OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 2 de novembro de 2015

NASCER DA ÁGUA

"'Aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.'

"Nascer da água' é usualmente interpretado como uma prescrição do ritual exterior do batismo pela água - um renascimento simbólico -, visando tornar-nos qualificados para o reino de Deus após a morte. Mas Jesus não se referia a um renascimento envolvendo água. 'Água', aqui, significa protoplasma; o corpo humano, em sua maior parte, é constituído de água e inicia sua existência terrena no fluido amniótico, no ventre de sua mãe. Embora a alma tenha de passar pelo processo natural de nascimento que Deus estabeleceu por meio de Suas leis biológicas, o nascimento físico não é suficiente para que o homem se torne apto para ver ou entrar no reino de Deus. 

A consciência comum está presa ao corpo; e, através dos dois olhos físicos, o homem é capaz de observar apenas o diminuto teatro deste Terra e o céu estrelado que a circunda. Pelas pequenas janelas exteriores dos cinco sentidos, as almas restritas ao corpo nada percebem das maravilhas que estão além da matéria limitada. 

Em um avião, voando a grandes altitudes, não se percebem fronteiras, mas somente a vastidão do espaço e os céus ilimitados. Porém, na reclusão de um quarto, entre paredes sem janelas, perde-se a visão da imensidade. De modo parecido, quando a alma humana é enviada do Espírito infinito para um corpo mortal circunscrito pelos sentidos, suas experiências externas permanecem confinadas às limitações da matéria. Assim, Jesus aludiu ao fato, também expresso pelos cientistas modernos, de que podemos ver e conhecer apenas o que os instrumentos limitados dos sentidos e da razão nos permitem.

Assim como os detalhes das estrelas distantes não podem ser vistos com um telescópio de cinco centímetros, da mesma forma Jesus dizia que o homem não pode ver ou conhecer algo do reino celestial de Deus com o poder limitado da mente e dos sentidos. Entretanto, um telescópio de cinco metros capacita o homem a sondar as imensas regiões do espaço povoado de estrelas; e, semelhantemente, desenvolvendo a percepção intuitiva por meio da meditação, ele pode contemplar e entrar no reino astro e causal de Deus: berço de pensamentos, estrelas e almas.

Jesus enfatiza que, depois que a alma encarna - nasce da água ou protoplasma -, o homem deve transcender as imposições mortais do corpo por meio do autoaperfeiçoamento. Com o despertar do 'sexto sentido', a intuição, e com a abertura do olho espiritual, sua consciência iluminada pode entrar no reino de Deus. Nesse segundo nascimento, o corpo permanece o mesmo; mas a consciência da alma, em vez de estar presa ao plano material, encontra-se livre para passear no ilimitado império do Espírito, eternamento jubiloso."

(Paramahansa Yogananda - A Yoga de Jesus - Self-Realization Fellowship - p. 51/52)


domingo, 1 de novembro de 2015

O SOFRIMENTO DA MORTE É AUTOINFLIGIDO

"Normalmente, para o homem que vive no plano animal (de forma desnatural, sem harmonia com a natureza de sua alma), a morte fora de hora é uma coisa horrível, produzindo grande agonia. Mas a suposta aflição ocorre por causa do mau hábito que a alma tem de aumentar e transformar em sofrimento uma percepção intelectual. Por exemplo, o sofrimento proveniente de se acreditar em fantasmas e espíritos malignos, como nos pesadelos ou fobias que produzem traumas e convulsões, demonstra que se experimenta dor aguda no organismo físico pela exclusiva intermediação da mente.

A morte natural - isto é, em idade avançada, ou sempre que a alma está pronta para trocar a forma mortal - é como o cair da fruta madura de uma árvore em seu próprio tempo, sem a resistência que a fruta verde exibe quando cai por causa de uma tempestade ou outra força maior. Contudo, na morte prematura - por motivo de doença, acidente ou outras causas - a alma oferece grande resistência e por isso o corpo testemunha grande agonia.² Neste tumulto e na luta da consciência há uma grande tristeza, uma sensação de impotência - e a natureza iludida da alma finalmente se torna inconsciente quando a morte sobrevém, como no início do sono profundo.³ Esta impotência perante a morte é erroneamente considerada por algumas pessoas como um castigo divino. Na verdade, é apenas resultado do mau hábito, persistente e autocriado, que tem a alma de identificar-se com a mudança, em vez de considerar as transformações corporais como meio de se expressar.

Assim, o medo de morrer (adquirido por herança social ou hereditária) e a agonia da morte prematura (resultante da identificação com as mudanças corporais, em vez de observá-las como uma testemunha) são coisas autoinfligidas, o que é mesquinho e terrível. Alcançando a Autorrealização, pode-se evitar a morte comum e dolorosa. Com esta consciência, o iogue
a) não experimenta dor na morte natural;
b) conserva a consciência e a identidade após a morte;
c) vive na natureza de sua alma, e sabe que essa natureza é todo-poderosa e imortal."

² Hoje em dia, os sintomas externos são minimizados pelos medicamentos modernos, que não existiam em 1923, quando estas anotações foram escritas.
³ Após a morte, a alma, num corpo astral luminoso, desperta gradualmente para uma nova existência no mundo astral ou céu - num plano mais ou menos elevado, correspondente ao mérito das ações na Terra. A alma permanece no mundo astral por um tempo determinado pelo karma; depois, volta à Terra em nova encarnação física. Os ciclos de vida e morte continuam até a alma cortar todos os laços mortais, ficar livre e voltar para Deus.

