Por exemplo, se uma pessoa se tornar presidente, subitamente ela será alguém. Quando deixar de ser presidente, será um ninguém. Todos os jornais o esquecerão. Será lembrado apenas no dia de sua morte e, mesmo assim, haverá apenas umas poucas linhas no obituário. Será lembrado apenas como um ex-presidente, o antigo ocupante de um cargo qualquer, não como um ser humano. O que aconteceu? Um homem desapareceu, apenas isso. Enquanto você ocupa um cargo, você está na primeira página de todos os jornais e revistas. Não é você que importa, mas o seu cargo.
Assim, todos os que são pobres por dentro estão sempre em busca de uma posição, dos votos das pessoas, de opiniões. É assim que procuram desenvolver uma alma - obviamente, uma falsa alma.
Os psicólogos conseguiram chegar ao cerne do problema. Eles dizem que quem tenta ser superior sofre de um complexo de inferioridade, e que as pessoas que são realmente superiores não dão a mínima para isso. São tão superiores que nem sequer percebem que o são. Apenas uma pessoa inferior pode estar consciente de sua superioridade - e é facilmente ofendida nesse ponto. Basta você insinuar que ela não é tão maravilhosa quanto pensa para deixá-la com raiva.
Apenas uma pessoa superior pode ficar para trás, ser a última da fila. Todos os que se sentem inferiores estão tentando chegar ao primeiro lugar, porque pensam que, se forem os últimos, não serão alguém. Eles têm necessidade de estar na frente, de viver na capital. Precisam ter muito dinheiro e morar em mansões, precisam ser isto ou aquilo. As pessoas que se sentem inferiores sempre tentam provar sua superioridade através de seus bens materiais. Resumindo, as pessoas que não tem um ser tenta se tornar um ser através das coisas: cargos, nomes ou fama. (...)"
(Osho - Aprendendo a silenciar a mente - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2002 - p. 93/94)