OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

HÁBITOS DESTRUTIVOS (2ª PARTE)

"(...) A luta é um hábito psicológico destrutivo para provar o próprio mérito, para parecer esperto, obter vantagens, progredir rapidamente e assim por diante. Mas por que devemos parecer espertos? Por que devemos parecer alguma coisa? Por que todo esse esforço? Será possível agir e viver, fazer o que vale a pena, o que é útil e bom, sem precisar psicologicamente lutar para isso?´

Como lutar é um hábito do ego, quando as pessoas decidem não fazer parte do mundo e viver a vida espiritual, a mente continua ansiosa por obter a atenção do guru, para se iluminar rapidamente ou para encontrar o melhor método de vencer os defeitos. Assim, ela não é pacífica. É fácil ser mundano enquanto se imagina ser espiritual. Por outro lado, ao perceber que o eu egoísta se alimenta da confrontação com os outros, com as ideias, as circunstâncias e os seus próprios defeitos, a pessoa se livra da tensão, e sobrevém a calma.

Viver uma vida saudável, ser natural e feliz como as crianças significa não lutar, mas permanecer quieto e calmo com o que quer que seja. O Taoísmo ensina a não resistência, o que implica profundo contentamento interior, em harmonia com o céu e a terra. Não será isso o que quer dizer o Bhagavad Gita ao aconselhar a pessoa a agir 'estabelecida no yoga'? Yoga é realizar plenamente a harmonia do céu e da terra dos quais somos parte. Quando não há sentimento de luta, ocorre uma mudança nos nossos relacionamentos e em nosso próprio ser.

Pessoas inteligentes e talentosas oferecem soluções variadas para os imensos problemas atuais, mas muitas vezes a cura é pior que a doença. O uso de produtos químicos artificiais é um exemplo. Supunha-se que prenunciavam uma sociedade livre de doenças, mas criaram novos problemas. Quem sabe o que irá resultar das manipulações genéticas?

Somos incapazes de dar fim aos conflitos no mundo ou de erradicar a pobreza. Será que somos tão impotentes porque somos vítimas do estresse do ego, que essencialmente projeta ilusões a partir de mentes perturbadas e, portanto, obscuras? Obviamente, apenas a mente tranquila possui clareza; a mente confusa acredita em suas capacidades e supõe que a confusão pode ser subitamente dissipada. Mas isso não acontece, porque suas percepções não são nem totais nem saudáveis. (...)"

(Radha Burnier - Estar no mundo e viver em paz - Revista Sophia, Ano 11, nº 41 - p. 29/30)
www.revistasophia.com.br


domingo, 24 de janeiro de 2016

HÁBITOS DESTRUTIVOS (1ª PARTE)

"Um corpo doente fica estressado, e uma mente com temores, esperanças e incertezas também se estressa. Esse estresse está em alta no mundo moderno, com sua filosofia de competitividade e autopromoção. Por isso tantas pessoas estudam o Budismo, o Zen, o Vedanta, ouvem palestras e frequentam templos, tentando escapar de tudo.

O monge erudito Srngeri afirmou: 'As pessoas acreditam que é necessário ir para uma floresta praticar tapas, mas ela pode ser praticada onde quer que se esteja.' Tapas significa 'queimar' os elementos do mundanismo e da impureza. Tapas corporal inclui ser honrado, inofensivo e casto. Tapas verbal são palavras corretas, que não causem dor, que sejam úteis, que levem ao autoconhecimento. Tapas mental é ser sereno, ter sentimentos puros e uma mente controlada.

Estar fora do mundo significa ser livre, controlar a própria vida sem ser levado a adotar atitudes, valores e crenças por compulsão. No Yoga-Vasishtha e na Bíblia, encontramos conselhos de Vasishtha e Jesus, respectivamente, para sermos como criancinhas. As crianças são felizes por natureza. Elas não lutam contra o mundo, não se preocupam em adquirir bens nem em se autoengrandecer. São apenas elas mesmas. 

Em contraste, a essência do mundanismo expressa-se nos adultos em uma atitude de confrontação, consciente ou inconsciente. Mesmo em pessoas que não vivem em circunstâncias duras, o tempo todo existe algo que luta, em um nível sutil. Existe competição na família, no trabalho, nas outras obrigações. Então, fatigados pela luta, as pessoas se esforçam para se livrar dela. Ainda não ousam permanecer quietas e em paz; querem sempre realizar algo, chegar a algum lugar.

Para que lutamos? Por que o estresse surge das profundezas do nosso ser? A luta do nosso passado animal ainda estará ativa no cérebro? Por que as pessoas que desfrutam das benesses da vida sentem-se pobres? As crianças são preparadas para assumir posições cada vez melhores, adquirir mais habilidades, realizar sempre mais. Além disso, existe a luta para ser amado. Quanto mais as pessoas anseiam por amor, admiração e reconhecimento, mais estressadas se tornam. Desejando e exigindo - em vez de estarem elas mesmas amando e sendo úteis -, passam suas vidas lutando. (...)" 

(Radha Burnier - Estar no mundo e viver em paz - Revista Sophia, Ano 11, nº 41 - p. 29)


sábado, 23 de janeiro de 2016

O EVANGELHO - SUTRA 3

"Parambrahma faz emergir a criação, a Natureza inerte (Prakriti). De Om (Pranava, o Verbo, a manifestação da Força Onipotente), vieram Kala, o Tempo; Desa, o Espaço; e Anu, o Átomo (a estrutura vibratória da criação).

