OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

OS SETE PORTAIS PARA O CAMINHO DA VIRTUDE

"Na escola de pensamento Mahãyãna do budismo setentrional, o caminho da virtude era identificado com a verdadeira sabedoria, bem como com a ação de autossacrifício; foi concebido como sendo marcado por sete portais, cada um dos quais exigia determinado tipo de desenvolvimento, representando um aspecto da perfeição humana e tendo suas raízes em uma natureza incorrupta e incorruptível presente no âmago de cada ser humano. A chave para o primeiro portal, conforme é explicado na obra A Voz do Silêncio, de H. P. Blavatsky, é Dãna, uma palavra sânscrita, traduzida por ela como 'caridade e amor imortal'. Literalmente a palavra significa doação, mas é uma doação sem reservas, com o coração e também com as mãos. A menos que a viagem seja realizado a partir de uma motivação pura de altruísmo, do desejo de devotar-se à felicidade e à iluminação de cada ser humano e ao bem de cada criatura viva, não poderá ser empreendida de forma alguma. O coração e a mente da pessoa precisam primeiramente sintonizar-se com o coração e a mente de todos os seres vivos.

 O segundo portal representa Shila - todos eles com nomes em sânscrito ou pali - geralmente compreendido como o viver limpo e reto em todos os aspectos da vida e conduta da pessoa. H.P.B. o traduz como 'harmonia em ato e palavra', visto que a harmonia no interior da pessoa, inseparável do viver correto,manifesta-se como harmonia em ato e palavra.

O terceiro portal significa Kshanti, que ela descreve como 'doce paciência que nada pode perturbar'. O significado dicionarizado comum da palavra inclui tolerância e perdão.

As próximas duas virtudes são Vairãgya ou imparcialidade e Virya ou energia. H.P.B. traduz Vairãgya como 'indiferença ao prazer e à dor, conquista sobre a ilusão, percepção somente da verdade', e Virya como a 'energia intrépida que vence seu caminho para a verdade suprema'. Não é o tipo de energia que pertence às coisas da matéria, mas a energia da vida ou Espírito que surge de um estado puro incondicionado, e que, portanto, pode manifestar o ardor ou paixão máximos e mesmo assim permanecer desapegada, não se envolvendo nas coisas por entre as quais se movimenta.

Os dois últimos portais designados, Dhyãna, significando contemplação ou estado meditativo, e Prajnã, compreensão perfeita, realmente são condições de existência em que podem estar presentes as qualidades de qualquer uma ou de todas as virtudes. (...)"

(N. Sri Ram - Em Busca da Sabedoria - Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p. 41/42)


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

SOFRIMENTO - CRÉDITO (PARTE FINAL)

"(...) O sofrimento-crédito é fator de aperfeiçoamento, ou autorrealização, quando realizado devidamente.

De maneira que nenhum sofredor tem motivo para desânimo, pessimismo ou desespero. Em hipótese alguma, pode o fenômeno objetivo do sofrimento ser prejudicial ao homem. O principal não é sofrer ou não sofrer; a principal tarefa de todo o homem, aqui na terra, é realizar-se cada vez mais.

E, por mais desagradável que seja nossa autorrealização, ela é, quase sempre, mais favorecida pelo sofrimento do que pelo gozo. Uma vida de gozo reforça o ego humano, uma vida de sofrimento fortalece o Eu divino do homem. 

A revolta habitual contra o sofrimento prova que o homem não compreendeu a verdadeira razão de ser da sua existência terrestre, que não é gozo nem sofrimento, mas autorrealização. E, como a autorrealização é impossível sem reconhecimento, deve o homem, acima de tudo, realizar o seu autoconhecimento, saindo da ilusão tradicional de se identificar com o seu ego humano, e entrar na verdade libertadora de se identificar com o seu Eu divino, com sua alma, com o Cristo interno, com o Pai imanente: 'Eu e o Pai somos um'.

A maior acerbidade do sofrimento não é o sofrimento em si mesmo, mas é a absurdidade do sofrimento. Mas essa absurdidade desaparece quando o homem sabe realmente o que ele é.

Então, todo o sofrimento é, pelo menos, tolerável. Tudo pode o homem tolerar quando ele se tolera a si mesmo."

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 30/31)

domingo, 14 de fevereiro de 2016

SOFRIMENTO - CRÉDITO (2ª PARTE)

"(...) Jesus nunca afirma haver sofrido para pagar pelos pecados da humanidade, como dizem os teólogos humanos.

