OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 12 de janeiro de 2016

A CONVIVÊNCIA COM OS OPOSTOS (PARTE FINAL)

"(...) Do par de opostos básicos surgem vários outros, como o sentimento de vitória ou derrota, honra ou desonra. O Bhagavad-Gita repetidamente menciona a necessidade da libertação dos opostos, porque o egoísmo é o mais sério obstáculo à iluminação; ele torna impossível fixar a mente, mesmo durante um curto período de tempo. A chama da mente oscila incessantemente sob o vendaval dos opostos. 

O mesmo ensina o Diagrama de Meditação, de H.P. Blavatsky, que menciona um estado interior onde não há senso de inimigo ou amigo. Essa ideia também está no ensinamento islâmico de submissão à vontade de Deus, que se manifesta nos princípios da ordem do universo, em muitos níveis. Essa ordem se manifesta com o processo evolutivo, a operação do karma, as forças que levam os seres vivos rumo à percepção cada vez maior da natureza divina. 

A submissão à vontade divina implica não reagir. Embora a mente superficial possa continuar com seus hábitos, no nosso âmago devemos compreender que não há situação favorável ou desfavorável a alguém. A vida é uma instrutora; ela não recompensa nem pune. É a mente que classifica a experiência. Muitos não têm inimigos, mas fazem distinções entre pessoas que são 'suas' e outras que não são; pessoas que importam e que não importam. A desigualdade é uma característica da mente egoísta.

Podemos aprender muito com os seres de outras espécies. Um exemplo clássico na literatura indiana é o sândalo, que verte sua fragrância sobre aquele que o corta. Os animais sofrem sem resistência, deitando sossegadamente até que a dor passe, pois não carregam o fardo dos sentimentos egoístas. Nós também podemos viver pacificamente, reconhecendo que a vida ensina sob a forma de um amigo ou inimigo. Para perceber seus ensinamentos, devemos nos livrar dos preconceitos, gostos e aversões, eliminando assim o nosso egoísmo. Podemos atravessar a vida com uma percepção calma e firme, sem nos afetarmos pelos opostos."

(Radha Burnier - A convivência com os opostos - Revista Sophia, Ano 12, nº 49 - p. 18/19)


segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

A CONVIVÊNCIA COM OS OPOSTOS (1ª PARTE)

"Em Luz no Caminho aprendemos: 'Nenhum homem é inimigo nem amigo. Todos são igualmente seus instrutores.' O mesmo princípio aplica-se a todas as circunstâncias. Não existem situações hostis ou favoráveis. Elas parecem adversas ou não por causa das nossas concepções mentais, inclinações e desejos. Somente na ausência dessas reações mentais podemos entender o funcionamento da lei divina, que a maioria de nós não percebe. 

O pensamento de que alguém não é amigo ou de que uma circunstância é adversa nada mais é que uma opinião. Um pensamento assim não pode ser comparado ao conhecimento da alma que está se expandindo em sua experiência no mundo. A circunstância 'adversa' é um meio de seguir em frente, tanto quanto a circunstância 'agradável'. Mas nós nos identificamos com o complexo de desejos e pensamentos do eu inferior, da personalidade, com suas opiniões insignificantes e desejos mesquinhos, e dizemos: 'Isso não me agrada; quero outra coisa.'

Isso é parte das trevas da ignorância espiritual. Como afirma o Bhagavad-Gita, 'pela ilusão dos pares dos opostos que surgem da atração e repulsão, os seres andam nesse universo totalmente iludidos'. Mesmo quando compreendemos que atração e repulsão, o par de opostos básico, é uma expressão imediata do egoísmo, geralmente aplicamos essa compreensão apenas em relação às pessoas. No entanto, ela se aplica a todo momento, quando lutamos e nos sentimos infelizes ou quando ficamos muito satisfeitos ao receber admiração e afeto. Existem armadilhas em toda parte. (...)"

(Radha Burnier - A convivência com os opostos - Revista Sophia, Ano 12, nº 49 - p. 18)


domingo, 10 de janeiro de 2016

A TRANSCENDÊNCIA DO EGO

"Os decretos inalteráveis do karma governam o destino humano apenas enquanto o homem continua a viver pelos sentidos, reagindo aos acontecimentos externos. Aos olhos de uma pessoa assim, o raciocínio moral se situa na consciência do ego. O saber oriundo das escrituras situa-se na consciência do ego. As lágrimas de autopiedade situam-se na consciência do ego. A consciência do ego é que é o problema. Quanto maior o seu domínio da mente, maior a influência do karma na nossa vida. 

A Lei Cósmica não é um déspota irracional (...). Suas sentenças não são proferidas ao acaso, contra uma humanidade acovardada e indefesa. Toda consequência prescrita pela Lei Divina é certa e justa; brota de realidades profundas da própria natureza humana e contempla ações já cometidas. Afinal, não é razoável colher o fruto daquilo que se planta?

