OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 23 de janeiro de 2016

O EVANGELHO - SUTRA 3

"Parambrahma faz emergir a criação, a Natureza inerte (Prakriti). De Om (Pranava, o Verbo, a manifestação da Força Onipotente), vieram Kala, o Tempo; Desa, o Espaço; e Anu, o Átomo (a estrutura vibratória da criação).

O Verbo, Amém (Om), é o princípio da Criação. A manifestação da Força Onipotente (a Repulsão e sua expressão complementar, o Sentimento ou o Amor Onisciente, a Atração) é a vibração que se apresenta como um som peculiar: o Verbo, Amém, Om. Em seus diferentes aspectos, Om dá a ideia de mudança, que é o Tempo (Kala), no Sempre-Imutável; e a ideia de divisão, que é o Espaço (Desa), no Sempre-Indivisível.

As Quatro Ideias: o Verbo, o Tempo, o Espaço e o Átomo. O efeito resultante é a ideia de partículas - os inumeráveis átomos (patra ou anu). Esses quatro - o Verbo, o Tempo, o Espaço e o Átomo - são, portanto, uma e a mesma coisa e, substancialmente, não passam de simples ideias.

Essa manifestação do Verbo (fazendo-se carne, a matéria exterior) criou este mundo visível. Assim, o Verbo (Amém, Om), sendo a manifestação da Natureza Eterna do Pai Onipotente, ou do próprio Si-Mesmo Dele, é Dele inseparável e não é senão o Próprio Deus, assim como o poder de combustão é inseparável do fogo e nada mais é que o próprio fogo. Ver Apocalipse 3:14: João 1:1, 3, 14.
'Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da Criação de Deus.'
'No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. (...) Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. (...) E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós."
(Swami Sri Yukteswar - A Ciência Sagrada - Self-Realization Fellowship - p. 23/24)


sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

A PRIMEIRA EXPERIÊNCIA É O SILÊNCIO

"A primeira experiência com a religião precisa começar com o silêncio. A maioria das pessoas nunca reserva tempo para ficar em silêncio ou sentar calmamente em meditação. Eu permaneço horas e horas em silêncio interior. Quando estou com outras pessoas, eu as aprecio imensamente; estou com elas plena e integralmente. Mas quanto estou longe delas, fico inteiramente só, na suprema alegria da vida - a bem-aventurança de Deus. Onde quer que eu esteja, a alegria divina está sempre comigo. Por que você não experimenta o silêncio, para também viver assim? A maioria não consegue ficar quieta nem por dez minutos sem que os pensamentos corram para todos os lados. As pessoas não aprenderam a estar em paz no lar interior, porque estão sempre irrequietas, perseguindo alguma coisa na mente. Meu mestre, Sri Yukteswar, costumava dizer: 'Trancado a porta do reservatório da felicidade, o homem corre por toda a parte, implorando por essa felicidade. Que tolice, quando tem o estoque inteiro de alegria dentro de si mesmo!' Desde a infância busquei Deus, e comungar com Ele me deu a felicidade que a realização de nenhum desejo material poderia proporcionar. Você nada tem se não tiver Deus. Tudo tem se O tiver, pois Ele é o Mestre do universo. 

Se você não sentiu nenhum resultado na religião, experimente meditar. Sacuda Deus para fora de Seu silêncio. Você precisa insistir: 'Senhor, fale comigo!' Se fizer um esforço supremo no silêncio da noite e de manhã cedo, em pouco tempo verá um cintilar de luz divina, ou sentirá um ondular de Sua alegria chegando à consciência. Experimentar conhecer a Deus no silêncio, meditando, traz os resultados mais notáveis e reais. 

Houve época em que os cientistas pensavam que a água se constituía de um só elemento. Mas experiências posteriores provaram que dois elementos invisíveis, o hidrogênio e o oxigênio, combinam-se de modo a compor a água. Da mesma forma, com experiências religiosas percebemos maravilhosas verdades espirituais. Quando você meditar tranquilamente, com a mente interiorizada, terá a prova de sua verdadeira natureza e da existência de Deus. Testar as leis da religião é sensacional, porque o resultado não acontece exteriormente; está bem dentro de você."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 36/37)


quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

ESTAR NO MUNDO E VIVER EM PAZ (PARTE FINAL)

"(...) Muitos são os caminhos para tentar fugir dos altos e baixos da vida, com suas esperanças e temores. Uma forma de fuga é a busca do prazer, tão comum hoje - encontrar coisas boas para comer, novas roupas, passeios. Essas atividades não são erradas, desde que não haja crueldade ou indiferença para com as necessidades dos outros; porém, a fuga deixa a mente com seu problema básico de incerteza e confusão. Todas as formas de fuga são uma distração da necessidade de refletir sobre a vida e seu significado.

Outra fuga é se isolar do mundo e de seus acontecimentos, dizendo: 'Não quero participar desse jogo.' Milhões de pessoas, nesses tempos de violência, estão preocupadas apenas com seus próprios afazeres e vivem alheias a qualquer outra coisa. Não fosse assim, a maior parte delas se levantaria para protestar contra a fabricação de armas e outras calamidades atuais. Existe conforto na conformidade, por isso a maioria faz o que todo mundo faz e espera o melhor.