Na Epístola aos Filipenses, Paulo de Tarso atribui esta evolução ao próprio Cristo cósmico, quando escreve: 'Ele (o Cristo), que estava na glória de Deus, não julgou dever aferrar-se a essa divina igualdade; mas esvaziou-se dos esplendores da Divindade e se revestiu de forma humana, tornando-se servo, vítima, crucificado; e por isto Deus o super-exaltou e lhe deu um nome superior a todos os nomes, de maneira que, em nome do Cristo, se dobrem todos os joelhos das creaturas celestes, terrestres e infraterrestres; e todos proclamam que ele é o Senhor'. 

Paulo parece pois admitir um sofrimento-crédito no próprio Cristo, de maneira que o Cristo se elevou a um super-Cristo.

Aliás, toda e qualquer creatura é ulteriormente evolvível, e Paulo escreve que o Cristo é o 'primogênito de todas as creaturas, não terrestres, mas cósmicas'.

Todo o sofrimento-crédito é compatível com sofrimento débito. 

Pode alguém sofrer por débitos próprios, quando os tem, ou por débitos alheios, quando não tem débito próprio, e ao mesmo tempo aumentar o seu crédito próprio. (...)" 

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 30)

sábado, 13 de fevereiro de 2016

SOFRIMENTO - CRÉDITO (1ª PARTE)

"Muitos conhecem apenas o sofrimento débito, sofrimento por culpa própria ou alheia.

Mas há também um sofrimento - crédito.

Os livros sacros referem vários exemplos de sofrimento-crédito.

Job, o rico fazendeiro de Hus, sofreu a perda de toda a sua fortuna e de seus filhos, e, por fim, da própria saúde - e, no entanto, declara a Bíblia, que era um homem justo.

Três amigos do oriente, Elifas, Baldad e Sofar, tentam provar-lhe que ele é um pecador. Job protesta a sua inocência. Finalmente, intervém o próprio Deus e declara que Job é inocente. Ele não sofre por nenhum pecado, próprio ou alheio; o sofrimento dele têm o fim de o levar a uma espiritualidade ainda maior do que tinha.

Sofrimento-crédito.

O cego de nascença, referido pelo evangelho, segundo a declaração de Jesus, não sofria por nenhum débito, nem próprio nem alheio, mas sim 'para que nele se revelassem as obras de Deus'.

Essas 'obras de Deus' são a evolução espiritual do cego, o qual sem esse sofrimento, não teria saído da rotina horizontal do seu ego humano, para subir à verticalidade do seu Eu divino.

Sofrimento-crédito.

No domingo da ressurreição, os dois discípulos de Emaús estão perplexos, porque um homem justo como o Nazareno havia sofrido a morte de crucifixão. Ao que o próprio Jesus, que os acompanhava, desconhecido, lhes responde: 'Não devia então o Cristo sofrer tudo isto e assim entrar em sua glória?'

A entrada na glória indica o sofrimento.

Jesus não sofreu por pecado próprio, que não tinha, nem por pecados alheios, mas sim para realizar ainda mais plenamente seu Eu espiritual, que ele chama a entrada na glória. 

Por maior que fosse a realidade espiritual de Jesus, ao nascer, toda a creatura é ulteriormente realizável. A Epístola aos Hebreus afirma que o sofrimento e a morte de Jesus o levaram a uma perfeição maior. (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 29/30)


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

A FORÇA DAS INFLUÊNCIAS EXTERNAS

"Muitas são as avenidas pelas quais influências externas invadem a mente e montam o ambiente interior. Não permita que materiais insalubres flutuem nas águas dos pensamentos formadores de hábitos. Inspecione a qualidade dos livros que lê e analise cuidadosamente o tipo de pessoas com quem convive. Procure identificar que influências exercem sobre você a família, o lugar e os amigos. Muitas pessoas fracassam porque familiares infectaram seu subconsciente com pensamentos desalentadores e paralisantes como: 'Ah, João, tente o que quiser, mas você só fará asneiras!'

Liberte-se. Acorde! Lembre-se: ninguém pode comprometer sua felicidade a menos que você mesmo escolha ser infeliz. Se você organizou sua mente para preservar a felicidade interior sob quaisquer circunstâncias, ninguém conseguirá roubar-lhe essa felicidade.

Afirme: não importa quais sejam as condições em que me encontre, elas representam o próximo passo em minha evolução. Acolho todos os desafios, ainda os mais temíveis, pois sei que dentro de mim estão a inteligência para compreendê-los e a força para superá-los. Quero aprender a lição que cada experiência possa me ensinar, agradecendo a energia e o tirocínio adquiridos pela superação de cada desafio."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, Como Ter Coragem, Serenidade e Confiança - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 45/46