Depois que o ego é transcendido na consciência da alma, transcendida é também a esfera da lei kármica. A alma permanece para sempre imperturbada, pois as consequências kármicas só se acumulam em detrimento do ego. Dissipam-se quando já não há um vórtice centrípeto atraindo-as para a consciência do 'eu' e do 'meu'.

Ao tomar consciência de si mesma, a alma se liberta ao menos da sujeição à lei kármica. As boas ações dos grandes santos se projetam como ondas de luz para abençoar a humanidade inteira."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda,  Karma e Reencarnação - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 38/39)


sábado, 9 de janeiro de 2016

CONSELHO DO MESTRE

"(...) Alguns dos obstáculos que te instruíram para vencer podem parecer-te sem importância, mas em realidade não o são, porque são as indicações superficiais de uma condição interior que deve ser alterada. Isso significa uma transformação radical, que não te será fácil realizar, mas o esforço compensa o tempo empregado. As regras que desejo que cumpras são as seguintes:

1 - Esquece-te de ti e dos desejos de tua personalidade, e lembra-te apenas do serviço aos outros, dedicando totalmente a isso tua energia, teu pensamento e teu entusiasmo.

2 - Não ofereças uma opinião sobre qualquer assunto, a não ser que diretamente solicitada.

3 - Antes de falar, considera sempre quanto o que vais dizer afetará outros.

4 - Nunca divulgues, nem comentes, a fraqueza de um irmão.

5 - Lembra-te que tens ainda muito que aprender, e portanto, podes frequentemente errar; fala, pois, com conveniente modéstia.

6 - Quando chamado, movimenta-te rápido, não esperando concluir o que estiveres lendo ou fazendo; se estiveres executando uma obrigação importante, explica muito gentilmente o que é. (...)"

(C.W. Leadbeater - Os Mestres e a Senda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2004 - p. 88)


sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

A CONSCIÊNCIA BÚDICA

"O homem egoísta não funciona no plano búdico, pois a própria essência desse plano é a simpatia e a compreensão absolutas, o que exclui o egoísmo. O homem não poderá desenvolver um corpo búdico enquanto não tiver conquistado os planos inferiores. Existe estreita conexão entre o astral e o búdico, sendo o primeiro, de certa maneira, reflexo do último; mas não se suponha, por isso, que o homem pode saltar da consciência astral para a consciência búdica sem desenvolver os veículos intervenientes.

Está visto que, nos níveis superiores do plano búdico, o homem se identifica com todos os outros, mas não devemos presumir, por esse motivo, que se sente da mesma maneira em relação a todos. Não há razão para supor que, um dia, experimentaremos exatamente o mesmo em relação a toda a gente; por que haveríamos de fazê-lo? Até o Senhor Buda tinha um discípulo favorito, Ananda; até o Cristo via São João, o discípulo amado, com olhos diferentes dos com que via os demais. A verdade é que, dentro em pouco, amaremos todo o mundo como agora amamos os que nos são mais chegados e mais caros, mas, nessa ocasião, teremos desenvolvido para os que nos estão mais próximos e nos são mais queridos um tipo de amor de que agora nem fazemos ideia. A consciência búdica inclui a de muitos outros, de modo que podemos colocar-nos na pele de outro homem e sentir exatamente o que ele sente, olhando-o de dentro, em vez de olhá-lo de fora. Nessa relação, não sentiremos sequer vontade de afastar-nos do homem mau, porque o reconheceremos como parte de nós mesmos - uma parte fraca. Desejaremos ajudá-lo, deitando força naquela parte fraca de nós mesmos. O que se requer, na realidade, é tomarmos essa atitude e executá-la e não apenas falar ou pensar nisso vagamente; e não é fácil adquirir esse poder. 

Nem todos os egos precisam passar por todas as experiências, pois, quando nos elevamos ao nível búdico, podemos ganhar a experiência dos outros, até dos que se opuseram ao progresso. Sentiremos por simpatia. Poderíamos afastar-nos se não quiséssemos sentir o sofrimento de outrem; mas decidiríamos senti-lo, porque desejamos ajudar. No plano búdico, envolvemos o homem em nossa própria consciência, e, conquanto ele nada sabia a respeito do nosso envolvimento, este, até certo ponto, lhe atenuará das experiências dos estágios inferiores do desenvolvimento humano. Um adepto deseja, por força, remover ou aliviar o sofrimento, mas podemos imaginar facilmente um caso em que ele veja o que bem produzido pelo sofrimento sobreleva tão enormemente a dor atual, que interferir nele não seria um ato de bondade, senão de crueldade para com o sofredor. Ele varia o todo e não somente a parte. A sua simpatia seria mais profunda do que a nossa, mas ele não a expressaria em ação, exceto quando esta fosse proveitosa."

(C.W. Leadbeater - A vida interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 130/131)