O Verbo, Amém (Om), é o princípio da Criação. A manifestação da Força Onipotente (a Repulsão e sua expressão complementar, o Sentimento ou o Amor Onisciente, a Atração) é a vibração que se apresenta como um som peculiar: o Verbo, Amém, Om. Em seus diferentes aspectos, Om dá a ideia de mudança, que é o Tempo (Kala), no Sempre-Imutável; e a ideia de divisão, que é o Espaço (Desa), no Sempre-Indivisível.

As Quatro Ideias: o Verbo, o Tempo, o Espaço e o Átomo. O efeito resultante é a ideia de partículas - os inumeráveis átomos (patra ou anu). Esses quatro - o Verbo, o Tempo, o Espaço e o Átomo - são, portanto, uma e a mesma coisa e, substancialmente, não passam de simples ideias.

Essa manifestação do Verbo (fazendo-se carne, a matéria exterior) criou este mundo visível. Assim, o Verbo (Amém, Om), sendo a manifestação da Natureza Eterna do Pai Onipotente, ou do próprio Si-Mesmo Dele, é Dele inseparável e não é senão o Próprio Deus, assim como o poder de combustão é inseparável do fogo e nada mais é que o próprio fogo. Ver Apocalipse 3:14: João 1:1, 3, 14.
'Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da Criação de Deus.'
'No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. (...) Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. (...) E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós."
(Swami Sri Yukteswar - A Ciência Sagrada - Self-Realization Fellowship - p. 23/24)


sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

A PRIMEIRA EXPERIÊNCIA É O SILÊNCIO

"A primeira experiência com a religião precisa começar com o silêncio. A maioria das pessoas nunca reserva tempo para ficar em silêncio ou sentar calmamente em meditação. Eu permaneço horas e horas em silêncio interior. Quando estou com outras pessoas, eu as aprecio imensamente; estou com elas plena e integralmente. Mas quanto estou longe delas, fico inteiramente só, na suprema alegria da vida - a bem-aventurança de Deus. Onde quer que eu esteja, a alegria divina está sempre comigo. Por que você não experimenta o silêncio, para também viver assim? A maioria não consegue ficar quieta nem por dez minutos sem que os pensamentos corram para todos os lados. As pessoas não aprenderam a estar em paz no lar interior, porque estão sempre irrequietas, perseguindo alguma coisa na mente. Meu mestre, Sri Yukteswar, costumava dizer: 'Trancado a porta do reservatório da felicidade, o homem corre por toda a parte, implorando por essa felicidade. Que tolice, quando tem o estoque inteiro de alegria dentro de si mesmo!' Desde a infância busquei Deus, e comungar com Ele me deu a felicidade que a realização de nenhum desejo material poderia proporcionar. Você nada tem se não tiver Deus. Tudo tem se O tiver, pois Ele é o Mestre do universo. 

Se você não sentiu nenhum resultado na religião, experimente meditar. Sacuda Deus para fora de Seu silêncio. Você precisa insistir: 'Senhor, fale comigo!' Se fizer um esforço supremo no silêncio da noite e de manhã cedo, em pouco tempo verá um cintilar de luz divina, ou sentirá um ondular de Sua alegria chegando à consciência. Experimentar conhecer a Deus no silêncio, meditando, traz os resultados mais notáveis e reais. 

Houve época em que os cientistas pensavam que a água se constituía de um só elemento. Mas experiências posteriores provaram que dois elementos invisíveis, o hidrogênio e o oxigênio, combinam-se de modo a compor a água. Da mesma forma, com experiências religiosas percebemos maravilhosas verdades espirituais. Quando você meditar tranquilamente, com a mente interiorizada, terá a prova de sua verdadeira natureza e da existência de Deus. Testar as leis da religião é sensacional, porque o resultado não acontece exteriormente; está bem dentro de você."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 36/37)


quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

ESTAR NO MUNDO E VIVER EM PAZ (PARTE FINAL)

"(...) Muitos são os caminhos para tentar fugir dos altos e baixos da vida, com suas esperanças e temores. Uma forma de fuga é a busca do prazer, tão comum hoje - encontrar coisas boas para comer, novas roupas, passeios. Essas atividades não são erradas, desde que não haja crueldade ou indiferença para com as necessidades dos outros; porém, a fuga deixa a mente com seu problema básico de incerteza e confusão. Todas as formas de fuga são uma distração da necessidade de refletir sobre a vida e seu significado.

Outra fuga é se isolar do mundo e de seus acontecimentos, dizendo: 'Não quero participar desse jogo.' Milhões de pessoas, nesses tempos de violência, estão preocupadas apenas com seus próprios afazeres e vivem alheias a qualquer outra coisa. Não fosse assim, a maior parte delas se levantaria para protestar contra a fabricação de armas e outras calamidades atuais. Existe conforto na conformidade, por isso a maioria faz o que todo mundo faz e espera o melhor.

Qualquer que seja o rumo adotado, a fadiga se instalará a seu tempo. Muitos idosos têm essa experiência, não simplesmente porque é difícil lidar com um corpo que envelhece, mas por sentir um tipo diferente de cansaço. Todas as experiências mundanas são repetitivas; depois de algum tempo tornam-se chatas, sem graça, até mesmo intoleráveis. Por isso, em todas as civilizações, homens e mulheres retiram-se para viver em solidão, oração e contemplação. Mas também aí as emoções e os pensamentos funcionam. Também num convento há ciúmes a respeito de pequenas questões, angústias e busca de poder.  

A reclusão não é muito diferente de estar no mundo, quando a mente funciona da mesma forma. A mente egocêntrica está em toda parte. Mesmo o monte Everest está cheio de lixo, e locais remotos não estão livres de ruído. Não é fácil se retirar do mundo nem ser parte dele."

(Radha Burnier - Estar no mundo e viver em paz - Revista Sophia - Ano 11, nº 41 - p. 28/29)