OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 17 de janeiro de 2016

PROVAS

"Não é por prazer que o Senhor submete o homem a testes. Ele não empilha calamidade sobre calamidade porque isto lhe agrada. As 'provas' são mantidas para aferição dos atingimentos, e para conferir graduações e honras. Você deve solicitar ser submetido a 'provas', tanto que possa registrar seu progresso.

Lance as sementes chamadas 'Nome de Deus' no bem preparado campo do coração; nutra-as com o adubo da fé; mantenha a disciplina como a cerca protetora contra o gado solto. Sem uma cerca guardando a plantação, o cultivo será tão válido como dar tiro sem bala - somente o estampido, e nada mais."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 213)


sábado, 16 de janeiro de 2016

O CONTROLE DOS SENTIDOS

"(3:7) Mas o êxito absoluto, ó Arjuna, espera aquele que disciplina seus sentidos por um esforço da mente, permanece no íntimo sem apegos e usa os órgãos da ação em atividades que nos lembram Deus.

Consideremos isto: que são 'atividades que nos lembram Deus'? Elas incluem todo ato ou pensamento que direciona a mente para a supraconsciência. Simples pietismo expresso em orações na igreja, templo ou sinagoga; sentimentos meramente 'sagrados', exibidos para impressionar os outros (ou proclamados com fervor para 'impressionar' Deus) - em suma, toda mostra de religiosidade só é aceitável se, por dentro, formos sinceros. A ânsia de impressionar trai o desejo de colher resultados, nunca a sinceridade dos sentimentos.

A expressão de Krishna '...disciplina seus sentidos por um esforço da mente' revela a importância de não se adotarem apenas meios exteriores de autodisciplina: por exemplo, ficar de pé ou sentado com a mão erguida até que ela se atrofie pelo desuso; nunca se sentar nem deitar como forma de penitência; estirar-se numa cama eriçada de pregos; isso, mais os jejuns intermináveis, a privação do sono e outras formas de embotamento dos sentidos adotadas para obter o autocontrole, sem a contrapartida de um discernimento inteligente, não é o que Krishna recomenda aqui. Austeridade do mesmo tipo, em outras religiões, incluem autoflagelação, inanição e outras que lembram muito as empregadas na Índia. Mencioná-las todas seria inútil, pois todas se destinam a subjugar os sentidos sem o uso adequado da vontade. Esta tem de dar seu consentimento ativo para a libertação interior: de nada vale mortificar o corpo para obrigá-lo à submissão.

Controlar os sentidos não é tiranizá-los. O que se tem a fazer é retirar deles a energia, porquanto a vontade age diretamente sobre ela. Yogananda declarou: 'Quanto mais forte a vontade, mais abundante o fluxo de energia.' A direção desse fluxo pode ser tanto para dentro quanto para fora, tanto para cima quanto para baixo.

Por isso Krishna fala também em desapego interior. Privar-se de coisas materiais pode, e frequentemente o faz, alimentar o fogo dos vínculos ocultos! Nenhuma atividade voltada para impressionar os semelhantes (ou até Deus) dará, no fim, frutos divinos. A evolução espiritual se consegue, acima de tudo, desejando-a intensamente, não infligindo disciplina violenta ao corpo.

Com boa vontade, alegria e devoção, é possível encontrar Deus. Sem o pleno consentimento da vontade e da consciência total da pessoa, este que é o mais nobre dos objetivos - a consciência pura da Bem-aventurança - não será nunca atingido."

((A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 143/144)


sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

REVERÊNCIA (PARTE FINAL)

"(...) Reverência é uma qualidade interna, não uma atitude externa. Em geral é transformada numa postura de solenidade, uma subjugação de espíritos, restrição, desvalorização de si, onde não envolve um quase esquivar-se de longe da força com a qual o objeto de reverência magneticamente atrai e imprime sua autoridade. Muitas vezes é como a timidez de um flerte, simulado e artificial, pronto, logo que o gelo é quebrado, para se tornar uma liberdade que beira a licenciosidade e é essencialmente desordenada. 

Reverência envolve uma apreciação, ou pelo menos algum vago senso da majestade e sacralidade do objeto de reverência, sua elevação, profundeza, força e delicadeza. É totalmente compatível com a intimidade, mas é um freio sobre os possíveis excessos de liberdade. Nenhum amor que não seja tocado por um profundo senso de beleza, ternura ou sublimidade - corporificado no objeto desse amor ou envolvendo-o - pode ser duradouro ou alcançar o ápice.

O genuíno princípio da vida, que está em tudo e em todos, exige tratamento reverente. É uma coisa delicada e preciosa que deve ser tratada com cuidado. Os grandes instrutores têm respeito por cada um de nós que estamos tão abaixo deles. Certamente, aqueles que tratam os outros que são seus iguais ou inferiores com pouco respeito, segundo nossa classificação, não conseguem mostrar respeito a seus superiores."

