ao encontro das águas, que é forçado pela corrente, que encontra os escolhos pelos caminhos do mar. A Vontade faz tudo deslizar, através daquele homem que está simplesmente com as mãos ao leme. O mar, as ondas, os maremotos e tudo o que ocorre fora são as forças cármicas, os acontecimentos da vida externa, fatos e circunstâncias pelas quais temos que passar e que nada têm a ver com a verdadeira energia que está ali naquele conjunto tão forte. Aquele homem sabe aonde vai chegar e tudo que a Vontade está impulsionando; conhece bem o navio e o mar, mas não está envolvido com eles - mantém a mão ao leme e deixa que tudo aconteça. Esse homem é o símbolo de uma personalidade integrada, isto é, perfeitamente alinhada com o propósito da alma.

Se o homem abandonasse o leme, porque está acontecendo alguma coisa dentro do navio, ou porque o mar está agitado, ou pela chuva ou algum maremoto, não chegaria ao seu destino. Se, ao estar atento ao que acontece à sua volta e dentro de si, ele se deixasse envolver pelos fatos e soltasse o leme, a Vontade não poderia mais agir abertamente. Ao contrário, daria lugar ao desejo, que talvez se manifestasse como tendência a chegar a outro ponto, sujeito às forças que jogam com o mar e com o próprio navio."

(Trigueirinho - A energia dos raios em nossa vida - Ed. Pensamento, São Paulo, 1995 - p. 28/29)
www.pensamento-cultrix.com.br


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

OS HOMENS JUSTOS QUE CHEGARAM À PERFEIÇÃO

"A meta da perfeição humana já foi alcançada, tais homens perfeitos são conhecidos como salvadores mundiais, mahatmasrishis, adeptos e, quando aceitam discípulos Mestres de sabedoria. Estes seres super-humanos constituem-se no governo interno do Mundo e são os verdadeiros instrutores espirituais e inspiradores da humanidade. Cada membro dessa fraternidade de adeptos parece ser referido na Bíblia como tendo sido 'feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedes' (Hb 6:20). O Apóstolo Paulo pode ter querido indicá-los na sua frase 'homens justos que chegaram à perfeição' (Hb 12:23). Essa augusta assembleia é também conhecida como 'A Grande Fraternidade Branca de Adeptos',  a hierarquia de adeptos, a Sangha do budismo e os 'Sete Rishis e Seus Sucessores' do hinduísmo. Nietsche expressou essa ideia do homem como ser em evolução nas seguintes palavras: 'O homem é algo a ser ultrapassado.' 'O homem é uma corda esticada sobre o abismo, que está entre o animal e o super-homem.'

Como é obtido esse estado de adepto? Ele é um resultado natural do progresso evolutivo e é atingido por meio de sucessivas encarnações em veículos materiais, formados outra vez durante o período pré-natal de cada vida que se sucede. Reencarnações repetidas em corpos físicos proporcionam o tempo e a oportunidade necessários a tal realização. As diversas experiências de vida exteriorizam os poderes latentes da Alma Espiritual que evolui, que é o verdadeiro homem. Cada experiência tem seu valor em termos de um incremento do poder egóico, da sabedoria e do conhecimento inatos. Na proximidade da perfeição, entretanto, o renascimento não é uma necessidade tão grande. Todo progresso posterior pode então ser realizado nos mundos superfísicos. Isso está afirmado no Apocalipse nas seguintes palavras: 'Ao vencedor, farei dele uma coluna no templo do meu Deus e daí nunca mais sairá' (Ap 3:12)."

¹ Mahatma, (sansc.) Grande espírito.

(Geoffrey Hodson - A Sabedoria Oculta na Bíblia Sagrada - Ed. Teosófica, Brasília, 2007 - p. 57/58)


terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

JUSTIÇA PUNITIVA

"Crime dá dinheiro sim. Com o dinheiro se pode comprar gozo material e até altas posições na sociedade e na política.

É o que se tem visto.

Mas, chegará a dar paz verdadeira, verdadeira segurança, amor autêntico?...

A ação cruel e injusta acarreta dívidas com a Lei Maior, aquela que não erra, e da qual ninguém escapa.

Só os que insistem em ficar na ilusão da posse e do gozo dos frutos imediatos, e supondo que podem fugir às penas da Lei, isto é, à dor infalível que algum dia os alcançará, optam pela ação criminosa.

Tenho compaixão de todos os iludidos, que, ou ignoram a Lei Divina, ou ainda acreditam que são bastante espertos a ponto de se esconderem, fugindo do ajuste de contas."

