OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

A ESPIRITUALIDADE E O FEMININO (1ª PARTE)

"A espiritualidade é parte integrante de qualquer ser humano. Pode estar ausente ou guardada no íntimo do ser, mas lá está disponível, esperando o momento de se manifestar. Muito do que conhecemos sobre ela vem de um histórico focado no masculino. Poucas referências e estudos dedicam-se ao enfoque feminino.

Haveria diferenças nas manifestações da espiritualidade quanto ao sexo? Certamente, visto que há condicionamentos históricos e sociais que impediram a expressão da espiritualidade feminina e, às vezes, também a masculina, pois poderiam abalar o sistema social vigente. Mas, de modo geral, os homens foram sempre mais favorecidos pela liberdade de ação. Os homens que largaram tudo para viver a espiritualidade plena, da forma que escolheram, sempre foram admirados e respeitados. Mas seria impensável tal atitude partindo de uma mulher.

Mulheres eram perigosas e deveriam estar sempre sob o controle da tribo, da família ou de um homem. Estavam expostas a muitos perigos, o que também era um impedimento, além de desempenharem um papel indispensável e fundamental na manutenção das famílias. Sem a liberdade de se dedicar à busca pessoal por respostas, restou às mulheres a manifestação de uma espiritualidade espontânea, menos passível de controle externo e capaz de fluir em casa, no seio da família e no exercício de suas atividades diárias. 

A investigação interna surgiu no amor pelo semelhante, no serviço ao próximo, no cuidado com tudo, na execução de suas obrigações rotineiras, sozinha e em silêncio. Se os homens precisam desenvolver essas características no trabalho espiritual, elas, ao contrário, teriam de ir ao mundo, perder o medo de sair do conforto familiar e dedicar o tempo à vivência espiritual com desapego e decisão.

Atualmente, com a liberdade, o estudo e o trabalho fora de casa, esse aspecto pode parecer pouco importante, mas não é. Mulheres se sentem culpadas ao usar o tempo que seria dedicado à família para uma realização pessoal, e na maior parte das vezes não se concedem esse direito. Além disso, a liberdade de investigação, de questionar e buscar estudo e conhecimento ainda não é real em grande parte do planeta, onde mulheres ainda são consideradas seres de segunda classe. Essa liberdade, nos locais em que já existe, levou milênios para chegar. (...)"

(Regina Celi Medina - A espiritualidade e o feminino - Revista Sophia, Ano 11, nº 43 - p. 15)


quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

CUMPRINDO OS DEVERES PARA COM DEUS E COM O HOMEM

"Até uma pessoa materialista que ocupa o tempo de modo construtivo é melhor do que uma pessoa 'espiritual' ociosa. Ser preguiçoso e não prestar nenhum serviço na Terra é ser abandonado por Deus e pelos homens. Entretanto, os que cumprem os deveres para com o ser humano mas não com Deus são como a mula que carrega um saco de ouro no lombo tendo consciência apenas do peso, e não do valor do ouro. Ações sem o pensamento em Deus são pesadas e restritivas; ações feitas com a consciência em Deus são libertadoras. Está certo renunciar a deveres materiais para servir apenas a Ele, porque em primeiro lugar é a Deus que devemos lealdade. Nada poderia ser feito sem o poder que Ele nos empresta. Aos que deixam tudo por Ele,¹ o Senhor perdoa qualquer provável pecado derivado de não cumprir deveres menores. Renunciar significa colocar Deus em primeiro lugar, seja seguindo os caminhos do mundo ou o caminho monástico. 

Meu irmão me dizia: 'O dinheiro em primeiro lugar; Deus vem depois'. Ele morreu antes de ter a oportunidade de encontrar Deus ou de usar seu dinheiro. Lembre-se das palavras de Cristo: 'Buscai primeiro o reino de Deus e sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas'.² Quando encontrar Deus, tudo virá a você. Quando Ele o sustenta, você jamais poderá cair. Seus erros serão consertados e transformados em sabedoria. É o que descobri."

¹ 'Abandonando todos os outros dharmas (deveres), lembra-te só de Mim; Eu te libertarei de todos os pecados (decorrentes de não serem cumpridos esses deveres menores). Não te aflijas!' Bhagavad Gita XVIII:66.
² Mateus 6:33.

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 259)


quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

O EVANGELHO - SUTRA 2

"Nele (Parambrahma) está a origem de todo o conhecimento e amor, a raiz de todo o poder e alegria.