Qualquer que seja o rumo adotado, a fadiga se instalará a seu tempo. Muitos idosos têm essa experiência, não simplesmente porque é difícil lidar com um corpo que envelhece, mas por sentir um tipo diferente de cansaço. Todas as experiências mundanas são repetitivas; depois de algum tempo tornam-se chatas, sem graça, até mesmo intoleráveis. Por isso, em todas as civilizações, homens e mulheres retiram-se para viver em solidão, oração e contemplação. Mas também aí as emoções e os pensamentos funcionam. Também num convento há ciúmes a respeito de pequenas questões, angústias e busca de poder.  

A reclusão não é muito diferente de estar no mundo, quando a mente funciona da mesma forma. A mente egocêntrica está em toda parte. Mesmo o monte Everest está cheio de lixo, e locais remotos não estão livres de ruído. Não é fácil se retirar do mundo nem ser parte dele."

(Radha Burnier - Estar no mundo e viver em paz - Revista Sophia - Ano 11, nº 41 - p. 28/29)


quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

ESTAR NO MUNDO E VIVER EM PAZ (1ª PARTE)

"Nos tempos antigos, comparava-se a vida mundana ao girar de uma roda. Aquele que nasce como príncipe pode tornar-se escravo, dizia-se, e um serviçal pode se alçar a uma elevada posição. Ninguém pode ter certeza de que a felicidade de hoje existirá amanhã. A roda de samsara, de renascimentos e mortes, é um símbolo da incerteza em um mundo em constante mudança; ninguém está livre de perder o que possui. 

A condição mundana também é comparada ao oceano da vida (bhavasagara), cheio de perigos, sacudido por tormentas, habitado por tubarões e outras criaturas vorazes. Mas mesmo aqueles que concordam com essas imagens raramente levam a sério a necessidade de mudança, e continuam vivendo com as incertezas e os perigos como se eles não existissem. O perigo não é apenas perder posses ou status; é ser arrastado impotente pelas correntes do oceano, agindo mecanicamente, inconsciente do que está acontecendo, sem um rumo moral e espiritual. 

Uma terceira descrição da vida mundana são as palavras bhava-roga: uma doença grave. Assim como a doença enfraquece cada célula do corpo, fazendo-o perder a saúde e por fim produzindo a morte, pertencer ao mundo é uma aflição psicológica constituída de distorções mentais que levam à desintegração moral e espiritual. Apesar das incertezas, uma coisa é quase certa - a influência dos opostos, esperanças e medos, resultará em agitação mental e perda da paz.

Essa é a experiência, em maior ou menor grau, de quase todas as pessoas. A esperança de crescer, ganhar afeto, 'tornar-se alguém' e assim por diante é acompanhada pelo medo do fracasso e da perda. Oriundas dos opostos básicos (temor e esperança) surgem outras dualidades. A esperança realizada leva à exultação: não realizada, à frustração. A mente balança entre a exasperação e o gozo, e ignora os valores e os propósitos da vida. (...)"

(Radha Burnier - Estar no mundo e viver em paz - Revista Sophia - Ano 11, nº 41 - p. 27/28)


terça-feira, 19 de janeiro de 2016

A FALSA NOÇÃO DA IDEIA DE POSSE

"De tudo o que der, você atrairá de volta o equivalente. Você demonstra quem realmente é em seu semblante e ações, e os outros sentem a vibração que está por trás e a ela responde. Se você der um exemplo de egoísmo mau, os outros vão querer tirar tudo o que é seu. Mas se agir de modo oposto, verá que todos tendem a ser generosos com você. Suponhamos que você me dê sua bengala predileta e em troca eu também queira lhe dar algo. Mas minha mente diz: 'Não se desfaça do seu guarda-chuva, mesmo sabendo que ele o admirou'. Daí eu raciocino: 'Mas ele gostava muito da sua bengala e mesmo assim a deu para mim; então quero retribuir com alguma coisa que me seja valiosa'. Este é o espírito que predomina quando uma pessoa demonstra altruísmo. 

Você não pode possuir nada. Só recebe permissão temporária para usar as coisas deste mundo. Um dia terá que se separar de tudo - por acidente, roubo, deterioração ou morte. Assim, quando tenta se apegar a alguma coisa ou guardá-la só pelo fato de possuí-la, está enganando a si mesmo.

Um dia você terá que deixar para trás até a casa corporal em que tem vivido há tantos anos. Por isso é errado impor à alma a convicção de possuir alguma coisa que jamais poderá possuir. Quando algo lhe é dado, saiba que é por pouco tempo, e esteja disposto a repartir com os outros.

Há grandes problemas ocultos no fato de você cobiçar mais do que precisa. O Gita diz: 'Experimenta a paz a pessoa que, abandonando todos os desejos, leva a existência sem anseios e sem se identificar com o ego mortal e seu sentido de posse'.¹ É claro que você precisa das necessidades necessárias como alimento, roupas e alguma segurança material; mas ao ter aspirações por essas coisas, omita as 'necessidades' desnecessárias - os desejos insistentes que se impõem cada vez mais."

¹ Bhagavad Gita II:71.

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 123/124)