Quero apenas, Senhor, aquilo que Tua Graça de concede."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 103/104)


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

A CONTEMPLAÇÃO DA UNIDADE

"O desejo é uma borrasca. A cobiça, um turbilhão. O orgulho, um precipício. O apego, uma avalanche. O egoísmo, um vulcão. Mantenha distante tais coisas, tanto que, quando praticar japa (repetição de um mantra) ou dhyana (meditação), não lhe perturbem a equanimidade.

O atmavichara¹ é o melhor de tudo que se encontra nos Upanishads². Exatamente como o fluxo de um rio é regulado por controles, e as águas são dirigidas para o mar, os Upanishads regulam a restrição aos sentidos, à mente e ao intelecto, e ajudam a atingir o mar e a mergulhar a individualidade no Absoluto. O Upanishads e a Gita são apenas mapas e manuais de instruções. Tenha diante de você a Forma do Senhor, quando, quietamente, sentar-se no lugar de meditação; e tenha também seu Nome (seja qual for) quando na prática de japam (repetição de um mantra). A Forma divina escutará e responderá. (...)

O segredo é que você deve 'estar' como dormindo, quando se achar desperto e imerso dentro de si mesmo - isto é o que você é. Somente o sono está envolto em maya ou ilusão. Desperte deste maya, mas penetre neste sono - tal é o real samadhi³. Japam e dhyanam (respectivamente, repetição do Nome e meditação sobre a Forma) são os meios pelos quais você consegue até mesmo compelir a concretização da Divina Graça na Forma e Nome que você busca. (...)

Voando aqui e acolá, cada vez mais alto, o pássaro, por fim, tem de empoleirar-se numa árvore, para descansar. Acontece o mesmo com o homem mais rico e mais poderoso - ele também anda em busca de repouso (santhi). Carente de santhi (repouso, paz, equanimidade), a vida lhe é um pesadelo. Somente em uma loja podemos adquirir santhi - esta loja é a nossa realidade interna. Os sentidos podem arrastar você à lama, numa submersão cada vez mais profunda na dualidade de alegria e de aflição, e isso significa prolongado descontentamento.

Somente a contemplação da Unidade tem o poder de remover o medo, a rivalidade, a inveja, a ambição, o desejo, ou seja, todos os sentimentos que geram descontentamento ou inviabilizam a paz imperturbável. Todas as outras vias somente podem conduzir ao pseudocontentamento."

¹ Atmavichara - Atma (a Centelha Divina); vichara (busca, inquérito).
² Upanishads - A parte conclusiva dos Vedas; o fundamento do Vedanta.
³ Samadhi - êxtase; iluminação; a comunhão com o Divino.

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 138/139)


domingo, 21 de fevereiro de 2016

POR QUE TANTA LUTA? (PARTE FINAL)

"(...) Estudado sob esse ponto de vista, a imaginação não consegue encontrar um caminho por meio do qual esses Seres autopreparados, autodeterminados, conseguem atingir aquele perfeito equilíbrio e firme infalibilidade de sabedoria que os capacita a ser a ‘Natureza’ de um sistema, a não ser aquela senda de luta e experiência na qual nos esforçamos hoje. Pois se houvesse um Deus extracósmico com natureza diferente da natureza daquele Ser que vemos desabrochar ao nosso redor em harmoniosa certeza de sequência encadeada - um Deus com índole irregular e vacilante, mutável e arbitrário, volúvel -, então poderia ser que desse caos pudesse surgir um ser chamado ‘perfeito’, mas certamente muito imperfeito, uma vez que por demais limitado, e que, não tendo experiência atrás de si, e portanto carecendo de raciocínio e julgamentos, pudesse, tal qual uma máquina, agir ‘corretamente’, ou seja, de acordo com um dado esquema de coisas e, tal qual uma máquina, produzir a sequência de movimentos preparada para ela. Mas um ser assim se encaixaria apenas no seu esquema, e fora dele seria inútil, incompetente. Também não haveria vida, que é a mutável autoadaptação a condições mutáveis, sem a perda, a desintegração, de seu centro. Pela agitada senda ao longo da qual seguimos, estamos sendo preparados para todas as emergências com que tivermos de nos defrontar no universo futuro, e essa é um resultado que bem vale as provações a que estamos expostos.

Também não devemos esquecer que estamos aqui porque quisemos desabrochar nossos poderes através das experiências da vida nos planos inferiores; que nosso fado é autoescolhido, não imposto; que estamos no mundo como resultado da nossa própria ‘vontade de viver’; que, se essa vontade mudasse - embora ela verdadeiramente não seja mutável -, deixaríamos de viver aqui e retornaríamos à Paz, sem colhermos os frutos para os quais viemos. ‘Ninguém mais nos obriga.’"

(Annie Besant - Um estudo sobre a Consciência - Ed. Teosófica, Brasília - p. 237/238)