Prakriti ou a Natureza de Deus. A força Onipotente (Shakti) - em outras palavras, a Alegria Eterna (Ananda) -, que produz o mundo, e o Sentimento Onisciente (Chit), que torna este mundo consciente, ambos manifestam a Natureza (Prakriti) de Deus-Pai.

Como Deus é compreendido. O homem, sendo feito à semelhança de Deus, ao dirigir sua atenção para dentro pode perceber em seu íntimo a força e o Sentimento mencionados, as únicas propriedades de seu Eu; a Força Onipotente na forma de sua vontade (Vasana), junto com o prazer (Bhoga); e o Sentimento Onisciente na forma de sua Consciência (Chetana), a qual sente prazer (Bhokta). Ver Gênesis 1:27.
'Criou, pois, Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou; homem e mulher ele os criou.'"
(Swami Sri Yukteswar - A Ciência Sagrada - Self-Realization Fellowship - p. 22/23


terça-feira, 15 de dezembro de 2015

REALIZAÇÃO MERITÓRIA

"Os Indriyas ou sentidos têm de ser controlados por viveka (discernimento) e vairagya (desapego), os talentos gêmeos que foram dados exclusivamente ao homem. Viveka o instrui sobre como escolher ocupações e companhias; diz-lhe da importância relativa de objetos e ideais. Vairagya o salva de muito apego, e injeta uma sensação de alívio nos momentos de alegria ou desespero. Viveka e vairagya são as duas asas que soltam o pássaro no ar. Mantêm diante de você a impermanência do mundo e a permanência da Bem-aventurança da Realidade. Preparam-no para dirigir a vida através do sadhana e para a infalível contemplação da Glória do Senhor. 

Não é necessário retirar-se para a floresta a fim de superar ressentimento e ódio. A virtude não pode ser praticada num vazio. Se você vive numa atmosfera de ódio e ainda assim é capaz de se controlar, sua conquista é meritória. Mas, se vive numa floresta onde não resta oportunidade para o ódio e diz que controlou seu ódio, sua afirmação não tem sentido. Você deve, portanto, deixar-se ficar nos ambientes do mundo, ainda que haja ampla oportunidade para o surgimento de emoções de raiva e ódio; aí, então, aprenda a controlá-los. Esta sim será uma realização meritória."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 116/117)


segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

O VÉU DO TEMPO

"A Estrela Mística é aquela fonte de luz e vida cujos raios constituem todo o universo. Como sabemos, cada estrela física é em realidade um sol, e a Estrela Mística é o sol espiritual central do universo. Ela aparece como uma estrela por causa da distância; essa distância não é em espaço (como no universo astronômico), mas no tempo ou manifestação.

Cada um de nós é, na verdade, um orbe espiritual de luz e beleza. Mas quando tentamos olhar para nossa própria natureza espiritual sentimos apenas uma imprecisão distante, comparável a uma nebulosa. Existem milhões de pessoas que não conseguem sentir nem mesmo isso. Pois sua natureza está tão desorganizada e envolta em densidade que a luz não consegue penetrar a partir de um objeto tão sagrado. Mas, aqui e ali, há alguém que consegue sentir que existe uma natureza espiritual em si próprio e em cada homem e mulher, um Eu espiritual esperando para ser realizado. 

À medida que crescemos espiritualmente - o que podemos pensar é uma questão de tempo, embora o espírito transcenda o tempo - essa nebulosa torna-se um esplêndido sistema estelar ou uma constelação. Isto é, no decorrer do tempo, a realidade espiritual torna-se o Logos de um sistema solar ou até mesmo o Logos Cósmico que inclui dentro de si inúmeros centros ou logoi. (...)

O astrônomo depara-se com certas nuvens que lhe parecem uma nebulosa. Mas, quando ele visualiza a nebulosa com uma lente mais potente, descobre que não é uma coisa amorfa, mas uma galáxia. Se pudermos expandir nossa visão como faz o astrônomo e olharmos para aquela coisa vaga que é nossa natureza espiritual, veremos que ela é na realidade um esplêndido sistema de luzes. Apenas parece uma nuvem amorfa por causa da distância no tempo que separa o futuro do presente.

Se o tempo é uma ilusão. O futuro existe agora, simultaneamente com o presente e o passado. A pessoa divina em nós existe mesmo agora, fora dos limites do tempo, em toda sua glória e esplendor futuros. É o véu do tempo que separa o futuro do presente. 

Remova o véu e observe: cada indivíduo é uma estrela numa multidão de estrelas que inflamam a esfera celestial, todas girando em torno de uma estrela polar que é a Estrela Mística." 

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 96/97)