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 72)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

REVERÊNCIA (1ª PARTE)

"A reverência é um aspecto da emoção do amor, consequentemente, não possui qualquer elemento de medo. Ela surge de um sentimento ou conceito no coração daquele que reverencia quanto à grandeza ou preciosidade de seu objeto. Assemelha o respeito, e, embora possa ser expressa na observância de certas formas que são apropriadas - não artificiais e meramente convencionais -, ela não impede a proximidade em espírito nem a plena comunicação entre o grande e pequeno, comunhão que resulta da realização da pessoa menor com a vida maior. Pelo contrário, ela eleva a pessoa pequena à atmosfera de grandeza, transmutando-a com sua magia.

Ser inspirado com reverência não é ser temeroso. Majestade e poder pertencem a todo ser espiritual. O medo é o alimentador da aversão; se não se quer antipatizar com ninguém, que não se tema ninguém. Sem dúvida, é mais eficaz dissipar o medo pelo reconhecimento da unidade da vida do que pelo modo, muitas vezes seguido, de opor ao medo uma normal intensificação da autoafirmação pessoal, que é uma forma de orgulho, ou encobrindo-o com uma simulação de coragem. 

A palavra mãno, em páli, que muitas vezes é traduzido como orgulho, é mais do que orgulho na forma rude comum com a qual a palavra é geralmente associada. Ele inclui todo tipo de processo mental e distintivo, por meio do qual uma película é lançada sobre a condição sensível ou negativa [não afirmativa, (N.E.)] do homem verdadeiramente espiritual, cuja autorrealização só pode ser descrita negativamente [não afirmativamente, (N.E.)] à incompreensão da mente ordinariamente obtusa, que está ocupada unicamente com variações de superficialidade. Pôr a si próprio em evidência, expressando qualquer forma agressiva, por mais sutil e refinada que seja, há de se tornar impossível antes dessa realização poder ser alcançada. (...)"

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 71)


quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

TRABALHE PARA MUDAR A SI MESMO

"Algumas vezes, devotos ficam tão entusiasmados com sua própria conversão espiritual que querem contar isso a todos e mudá-los também! Têm tanta certeza de que estão fazendo o bem e de que eles próprios mudaram para melhor, que desejam converter o mundo inteiro. Esse entusiasmo é principalmente superficial. O maior esforço deve ser dirigido para a conversão de si mesmo. É difícil mudar o próprio eu, porque eles estão tão profundamente enterrado numa crosta de hábitos que nem conseguimos imaginar. Somos mantidos prisioneiros, acorrentados por nossos próprios pensamentos, humores e emoções particulares. 

Não é fácil mudar os hábitos que você formou durante uma vida de talvez trinta ou quarenta anos. Tente mudar mesmo que seja um pequeno hábito, e veja como é difícil! Diga a você mesmo para não falar muito; diga a você mesmo para não ser crítico; para não ser ciumento. Depois de algum esforço, talvez você perceba: 'Parece impossível que eu mude. Não há esperança para mim?' Com certeza, há esperança. Essa esperança, porém, nunca será satisfeita enquanto você se empenhar apenas em mudar as pessoas e situações a seu redor, em vez de tratar de suas próprias imperfeições. Isso é o que lhe peço que aprenda. Muito tempo depois que os lábios de todos nós aqui forem selados, a verdade eterna destes conselhos ainda será aplicável.

Você pode mudar a si próprio, e o meio é a busca sincera por Deus, a meditação e a autodisciplina. Não existe outro método. Exige-se o poder combinado de tudo isso para superar os maus hábitos e para destruir aqueles profundos e ocultos entraves subconscientes que nos fizeram prisioneiros nestes limitados corpos físicos e mentes.

Essa é a razão pela qual algumas regras são necessárias para os devotos no caminho espiritual. Há necessidade de disciplina rigorosa. Você pensa que é fácil conhecer Aquele que é o Senhor deste universo? Pensa que é simples comungar com Ele quando a mente está carregada de mesquinhez, negativismo, fofoca, falta de fé, ódio - de tudo, menos Deus? Nunca! Sem meditação e autodisciplina para remover esses obstáculos, você não pode conhecê-Lo.

Deus poderá ser conhecido somente se existir entrega total a Ele. Não se contente em ser um discípulo medíocre. Não nivele seus padrões aos do resto do mundo. Lembro-me de Guruji dizer a um grupo nosso: 'Não quero devotos medíocres neste caminho. É por isso que sou duro com vocês. Quero ver quem tem fibra para ir até o fim, até Deus.' (...)"

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 31/32)