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 217/218)


sábado, 31 de outubro de 2015

SUCESSO E FRACASSO NO OCULTISMO

"Todos os fracassos vêm do interior assim como todos os êxitos. Nenhum poder externo deve ser tido como o causador de um ou outro resultado. Ambas as sementes estão presentes no aspirante desde o princípio. Aquela que consegue germinar e crescer mais forte depende do indivíduo, especialmente do seu modo de pensamento e de vida. 

O ocultismo infalivelmente mostra a pessoa como ela é. Tudo o que existe de bom ou de mal nela aflora. Nisto se encontra o mérito para o forte, o perigo para o fraco. O ocultismo é a força que pode incinerar a impureza e revelar o ouro puro ou acender a paixão, inflamar o desejo, acentuar o orgulho. O mesmo agente é capaz de ambos os efeitos. 

Todos os que se aproximam desta chama devoradora deveriam se precaver; pois ela tanto exalta como consome. O puro de coração não tem nada para temer. Os orgulhosos e inflamados pela paixão estão em perigo desdo o primeiro passo.

'Estejam alertas' aparece como um adorno sobre o portal que leva ao Pátio Externo. 'Observem cuidadosamente' está escrito nas paredes internas. 'Conheça-te a ti mesmo' aparece sobre a porta que leva ao Santuário.

Não são os Hierofantes que são responsáveis pelos perigos, os testes e as quedas. É a própria natureza - especialmente a natureza manifesta no homem. Os Hierofantes não têm o direito nem o poder de negar a qualquer indivíduo entrada a qualquer porta que ele possa encontrar aberta e passar por ela. Eles podem alertar, orientar, inspirar, mas Eles não podem usar de força. A alma ardente que segue adiante toma a sua própria vida em suas mãos.

Os Hierofantes somente observam, sabendo que a vitória e a iluminação, a derrota e o fracasso ocorrem. Eles também sabem que estas são experimentadas dentro do Envoltório Áurico do candidato ao Adeptado."

(Geoffrey Hodson - A Suprema Realização através da Yoga - Ed. Teosófica, Brasília, 2001 - p. 157)


sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O SERVIÇO É A TÔNICA DA AMIZADE

"Cultive a verdadeira amizade, pois só assim você atrairá amigos verdadeiros. A verdadeira amizade consiste nos préstimos mútuos, no auxílio aos amigos em situação difícil, na simpatia pelo sofrimento, no conselho em pleno infortúnio, no socorro financeiro em ocasiões de real necessidade. O amigo se rejubila com a boa sorte dos amigos e ampara-os na desgraça. Esquece prontamente os prazeres egoístas e o interesse próprio em favor da felicidade dos amigos, sem consciência de perda ou sacrifício e sem avaliar custos. 

Nunca seja sarcástico com um amigo. Não o lisonjeie exceto para encorajá-lo. Não concorde com ele quando estiver errado. A amizade autêntica não pode testemunhar com indiferença o prazer falso e prejudicial de um amigo. Isso não quer dizer que você deve brigar com ele. Faça sugestões mentais; ou, caso seu parecer for solicitado, dê-o com gentileza e amabilidade. Só os idiotas brigam. Os amigos discutem suas diferenças.

Pessoas há que não confiam em ninguém e até duvidam da possibilidade de ter algum dia amigos verdadeiros. Alguns chegam mesmo a gabar-se de que não precisam deles. Se você não conseguir ser amigável, desrespeitará a lei divina da autoexpansão, pela qual a alma evolui e se transforma em Espírito. Nenhum homem incapaz de inspirar confiança e de ampliar o reino de seu amor e afetividade por outros territórios da alma pode esperar que sua consciência mergulhe na Consciência Cósmica. Se você não conseguir atrair corações humanos, não atrairá o Coração Cósmico."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda,  A Espiritualidade nos Relacionamentos - Ed. Pensamento, São Paulo, 2011 - p. 35
www.editorapensamento.com.br


quinta-feira, 29 de outubro de 2015

O SER DIVINO EM NÓS

"Se você tem de puxar potência da casa de força para sua residência, a fim de a iluminar, terá de fixar postes a intervalos regulares e ligar os fios. Assim também, se quiser a Graça de Deus, pratique Sadhana (práticas disciplinares) em períodos regulares, e se ligue a Deus pelo fio de smarana (a lembrança contínua, a insistência n'Ele).

Saiba que o Atma¹ é sua Realidade e também saiba que Ele é a Força Interna deste Universo. Que sua inteligência penetre tal Verdade. Analise-se e descubra os diversos níveis da Consciência: o físico; o sensório; o nervoso; o mental; o intelectual, e assim, alcance até mesmo o âmago do último nível - o da alegria. Os panchakosas² têm de ser transcendidos, tanto que você possa alcançar sua Verdade, a de que você é Atma.

O Atma pode ser apreendido somente por um acurado intelecto e uma mente pura. Como purificar a mente? Por mantê-la em jejum dos maus 'alimentos' atrás dos quais ela corre, isto é, os prazeres mundanos. Além do mais, é preciso nutri-la com 'alimentos' bons, principalmente o pensar em Deus. O intelecto se tornará acurado se se devotar à discriminação entre o efêmero e o eterno. Que seus pensamentos estejam concentrados em Deus, em Seu Nome e em Sua Forma. Você sentirá então que está sempre com o que é puro e duradouro; gozará de pura e prolongada alegria. Eis por que dou tanta importância a namasmarana (repetição do Nome de Deus como disciplina espiritual)."

¹ O Ser Divino em nós.
² Panchakosas - os cinco envoltórios, escondendo Atma.

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 54/55)